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Envelhecimento LGBTQIA+: aspectos conceituais e vivências
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Envelhecimento LGBTQIA+: aspectos conceituais e vivências
E-book145 páginas1 hora

Envelhecimento LGBTQIA+: aspectos conceituais e vivências

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Sobre este e-book

A SBGG-RJ, por meio de um dos seus projetos literários, convidou pesquisadores renomados para participarem da construção desta obra, visando ao fortalecimento do debate acerca de todos os contextos que envolvem as velhices LGBTQIA+ em nossa sociedade. Esta obra constitui um trabalho de grande importância para os especialistas, ativistas e protagonistas desse processo.
Sandra Rabello de Frias
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jul. de 2023
ISBN9788592908164
Envelhecimento LGBTQIA+: aspectos conceituais e vivências

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    Pré-visualização do livro

    Envelhecimento LGBTQIA+ - Carolina Rebellato

    capa

    SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA

    Seção Rio de Janeiro

    GESTÃO 2022-2025

    DIRETORIA

    Presidente

    Anelise Coelho da Fonseca

    1o Vice-Presidente

    Ivan Abdalla Teixeira

    Presidente do Departamento de Gerontologia

    Sandra Rabello de Frias

    Diretor Científico

    Gustavo de Jesus Monteiro

    Tesoureiro

    Raphael Cordeiro da Cruz

    Secretária Geral

    Michele Lopes Fagundes Nascimento

    Secretária Adjunta

    Beatrice Fátima da Silveira Carvalho

    Diretora de Defesa Profissional e Ética

    Yolanda Eliza Moreira Boechat

    Conselho Consultivo de Geriatria

    Elizabete Viana de Freitas

    Silvia Regina Mendes Pereira

    Conselho Consultivo - Gerontologia

    Maria Angélica dos Santos Sanchez

    Maria Clotilde Barbosa Nunes Maia de Carvalho

    SUMÁRIO

    Agradecimentos

    Prefácio

    APRESENTAÇÃO. Em busca de justiça social para pessoas idosas LGBTQIA+

    Carolina Rebellato e Daniel Lima Azevedo

    ENUNCIAÇÃO. Difícil ter saído do armário. Ser enfiado de volta, cruel.

    Alexandre Kalache

    PARTE I. EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS

    CAPÍTULO 1. Defesa com e em nome de pessoas idosas LGBTQIA+: nós nos recusamos a ser invisíveis

    Michael Adams

    CAPÍTULO 2. As velhices LGBTQIA+ no contexto portenho

    Ricardo Iacub

    PARTE II. ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS

    CAPÍTULO 3. Categorias de gênero e sexualidade: uma discussão oportuna e necessária

    Milton Roberto Furst Crenitte

    CAPÍTULO 4. O direito à cidade da população idosa LGBTQIA+: uma perspectiva pelos estudos da ocupação humana

    Ricardo Lopes Correia

    CAPÍTULO 5. Lesbianidade, envelhecimento e saúde

    Margareth Cristina de Almeida Gomes

    CAPÍTULO 6. Particularidades da hormonização para a pessoa trans que envelhece

    Henrique Cardoso Cecotti

    CAPÍTULO 7. Saúde cardiovascular de pessoas idosas trans

    Milton Roberto Furst Crenitte

    PARTE III. VIVÊNCIAS

    CAPÍTULO 8. Um jovem jornalista em busca de corpos LGBTQIA+ que resistem

    Yuri Alves Fernandes

    CAPÍTULO 9. Políticas públicas para promover o envelhecimento trans

    Denise Thaynáh Leite

    CAPÍTULO 10. Relato de experiência: a luta infinda!

    Yone Lindgren

    Posfácio

    Participaram desta edição

    AGRADECIMENTOS

    Aos membros da gestão 2020-2022 e 2022-2025 da SBGG-RJ e seus antecessores que lutam e oferecem estrutura para a discussão e produção científica de inúmeras temáticas e ações voltadas para o envelhecimento de populações diversas.

    Aos palestrantes dos simpósios Envelhecimento LGBT+: aspectos conceituais e vivências e Envelhecimento LGBT+: uma reflexão sobre as vivências trans, que gentilmente aceitaram o desafio de transformar o discurso falado – apresentado nos eventos supracitados – em produções escritas, como capítulos deste livro.

    Aos palestrantes dos dois simpósios que não puderem participar como autores da produção desta obra, por diferentes motivos, mas aprovaram a sua concepção e brilhantemente colaboraram com a reflexão do tema durante os eventos. São eles: Ale Mujica Rodrigues, Carlos Eduardo Henning, Guilherme Silva de Almeida, Maria Luiza Heilborn e Mariana Aguiar Bezerra.

    Aos moderadores e debatedores dos dois simpósios, Daniel Lima Azevedo, Ivan Abdalla Teixeira, Marina Reidel, Milton Roberto Furst Crenitte, Margareth Cristina de Almeida Gomes e Ricardo Lopes Correia, que aceitaram o desafio de coordenar e articular as principais concepções e pontos de vistas apresentados nos simpósios, o que impulsionou o interesse na produção desta obra.

    Aos parceiros dos simpósios, Alexandre Kalache, Centro Internacional da Longevidade (ILC-BR), Maria Luiza Heilborn, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS-UERJ), e todos os colegas da organização não governamental (ONG) EternamenteSOU, que apoiaram irrestritamente a SBGG-RJ na organização dos simpósios, o que reforçou o nosso lema Mais Fortes Juntos. É possível, factível e produtivo unir forças para divulgar e combater a desigualdade social sofrida por pessoas idosas LGBTQIA+.

    Às queridas colegas que colaboraram com a produção deste livro ao transcrever as palestras e realizar a primeira revisão dos textos. São elas: Alessandra Ferrarese Barbosa, Margareth Cristina de Almeida Gomes, Priscila Brütt Malaquias, Raquel de Oliveira Araújo, Renata Graniti.

    A Sandra Rabello de Frias e Maria Clotilde Barbosa Nunes Maia de Carvalho, assistentes sociais, colegas de longa data, dedicadas à luta pela garantia de direitos e valorização da pessoa idosa, que aceitaram a missão de, respectivamente, produzirem o prefácio e o posfácio deste livro.

    Um agradecimento especial ao Presidente da SBGG-RJ (biênio 2020-2022), dr. Daniel Lima Azevedo e atual presidente da SBGG-RJ (biênio 2022-2025), dra. Anelise Fonseca, pela confiança, amizade, disponibilidade e incentivo. Muito obrigada, da SBGG-RJ para a vida!

    PREFÁCIO

    O Brasil registra cotidianamente atos de violência contra a população LGBTQIA+. Em 2022, foram registradas 256 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no país, ou seja, uma morte a cada 34 horas, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB). Dessas 256 pessoas, 242 morreram no ano passado por homicídio e 14 por suicídio, o que demonstra urgência de tal debate.

    No ano de 2006, especialistas em direito internacional dos direitos humanos de 25 países (inclusive do Brasil) se reuniram, na cidade de Yogyakarta, localizada na Indonésia, para elaborar um material voltado especialmente para a proteção da comunidade LGBTQIA+, que foi intitulado Princípios de Yogyakarta. O documento orienta a aplicação do direito internacional contra quem promove a discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero, abarcando qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na condição de alguém.

    As discussões acerca da construção de políticas públicas e garantia das liberdades individuais têm se intensificado cada vez mais nos movimentos sociais de resistência pelo direito à sexualidade e a liberdade de orientação sexual. Nos meios de comunicação de massa, o debate e as lutas em prol dos direitos da comunidade LGBTQIA+ ganharam visibilidade midiática graças à atuação do ativismo de seus membros, mas ainda não se consubstanciou em políticas públicas efetivas na defesa dessa população, que ainda são incipientes nas agendas dos governos federal, estaduais e municipais.

    Ao considerar a importância do debate em torno das diferenças de gênero e sexualidade, cabe à sociedade civil organizada fomentar pesquisas e publicações que garantam o lugar de fala da comunidade LGBTQIA+ nas perspectivas do diálogo, respeito e cidadania.

    A SBGG-RJ, por meio de um dos seus projetos literários, convidou pesquisadores renomados para participarem da construção desta obra, visando ao fortalecimento do debate acerca de todos os contextos que envolvem as velhices LGBTQIA+ em nossa sociedade. Esta obra constitui um trabalho de grande importância para os especialistas, ativistas e protagonistas desse processo.

    Sandra Rabello de Frias

    DOI: DOI.ORG/ 10.24328/2023/92908.15/01

    Há diversas velhices LGBTQIA+, a depender de orientação sexual, expressão e identidade de gênero e trajetória de vida. É um dever do Estado e um compromisso da sociedade, de cada um de nós, oferecer a todas as pessoas oportunidades de envelhecer da melhor forma possível. Apesar dos avanços em políticas públicas, em pesquisas, em ações governamentais e não governamentais, ainda não se dá a devida atenção ao processo de envelhecimento de alguns grupos. O não reconhecimento da comunidade LGBTQIA+, por exemplo, tem causado diversos prejuízos para a integridade da saúde e a participação social dessas pessoas na velhice.

    Algumas pessoas LGBTQIA+ nem conseguem envelhecer: suas vidas são subtraídas antes de completarem 60 anos de idade, vítimas da LGBTfobia e suas consequências. No Brasil, a cada hora, uma pessoa LGBTQIA+ é agredida – estatística aterradora. Pessoas transexuais, lésbicas e pessoas negras inseridas nessa parcela da população são as principais vítimas de violência. A despeito disso, apenas 10% das denúncias de violência contra pessoas LGBTQIA+ em nosso país são investigadas.

    Há pessoas idosas LGBTQIA+ que passaram por diferentes tipos de violência e sofreram, ainda, com a tortura, na época da ditadura, e com o preconceito, durante a epidemia de HIV/AIDS nos anos 1980. Sendo assim, ao discutir, interagir e atuar com pessoas idosas LGBTQIA+, cabe considerar as batalhas e obstáculos enfrentados por elas cotidianamente ao longo de sua trajetória de vida, com o intuito não apenas de reconhecê-las como parte integrante da construção de sua história, mas, sobretudo, para não reforçar preconceitos e conseguir, quem sabe, avançar em busca de soluções coletivas e sensíveis às suas necessidades e interesses.

    A existência de muitas pessoas LGBTQIA+ foi marcada por medo, abandono, rejeição, desprezo e tantos outros sentimentos que ainda assombram esse grupo. Para sobreviver em uma sociedade conservadora, baseada em fundamentalismo religioso, machismo e preceitos heterocisnormativos (que preconizam a dicotomia entre homens e mulheres, com legitimidade conferida somente às relações heterossexuais), algumas pessoas saíam do armário somente em determinadas situações, na vida privada; dentro de casa ou em pequenos grupos não ousavam viver a plenitude de sua identidade. Outras sequer saíram do armário, ou seja, jamais conseguiram

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