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Campanha Da Galícia, 1914
Campanha Da Galícia, 1914
Campanha Da Galícia, 1914
E-book147 páginas1 hora

Campanha Da Galícia, 1914

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Sobre este e-book

Em março de 1916, o general Alexey Alexeyevich Brusilov foi nomeado para o comando da Frente Sudoeste, em substituição ao general Ivanov. Como ilustração de originalidade de pensamento militar e de improvisação em grande escala, a ofensiva de Brusilov merece ser estudada. Sua importância tem sido obscurecida pelos acontecimentos que a sucederam na Rússia e pelo colapso geral da sociedade russa, levando consigo muitos dos registros necessários a um estudo detalhado do fato. Mas, os fatos em agosto de 1914 eram outros, talvez um comando antecipado de Brusilov pudesse ter dado uma melhor solução à primeira campanha na Galícia. O cenário do jogo de guerra que será utilizado não permitirá associação com a Frente russa Noroeste (Prússia), indo ao encontro deste nosso estudo, pois o que estará se procurando provar é que, apesar de uma decisão estratégica militar equivocada de atacar, ao mesmo tempo, os alemães na Prússia Oriental e os austro-húngaros na Galícia (direções estratégicas divergentes) – em apoio ao aliado francês -, teria sido possível, pelo menos, equilibrar a situação estratégica, com uma grande vitória na Frente russa Sudoeste (Galícia).
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de fev. de 2024
Campanha Da Galícia, 1914

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    Campanha Da Galícia, 1914 - André Geraque Kiffer

    ANDRÉ  GERAQUE  KIFFER

    Campanha  da  Galícia,

    1914.

    Uma  Simulação  Histórica

    Russa.

    Edição  do  Autor Rio  de  Janeiro

    2011

    ---  Kiffer,  André  Geraque.

    Campanha  da  Galícia,  1914.  Uma  Simulação  Histórica Russa.  André  Geraque  Kiffer.

    Edição  do  Autor,  Rio  de  Janeiro,  2011. Bibliografia:  191  f.  23  il.  21  cm..

    1.  História  Militar.  2.  Arte  da  Guerra.  3.  Ciência  da Guerra.  4.  Jogos  de  Guerra.  I.  Autor.  II.  Título.

    ISBN  978-85-9136-877-8

    2

    3 AGRADECIMENTOS

    À  Deus  pela  saúde.

    A  minha  querida  esposa  Leila,  pelo  apoio  e

    compreensão.

    4

    O  homem  superior  age  antes  de  falar  e  depois  fala  de  acordo com  suas  ações.

    (Confúcio)

    5 RESUMO

    Iniciei  a  construção  desta  obra  no  ano  de  1995, quando  inspirado  pela  leitura  da  obra-prima  de Arnold  Toynbee,  Um  Estudo  da  História,  e  pelo livro  "  Future  Wars"  ,  de  Trevor  N.  Dupuy,  desenvolvi a  monografia  Uma  Visão  Prospectiva  para  o  início do  século  XXI,  baseada  na  História  Militar  do período  1939-1991,  da  evolução  da  arte  da  guerra no  emprego  de  blindados,  que  apresentada  em 1999  encontra-se  arquivada  na  Escola  de  Comando e  Estado-Maior  do  Exército.  Na  seqüência desenvolvi  o  trabalho  profissional  Um  Estudo  da História  Militar  da  Guerra  da  Coréia,  aprovado  e arquivado  no  Estado-Maior  do  Exército  em  2004,  na qual  iniciei  a  esquematização  do  estudo  da  história militar  apoiado  pela  ferramenta  jogo  de  guerra. Em  2005,  com  a  leitura  do  livro  "  Wargame  Design" editado  pela  Strategy  &  Tactics  Magazine  , consolidei  uma  Matriz  para  Um  Estudo  da História  Militar  e  iniciei  a  análise  das  guerras,

    campanhas  e  batalhas  de  uma  determinada  época

    6

    e/ou  de  uma  civilização  descritas  no  Atlas  of Military  History  ,  edição  2006,  do  Instituto Smithsoniano.  Em  cada  livro  uma  guerra, campanha  ou  batalha  selecionada  é  estudada,  em algum  (ns)  dos  níveis  de  decisão  aplicáveis,  ou seja,  o  Político,  o  Estratégico,  o  Estratégico Operacional,  o  Tático  e  o  Técnico.  Com  base  em um  resumo  do  fato  histórico  procura-se  destacar  o (s)  fato  (s)  decisivo  (s)  causador  (es)  do  resultado negativo  antes  de  jogar  a  simulação,  por  meio  de um  "  wargame  .  Quando  o  autor  entender necessário  ao  entendimento  da  simulação,  serão feitas  referências  às  regras  e  ferramentas  do  jogo de  guerra.  Como  o  autor  estará  jogando  e simulando  pelos  dois  lados,  para  aumentar  a credibilidade  científica  da  simulação,  o  outro  lado da  colina"  terá  suas  ações  criadas  em  um  jogo  de guerra  eletrônico,  editado  de  foma  semelhante  ao cenário  do  tabuleiro,  permitindo,  por  meio  dessa inteligência  artificial,  aplicar-se  a  vontade independente  do  inimigo.  Na  simulação  se

    completam  todas  as  possibilidades  do  propósito  do

    7

    estudo,  quando  o  passado  da  história  é  analisado com  base  na  teoria  do  presente  e  projetado  no futuro  ou  revivido  como  caso  esquemático  do  e se…,  permitindo  extrair  conclusões  e  princípios aplicáveis  a  outras  situações  no  tempo  e  no espaço,  sem  a  ilusão  de  esgotar  todas  as  variantes imagináveis,  ou  seja,  um  jogo  sem  fim,  idealizando sempre  que  quando  jogarmos  o  lado  que historicamente  perdeu  seguiremos  a  máxima ANTES  A  VITÓRIA  QUE  A  DERROTA  e  quando jogarmos  o  lado  do  vencedor  histórico,  A VITÓRIA  SEMPRE,  MAS  COM  O  MENOR  CUSTO POSSÍVEL. Palavras  chave:  História  Militar.  Arte  da  Guerra.

    Ciência  da  Guerra.  Jogos  de  Guerra.

    8 SUMÁRIO

    CAPÍTULO  1  –  CAMPANHA  DA  GALÍCIA,1914......9 CAPÍTULO  2  –  ANÁLISE  ESTRATÉGICA OPERACIONAL  RUSSA........................................44 CAPÍTULO  3  –  SIMULAÇÃO  ESTRATÉGICA OPERACIONAL.....................................................60

    REFERÊNCIAS...................................................187

    9 CAPÍTULO  1

    CAMPANHA  DA  GALÍCIA,  1914

    Na  Frente  Oriental  ,  a  Polônia  russa  constituía como  que  uma  vasta  língua  de  terra  que  se projetava  da  própria  Rússia  e  que  era  flanqueada, em  três  lados,  por  territórios  alemães  e  austríacos. Em  seu  flanco  norte  ficava  a  Prússia  Oriental  e, mais  adiante,  o  mar  Báltico;  ao  sul,  encontrava-se  a província  austríaca  da  Galícia,  com  as  montanhas Carpáticas  guardando,  mais  à  frente,  os  acessos  às planícies  húngaras;  a  oeste,  ficava  a  Silésia.

    As  províncias  germânicas  fronteiriças dispunham  de  uma  rede  de  ferrovias  estratégicas, enquanto  que  a  Polônia  e  a  própria  Rússia possuíam  apenas  um  sistema  esparso  de

    transportes.  A  aliança  germânica  tinha,  assim,  todas

    10

    as  vantagens,  no  que  se  refere  à  concentração, para  enfrentar  um  ataque  russo;  entretanto,  se  seus exércitos  assumissem  a  ofensiva,  à  medida  que progredissem  para  o  interior  daqueles  dois  países, perderiam  aquelas  vantagens. Fig  1:  A  concentração  estratégica  no  Teatro  de

    Operações  Europeu  Oriental.

    Em  vista  disso,  a  experiência  histórica  sugeria que  a  estratégia  mais  proveitosa  seria  a  de  atrair  os russos,  fazendo-os  avançar  até  uma  posição favorável  ao  desencadeamento  de  um  contragolpe e  não  a  de  tomar  a  iniciativa  de  uma  ofensiva.  O

    único  inconveniente  dessa  estratégia  púnica

    11

    (seguida  pelo  cônsul  romano  Fábio,  contra  os cartagineses  de  Aníbal,  na  península  Itálica)  residia no  fato  de  proporcionar  aos  russos  tempo  suficiente para  efetuar  a  concentração  de  suas  tropas  e  para pôr  em  movimento  sua  pesada  e  enferrujada máquina  de  guerra.

    Daí  surgiu  a  primeira  divergência  entre alemães  e  austríacos.  Ambos  estavam  de  acordo em  que  o  problema  consistia  em  manter  os  russos imobilizados  durante  as  seis  semanas  que  os alemães  julgavam  necessárias  para  esmagar  a França  e,  depois,  poder  transferir  suas  forças  para leste,  a  fim  de,  juntamente  com  os  austríacos, desferir  um  golpe  decisivo  contra  os  russos.  A divergência  estava  no  método  de  ação  (o  como)  a adotar.  Os  alemães,  dentro  da  idéia  de  obter  uma decisão  contra  a  França,  desejavam  deixar  a  leste o  mínimo  de  força  possível.  Somente considerações  políticas  desfavoráveis  à  exposição do  território  nacional  a  uma  invasão  impediram-nos de  evacuar  a  Prússia  Oriental  e  de  estabelecer-se

    na  linha  do  Vístula.

    12

    Os  austro-húngaros,  porém,  sob  a  influência  do general  Conrad  von  Hotzendorf,  Chefe  de  seu Estado-Maior,  estavam  ansiosos  para  desmantelar a  máquina  russa  com  uma  ofensiva  imediata. Moltke  (o  Chefe  do  Estado-Maior  alemão), considerando  que  uma  tal  linha  de  ação  prometia manter  os  russos  inteiramente  ocupados  enquanto se  decidia  a  campanha  na  França,  resolveu  adotar aquela  estratégia.  O  plano  de  Conrad  consistia  em invadir  a  Polônia  com  dois  exércitos,  numa  ação ofensiva  na  direção  nordeste,  cobertos  por  dois outros  mais  a  leste.  Historicamente,  portanto, seguros  na  frente  leste,  os  alemães  podiam  se dedicar  ao  planejamento  estratégico  militar  para  a frente  oeste.

    Também  do  lado  inimigo,  os  desejos  de  um  dos aliados  afetaram,  de  forma  vital,  a  estratégia  do outro.  O  Comando  russo,  tanto  por  motivos militares  como  sócio-econômicos,  desejava inicialmente  concentrar  suas  forças  numa  ação contra  a  Áustria,  enquanto  esta  se  encontrava

    sozinha,  deixando  a  Alemanha  para  mais  tarde,

    13

    quando  a  mobilização  de  suas  forças  estivesse terminada.

    Os  franceses,  entretanto,  ansiosos  por  aliviar  a pressão  alemã,  insistiam  com  os  russos  no  sentido de  ser  desencadeado  um  ataque  simultâneo  contra a  Alemanha.  O  resultado  foi  que  os  russos concordaram  em  realizar  aquela  outra  ofensiva, para  a  qual  não  dispunham  de  efetivos  suficientes nem  estavam  organizados.  Ficou  decidido  que quatro  exércitos  convergiriam,  na  frente  sudoeste, contra  as  forças  austro-húngaras  na  Galícia  e,  na frente  noroeste,  dois  exércitos  atacariam  as  forças alemãs  na  Prússia  Oriental.

    A  Rússia,  cuja  proverbial  lentidão  e organização  primitiva  impunham  a  adoção  de  uma estratégia  cautelosa,  achava-se  na  iminência  de, contrariando  a  tradição,  lançar-se  numa  dupla  e apressada  ação  direta.

    Será  iniciado  o  estudo  pela  caracterização  dos principais  aspectos  do  teatro  de  operações

    envolvido  na  campanha.

    14

    Analisando  o  Teatro  de  Operações  Europeu Oriental  sob  o  prisma  da  geografia  militar destacam-se  os  grandes  espaços  a  serem percorridos  pelas  forças  em  campanha.  Alguém disse  que  no  Oeste  os  exércitos  eram  grandes demais  para  os  territórios,  mas  no  Leste  estes  eram grandes  demais  para  os  exércitos.  Ao  final  de  1915 os  exércitos  oponentes  desdobravam-se  numa linha  contínua  desde  Riga,  no  mar  Báltico,  até Czernowitz,  na  fronteira  austro-romena,  por  uma extensão  de  cerca  de  1.000  km.  Um  fator geográfico  importante  a  ser  levado  em  conta  nos planos  de  campanha  para  a  Europa  Oriental  era  o saliente  da  Polônia.

    A  Campanha  da  Galícia  que  será  estudada neste  livro  desenvolveu-se  num  setor  desse  teatro europeu  oriental,  nomeado  pelos  russos  como Teatro  de  Operações  (Frente)  Sudoeste  , representando  uma  frente  de  cerca  de  500  km  de comprimento,  desde  os  pântanos  do  Pripet  até  a

    fronteira  romena.

    15

    Para  uma  melhor  compreensão  do  estudo, neste  nível  estratégico  operacional,  esse  Teatro  de Operações  será  dividido  em  direções  estratégicas, de  oeste  para  leste,  correspondentes  a  espaços, em  largura,  compatíveis  com  o  movimento  de exércitos.  Em  cada  uma  destas  direções estratégicas  serão  descritas

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