Autobiografia Da Vida Real

De Neuza Maria Da Silva

- PASSADO ALGUNS ANOS DEPOIS QUE ME CASEI, RECEBI UMA CARTA DA MINHA MÃE, DIZENDO QUE TINHA MUITA SAUDADES DE NÓS TRÊS

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 26 de mai. de 2023

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 AUTOBIOGRAFIA DA VIDA REAL

AUTORIA, NEUZA MARIA. 10/04/2023

HOJE COMEÇO ESCREVER HÁ MINHA HISTÓRIA DA VIDA REAL.

NASCIDA EM 20/08/1961. NA CIDADE DE MUTÚM, MINAS GERAIS.

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- EU, NEUZA, AOS MEUS CINCO ANOS DE IDADE JÁ ME LEMBRO BEM, DE

QUANDO DESCIA ÀS ESCADAS PARA BRINCAR COM MEU IRMÃO DE SEIS

MESES, E MINHA IRMÃ DE QUATRO ANOS, EMBAIXO DO ASSOALHO DE

NOSSA CASA, EM QUE MORÁVAMOS NO SITIO DOS MEUS AVÔS PATERNO, MÃE GAÍDA E PAI JACINTO, COMO ERAM CHAMADOS. EMBAIXO DE NOSSA CASA TINHA UM CERCADO PARA

OS BEZERROS E OS CABRITOS, COM QUEM NÓS BRINCÁVAMOS, TODOS OS DIAS, MEU IRMÃO, MINHA IRMÃ, E EU.

ENTÃO MEU PAI CONTAVA QUE QUANDO EU AINDA ERA APENAS UM BEBÊ, EU ERA MUITO MIUDINHA, E MINHA MÃE NÃO TINHA LEITE SUFICIENTE

PARA ME DAR DE MAMAR, ENTÃO ELE COMPROU UMA CABRA OU UMA CABRITA COMO SE DIZIA, PARA DAR O LEITE PARA MIM, POIS O LEITE DE

CABRA É MUITO FORTE CONTÉM MUITO CÁLCIO, MUITO BOM PARA OS

BEBÊS RECEM-NASCIDOS, E QUANDO ELE A COMPROU, JÁ VEIO PARIDA, E TINHA UM CASAL DE CABRITINHOS GÊMEOS, ERAM LINDOS, ENTÃO MEU

PAI TIRAVA O LEITE PARA FAZER MINHA MAMADEIRA, ENQUANTO A CABRITA FICAVA PASTANDO NO ALTO DO MORRO, MAS DE ORELHAS EM PÉ, E QUANDO EU CHORAVA E ELA

DESCIA O MORRO BERRANDO E VINHA ATÉ A

PORTA PARA QUE MEU PAI TIRASSE O LEITE DELA, ENQUANTO EU NÃO

PARAVA DE CHORAR ELA NÃO VOLTAVA A PASTAR. ELA ERA MUITO

AMOROSA, EU PENSO QUE ELA ME CONFUNDIA COM OS CABRITINHOS

DELA, MAS UM CERTO DIA MEU PAI RESOLVEU SE MUDAR PARA UMA PEQUENA CIDADE CHAMADA MUTÚM, E TEVE QUE VENDER A CABRITA. E

EU SENTI MUITO A AUSÊNCIA DELA, POIS ESTAVA MUITO APEGADA COM ELA.

- MEU PAI SEMPRE ME CONTAVA, QUE QUANDO EU ESTAVA COM APENAS

SEIS MESES DE IDADE, ESTAVA COMEÇANDO A ME SENTAR SOZINHA, E

MINHA MÃE, TINHA MANIA DE ME COLOCAR NOS OMBROS, QUANDO ÍAMOS

PARA A CASA DE ALGUM VIZINHO, PARA CELEBRAR O CÚLTO. E EU ERA MUITO ESPERTA, E MEU TIO QUE TAMBÉM ERA CRIANÇA GOSTAVA MUITO

DE BRINCAR COMIGO. ENTÃO MINHA MÃE, E MEU PAI ESTAVAM INDO ATÉ A CASA DO NOSSO VIZINHO PARA CELEBRAR O CÚLTO, E EU ESTAVA NOS

OMBRO DE MINHA MÃE, E MEU TIO QUE ESTAVA ATRÁS, BRINCANDO

COMIGO, DEU UM GRITO, E EU ME ASSUSTEI, E CAÍ DENTRO DE UMA FORNALHA QUE TINHA HÁ BEIRA DA ESTRADA. ONDE OS TROPEIROS

COZINHAVAM

QUANDO ESTAVAM VIAJANDO TOCANDO O GADO PELAS ESTRADAS, NA ÉPOCA NÃO

TINHA ESSES CAMINHÃO BOIADEIRO DE HOJE.

ENTÃO ERA TOCADO PELAS ESTRADAS, ATÉ CHEGAR AO LOCAL DESEJADO, OS PEÕES IAM A CAVALO, ENTÃO EU CAÍ DENTRO DESSA FORNALHA E MORRI, POR ALGUMAS HORAS. ENTÃO MEUS PAIS FICARAM

DESESPERADOS, POIS A CIDADE, MAS PROXIMA FICAVA BEM LONGE, E NÃO

TINHA NENHUMA CONDUÇÃO NO MOMENTO PARA NOS SOCORRER. ENTÃO

MEUS PAIS ME LEVÁRAM EM UMA BICICLETA, E QUANDO