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Viagens pelo Rio Amazonas: Cartas do Mundus Alter
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E-book223 páginas3 horas

Viagens pelo Rio Amazonas: Cartas do Mundus Alter

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Sobre este e-book

Com este livro, o poeta Gonçalves Dias nos oferece descrições e reflexões sobre o rio Amazonas, o processo de colonização da Amazônia no contexto colonizatório brasileiro. A escrita nos leva a construir imagens paralelas quando o assunto é a enormidade das águas, o modo de vida dos indígenas (1861-1862), as Amazonas, a fauna e a flora, o que nos leva a seguir viagem com o autor. É uma leitura importante para quem tem interesse pela Amazônia.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de nov. de 2023
ISBN9786555852172
Viagens pelo Rio Amazonas: Cartas do Mundus Alter

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    Viagens pelo Rio Amazonas - Gonçalves Dias

    Livro, Viagem pelo rio Amazonas - cartas do Mundus Alter. Autores, Gonçalves Dias. Editora Valer.Livro, Viagem pelo rio Amazonas - cartas do Mundus Alter. Autores, Gonçalves Dias. Editora Valer.

    SUMÁRIO

    UMA VIAGEM COM GONÇALVES DIAS

    CARTA A UM AMIGO SOBRE A AMAZÔNIA

    HISTÓRIA PÁTRIA

    CAPÍTULO I – REFLEXÕES SOBRE OS ANAIS HISTÓRICOS DO MARANHÃO POR BERNADO PEREIRA DE BERREDO

    CAPÍTULO II– RESPOSTA À RELIGIÃO

    CAPÍTULO III– AMAZONAS

    NOTAS

    CAPÍTULO IV – O DESCOBRIMENTO DO BRASIL POR PEDRO ÁLVARES CABRAL FOI DEVIDO A UM MERO ACASO?

    REFLEXÕES ACERCA DA MEMÓRIA DO ILUSTRE MEMBRO O SR. JOAQUIM NORBERTO DE SOUSA E SILVA

    ÍNDICE ONOMÁSTICO

    Uma viagem com Gonçalves Dias

    Marcos Frederico*

    Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), o grande poeta da primeira geração romântica brasileira, tornou-se conhecido e idolatrado – em sua época e ainda hoje – pelo seu grande talento lírico, pelo arrojo poético de suas imagens e pelo excelente trabalho com os metros dos versos. Um poema, porém, o tornou famoso: a Canção do exílio, composta em 1843, quando o poeta estudava em Coimbra,

    Pertenceu à corrente indianista, aquela que exaltou o índio brasileiro, elevando-o à categoria de herói. Nessa vertente, escreveu poemas líricos imortais, como Marabá e O Canto do Piaga. Elaborou também os poemas épicos Os Timbiras e I-Juca-Pirama – o título deste último significa aquele que deve morrer.

    Outro Gonçalves Dias nos revela este livro: o ensaísta polêmico, o historiador com uma visão que acreditamos fosse contestadora e arrojada em sua época. Nele não nos deparamos com o poeta sensível e musical, com o poeta que, sofrendo as dores do amor, trabalhou de forma plangente e dolorida esse sentimento. Com um poeta capaz de elevar o gênero lírico a píncaros onde só os grandes chegaram. O que vemos nesta obra é um raivoso (no bom sentido) debatedor, que, para impor suas ideias, argumenta com bastante tenacidade.

    Divide-se este livro em quatro partes, aliás, cinco, pois, como Apresentação, encontra-se uma carta de Gonçalves Dias ao amigo Antônio Henriques [Leal]. Essa missiva é elucidativa do título e do subtítulo da obra. Sabendo-se que o poeta jamais viajou pelo rio Amazonas – mas apenas pelo Madeira e pelo Negro –, qual a razão do livro se chamar Viagem pelo rio Amazonas e ter como subtítulo "Cartas do mundus alter? Pois a resposta ao enigma está nessa carta. Mesmo a obra não sendo publicada pelo autor, é elucidativo e fato de ele viajar por outro mundo que não o da poesia. E viajar em assuntos tão densos como o são as águas do real rei dos rios do universo", como disse o cearense Quintino Cunha.

    Observa-se uma percepção diferente da vida – não apenas do poeta, mas da sociedade do tempo. Assim, ao tratar da bacia fluvial, Gonçalves Dias diz que o Amazonas, o Solimões e o Maranhão, esta trindade fluvial num só corpo, é um grande destruidor; mas também um criador por excelência. Ilhas e praias faz ele ou desmancha com assombrosa facilidade. Também o espanta o fenômeno da terra caída; apesar disso, elogia a região (na época não havia o termo Amazônia), descrevendo-lke as maravilhas e antecipando aquilo a que Mário Ypiranga Monteiro chamaria de edenismo, a tendência a supervalorizar as benesses dos rios e da floresta.

    Entretanto, temos depois o reverso da medalha: o infernismo, momento em que chega a vez dos malefícios. Com alguma ironia, o poeta indianista afirma que estamos na ilha de Calipso sem a deusa e sem as ninfas que a serviam. E relaciona os meruins, os micuins, os piuns, os mosqueteiros, as mutucas e os carapanãs – as aranhas, os lacraios, as cobras, todo o arsenal do Diabo em número infinito de instrumentos. Nesse momento, estamos diante de um autor que preserva a verdade, diferente do poeta romântico idealizador da natureza.

    Na História Pátria, capítulo I, Dias faz uma crítica a Bernardo Pereira de Berredo, português que escreveu sobre a História do Maranhão. É a ocasião em que, perfeitamente sintonizado com os ideais indianistas, defende os impropriamente chamados selvagens. Sobre as posições ideológicas de Berredo assim o condena: O que é português é grande e nobre; o que é de índios é selvático e irracional; o que é de estrangeiros é vil e infame. Em relação aos nativos brasileiros, diz que Berredo nos índios só vê bárbaros, nos franceses piratas, [n]os holandeses heréticos e sacrílegos: é tudo um misto de patriotismo exclusivo e de cego fanatismo, porque Berredo é o órgão dos colonos portugueses com todas as suas crenças, com todos os seus preconceitos.

    Com extrema argúcia, percebe que a tática dos portugueses, apesar de condenável, foi mais eficaz que a dos holandeses: estes não dividiram os indígenas, ao contrário do que fizeram os lusitanos.

    Dias lamenta sempre a sorte dos nativos, por isso afirma: O primeiro tópico de que havemos de tratar na história do Brasil é dos índios. Eles pertencem tanto a esta terra como os seus rios, como os seus montes, e como as suas árvores. Apesar de louvar os primeiros habitantes da terra, percebe-se que ele não desmerece a civilização branca.

    Com a consciência possível a seu tempo, o poeta não percebe o que os mitólogos chamam de deprivation (não o percebe, evidentemente, com essa nomenclatura). Esse fenômeno é caracterizado pelo decréscimo populacional dos povos indígenas, pela perda de suas terras e de sua cultura, pelas doenças trazidas pelo branco. Mas o poeta registra que, mediante a cisão das tribos, várias etnias se deslocaram. Dá como exemplo os tupinambás, que saíram de Pernambuco e foram até o Maranhão. Acrescentamos a essa informação que esse povo veio até o Amazonas, haja vista a ilha onde se situa Parintins se chamar Tupinambarana.

    Também o poeta sonha com uma inversão que favoreça os índios, com um fim de mundo que estabeleça um recomeço diferente. Sem o saber, ele aspira ao que se define em mitologia como milenarismo: Deus havia de dar uma volta a este mundo, fazendo que o céu ficasse para baixo e a terra para cima, e que os índios haviam de dominar os brancos, assim como então os brancos dominavam os índios! Eis aí o raivoso debatedor a que nos referimos.

    O capítulo II é uma extensão do primeiro. Trata-se de um artigo em que Gonçalves Dias responde aos redatores da revista Religião, que criticaram o seu artigo sobre Berredo, principalmente porque ele não atacou apenas o historiador, mas também os jesuítas.

    No capítulo seguinte encontramos uma dissertação muito erudita sobre a existência ou não das amazonas. Para defender seu ponto de vista – que é o de negar a existência das chamadas mulheres guerreiras –, Dias faz um percurso histórico verdadeiramente impressionante e nos deixa abismados e deleitados com o volume de informações que transmite. Situa essa lenda nas antigas Cítia e Líbia; percorre a mitologia grega, quando Hipólita, a rainha amazona, entregou o cinturão a Hércules; expõe a opinião de vários autores, inclusive um para quem as amazonas não eram senão homens bárbaros, chamados mulheres por seus inimigos por usarem vestidos compridos como as mulheres da Trácia, trazerem o cabelo em coifas e raparem a barba.

    Chega então o momento maior dessa viagem diacrônica que se empreende com Gonçalves Dias. Depois de percorrer terras e lugares os mais diversos, ele nos traz ao rio Amazonas, rio que tirou seu nome dessas mulheres. Antecipando o que, mais de cem anos depois, diria Sérgio Buarque de Holanda sobre o fenômeno, qual seja, o de que ele não passa de uma transposição cultural, o poeta afirma sobre os muiraquitãs (termo que lhe era desconhecido), aos quais ele chama de pedras verdes:

    Se, porém, os antigos [...] davam o nome genérico de esmeralda a todas as pedras verdes, – a mais estimada, a mais bela de todas, a verdadeira esmeralda era a pedra do país das amazonas – a esmeralda da Cítia. Quero crer, portanto, não só que a íntima correlação da história das pedras verdes com as das amazonas é uma recordação da Antiguidade, como que é desse fato que se originou a fé nos seus pretendidos milagres.

    Outra afirmação sobre as lendárias guerreiras, no mesmo sentido das feitas pelo autor de Visão do paraíso, é a seguinte: É certo que esta tradição correu entre os indígenas do Amazonas, e correrá talvez ainda hoje. Mas quanto a mim não fica explicado – se foram os europeus os que a receberam dos índios – ou se pelo contrário, como creio, foram eles que lhes transmitiram.

    Devido às insuficiências de informação no século XX, Dias praticamente ignora frei Gaspar de Carvajal, citando-o apenas uma vez. Carvajal, como integrante da expedição de Francisco Orellana, foi o primeiro a relatar um episódio envolvendo as amazonas. Entretanto, o poeta deseja saber o porquê da certeza dos historiadores sobre a sua existência: Se não existiam [...] que motivos tiveram Orellana e Cristóvão da Cunha, seu fiador, para nos asseverarem a sua existência. Parece haver, no caso, uma confusão entre Carvajal com outro jesuíta: Cristóbal Acuña (nomeado como Cristóvão da Cunha), que integrou a expedição de Pedro Teixeira em 1637, quase cem anos depois da de Orellana.

    Além da tese de transplante cultural, Dias invoca os exageros dos viajantes, como o de sir Walter Raleigh, que descreveu criaturas extraordinárias, seres monstruosamente fantásticos, tais como os ewaipanomas, nação de acéfalos que tinham os olhos nas espáduas e a boca nos peitos.

    Para finalizar a terceira etapa da viagem pelo rio histórico das amazonas, vejamos esta afirmação:

    Vencidos e aniquilados os tupinambás, o que seria das suas mulheres? Conduzidas pelo resto dos guerreiros da tribo, a maior parte dos quais seriam provavelmente velhos e crianças, retrocederiam na sua emigração; e como os velhos e crianças sucumbiriam mais facilmente aos incômodos e fadigas da jornada chegariam de volta ao Amazonas, quase sem homens, donde, na linguagem figurada dos índios, lhe poderá ter vindo a designação – de aikeambenano, ou de mulheres que viviam sem homens.

    Torna-se impossível não nos lembrarmos do argumento inicial de Jurupari, a guerra dos sexos, drama de Márcio Souza.

    Finalmente, a última etapa da viagem, no capítulo IV. Nele, outra vez o erudito polemista toma o lugar do poeta. Sua tese agora, divergindo de uma Memória escrita pelo senhor Joaquim Norberto de Sousa e Silva, é a de que a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral aconteceu por mero acaso. Elegantemente, ele elogia o amigo Joaquim Norberto, embora exponha visão oposta sobre o fato que discorre:

    Adotando plenamente a opinião do ilustre membro deste instituto, seja-me permitido pôr em dúvida a suficiência dos documentos em que ele se baseia, para provar que em Portugal se tinha conhecimento das terras que Pedro Álvares descobriu, não por mero acaso, mas desmandando-as como por propósito deliberado.

    E nesse ponto temos novamente uma aula de erudição. Dias começa falando da vinda de navegantes europeus à América no final do século X. Em seguida, trata de Cristóvão Colombo, de sua tenacidade e de como, tendo seus projetos rejeitados pelo rei de Portugal, foi financiado pelos soberanos católicos da Espanha.

    Em relação à viagem, ele pouco fala em Pero Vaz de Caminha, o autor que, com sua Carta, deu origem à literatura brasileira. Esse documento, dirigido ao rei português, constitui-se também no primeiro documento de nossa história. O poeta romântico, porém nos causa um estranhamento, quando afirma: Outro documento é a carta do bacharel, Mestre João, datada de 1.º de maio de 1500, escrita da frota de Pedro Álvares ao rei de Portugal, na ocasião do descobrimento do Brasil. Qual seria, pois, o entendimento no século XIX sobre o assunto? A respeito de Caminha, Dias a ele se refere mais adiante, citando um trecho da famosa Carta.

    Para Gonçalves Dias, Cabral, a fim de transpor com mais segurança o cabo das Tormentas, no sul da África, navegou distante da costa ocidental desse continente, sendo arrastado por correntes marítimas até a terra que viria a se chamar Brasil. Aduz como prova, dentre ouras, uma afirmativa de Pero de Magalhães Gândavo, autor do Tratado da terra do Brasil: Reinando aquele muito católico e sereníssimo príncipe el-Rei D. Manuel, fez-se uma frota para a Índia, de que ia por capitão-mor Pedro Álvares Cabral, que foi a segunda navegação que fizeram os portugueses àquelas partes do Oriente.

    Considera ainda o poeta que a frota de Cabral se compunha de treze naus, abarrotadas de mercadorias para o comércio nas Índias. Com razão, afirma que nem Portugal nem Espanha, as duas potências do século XVI, mandaram nunca esse número de velas a fazer descobrimentos.

    Além do conhecimento que demonstra, seduz-nos a lógica expositiva de Gonçalves Dias, com seus períodos longos (próprios de seu tempo) e bem estruturados. Ler a prosa desse poeta canônico é navegar por um rio Amazonas de informação e de cultura. Voltamos ilustrados com uma viagem que não foi em vão, graças ao cicerone.

    Carta a um amigo sobre a Amazônia

    Antônio Henriques

    Manaus, 20 de dezembro de 1861.

    Principio agora com uma série de cartas,¹ tão longas cada uma delas, que o nosso correio, segundo desconfio, tais não deixará chegar às mãos, senão por intermitências. Se te chegarem constantemente, é que ele o fará de velhaco, pelo gosto de me dar um desmentido perante o respeitável, tão pouco respeitado. Ainda bem se o fizer!

    As nossas coisas te interessam na dupla qualidade de brasileiro e investigador assíduo de tudo quanto respeita à nossa pátria. Aí vão, pois, umas notícias curiosas e necessárias, como as batizaria o P.e Simão de Vasconcelos: cousas que a uma te mortifiquem e consolem, como a lança d' Abraão, que ao mesmo tempo levava à boca o mel e o ferro – receita a que teu colega Willis deu modernamente a designação de xarope calibeado. Vende-se na botica, e tanto basta para ser abominável.

    Todavia, apesar destas reminiscências bíblico-farmacêuticas, vai isto escrito ao que a pena dá, sem veleidade científica e sem pretensões au grand jour de la publicité.

    O Amazonas!

    Ao pronunciar esta palavra todo o coração brasileiro estremece. Os que têm visto sabem que a seu respeito se tem escrito mais ou menos do que a verdade; os que não viram ainda conservam e guardam lá em um dos escaninhos da alma o desejo de o avistar ainda algum dia, pois, no meio de tudo, crê que o Amazonas nada mais é do que um rio. Vê-se e admira-se, mas é só com o auxílio da reflexão que ele se torna assombroso. Navega-se por um imenso lençol d' água, onde o vento levanta tempestades perigosas, – onde a onça e a cobra se afogam por não poderem cortar a corrente, e como que o espírito se satisfaz pensando ter já contemplado o Amazonas! – mas o que se vê de um lado e de outro são ilhas – e além destas ilhas outros canais tão volumosos como estes, e além destes, novas ilhas. A alma então se abisma não podendo fazer uma ideia perfeita do que é esta imensidade.

    Supõe tu pois, um imenso arquipélago, porque de cada um dos seus grandes confluentes podes dizer que tem ainda para mais de mil ilhas e nele despejam alguns milhões de braças cúbicas de água por hora! Terra firme chama-se somente a que não é alagadiça, as margens chama-se praias, as águas elevam-se em ondas, o vento conhece-se no seu elemento. Os termos, mesmo da navegação de longo curso, quero dizer – do alto-mar, não se estranham, antes parecem aqui necessários.

    Queres ouvir?

    Um dia, em viagem do Pará para o rio Negro, navegávamos com mar um pouco picado no magnífico vapor Manaus da Companhia do Alto Amazonas. Seriam duas horas da tarde, e estávamos todos sobre a tolda, quando de repente brada uma voz não sei de onde: – homem no mar! Inquietos e sobressaltados, corremos todos à amurada, tripulação e passageiros, e viu-se uma cabeça de preto, que fugia, rápida como seta, pela popa do barco fora.

    Ver naquele oceano uma pobre criatura lutar com o terrível elemento – o perigo em que estava, – a incerteza de salvação, a impressão daquele espetáculo assustador, – tudo estava de acordo com o grito de homem no mar porque

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