Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648
Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648
Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648
E-book239 páginas1 hora

Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Embora a Paz de Augsburgo tenha criado um fim temporário às hostilidades, ela não resolveu o conflito religioso subjacente, que se tornou ainda mais complexo pela propagação do Calvinismo em toda a Alemanha nos anos que se seguiram. Esta nova religião não foi reconhecida pelos termos de Augsburgo, nos quais apenas o Catolicismo e o Luteranismo foram partes. Os governantes das nações vizinhas ao Sacro Império Romano-Germânico também contribuíram para o início da Guerra dos Trinta Anos. As divisões políticas e religiosas semeadas pelo conflito histórico bloquearam uma maior centralização nacional da Alemanha, como ocorreu na França, Espanha e Inglaterra à época. Por isso, a unificação política germânica só ocorreria mais de 200 anos depois. Historiadores ainda argumentam sobre os motivos do boêmio (tcheco) Wallenstein durante a guerra. Alguns o veem como um patriota alemão, outros como um grande mercenário. Ele não possuía o gênio tático de Gustavo Adolfo, porém era um mobilizador e estrategista muito habilidoso. “E se” ele realmente tivesse tido o potencial para ser um “Napoleão” alemão, unindo a Alemanha sob seu domínio e neutralizando, pelo menos durante o seu tempo de vida, a influência imperial dos Habsburgos. Nesta simulação, é claro, ele não será assassinado.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de fev. de 2024
Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648

Leia mais títulos de André Geraque Kiffer

Relacionado a Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648

Ebooks relacionados

História para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Guerra Dos Trinta Anos, 1618 A 1648 - André Geraque Kiffer

    ANDRÉ  GERAQUE  KIFFER

    Uma  simulação  histórica  da Guerra  dos  Trinta  Anos,

    1618  a  1648

    Edição  do  Autor

    Resende

    2020

    ---  Kiffer,  André  Geraque.

    Uma  simulação  histórica  da  Guerra  dos  Trinta  Anos,  1618 a  1648.  André  Geraque  Kiffer.

    Edição  do  Autor,  Resende,  2020. Bibliografia:  227  f.  83  il.  21  cm..

    1.  História.  2.  Arte  da  Guerra.  3.  Ciência  da  Guerra.  4. Jogos  de  Guerra.  I.  Autor.  II.  Título.

    ISBN  978-65-00148-26-8

    2

    3 PRÓLOGO

    Apoiado  num  resumo  do  fato  histórico  (guerra, campanha  e/ou  batalha),  procuro  analisar  e destacar  os  fatores  decisivos,  antes  de  simular hipóteses  e  se...  alternativas  por  meio  de  um  jogo de  tabuleiro.  Na  simulação  se  completam  todas  as possibilidades  do  propósito  do  estudo,  quando  o passado  da  história  é  analisado  com  base  na  teoria do  presente  e  projetado  para  situações semelhantes  no  futuro.  Até  aqui  publiquei  as seguintes  séries:  I.  Simulação  Histórica  das Guerras  dos  Primeiros  Impérios  em  2010;  VIII. Simulação  Histórica  da  Primeira  Guerra  Mundial em  2011;  II.  Simulação  Histórica  das  Guerras  na Grécia  Clássica  em  2012;  III.  Simulação  Histórica das  Guerras  Romanas  em  2016;  e  IV.  Simulação Histórica  das  Guerras  na  Era  Medieval  em  2018. Planejo  publicar  as  seguintes  séries:  V.  Simulação Histórica  das  Guerras  na  Era  Moderna  (1453  a 1774);  "VI.  Simulação  Histórica  das  Guerras  na  Era

    das  Revoluções  (1775  a  1860)",  particularmente  as

    4

    Guerras  Napoleônicas  (1803  a  1815);  VII. Simulação  Histórica  das  Guerras  na  Era  Industrial (1861  a  1913),  particularmente  a  Guerra  de Secessão  Americana  (1861  a  1865);  IX.  Simulação Histórica  da  Segunda  Guerra  Mundial;  e  X. Simulação  Histórica  da  Guerra  Fria  (1917  a  1989). Após,  então,  estar  fundamentado  nessa  visão abrangente  da  História  Militar  desde  1560  a.C.  no Egito  Antigo,  e  nos  conhecimentos  adquiridos  nos meus  estudos  para  doutor  em  Ciências  Militares  em 2000  e  para  bacharel  em  História  em  2019,  vou concluir  o  projeto  ao  escrever  e  publicar  uma  teoria própria  sobre  a  Arte  e  a  Ciência  da  Guerra. Palavras-chave:  História.  Arte  da  Guerra.  Ciência

    da  Guerra.  Jogos  de  Guerra.

    5 SUMÁRIO

    FATO  HISTÓRICO.…………………………......……6 ANÁLISE  HISTÓRICA………………………………34 SIMULAÇÃO  HISTÓRICA………………...............41

    ANEXOS..........…………………………………….202

    6 Descrição  da  capa  do  livro  na  Fig  23. FATO  HISTÓRICO

    A  Paz  de  Augsburgo  (1555),  assinada  por Carlos  V,  Sacro  Imperador  Romano-Germânico, confirmou  o  resultado  da  Dieta  de  Speyer  (1526), encerrando  a  guerra  entre  luteranos  e  católicos alemães  e  estabelecendo  que:

    Fig  1:  Fragmentação  religiosa  e  social  na  Europa  em  1618.

    -  Os  governantes  dos  224  Estados  alemães poderiam  escolher  a  religião  (Luteranismo  ou Catolicismo)  de  seus  reinos.  Seus  súditos  tinham que  seguir  esta  decisão  ou  emigrar  (o  princípio  de

    cuius  regio,  eius  religio).

    7

    -  Os  bispados  e  outros  Estados  governados pelo  clero  católico  foram  excluídos  e  deviam permanecer  com  a  mesma  religião.  Bispos príncipes  que  se  converteram  ao  Luteranismo foram  obrigados  a  abandonar  seus  territórios  (o princípio  chamado  reservatum  ecclesiasticum).

    -  Os  luteranos  poderiam  manter  os  territórios que  haviam  tomado  da  Igreja  Católica  desde  a  Paz de  Passau  em  1552.

    Embora  a  Paz  de  Augsburgo  tenha  criado  um fim  temporário  às  hostilidades,  ela  não  resolveu  o conflito  religioso  subjacente,  que  se  tornou  ainda mais  complexo  pela  propagação  do  Calvinismo  em toda  a  Alemanha  nos  anos  que  se  seguiram.  Esta nova  religião  não  foi  reconhecida  pelos  termos  de Augsburgo,  nos  quais  apenas  o  Catolicismo  e  o Luteranismo  foram  partes.

    Os  governantes  das  nações  vizinhas  ao  Sacro Império  Romano-Germânico  também  contribuíram para  o  início  da  Guerra  dos  Trinta  Anos  1

    1  :

    1

    1  HELFFERICH,  Tryntje,  ed.  The  Thirty  Years'  War:  A

    Documentary  History.  Indianapolis:  Hackett,  2009.

    8

    -  A  Espanha  estava  interessada  na  situação dos  Estados  alemães  porque  possuía  territórios  nos Países  Baixos  e  na  península  da  Itália,  nas fronteiras  ocidental  e  meridional  do  Império.  Os holandeses  revoltaram-se  contra  o  domínio espanhol  durante  a  década  de  1560,  levando  a  uma prolongada  guerra  de  independência  até  uma trégua  em  1609.

    -  A  França  estava  quase  cercada  por  territórios controlados  pelos  dois  Estados  dos  Habsburgos  -  a Espanha  e  o  Sacro  Império  Romano-Germânico  -  e, sentindo-se  ameaçada,  estava  ansiosa  por  exercer seu  poder  nos  Estados  alemães  mais  fracos.  Esta preocupação  dinástica  ultrapassou  as  causas religiosas  e  levou  à  participação  da  França  católica no  lado  protestante  da  guerra.

    -  A  Suécia  e  a  Dinamarca-Noruega  estavam interessadas  em  obter  controle  sobre  os  Estados  do norte  da  Alemanha  que  fazem  fronteira  com  o  mar Báltico.

    O  Sacro  Império  Romano-Germânico  era  uma

    coleção  de  Estados  independentes,  uma

    9

    fragmentação  que  a  Paz  de  Westfália,  assinada  em 24  de  outubro  de  1648,  consolidaria.

    Fig  2:  Fragmentação  política  na  Europa.

    A  posição  do  Sacro  Imperador  era principalmente  nominal,  porém,  sendo  da  Casa  de Habsburgo,  governava  diretamente  (heranças dinásticas)  uma  grande  parte  do  território  imperial, como  o  Arquiducado  da  Áustria,  o  Reino  da  Boêmia e  o  Reino  da  Hungria,  reunindo  mais  de  oito milhões  de  súditos.

    Além  destas  terras  dinásticas  dos  Habsburgos, o  Sacro  Império  Romano-Germânico  continha várias  potências  regionais,  como  o  Ducado  da

    Baviera,  o  Eleitorado  da  Saxônia,  o  Margraviato

    10

    (Marquesado)  de  Brandemburgo,  o  Eleitorado  do Palatinado  e  o  Landgraviato  (Condado)  de  Hesse.

    Outro  vasto  número  de  ducados,  bispados, cidades  livres,  abadias  e  pequenos  senhorios  (cuja autoridade  às  vezes  se  estendia  a  não  mais  que uma  única  vila)  completavam  o  império.  Além  da Áustria  e  talvez  da  Baviera,  nenhuma  dessas entidades  era  capaz  de  fazer  política  em  nível nacional  germânico.

    O  outro  grande  ramo  da  Casa  de  Habsburgo governava  a  Espanha  e  seu  império,  que  incluíam parte  dos  Países  Baixos  (Bélgica  e  Luxemburgo), parte  da  França  (o  Condado  da  Borgonha),  o  sul  da Itália,  as  Filipinas  e  grande  parte  das  Américas.

    Para  grande  consternação  de  seus  primos espanhóis,  os  imperadores  Habsburgos  após Carlos  V  -  especialmente  Ferdinando  I  e Maximiliano  II,  como  também  Rodolfo  II  e  seu sucessor  Matias  -,  permitiram  que  os  chefes  de Estados  dentro  do  Império  escolhessem  suas próprias  políticas  religiosas  e,  assim,  evitaram

    guerras  por  causa  de  crenças  cristãs  diferentes.

    11

    Enquanto  isso,  Suécia  e  Dinamarca-Noruega, ambos  reinos  luteranos,  procuravam  ajudar  a  causa protestante  no  Império,  querendo  ganhar  influência política  e  econômica.

    Em  1617,  era  evidente  que  Matias,  Sacro Imperador  Romano-Germânico  e  Rei  da  Boêmia, morreria  sem  herdeiro,  com  suas  terras  indo  para  o parente  mais  próximo,  seu  primo  arquiduque Ferdinando  II  da  Áustria,  também  príncipe  herdeiro da  Boêmia.  Filipe  III  da  Espanha  concordou  com esta  sucessão.

    Ferdinando,  educado  por  jesuítas,  queria  impor uniformidade  religiosa  em  suas  terras.  Isto  o  tornou altamente  impopular  na  Boêmia  protestante (principalmente  hussita).  A  nobreza  boêmia  rejeitou Ferdinando,  que  havia  sido  eleito  príncipe  herdeiro deste  reino  em  1617,  eles  preferiam  o  protestante Frederico  V,  eleitor  do  Palatinado  -  sucessor  de Frederico  IV,  o  criador  da  União  Protestante. Representantes  de  Ferdinando  foram  atirados  de uma  janela  em  Praga,  desencadeando  a  Guerra

    dos  Trinta  Anos  em  1618.

    12

    A  guerra  pode  ser  dividida  em  cinco  fases principais:  a  Revolta  da  Boêmia,  a  Invasão  do Palatinado,  a  Intervenção  Dinamarquesa,  a Intervenção  Sueca  e  a  Intervenção  Francesa.

    Fig  3:  Fragmentação  militar  na  Europa.

    Primeira  Fase

    A  Revolta  da  Boêmia  2

    2  (em  tcheco  České stavovské  povstání,  de  1618  a  1621)  contra  o domínio  da  dinastia  Habsburgo  foi  causada  por disputas  religiosas  e  dinásticas.  Este  Estado  era quase  inteiramente  protestante,  principalmente

    2

    2  WALLBANK,  T.  Walter;  TAYLOR,  Alastair  M.;  BAILKLEY,

    Nels  M.;  Jewsbury,  George  F.;  LEWIS,  Clyde  J.;  HACKETT, Neil  J..  15.  The  Development  of  the  European  State System:  1300–1650  (1992).  In  Bruce  Borland  (ed.). Civilization  Past  &  Present  Volume  II.  New  York:  Harper

    Collins  Publishers,  2008.

    13

    Hussita  Utraquista,  além  de  possuir  também  uma população  alemã  substancial  que  endossava  o Luteranismo.

    Fig  4:  Primeira  Fase  da  Guerra.

    No  leste,  o  príncipe  húngaro  protestante  da Transilvânia,  Gabriel  Bethlen,  liderou  uma campanha  na  Hungria  com  o  apoio  do  sultão otomano  Osman  II,  tornando-se  o  único  aliado  com status  de  grande  potência,  o  qual  o  Estado  rebelde da  Boêmia  pôde  reunir,  depois  de  ter  eleito Frederico  V  do  Palatinado  como  rei  protestante.

    Entretanto,  esse  apoio  não  chegou  a  tempo  de evitar  a  batalha  da  Montanha  Branca,  em  8  de novembro  de  1620,  próxima  da  cidade  de  Praga, onde  os  boêmios  sofreram  uma  derrota  decisiva

    para  as  forças  leais  ao  imperador  Ferdinando  II.

    14

    Iniciou-se  uma  contrarreforma  religiosa  nas  terras tchecas,  a  qual  também  expandiu  o  escopo  da Guerra  dos  Trinta  Anos.

    Os  espanhóis,  procurando  flanquear  os holandeses  na  preparação  para  a  renovação  da Guerra  dos  Oitenta  Anos,  tomaram  as  terras  de Frederico  V

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1