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Guerras Assírias, 721 - 627 A. C.
Guerras Assírias, 721 - 627 A. C.
Guerras Assírias, 721 - 627 A. C.
E-book290 páginas3 horas

Guerras Assírias, 721 - 627 A. C.

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Sobre este e-book

Durante a maior parte do período entre o final do século 10 até o 7º século a.C., o antigo Oriente Médio foi dominado pelo dinâmico poder militar da Assíria. No auge de seu poder a Assíria podia reivindicar um império que se estendia desde o Egito no oeste às fronteiras do Irã no leste, englobando pela primeira vez na história, em um único domínio, o conjunto do Crescente Fértil. A base desta simulação estratégica será como teria sido se houvesse uma Política de Estado única na Assíria, como ocorreu efetivamente na sequência dos reis Sargônidas. Ao final, espera-se alcançar a máxima expansão histórica obtida pelo Império Assírio, mantendo-a dentro de limites autossustentáveis, sem deixar que ocorresse o histórico desaparecimento. Jogaremos o lado do Império Assírio, enquanto serão simuladas, com base nas diretrizes históricas, as ações dos demais Estados.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jan. de 2024
Guerras Assírias, 721 - 627 A. C.

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    Guerras Assírias, 721 - 627 A. C. - André Geraque Kiffer

    ANDRÉ  GERAQUE  KIFFER

    Guerras  Assírias, 721  -  627  a.C.

    Uma  Simulação  Histórica.

    Edição  do  Autor Rio  de  Janeiro

    2010

    ---  Kiffer,  André  Geraque.

    Guerras  Assírias,  721  -  627  a.  C.  Uma  Simulação Histórica.  André  Geraque  Kiffer.

    Edição  do  Autor,  Rio  de  Janeiro,  2010. Bibliografia:  381  f.  49  il.  21  cm..

    1.  História  Militar.  2.  Arte  da  Guerra.  3.  Ciência  da Guerra.  4.  Jogos  de  Guerra.  I.  Autor.  II.  Título.

    ISBN  978-85-6585-304-0

    2

    3 AGRADECIMENTOS

    À  Deus  pela  saúde.

    À  minha  querida  esposa  Leila,  pelo  apoio  e

    compreensão.

    4

    O  homem  superior  age  antes  de  falar  e  depois  fala  de  acordo com  suas  ações.

    (Confúcio)

    5 RESUMO

    Iniciei  a  construção  desta  obra  no  ano  de  1995, quando  inspirado  pela  leitura  da  obra-prima  de Arnold  Toynbee,  Um  Estudo  da  História,  e  pelo livro  "  Future  Wars"  ,  de  Trevor  N.  Dupuy,  desenvolvi a  monografia  Uma  Visão  Prospectiva  para  o  início do  século  XXI,  baseada  na  História  Militar  do período  1939-1991,  da  evolução  da  arte  da  guerra no  emprego  de  blindados,  que  apresentada  em 1999  encontra-se  arquivada  na  Escola  de  Comando e  Estado-Maior  do  Exército.  Na  seqüência desenvolvi  o  trabalho  profissional  Um  Estudo  da História  Militar  da  Guerra  da  Coréia,  aprovado  e arquivado  no  Estado-Maior  do  Exército  em  2004,  na qual  iniciei  a  esquematização  do  estudo  da  história militar  apoiado  pela  ferramenta  jogo  de  guerra. Em  2005,  com  a  leitura  do  livro  "  Wargame  Design" editado  pela  Strategy  &  Tactics  Magazine  , consolidei  uma  Matriz  para  Um  Estudo  da História  Militar  e  iniciei  a  análise  das  guerras,

    campanhas  e  batalhas  de  uma  determinada  época

    6

    e/ou  de  uma  civilização  descritas  no  Atlas  of Military  History  ,  edição  2006,  do  Instituto Smithsoniano.  Em  cada  livro  uma  guerra, campanha  ou  batalha  selecionada  é  estudada,  em algum  (ns)  dos  níveis  de  decisão  aplicáveis,  ou seja,  o  Político,  o  Estratégico,  o  Estratégico Operacional,  o  Tático  e  o  Técnico.  Com  base  em um  resumo  do  fato  histórico  procura-se  destacar  o (s)  fato  (s)  decisivo  (s)  causador  (es)  do  resultado negativo  antes  de  jogar  a  simulação,  por  meio  de um  "  wargame  .  Quando  o  autor  entender necessário  ao  entendimento  da  simulação,  serão feitas  referências  às  regras  e  ferramentas  do  jogo de  guerra.  Como  o  autor  estará  jogando  e simulando  pelos  dois  lados,  para  aumentar  a credibilidade  científica  da  simulação,  o  outro  lado da  colina"  terá  suas  ações  criadas  em  um  jogo  de guerra  eletrônico,  editado  de  foma  semelhante  ao cenário  do  tabuleiro,  permitindo,  por  meio  dessa inteligência  artificial,  aplicar-se  a  vontade independente  do  inimigo.  Na  simulação  se

    completam  todas  as  possibilidades  do  propósito  do

    7

    estudo,  quando  o  passado  da  história  é  analisado com  base  na  teoria  do  presente  e  projetado  no futuro  ou  revivido  como  caso  esquemático  do  e se…,  permitindo  extrair  conclusões  e  princípios aplicáveis  a  outras  situações  no  tempo  e  no espaço,  sem  a  ilusão  de  esgotar  todas  as  variantes imagináveis,  ou  seja,  um  jogo  sem  fim,  idealizando sempre  que  quando  jogarmos  o  lado  que historicamente  perdeu  seguiremos  a  máxima ANTES  A  VITÓRIA  QUE  A  DERROTA  e  quando jogarmos  o  lado  do  vencedor  histórico,  A VITÓRIA  SEMPRE,  MAS  COM  O  MENOR  CUSTO POSSÍVEL. Palavras  chave:  História  Militar.  Arte  da  Guerra.

    Ciência  da  Guerra.  Jogos  de  Guerra.

    8 SUMÁRIO

    CAPÍTULO  1  –  UMA  HISTÓRIA  DOS  JOGOS  DE

    GUERRA.................................................................9 CAPÍTULO  2  –  UM  ESTUDO  DA  HISTÓRIA MILITAR  DOS  PRIMEIROS  IMPÉRIOS................15 CAPÍTULO  3  –  GUERRAS  ASSÍRIAS,  721  –  627 AC..........................................................................46 CAPÍTULO  4  –  ANÁLISE  ESTRATÉGICA..........119 CAPÍTULO  5  –  SIMULAÇÃO  ESTRATÉGICA....136

    REFERÊNCIAS...................................................377

    9 CAPÍTULO  1

    UMA  HISTÓRIA  DOS  JOGOS  DE  GUERRA

    O  Xadrez,  o  Go,  os  Wargames  e  muitos  outros jogos  são  reconstituições  de  batalhas  que  permitem não  apenas  o  aprendizado  dos  princípios  táticos  e estratégicos  usados  na  arte  da  guerra,  mas também  um  grande  enriquecimento  intelectual.

    Acredita-se  que  já  no  Egito  antigo  haviam  jogos de  simulação  de  guerra,  alguns  deles provavelmente  baseados  em  princípios semelhantes  aos  de  outros  jogos  de  estratégia também  seculares  como  o  Xadrez  e  o  Go.

    Os  jogos  de  estratégia,  com  peças,  miniaturas, marcadores  e  etc,  conhecidos  como  Wargames  , possuem  suas  origens  históricas  ligadas  ao  jogo

    Chaturanga  (século  VI  a.C)  -  predecessor  do

    10

    xadrez  (século  VII  d.C.)  -,  que  surgiu  na  Índia,  onde suas  peças  representavam  elefantes,  marajás  e carros  de  guerra  que  ao  chegar  ao  ocidente  foram sendo  transformados  em  reis,  bispos,  peões  e torres  de  castelo.  Estes,  entre  outros  jogos  antigos, possuíam  peças  para  representar  unidades  que  se enfrentavam  em  embates  num  campo  de  batalha.

    A  história  dos  wargames  modernos  está intimamente  ligada  às  atividades  políticas  e militares,  já  que  as  preocupações  com  as  guerras  - reais  ou  imaginárias  –  sempre  foram  atribuições próprias  dos  governantes  e  chefes  militares.

    A  primeira  referência  que  se  conhece  aos  jogos de  simulação  de  batalhas  data  de  1789,  quando  um nobre  de  nome  Helwing,  súdito  do  duque  de Brunswick,  inventou  um  jogo  muito  semelhante  aos modernos  wargames  .

    Esse  combate  simulado  desenvolvia-se  sobre um  tabuleiro  com  1.666  quadrados  coloridos  de madeira  a  representar  os  diversos  tipos  de  terreno que  constituíam  o  campo  de  batalha.  Os  jogadores

    usavam  peças  que  representavam  as  unidades

    11

    militares  envolvidas  no  conflito,  as  quais  se deslocavam  a  cada  jogada,  avançando  ou retrocedendo  um  determinado  número  de quadrados,  este  jogo  apresentava  uma  estrutura basicamente  esculpida  em  madeira  e  detalhes  em metal,  além  de  cores  para  diferenciar  suas  funções e  características.

    Em  1795,  George  Vinturinus,  um  estudioso  de estratégia  militar  do  ducado  dinamarquês  de Schelswing,  junto  à  fronteira  da  Alemanha, desenvolveu  uma  versão  mais  completa  do  jogo criado  por  Helwing,  usando  como  tabuleiro  um mapa  de  uma  área  situada  na  região  fronteiriça entre  a  França  e  a  Bélgica.  Os  militares  não tardaram  para  descobrir  uma  utilidade  prática  para este  jogo  que  até  então  servia  apenas  como divertimento.

    Em  1824,  um  oficial  do  Exército  prussiano,  Von Resswitz,  publicou  uma  espécie  de  wargame  bem mais  sofisticado,  que  se  destinava  ao  treinamento de  oficiais  nos  estudos  de  estratégia  militar,

    chamado  Kriegspiel  introduziu  importantes  recursos

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    como  o  uso  de  dados  para  determinar  elementos aleatórios  nas  batalhas,  além  de  regras  bastante detalhadas  como  linha  de  visada,  alcance  das armas,  moral  das  tropas  e  vitalidade,  e  incluindo também  a  utilização  de  mapas  e  tabelas  de probabilidades.

    Depois  da  Guerra  Franco-Prussiana  (1870),  os ingleses  construíram  sua  própria  versão,  utilizando- o  para  treinar  o  exército  em  táticas  militares. Posteriormente  o  jogo  despertou  muito  interesse  e conquistou  um  grande  número  de  adeptos,  servindo como  ponto  de  partida  para  a  criação  de  um  clube de  wargames  e  a  publicação  da  primeira  revista dedicada  a  este  tipo  de  jogo.  A  partir  deste  ponto  as unidades  já  eram  representadas  por  peças  com brasões  e  símbolos,  embarcações  e  outros  veículos já  se  destacavam  com  forma  própria.

    Já  nos  Estados  Unidos,  Jack  Scruby,  um californiano  de  trinta  anos,  criou  uma  técnica  de produção  de  miniaturas  que  baratearia  o  custo  de produção  das  peças,  foi  o  RTV  ou  moldes  de

    borracha.  Mas  ele  não  parou  por  aí,  ele  também  foi

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    responsável,  em  1955,  pela  criação  de  um  dos maiores  (se  não  o  maior),  veículo  de  informação  e disseminação  dos  wargames  no  mundo,  a Wargames  Digest  ,  que  teve  uma  longa  e  ativa jornada.

    No  entanto,  em  1952,  Charles  S.  Roberts, residente  em  Catonsville,  Maryland,  criou  o  primeiro jogo  de  guerra  de  tabuleiro  (  boardwargame  ) comercial  do  mundo,  o  Tactics  .  Dois  anos  mas tarde  (1954),  Roberts  inventaria  um  modelo  de regras  e  um  conjunto  de  tabelas  que  seriam  usadas por  todos  os  jogos  de  guerra  de  tabuleiro  daí  em diante,  eram  as  famosas  "  combat  results  table  " [tabelas  de  resolução  (resultados)  de  combate].  Em 1961  ele  publica  Gettysburg  ,  considerado  o primeiro  jogo  de  guerra,  no  formato  atual,  baseado em  batalhas  históricas.

    Foi  nos  Estados  Unidos  que  os  wargames ganharam  novas  características  e  passaram  por  um notável  processo  de  aperfeiçoamento,  reproduzindo nos  mínimos  detalhes  as  condições  reais  de

    grandes  batalhas  da  história  antiga  e  moderna.

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    Graças  a  isso  conquistaram,  em  pouco  tempo, um  grande  número  de  aficionados  não  só  entre  os militares,  mas  também  junto  ao  público  em  geral. Parte  deste  sucesso  se  deve  ao  realismo  das miniaturas,  que  não  só  tinham  uma  função  prática no  jogo  como  possuíam  um  forte  apelo  visual  no tabuleiro,  reproduzindo  em  melhor  grau  as

    problemáticas  do  campo  de  batalha.

    15 CAPÍTULO  2

    UM  ESTUDO  DA  HISTÓRIA  MILITAR  DOS

    PRIMEIROS  IMPÉRIOS Idade  Antiga  ou  Antiguidade

    Foi  o  período  que  se  estendeu  desde  a invenção  da  escrita  (4000  a.C.  a  3500  a.C.)  até  a queda  do  Império  Romano  do  Ocidente  (476  d.C.)  e início  da  Idade  Média  (século  V).  O  próprio  estudo da  história  começou  nesse  período  com  Heródoto  e Tucídides,  gregos  que  começaram  a  questionar  o mito,  a  lenda  e  a  ficção  do  fato  histórico,  narrando as  Guerras  Medas  e  a  Guerra  do  Peloponeso respectivamente.

    Este  livro  será  parte  de  um  estudo  da  história

    militar  dos  primeiros  impérios,  quais  sejam,  o

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    Egípcio,  o  Assírio  e  o  Persa.  Os  gregos  e  os romanos  ficarão  para  um  estudo  posterior.

    Guerra  sumeriana

    A  cidade  de  Akkad  tornou-se  o  centro  de  um grande  império  mesopotâmico  por  mais  de  um século  (2300  -  2200  a.C.),  como  resultado  da energia  militar  do  seu  maior  rei,  Sargão  (2334  - 2279  a.C.).  Embora  o  local  ainda  não  tenha  sido identificado  com  certeza,  e  nenhuma  escavação tenha  tido  lugar,  provavelmente  Akkad  era  sobre  o rio  Tigre,  à  norte  de  Lagash  e  Sumer,  tendo participado  decisivamente  da  guerra  sumeriana com  o  emprego  de  falanges  de  infantes  armados com  lanças,  apoiados  por  carruagens  puxadas  por asnos.

    Sargão  chegou  à  região  como  o  líder  de  um povo  semita  e  teve  uma  grande  influência  sobre  um estilo  de  guerra  que  tinha  se  desenvolvido  desde  o início  do  terceiro  milênio  a.C.  Ele  subjugou  os povos  da  Suméria,  como  tinham  feito  antigos governantes,  mas  também  expandiu  suas  fronteiras

    ao  longo  do  rio  Eufrates  para  conquistar  tribos  do

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    deserto  na  orla  do  Crescente  Fértil.  Esses  povos usavam  o  arco  para  a  caça,  e  parte  do  gênio  militar de  Sargão  foi  o  de  adotá-lo  para  uso  em  operações militares.

    Além  do  tradicional  recrutamento  temporário  de forças  das  cidades  da  Suméria,  Sargão  criou  uma força  profissional  de  5.400  homens  com  os  quais pudesse  tornar  permanente  seu  esforço  de  guerra. Autodenominando-se  Quem  continua  viajando pelos  quatro  cantos  da  Terra,  alegou  ter  lutado  34 guerras  em  seu  meio  século  de  reinado.  Como resultado,  criou  um  império  que  ia  do  Baixo  Mar (Golfo  Pérsico)  até  o  Alto  Mar  (Mediterrâneo).  Ele também  conduziu  suas  forças  através  das  cadeias de  montanhas  Taurus  e  Amanus,  alcançando  a Anatólia  central.

    Na  construção  de  seu  império,  Sargão  definiu  o padrão  para  um  tipo  de  estado  militar  que  durou mais  de  um  milênio.  Ele  criou  uma  força  de profissionais,  treinados  e  bem  equipados  com  o arco  e  flecha,  além  das  habituais  armas

    sumerianas.  Seus  exércitos  eram  suficientemente

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    flexíveis  para  operarem  em  todo  o  tipo  de  terreno  e contra  qualquer  adversário.  Seu  próprio  império acabou  sendo  conquistado  por  volta  de  2000  a.C. pelos  povos  conhecidos  como  os  amorreus (significando  os  ocidentais),  que  vieram  do  norte  da Síria  e  estabeleceram  o  seu  poder  na  Babilônia.

    As  primeiras  organizações  de  exércitos

    A  história  da  guerra  civilizada  começa  com  o desenvolvimento  de  sociedades  complexas, tornadas  possíveis  pela  produção  de  excedentes agrícolas,  principalmente  através  da  irrigação. Essas  sociedades  surgiram  ao  longo  do  tempo  na Mesopotâmia,  no  vale  do  Nilo,  no  leste  do Mediterrâneo,  no  vale  do  rio  Indo,  na  China,  e partes  da  América.  Devido  à  dimensão  dos  seus recursos  e  a  sua  organização,  estes  estados  foram capazes  de  mobilizar  grandes  exércitos  que permitiram  a  reis  ou  imperadores  alargarem  os seus  domínios  sobre  outros  povos  e  enfrentarem outros  impérios  pela  supremacia.

    O  soldado  a  pé  é  tão  antigo  quanto  o  homem,

    cuja  capacidade  de  fabricar  armas  letais

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    compensou  a  sua  falta  de  presas  e  garras.  Estas armas  formavam  duas  categorias,  que  continuam  a definir  as  armas  da  infantaria  hoje:  armas  de arremesso,  como  a  madeira,  a  pedra,  a  flecha  e  o dardo,  permitindo-lhe  atingir  à  distância;  e  armas  de choque,  para  o  combate  aproximado,  como  o cassetete,  o  punhal,  a  lança  e  a  espada.  Por  outro lado,  a  fragilidade  de  seu  corpo  incentivou-o  a proteger-se  com  escudos,  capacetes,  e  armaduras.

    A  relação  entre  o  peso  das  armas  e equipamentos  e  a  força  motriz  de  seus  músculos  foi sua  última  preocupação.  Inicialmente  suas  táticas eram  uma  extensão  das  técnicas  utilizadas  na caça:  ele  procurava  atrair  o  inimigo  de  encontro  a uma  barreira  natural,  onde  o  emboscava.  Ele  era essencialmente  um  guerreiro,  cujas  competências eram  mais  individuais,  e  não  ainda  um  soldado  com as  competências  coletivas.

    A  partir  de  2500  a.C.  a  infantaria  das  cidades- Estados  mesopotâmicas  realizou  essa  crucial transição.  Ela  continuava  armada  com  escudos  e

    lanças,  mas  passou  a  combater  emassada,  em

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    falanges,  que  necessitavam  pouco  treino.  Embora  o status  do  infante  possa  ter  sido  eclipsado  pelo  das carruagens  ou  dos  cavaleiros,  ele  desempenhou um  papel  chave  em  muitos  dos  grandes  exércitos do  mundo  antigo.

    Os  cavalos  foram  dos  primeiros  animais  a serem  domesticados,  e  sua  utilização  militar  pode ser  identificada  desde  pelo  menos  1700  a.C.  Os cavalos  utilizados  pela  primeira  vez  pelo  homem eram  bem  mais  leves  do  que  os  conhecidos  hoje: curtos  de  pernas  e  fracos  nos  lombos,  eram impróprios  para  montaria.  Eles  também  eram limitados  em  sua  utilidade  como  animais  de  tração devido  à  sua  menor  força  em  relação  aos  asnos, que  foram  amplamente  utilizados  para  tracionarem carruagens  de  quatro  rodas,  isto  por  volta  de  2500 a.C.

    Em  algum  momento  no  segundo  milênio  povos do  sul  da  Ásia  Central  produziram  carruagens puxadas  por  dois  cavalos,  ainda  pequenos,  não mais  do  que  14  palmos  de  altura,  mas  que  eram

    velozes.  Cerca  de  900  a.C.  um  cavalo  maior  foi

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    desenvolvido,  robusto  o  suficiente  para  ser montado  por  um  homem  usando  armas,  se tornando  um  fator  importante  nos  exércitos  por volta  do  8º  século  a.C.,  na  Mesopotâmia.

    Os  assírios,  que  haviam  sido  grandes  usuários das  carruagens,  inicialmente,  passaram  a  utilizar cavalos  montados  por  pares,  um  homem  usando seu  arco  enquanto  o  outro  controlava  a  montaria. Até  o  apogeu  de  seu  império  os  assírios  utilizaram bem  a  cavalaria,  mas  o  seu  declínio  foi  em  parte provocado  por  inimigos  que  exploraram  de  maneira mais  plena  o  potencial  do  cavalo.

    Por  volta  do  primeiro  milênio  a.C.  todos  os elementos  principais  da  arte  da  guerra  que  seria praticada  até  a  idade  da  pólvora  já  estavam  em utilização.  Havia  soldados  a  pé  armados  com armas  de  arremesso  e  de  choque.  Havia  cavalaria, também  armada  com  arcos  ou  lanças.  E  havia  uma grande  variedade  de  máquinas  de  sítio.

    A  logística  é  um  termo  relativamente  novo usado  para  descrever  uma  prática  muito  antiga:  o

    suprimento,  o  transporte  e  a  manutenção  de  uma

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    força  armada  tanto  em  tempo  de  paz  quanto  em operações.  A  prática  da  logística,  assim  como  é entendida  na  sua  forma  moderna,  tem  sido  exercida desde  quando  foram  organizadas  forças  armadas com  as  quais  os  povos  têm  tentado  exercer pressões  sobre  os  seus  vizinhos.

    O  mais  antigo  exército  permanente  que  se  tem conhecimento  foi  o  dos  assírios,  que  atingiu  seu apogeu  em  cerca  de  700  a.C.  Eles  foram  os primeiros  a  criar  uma  força  militar  regularmente paga  e  devidamente  apoiada  por  um  sistema organizado  de  abastecimento.  Eles  tinham  armas de  ferro,  armaduras  e  carruagens,  eram  bem organizados,  e  podiam  combater  em  diferentes tipos  de  terreno,  bem  como  desenvolver  operações de  sítio.

    A  necessidade  de  alimentar  e  equipar  uma força  importante  da  época,  juntamente  com  os meios  de  transporte,  significava  que  ela  não  podia permanecer  em  uma  única  área  por  muito  tempo, sob  pena  de  esgotar  os  recursos  locais,  precisando

    então  de  um  considerável  número  de  seguidores

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    que  transportassem  o  material  necessário  para proporcionar  apoio  logístico  suplementar.

    Um  fator  constante  revelado  nesta  fase  inicial da  história  da  guerra  foi  o  de  que  com  disciplina  e boa  liderança  se  poderia  forjar  uma  vigorosa  força de

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