Batalhas Navais Nas Guerras Revolucionárias Francesas, 1792 A 1815
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Batalhas Navais Nas Guerras Revolucionárias Francesas, 1792 A 1815 - André Geraque Kiffer
ANDRÉ GERAQUE KIFFER
Batalhas navais nas
Guerras Revolucionárias Francesas, 1792 a 1815. Uma simulação histórica
Edição do Autor
Resende
2021
--- Kiffer, André Geraque.
Batalhas navais nas Guerras Revolucionárias Francesas, 1792 a 1815. Uma simulação histórica. André Geraque Kiffer.
Edição do Autor, Resende, 2021. Bibliografia: 190 f. 74 il. 21 cm..
1. História. 2. Arte da Guerra. 3. Ciência da Guerra. 4. Jogos de Guerra. I. Autor. II. Título.
ISBN 978-65-00-21154-2
2
3 PRÓLOGO
Apoiado num resumo do fato histórico (guerra, campanha e/ou batalha), procuro analisar e destacar os fatores decisivos, antes de simular hipóteses e se...
alternativas por meio de um jogo de tabuleiro. Na simulação se completam todas as possibilidades do propósito do estudo, quando o passado da história é analisado com base na teoria do presente e projetado para situações semelhantes no futuro. Até aqui publiquei livros nas seguintes séries: I. Simulação Histórica das Guerras dos Primeiros Impérios
, desde 2010; VIII. Simulação Histórica da Primeira Guerra Mundial
, desde 2011; II. Simulação Histórica das Guerras na Grécia Clássica
, desde 2012; III. Simulação Histórica das Guerras Romanas
, desde 2016; IV. Simulação Histórica das Guerras na Era Medieval
, desde 2018; V. Simulação Histórica das Guerras na Era Moderna (1453 a 1774)
, desde 2019; e "VI. Simulação Histórica das Guerras na Era das
Revoluções (1775 a 1860)", particularmente as
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Guerras Napoleônicas (1803 a 1815), desde 2021. Ainda planejo publicar as seguintes séries: VII. Simulação Histórica das Guerras na Era Industrial (1861 a 1913)
, particularmente a Guerra de Secessão Americana (1861 a 1865); IX. Simulação Histórica da Segunda Guerra Mundial
; e X. Simulação Histórica da Guerra Fria (1917 a 1989)
. Então, fundamentado nessa visão abrangente da História Militar desde 1560 a.C. no Egito Antigo, e nos conhecimentos adquiridos nos meus estudos para doutor em Ciências Militares em 2000 e para bacharel em História em 2019, vou concluir meu projeto ao escrever e publicar uma teoria própria sobre a Arte e a Ciência da Guerra. Palavras-chave: História. Arte da Guerra. Ciência
da Guerra. Jogos de Guerra.
5 SUMÁRIO
GUERRAS REVOLUCIONÁRIAS FRANCESAS.…6 QUARTA BATALHA DA ILHA DE USHANT..….….25 BATALHA DO CABO DE SÃO VICENTE…………53 BATALHA DE KAMPERDUIN………………………81 BATALHA DO NILO.………….……………………100 BATALHA DE COPENHAGUE..………………….124 BATALHA DO CABO FINISTÈRE....……………..144
ANEXOS..........…………………………………….167
6 GUERRAS REVOLUCIONÁRIAS
FRANCESAS
Fig 1: O Teatro de Guerra.
Entre 1700 e 1789 a população francesa aumentou de 18 para 26 milhões, levando a um grande número de desempregados, acompanhados por fortes aumentos nos preços dos alimentos causados por anos de safras ruins.
A crise social generalizada levou à convocação dos Estados Gerais em maio de 1789, a primeira
desde 1614. Em junho, os Estados foram
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convertidos em uma Assembleia Nacional, que varreu o Estado existente com uma série de medidas, a abolição do feudalismo e do controle da Igreja Católica, e a extensão do direito de voto.
Assim, o Ancien Régime foi abolido em favor de uma monarquia constitucional. Sua substituição em setembro de 1792 pela Primeira República Francesa levou à execução do rei Luís XVI em janeiro de 1793 e a um longo período de turbulência política.
Vieram, então, as Guerras Revolucionárias Francesas 1
1 , uma série de conflitos militares abrangentes que duraram de 1792 a 1802. Eles colocaram a França contra a Grã-Bretanha, o Sacro Império Romano-Germânico, a Prússia, a Rússia e várias outras monarquias. Elas são divididas em dois períodos: a Guerra da Primeira Coalizão (1792–1797) e a Guerra da Segunda Coalizão (1798–1802). Inicialmente confinada à Europa, gradualmente assumiu uma dimensão global.
1
1 FREMONT-BARNES, Gregory. Essential Histories: The
French Revolutionary Wars. Oxford, UK: Osprey, 2001.
8
No prosseguimento vieram as Guerras Napoleônicas 2
2 , assim chamadas pela recente assunção de Napoleão I como imperador da França em 1804. Elas foram uma série de conflitos importantes que opuseram o Império Francês e seus aliados contra um conjunto flutuante de potências europeias formadas em várias coalizões: a Terceira Coalizão (1805), a Quarta (1806–07), a Quinta (1809), a Sexta (1813–14) e a Sétima (1815).
Para o escopo deste nosso livro, desses fatos históricos citados, vamos nos ater à guerra nos mares e oceanos. Antes de nos dedicarmos especificamente às batalhas, vamos resumir a situação, à época, das duas maiores marinhas de guerra.
Marinha britânica 3
3
Durante as Guerras Revolucionária Francesa e Napoleônica a Royal Navy britânica estabeleceu
2
2 FISHER, Todd; FREMONT-BARNES, Gregory;
CORNWELL, Bernard. Essential Histories: The Napoleonic Wars. Oxford, UK: Osprey, 2004.
3
3 FREMONT-BARNES, Gregory. Battle Orders: The Royal
Navy 1793-1815. Oxford, UK: Osprey, 2007.
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sua reputação como uma das instituições de combate mais eficazes da história. O objetivo primordial da Marinha era obter e manter o domínio naval - isto é, o controle do mar - objetivo alcançado em consequência de sua superioridade em liderança, moral, marinharia e artilharia.
Fig 2: O Teatro Marítimo.
A Marinha não apenas desempenhou um papel fundamental na derrota da França, mas periodicamente se opôs, geralmente com notável sucesso, contra suas aliadas, Holanda, Espanha e
Dinamarca, então estabelecendo uma supremacia
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marítima que permaneceria incontestada pelos próximos cem anos.
Fig 3: A esquadra.
A maior estrutura organizacional operacional da Marinha britânica, como as demais, era a esquadra com navios de linha. Em circunstâncias normais, uma esquadra era formada em uma única linha antes de uma batalha começar e, em algumas situações se separava no decorrer dos combates em duelos entre navios individualmente.
Por essa razão, um almirante subordinado, seja no comando de uma divisão ou de um esquadrão, não desempenhava um papel vital na batalha. Ele era aconselhado pelas instruções do Almirantado a "ficar atento aos sinais da nave capitânia da
esquadra, preservando muito corretamente a
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posição relativa de sua formação subordinada em relação com aquela".
A maneira pela qual um almirante dividia sua esquadra ficava inteiramente a seu critério, embora geralmente ele designasse pelo menos dez de seus navios de linha para cada esquadrão. Estes poderiam então ser subdivididos em divisões enquanto deslocando-se ou mesmo na batalha.
Nenhum navio poderia operar adequadamente sem uma adequada organização de sua tripulação. Os navios de guerra eram tripulados por um número considerável de homens, desde 300 nas fragatas maiores até 800 ou mais homens nos maiores navios de linha.
A tripulação – menos os fuzileiros navais, reunidos na sua própria tropa - era dividida em divisões. Cada tripulante recebia tarefas específicas, muitas vezes várias de uma vez, dependendo da missão do navio em um determinado momento. Entre as funções a bordo, podemos citar: comodoro (capitão mais antigo no
comando temporário de um esquadrão); capitão de
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navio; tenentes (1 o , 2 o e 3 o ); guarda-marinha; mestre; marinheiros dos mastros e velas; marinheiros das guarnições dos canhões; marinheiros para operarem as bombas de drenagem; fuzileiros navais.
Fig 4: As bases navais.
As instruções aos comandantes-chefes das esquadras não eram emitidas após sua nomeação, mas, em vez disso, ele herdava as ordens permanentes ou não executadas por seu predecessor.
Como o almirante nomeado recebia pouca orientação, regularmente tomava decisões sem