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Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)
Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)
Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)
E-book525 páginas2 horas

Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)

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Sobre este e-book

A presente antologia tem por objetivo dar a conhecer uma representação literária da homossexualidade masculina e feminina entre 1860 e 1910. O discurso literário, incluindo a sátira, mas não só, também participou na “invenção do homossexual” em terras lusas, acompanhando o discurso médico coevo e a construção da legislação condenando os atos “contra natura”. Os textos antologiados não somente ilustram a cultura homossexual masculina na Lisboa da época, como também são uma resposta satírica e obscena à mesma, alguns com uma dimensão anticlerical, muito ao gosto dos republicanos.

Embora a poesia satírica do período pouco se tenha interessado pela homossexualidade feminina, sinal da sua invisibilidade social em Portugal e do rigor do regime patriarcal, a lésbica não deixa de constituir uma fonte inesgotável para as fantasias eróticas masculinas heterossexuais, fantasias visíveis no sem fim de contos, romances e novelas publicados na época e de que daremos, nesta antologia, uns meros exemplos.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de dez. de 2019
ISBN9789898575968
Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)
Autor

Fernando Curopos

Fernando Curopos é professor auxiliar com provas de agregação na universidade Sorbonne Université. Autor de "António Nobre ou la crise du genre; L’Émergence de l’homosexualité dans la littérature portugaise (1875-1915)"; "Queer(s) périphérique(s): représentations de l’homosexualité au Portugal (1974-2014)"; "Lisbonne 1919-1939: des Années presque Folles". Codirigiu, com Maria Araújo da Silva, o volume "Paris, Mário de Sá-Carneiro et les autres". A sua pesquisa tem incidido sobre questões de género, sexualidade e assuntos queer na literatura portuguesa finissecular, modernista e contemporânea. Tem trabalhado sobre cinema português numa perspetiva crítica LGBTQ.

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    Versos Fanchonos, Prosa Fressureira - Fernando Curopos

    Versos Fanchonos

    Prosa Fressureira

    uma antologia

    1860-1910

    Organização e Introdução de

    Fernando Curopos

    INDEX ebooks

    2019

    Ficha técnica

    Título: Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: uma antologia (1860-1910)

    Organização, Introdução e Notas: Fernando Curopos

    Capa: pormenor de ilustração de Sensualidade e Amor (1891), de Arsénio de Chatenay.

    Revisão: João Máximo, Luís Chainho e Patrícia Relvas

    Coleção Clássicos de Literatura Gay: número 8

    Data de publicação: 2 de dezembro de 2019

    Edição 1.01 de 15 de dezembro de 2019

    Copyright © Fernando Curopos, João Máximo e Luís Chainho, 2018

    Todos os direitos reservados.

    Esta publicação não poderá ser reproduzida nem transmitida, parcial ou totalmente, de nenhuma forma e por nenhuns meios, eletrónicos ou mecânicos, incluindo fotocópia, digitalização, gravação ou qualquer outro suporte de informação ou sistema de reprodução, sem o consentimento escrito prévio dos editores, exceto no caso de citações breves para inclusão em artigos críticos ou estudos.

    INDEX ebooks

    www.indexebooks.com

    indexebooks.com@gmail.com

    www.facebook.com/indexebooks

    Lisboa, Portugal

    ISBN: 978-989-8575-96-8 (ebook)

    ISBN: 978-1709573620 (papel)

    INTRODUÇÃO

    No primeiro volume da sua História da Sexualidade, Michel Foucault encara o discurso médico e psiquiátrico como principal agente criador da homossexualidade. O filósofo argumenta que "a homossexualidade apareceu como uma das figuras da sexualidade quando foi abatida à prática da sodomia, passando a uma espécie de androginia interior, um hermafroditismo da alma¹. Os dissidentes sexuais são doravante classificados pela medicina psiquiátrica segundo uma nova categoria e a homossexualidade entendida como patológica: O sodomita era um relapso, o homossexual é agora uma espécie²".

    A primeira ocorrência do neologismo de raiz greco-latina, homossexualidade (homosexualität), aparece num panfleto publicado em 1869, sem nome de autor, por um jornalista húngaro de língua alemã, Károly Mária Kertbeny (1824-1882), militante a favor da despenalização das relações sexuais entre homens na Alemanha. Nesse mesmo ano, o alienista berlinense Karl Westphal (1833-1890) publica um artigo no qual identifica "a sensação sexual contrária que considera um desvio inato ligado a sintomas hereditários³". Mas é sobretudo o médico psiquiatra Richard von Krafft-Ebing (1840-1902) que, ao incorporá-lo na sua obra Psychopathia Sexualis⁴ (1886), vai popularizar o neologismo e o seu contrário: a heterossexualidade. Nesse meio tempo, outra palavra vai ter um sucesso duradouro: a inversão sexual, termo cunhado em 1878, [pelo médico] italiano Arrigo Tamassia⁵. Desses dois termos, homossexualidade e inversão, é este último, e o seu corolário, o invertido, que serão mais rapidamente incorporados no discurso social português.

    Embora D. Sebastião Pires de Castro e Noronha, personagem central de O Barão de Lavos (1891), primeiro romance em língua portuguesa a retratar o percurso de vida de um homossexual, nunca seja qualificado com a taxonomia recém-inventada – homossexual ou invertido – os seus atos são definidos como uma "inversão sexual, expressão que Abel Botelho foi procurar no discurso médico da época, nomeadamente nas produções de Jean-Martin Charcot, Valentin Magnan, Krafft-Ebing, Karl Westphal e Paul Moreau de Tours⁷. No entanto, à inversão sexual e à perversão do sentido genésico⁸ que descobre com esses médicos, o autor prefere o termo mais comum de pederastia, essa obscena invenção de Ganimedes⁹, vocábulo algo elitista, que transcreve parte da vivência do barão, mas que remete para uma inteligibilidade da relação erótica entre ele o seu amante, Eugénio".

    Com efeito, enquadra-se perfeitamente nos "luxos gregos¹⁰" denegridos por Botelho, o binómio erastes/eroménos¹¹ do modelo pederástico helénico que, como veremos, tem uma vertente mais popular. Todavia, é de notar que, embora o barão desempenhe a função de erastes junto de Eugénio, a sua sexualidade, que o narrador qualifica de feminina, passa a ser totalmente outra no final do romance:

    [...] a porção de feminilidade subjacente neste ascoento epílogo de raça, fizera explosão por completo. Ansiava o barão por entregar-se. Queria por força realizar as abjetas imaginações, as execráveis quimeras que, do berço¹², lhe arranhavam a sensualidade. A perversão do sentido genésico ganhara por fim o ascendente. Por isso agora a circuitagem de noctívago do barão não coleava tanto de volta dos efebos, como em roda dos tipos de músculo e de força, dos marujos, dos militares e dos cocheiros.¹³

    Assim, depois de ter cortado relações com o seu eroménos, o barão deixa de ser um erastes, e a palavra pederastia é suplantada por uma expressão oriunda do discurso médico coevo¹⁴, mostrando portanto a nova realidade aí retratada, a perversão do sentido genésico, isto é, uma homossexualidade inata (do berço) que ganha o ascendente no personagem e faz dele um homossexual em busca de homens supostamente viris.

    Os termos inversão e invertido já tinham no entanto ganho em popularidade, dez anos antes da publicação do romance, aquando da rusga da polícia, no dia 6 de agosto de 1881, numa casa de hóspedes da Travessa da Espera, em Lisboa, onde o Marquês de Valada (1826-1895), par do Reino, é apanhado em flagrante com um soldado de infantaria¹⁵. A esse escândalo juntam-se outros¹⁶, amplificados pela imprensa humorística da época numa verdadeira tragicomédia da inversão¹⁷, como lhe chamou António Fernando Cascais. 

    Quanto ao termo homossexual, é primeiro adotado pela "língua científica antes de preparar a sua lenta passagem discursiva para o grande público¹⁸". Esse grande público é contudo muito restrito em Portugal, constituído essencialmente pelos leitores burgueses, os únicos a poderem entender o trocadilho de Homem-Pessoa para qualificar O Bispo de Beja no poema satírico epónimo publicado em 1910: "Ecce homo… sexual…!¹⁹. É com certeza a primeira ocorrência do termo fora da literatura científica, um vocábulo ainda em vias de estabilização no grande público, já que Mário de Sá-Carneiro utiliza o termo homossexualista²⁰" numa carta a Fernando Pessoa, enviada de Paris em 1913.

    Se a palavra que define a suposta identidade sexual do Bispo de Beja, D. Sebastião Leite de Vasconcelos (1852-1919), acusado de ter feito propostas contra natura a um padre da sua diocese, é facilmente descodificada em 1910²¹, é porque a homossexualidade (significado e significante) já era, desde há alguns anos, objeto de discurso social e literário, um discurso aliás muito mais desenvolvido do que o das ciências médicas, muito atrasadas e timoratas sobre o assunto em Portugal. De facto, a primeira pesquisa dedicada totalmente ao tema, A Inversão Sexual, de Adelino Silva²², só será publicada em 1895. Sete anos mais tarde, o psiquiatra António Egas Moniz debruça-se sobre o assunto em A Vida Sexual, II, Patologia (1902)²³, obra logo seguida por um estudo de Albano Pereira dos Santos, Perversão Sexual²⁴.

    Assim, na Ocidental praia lusitana, vão coexistir, durante um tempo, um saber sobre a homossexualidade, importado essencialmente da França e da Alemanha, e personagens com uma vida sexual fora da norma. São esses mesmos personagens e a subcultura homossexual da Lisboa de oitocentos, tornada visível, que vão informar os autores e caricaturistas²⁵ da época e dar azo a toda uma produção satírica renovada. Logo, parece-nos essencial adotar uma certa distância crítica com relação à invenção do homossexual. Com efeito, como aponta Didier Éribon:

    [Foucault] só se interess[ou] pela cultura de elite, como se as transformações que afetaram a homossexualidade nos séculos XIX e XX tivessem sido limitadas a um espaço circunscrito pelos psiquiatras e os escritores. [...] É preciso não esquecer que a cultura popular, isto é os modos de vida e de sociabilidade, tiveram com certeza um papel muito mais importante na elaboração de uma consciência de si e de uma consciência coletiva de si.²⁶

    Ora, se o poeta satírico António Lobo de Carvalho (1730-1787) já notava em pleno século XVIII que "perdeu tanto a voga o pobre cono / que até certo taful²⁷ viu em Lisboa / gato sodomita e cão fanchono²⁸, o certo é que a partir da segunda década do século XIX, como em outras grandes capitais europeias, emerge em Lisboa uma comunidade homossexual nitidamente visível e com uma consciência coletiva de si".

    Essa visibilidade vai também dar lugar a uma proliferação de vocábulos para designar esses dissidentes sexuais. Ao termo bíblico, sodomita, já tinha sido acrescentado no século XVI o lexema fanchono (do italiano fanciullo), desdobramento do termo puto, sendo que a etimologia de ambos vocábulos designava uma mesma realidade, a de um rapaz pré-adolescente. No entanto, se o termo puto designa sempre o jovem paciente nos atos homossexuais, sendo o fanchono o adulto agente da relação erótica, atualização moderna do binómio erastes/eroménos, o certo é que nem todos os fanchonos tinham contactos sexuais com jovens adolescentes, pois muitos deles preferiam a companhia de homens muito mais crescidos, como fica explícito na fisiologia do fanchono, primeira tentativa de classificação das relações sexuais entre homens em Portugal:

    Entre nós três espécies distintas de fanchonos oferecem suficiente individualidade, para merecer as honras de uma descrição fisiológica [...]: – o fanchono por vocação – o fanchono por necessidade – o fanchono porco.

    O fanchono por vocação, que faz figas ao buraco por onde saiu, que sente convulsões nervosas quando vê a mulher, [...] vai saciar prazeres que ele julga só se podem verdadeiramente gozar nas macias e acetinadas mãos de um puto [...]. 

    O fanchono por necessidade é ao contrário daquele, um homem prudente que o receio do gálico fez abraçar uma nova seita ou que, por colocado em circunstâncias especiais, vai comendo a sua punheta por distração. [...] O sémen derramado pelas mãos ou no cu de um puto, afoga as saudades do cono.

    O fanchono porco, esse que se entusiasma em presença de um gaiato esfarrapado, que sente admiração por um galego nojento, que se extasia diante de um porta-machado, é na realidade um tipo incompreensível, e do qual a nossa humilde pena se recusa a descrever os nojentos contornos.²⁹

    Nessa tipologia, o fanchono que mostra gostar de homens adultos e viris, como só poderiam ser os porta-machados, é visivelmente o mais abominado. O pressuposto é que se trata de uma relação entre adultos, sendo neste caso o fanchono porco o paciente.

    Nos finais do século XVIII aparece um sinónimo para o termo fanchono – sacana –utilizado sobretudo para qualificar homens que têm relações sexuais com homens ativos, daí os sacanas serem descritos com ademanes femininos, como se poderá verificar nos versos compilados. É de notar que o substantivo sacana vem duplicar a palavra puto, embora não seja um sinónimo perfeito. De facto, se o puto é um jovem prostituto, o sacana já não é assim tão jovem. Por conseguinte, a relação existente deixa de ser encarada como uma relação de tipo pederástica.

    A partir de meados de oitocentos, os termos eruditos sodomita e pederasta começam a ser suplantados por outros lexemas, reflexo de uma mudança na sociedade. Com a extinção gradual da inquisição ao longo do século XVIII e a sua extinção definitiva em 1821, não só a subcultura homossexual como também a sua representação literária ganham em visibilidade na capital portuguesa. Embora exageradas, as referências à homossexualidade masculina na literatura e paraliteratura coeva não deixam de ser o reflexo de uma realidade social. Sendo doravante as perseguições menos apertadas, os engates homossexuais passam a ser mais óbvios, os espaços de prostituição e de consumo sexual multiplicam-se³⁰, o drag³¹ e o camp ganham asas:

    Uma malta de sacanas, ocupa dois bancos junto do Lago [de São Pedro de Alcântara³²], rolando-se pelos assentos, dando apalpões uns aos outros, e entretendo um diálogo acalorado, como esta amostra:

    — Olha a Gran Duqueza fode-se agora com o confeiteiro de S. Lázaro. [...] anda como um cavalo; e o seu luxo são bouchés³³, e gosta que lhe metam a língua no cu.

    — Por isso ele anda tanto em cima, respondeu um espevitado de cara rapada, com os colarinhos decotados até as mamas, salpicadas de cabelos... Só eu não encontro senão pataqueiros³⁴...

    Nisto um sacana rechonchudo, com um grande laço no pescoço, aprumou-se todo, e flauteou o seguinte discurso para os pívias³⁵ presentes:

    — Cá estou eu calado, e ainda ontem, fui decair para a avenida da Liberdade com um magala do 2, e saltaram-me 11 carangos da mesma companhia, cada um com seu caralho de meio metro, e ferraram-me uma geral que tenho o olho do cu a escorrer sangue.³⁶

    No calão do segundo quartel do século XIX, o termo panela era sinónimo de cu e o lexema paneleiro passou, por analogia, a designar o homossexual, condenação laica da sodomia quando praticada entre homens. Embora esse vocábulo venha suplantar o antiquado fanchono e o lexema sacana, mais recente, surgem outros termos no calão da época, fresco e pêssego, prova de uma visibilidade cada vez maior da homossexualidade na Lisboa finissecular. Conquanto o lexema fresco deixe de ser utilizado em Portugal para designar um homossexual na segunda década do século XX, o vocábulo terá a fortuna que se sabe em terras brasileiras. Quanto ao pêssego, vai continuar a ser sinónimo de homossexual até aos anos 1930, deixando paulatinamente de ter esse sentido, mas guardando no entanto uma conotação sexual na linguagem popular atual, já que o termo designa, em algumas regiões portuguesas, um homem jovem e bonito.

    Assim, enquanto o discurso psiquiátrico inventa o homossexual, a língua popular multiplica os termos para designá-los: frescos, pêssegos e paneleiros. Esses substantivos vieram suplantar o termo bíblico sodomita e os antiquados putos, sacanas e fanchonos, dando a ver uma realidade social que já não coincide com o pecado nefando condenado pela Igreja, mas que ainda não se encaixa no quadro científico em vias de construção e consolidação em Portugal.

    O objetivo da presente antologia será portanto dar a conhecer uma representação literária da homossexualidade masculina e feminina durante um curto período temporal, indo de 1860 a 1910. Isso para demonstrar como o discurso literário, incluindo a sátira, mas não só, também participou na invenção do homossexual em terras lusas. Os textos antologiados não somente mostram a cultura homossexual masculina na Lisboa da época, como também são uma resposta satírica e obscena à mesma, alguns com uma dimensão anticlerical à mistura, muito ao gosto dos republicanos, se bem que esse tema seja consubstancial à literatura fescenina, ávida de transgressão.

    Contudo, é de notar que nem todos condenam os atos homossexuais, e o longo poema Elogio à Punheta pode ser mesmo considerado como o primeiro texto escrito em língua portuguesa em defesa da homossexualidade, tanto masculina quanto feminina. Para mostrar a naturalidade da homossexualidade, o orgulhoso vate enumera uma série de homossexuais e lésbicas célebres, ligados ao poder político e militar, à Igreja, à cultura e à ciência. Logo, esse poema redigido no tempo em que surgem os primeiros tratados de patologização das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, e num período de repressão à prostituição masculina, aos lugares de engate e de convívio homossexuais, iniciado pelo Governador Civil da Cidade de Lisboa, António Maria Barreiros Arrobas (1824-1888), indicado ao cargo em abril de 1881, pode ser considerado como um verdadeiro discurso reverso ("discours en retour³⁷), como definido por Foucault, um texto em que o autor vira ao avesso o estigma ligado à homossexualidade, num verdadeiro ato de resistência e orgulho fanchono".

    Embora já circulassem, desde há muito³⁸, textos vertendo sobre a homossexualidade, temos que a maior compilação

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