Sangue Torcido
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Sobre este e-book
família atravessada por feridas ainda abertas. Cada personagem carrega marcas de
traumas transmitidos e ressignificados a cada geração, costurando e moldando cada
um. O desafeto da mãe, o rancor da irmã, um filho que nunca nasceu, a filha que
partiu, palavras que rasgam como uma faca, o sangue dita os afetos, a dor do vazio.
Um romance sobre solidão e amor, sobre como existir carregando sua história, ou
ainda, como existir apesar da sua história.
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Sangue Torcido - Kaye Djamiliá
Kaye Djamiliá
Prefácio
Quando li Sangue Torcido, eu senti espanto. Como quem encontra algum tipo de diamante escondido, reluzindo distante e ao me aproximar, tirar a areia e pegar nas mãos me dou conta do quão precioso e bonito é. Eu já admirava o trabalho de Kaye nos palcos como atriz e performer, mas ainda não a havia visto dançando no palco da folha e fiquei fascinada assim como quando a vejo em cena, gigante, um vulcão eclodindo.
Em seu romance de estreia, Kaye Djamiliá apresenta uma narrativa cativante em que sonhos, lendas, real e fictício são inseridos em cenários cotidianos da história de uma família marcada por despedidas, dores e reencontros. Bebendo de influências do realismo mágico, Kaye explora imagens míticas, em que o fantástico não nos distancia da história, mas sim, nos aproxima ainda mais do sentimento das personagens, dando corpo, ossos e sangue para cada uma.
As personagens de Sangue Torcido são costuradas com linha vermelha atravessando a carne. A história tem como cenário a zona rural, sem nome ou localização específica, uma cidade pequena com costumes que podem ser reconhecidos em tantas outras espalhadas no Brasil: o falatório entre os vizinhos sobre a vida de todo mundo, a violência costumeira na criação dos filhos, as brincadeiras infantis em águas perigosas, os olhares e amores na varanda de casa. Além disso, Kaye debruça um olhar sensível sobre a vida das mulheres na região, as relações afetivas e os laços familiares que fazem o romance ganhar uma dimensão ampla e atemporal.
De início somos apresentados à Dália, a caçula e a mais impetuosa das três irmãs. Ainda assim, é ela a filha mais amada pela mãe, Graça. Amar Dália é como amar uma tempestade com seus raios e trovões, a luz silenciosa dos raios fascina, mas o estrondo dos trovões estreme o céu e a terra.
Crescendo entre as surras, que faziam parte da criação de qualquer filho gerado ali
e o amor que a mãe dava para tentar recompensar os castigos, Dália vai entendendo o amor como inerente à dor, equilibrando seus sentimentos nas mãos como se fossem brasa, por vezes a queima e por vezes ela faz queimar quem se aproxima.
Auricelia, a mais velha das irmãs, nota as diferenças de tratamento da mãe, carregando no corpo ressentimento e mágoa por ambas. A primogênita não consegue aceitar o gênio da mais nova, nem como a mãe perdoa tudo que ela faz, enquanto com às outras não demonstra a mesma brandura. Auricélia vai crescendo afastada das duas, construindo a própria vida, se entendo com os seus sentimentos e a solidão.
Tereza, a filha do meio, é como o equilíbrio entre Auricélia e Dália. Apesar de também ter certa mágoa da caçula, deixa os ressentimentos de lado com a chegada de Joana, sua sobrinha, e acolhe a menina como uma filha. Se transformando no colo e afago que a criança não conseguia encontrar nem em si, nem na mãe.
Graça, a mãe das três, é como muitas mulheres da região que devota toda sua vida para o casamento mesmo diante de traições, dores e abandonos. Não sabendo como é ser amada, Graça é por vezes também cruel com as filhas. Como leitora, às vezes eu tinha tanta vontade de abraçar Graça e enxugar suas lágrimas, mas em outros momentos eu também só teria vontade de viver longe como Auricélia.
Joana e Dália se conectam por um arame farpado ou fio de nylon prestes a romper-se ao meio, em que as duas o seguram em cada ponta, partindo-as também. Viver com Dália por vezes é existir com a ameaça de um tornado imprevisível e avassalador, é como Joaquim vai perceber com o tempo. Assim como Joana, a filha dos dois.
Depois conhecemos também Lúcia, uma personagem encantadora que surge como uma brisa suave no meio da tormenta, é um sopro de lucidez e conforto que vai sendo plantada no coração daqueles cheios de cicatrizes.
Todas essas relações familiares são narradas por Kaye com um lirismo impactante, há frases que lia diversas vezes de tão lindas que