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De Volta Ao Básico E Outras Histórias
De Volta Ao Básico E Outras Histórias
De Volta Ao Básico E Outras Histórias
E-book213 páginas2 horas

De Volta Ao Básico E Outras Histórias

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Sobre este e-book

De volta ao básico e outras histórias é uma mistura eclética de 20 histórias de Giles Ekins, autor de Sinistrari e Gallows Walk.


Esta antologia inclui o fantástico e premiado 'De volta ao básico', o cômico 'Pode me chamar de Ruby' e 'um long, longo fim'. ‘A barraca de limonada' e 'Presságios', enquanto 'Como era, como é', é uma sátira irônica sobre a vida estudantil na década de 1980.


Completando a coleção está ‘E na luz brilhante do amanhecer’, uma história de amor comovente. Esta antologia irá encantar os leitores de todos os gostos de leitura.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de ago. de 2023
De Volta Ao Básico E Outras Histórias

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    De Volta Ao Básico E Outras Histórias - Giles Ekins

    De Volta Ao Básico E Outras Histórias

    DE VOLTA AO BÁSICO E OUTRAS HISTÓRIAS

    GILES EKINS

    Traduzido por

    CAROLINE VIESSER

    Direitos Autorais (C) 2021 Giles Ekins

    Design de layout e direitos autorais (C) 2023 por Next Chapter

    Publicado em 2023 por Next Chapter

    Editado por Monnalysa Fontinele Lima

    Arte da capa por CoverMint

    Este é um livro de ficção inspirado por eventos reais. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é uma coincidência e não intencional por parte do autor.

    Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação, ou qualquer dispositivo de armazenamento e sistema de recuperação, sem a permissão do autor.

    CONTEÚDOS

    Nota do autor

    De Volta Ao Básico

    A Barraca De Limonada

    Irmãos

    Pode Me Chamar De Ruby

    Ficando Bem Em Um Terno Paul Smith

    Um Herói Da Cidade Mais Uma Vez

    Tão Certo Quanto Ovos São Ovos

    Presságios

    Efeito Windtower

    Sombras De Um Sonho

    Como Era, Como É

    Um Ato De Subversão

    Um Filho Único

    Um Longo, Longo Fim

    Um Homem Gentil E Generoso

    Meu Nome É Stevie

    E Na Luz Brilhante Do Amanhecer

    Última Posição De Billy O’shaunessy’s

    Por Do Sol No Grand Canyon

    Embaixo Da Torre Do Relógio

    Um Trabalho Perfeito

    Alguns Poemas Aleatórios

    Por Que Senhor?

    Quando Eles Eram Livres.

    Por Que Não

    O Ballard Da Cadeia De Wakefield

    Onde?

    A Vida É Uma Merda

    Havia Uma Velha

    Granito

    Por Que

    Brexit Brexit Sangrento.

    Caro leitor

    Acerca do autor

    Para Patrícia, que por muitos anos me disse para publicar meus contos em livro.

    Então, aqui está o segundo volume.

    NOTA DO AUTOR

    Algumas dessas histórias apareceram em revistas, antologias ou em obras maiores, mas são adaptadas aqui para o formato de conto. Alguns foram escritos há muitos anos, como se mostrará.

    DE VOLTA AO BÁSICO

    A van ficou estacionada lá a noite toda.

    Perto do meio-dia, as portas de trás se abriram, uma rampa foi abaixada e um par de elefantes saiu e desceu lentamente a rua sentido High Street.

    Um tempo depois, as portas abriram de novo, e dois leões desceram. Um macho e uma fêmea. O macho, uma besta magnífica com uma juba cheia e escuta, olhou pela rua na direção do parque onde alguns cachorros vagavam, mas a leoa balançou a cauda nervosamente para ele e, relutantemente, o leão a seguiu pela galeria comercial.

    Foi só quando os gorilas saíram e foram para o bar do lado que eu comecei a pensar que talvez tudo isso não fosse tão normal quanto parecia no centro de Suburbia.

    Eu coloquei minha jaqueta e desci as escadas para investigar.

    A van era uma velha Leyland de mudanças pintada de branco, com essas letras pintadas de roxo real vividos ao lado:

    Noé & Filhos - Conservacionistas

    Por compromisso celestial.

    Não tinha ninguém à vista no banco da frente; na verdade a van parecia totalmente abandonada e negligenciada, estava coberta com uma fina camada de sujeira da estrada e da viagem. Se não fosse pelos elefantes, leões e gorilas que saíram da van, você iria presumir que ela estava abandonada. Mas a menos que eu estivesse alucinando, alguém deveria ter aberto as portas e deixado os animais saírem.

    Naquele momento, os gorilas saíram do bar e foram para a traseira da van. Eu podia jurar que um deles estava murmurando uma música da Madonna. As portas se abriram e os gorilas, nenhum bem estável, subiram pela rampa. Eu corri para trás e subi a rampa atrás deles, mas não consegui ver nada; os gorilas pareciam ter desaparecido.

    Eu entrei mais um pouco na van e me deparei com uma parede divisória preta dividindo a van em duas. Eu pus minhas mãos na divisória e empurrei e levantei, mas a parede era sólida, com nenhuma das marcas que eu esperava ao redor das bordas de uma porta.

    — Olá? — eu chamei, batendo na parede — Olá, Senhor Noé?

    Uma luz em forma alongada apareceu na parede e um homem idoso saiu mesmo que nenhuma porta pareceu realmente ser aberta. Ele era alto, com cabelos e barba brancos e brilhante, olhos verdes cintilantes. Ele usava um macacão azul desses que você compra em lojas de ferramentas.

    — Sim, como posso te ajudar?

    — Senhor Noé?

    — Isso mesmo.

    — Bem, eu não sei como dizer isso sem soar como um medroso e doido, mas eu acabei de ver dois gorilas saírem do bar e entrarem aqui.

    — Oh querido, eles não foram nenhum incômodo, foram? Guy pode ficar um pouco fora de controle se tomar vodca. Eu sempre digo a ele ficar no vinho branco, mas o que você pode fazer com um jovem gorila teimoso, né?

    — Não, não, não é isso, mas… Eu tenho visto elefantes e leões também. Todos saindo daqui.

    — Sim, é seu dia de folga, eles ficam um pouco agitados presos aqui de outra forma.

    — É seguro? Quero dizer, deixaram eles saírem assim?

    — Sim, é claro. Todos eles sabem o código da rua, olhar para esquerda, para direita, esquerda de novo antes de atravessar a rua e tudo isso.

    — Eu não quis dizer para eles. Quero dizer paras pessoas. Você não pode só deixar leões vagando por aí, eles podem atacar alguém.

    — Eu posso afirmar para você que meus leões são propriamente treinados, ensinados a respeitar pessoas e propriedades, não como alguns dos humanos que você vê vagando pelas ruas hoje em dia.

    Eu balancei a cabeça em assombro, isso estava ficando muito surreal para palavras.

    — O que é isso? Você é parte de algum circo?

    — Deus do céu não, nós estamos em uma… missão de coleção.

    — Uma missão de coleção?

    — Sim, para o projeto Arca 2019. A turnê De volta ao Básico.

    — Arca? Como… em… Arca… de Noé?

    — Sim, exatamente.

    Eu não sabia quem era o mais doido, eu ou ele.

    — O que você está… colecionando? — Eu perguntei suavemente.

    — Entre, vou te mostrar.

    E muito relutante, deixei ele me guiar pelo braço e me levar pela porta de luz oblíqua. Dentro, as paredes estavam alinhadas, do chão ao teto, com centenas e centenas e centenas de gavetas metálicas brilhantes, cada uma com 60 centímetros de largura e 7 centímetros de altura.

    Dos gorilas nem sinal.

    Em um lado, estava uma mesa montada com o que eu achei ser um computador, mesmo que fosse um computador que eu nunca vi antes, no formato de uma pilha gigante de esterco de búfalo com uma tela brilhante no meio. O teclado integrado tinha formato de banana sem nenhum sinal aparente de teclas.

    Noé se sentou e tocou com seus dedos o teclado. Luzes apareceram na tela e uma cópia impressa apareceu ao lado do que quer que seja.

    — Sim, estamos procurando por raposas, esquilos vermelhos, gado do planalto, texugos, arminhos e, se virmos eles, um par de doninhas, tudo bem, mas não faremos nenhum esforço especial se não der certo.

    — Não tem muito gado do planalto por aqui — eu disse.

    — Não, nós calculamos mal; o sistema de GPS não está funcionando direito.

    — O sistema de posicionamento global?

    — Não, sistema de posicionamento de Deus!

    Bem naquele momento outra porta abriu, e uma mulher de meia idade entrou. Noé levantou.

    — Minha esposa, Joana — disse, colocando seu braço sobre os ombros dela.

    — Ah, você deve ser Joana da Arca então — eu respondi brilhantemente. Ela me deu um sorriso de pena, o tipo de sorriso que você dá a idiotas e cachorros.

    — Você não está colecionando para a Arca realmente, né? Eu quero dizer em caso tenha um Grande Dilúvio? — eu perguntei, me sentindo bobo no momento em que disse.

    — É claro! Deus está se enchendo da Terra. Ele quer começar tudo de novo e comissionou a mim e meus meninos para construir uma nova arca. Quase pronta, na verdade.

    — Mas onde está? A Arca?

    Noé me deu um divertido, quase zombeteiro olhar.

    — É isso; você está dentro dela. A Arca 2008!

    — Mas os animais… onde estão os animais?

    — Nós temos a tecnologia dessa vez. Eu quero dizer, você nem imagina a bagunça da última vez, centenas e centenas de animais alojados em jaulas por 40 dias e noites.

    — O cheiro — disse Joana — o cheiro era simplesmente insuportável.

    — E não só isso, eu não sei quantas espécies os tigres extinguiram quando escaparam de suas jaulas e começaram a comer coisas.

    — E aquela Arca gigante era tão difícil de manejar.

    — Sim, nós estamos tentando chegar na Flórida. Nós íamos montar o que vocês chamam de um parque temático lá, mas acabamos no monte Ararat.

    — Flórida?

    — Sim. Claro que não se chamava Flórida naqueles dias se chamava Barzaccalajahar.

    Definitivamente uma loucura, eu pensei.

    Eu olhei em volta da Arca novamente, buscando por sinais de qualquer animal, mas nada,— nem mesmo um rato passando.

    — Mas… onde estão os animais? — Eu perguntei de novo.

    — Como eu te disse, nós somos tecnológicos — respondeu Noé — todo animal que está no programa passa pela tela de processamento, — e ele bateu na parede divisória. — É o que chamamos de tela ACTIMORASTIFLAZ. Eu nem poderia começar a te explicar o que o acrônimo ACTIMORASTIFLAZ significa, mas em essência ele reduz o objeto para os seus genes de DNA básicos que são então armazenados em uma espécie de disco desajeitado, — e Noé abriu o que parecia ser um forno micro-ondas montado ao lado de sua mesa e puxou duas tiras metálicas brilhantes do tamanho e grossura de um cartão de crédito. — Este é Giy e essa é Geraldine, os gorilas. — Ele correu os dedos pelos rolos de gavetas, puxou uma e tirou os cartões de dentro. Um brilho arroxeado emanou da gaveta.

    — Mas eu passei pela tela — eu disse — por que eu não fui reduzido a um cartão Visa Platinum?

    — E agora, aqui está. Humanos não estão no programa.

    — Não estão no programa? — Eu perguntei com um senso de descontentamento crescendo.

    — Não, temo que não. O Chefe ficou de saco cheio dos humanos, o maior erro que já cometeu, ele disse. Com as guerras intermináveis e aquecimento global e a destruição das florestas tropicais, a poluição dos oceanos, Deus chegou no limite. Começou a turnê de Volta ao básico. Humanos, eu temo, serão extintos.

    — E não vai demorar muito — adicionou Joana

    — Humanos e moscas!

    — E morcegos, coisas nojentas e bagunceiras.

    — Mas… mas e vocês? Vocês não são humanos? — Eu perguntei.

    — Deus do céu, não!

    — Deus me livre!

    — Nós somos solabnods.

    — E orgulhosos disso.

    — Solabnods?

    — Do planeta Solabno, na Galáxia Malaknid, 179,000,000,000,000,000 e 2 anos luz daqui.

    — Levamos mais uma semana para chegar aqui, mas o trânsito estava tão pesado perto de Andrômeda.

    Naquele momento uma luz começou a piscar no computador-estrume.

    — Noé, você tem um D e-mail, — disse Joana.

    — D mail? — Eu perguntei.

    — Sim, tipo um e-mail, — ela respondeu, — mas é Yehovah.com no lugar de yahoo.com. Um servidor nem mais poderoso. O que foi querido? — Joana perguntou.

    — Deus quer que arrumemos as coisas imediatamente. Parece que a tempestade está se movendo mais rápido do que o previsto, algo a ver com ventos solares, aparentemente.

    Noé veio até mim e apertou minha mão.

    — Foi um prazer conhecê— lo, parceiro, mas eu duvido que nos veremos de novo.

    — Sim, foi ótimo te encontrar — ecoou Joana, falsidade saindo dela como água escorrendo de um morcego.

    Noé me empurrou para fora.

    Estava chovendo.

    Chovendo muito pesado!

    A BARRACA DE LIMONADA

    UM POUCO DO QUE SEGUE ABAIXO REALMENTE ACONTECEU. MEERUT. NORTE DA ÍNDIA, 10 DE MAIO DE 1857

    O sol do entardecer bate sem misericórdia nos toldos coloridos do bazar de Meerut, marcando sombras profundas entre os portais e os infinitos becos tortos do bazar enquanto fragmentos de luz ofuscante de repente saiam das paredes caiadas de branco, uma mistura deslumbrante entre luz ofuscante e sombra profunda.

    Um murmúrio distante, uma vibração como um trem se aproximando da estação, o barulho ondula, e surge e com raiva, gritos enfurecidos começam a ecoar das ruas e vielas, um inchaço de ódio, de raiva e de sede de sangue. A uma boa distância, um brilho laranja permeia o céu enquanto um pilar rodopiante de fumaça o escurece.

    Apavorado, o rosto dele estampado de terror, um jovem soldado britânico corre por sua vida, perseguido pela plebe movida a ódio disparando sua raiva enquanto perseguiam o Dragão pelas vielas estreitas e ruas do bazar. Os gritos de ódio enchiam os ouvidos e o medo enchia seu coração enquanto eles o perseguiam.

    Mat karo, Mat karo, Siphai jai, — eles gritam — Matar! Matar!

    — Me ajudem! Me ajudem! — ele grita em retorno, seu pranto sufocado pela multidão se aproximando de seus calcanhares.

    As vielas estreitas agora estão cheias de soldados indianos de infantaria e cavalaria fora de serviço, vendedores em suas barracas barganhando, bibis vestidas de sari com pequenos chicos pelados sobre suas saias que gritavam e xingavam o pequeno Guarda Dragão enquanto ele corria por sua vida… correndo como se todos os banshees do inferno estivessem atrás dele. Seus pulmões fumegantes ansiavam por ar no calor, umidade, poeira, nos fétidos e sem ventilação becos recheados com o fedor de urina, fezes humanas, bosta de vaca, ricas especiarias e fumaça vinda dos incontáveis pequenos braseiros de comida.

    Seu Shako, quepe militar cilíndrico, voou de sua cabeça e foi chutado para o lado pela barulhenta, tumultuada e raivosa multidão, gritando e berrando incoerentemente, vendo somente sua presa aterrorizada a sua frente, sem se dar conta de nada exceto a flamejante necessidade de matar o odiado gora-log, os instintos da multidão sobrepondo qualquer outra coisa.

    Hatya! Hatya. Hatya. — Matar. Matar. Matar.

    Imagine, se puder, o terror dele enquanto corria pelas apertadas, sinuosas

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