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Quando o Amor é Maior
Quando o Amor é Maior
Quando o Amor é Maior
E-book383 páginas5 horas

Quando o Amor é Maior

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Sobre este e-book

Em um mundo onde a escuridão da vida parece insuperável, Quando o Amor é Maior surge como um raio de esperança. Este livro nos convida a desvendar o enigma de quem é Javier, um homem que enfrentou desafios devastadores e emergiu como resultado do amor e determinação.
As páginas deste livro são uma trilha sonora para a transformação de um homem ferido, cuja alma renasce das cinzas. O autor tece uma trama repleta de encontros apaixonados e desencontros dolorosos. Javier e sua amada Laylla enfrentam todas as adversidades, confrontando seus demônios internos, para nos mostrar que o poder do amor vence até as mais terríveis batalhas.
Este livro convida você a contemplar a extraordinária capacidade do ser humano de se reinventar e encontrar esperança, apesar da escuridão. Com uma narrativa hipnotizante, Quando o Amor é Maior toca a alma profundamente, reacendendo a crença na força da resiliência humana.
Prepare-se para ser envolvido em uma jornada que transborda emoção, que te leva a acreditar que, mesmo diante dos maiores desafios, o amor sempre será vitorioso. Esta história continuará a ecoar em seu coração, inspirando-o a superar seus próprios obstáculos e a desvendar o poder inesgotável do amor.
Ana Carla P. Paiva
Mestra em Administração Pública, professora universitária e palestrante.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento3 de mai. de 2024
ISBN9786525475943
Quando o Amor é Maior

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    Quando o Amor é Maior - D. S. Kavanagh

    Breves palavras

    Escrever Quando o Amor é Maior certamente foi uma das minhas mais relevantes aventuras de amor. Para construir o principal personagem, Javier, aventurei-me por incontáveis noites, às segundas e quartas-feiras, na companhia de outros voluntários, quando percorríamos os bolsões de pobreza em Belo Horizonte, locais onde moradores de rua faziam suas moradas e viviam suas aflições.

    A essa população de rua, levávamos marmitas, água, cobertores, entre outros socorros materiais, além da atenção, respeito e amor. Nestes encontros, pude entender como funciona esse perverso universo, sentir o tamanho do abandono social, familiar e governamental experimentado por essa camada da sociedade. A estes miseráveis cidadãos, meu mais profundo respeito, cujo convívio e aprendizado mudaram minha vida.

    Também deixo aqui registrado minha eterna gratidão a Margareth Barcelos, Joice R. Figueiredo e Suelen Barcelos, que me apoiaram e viveram essa experiência comigo. Também não poderia omitir a enorme colaboração das duas primeiras como leitoras críticas, além de suas relevantes observações e ponderações sobre a obra. Da mesma forma, faço registro da importante contribuição crítica da jovem Luana Gama da Cunha, leitora de algumas centenas de obras dos mais diversos temas. A essas mulheres incríveis, minha gratidão e a certeza de que somente o amor poderá mudar o mundo para melhor.

    No auge da primavera em Madrid, Espanha, dois jovens se preparam para se unir em matrimônio. Ele, Javier Keithel, um jovem engenheiro madrileno de 25 anos, filho de pai de descendência alemã e mãe (açoriana) portuguesa, e ela, Sophie Loew, jornalista de origem síria, de 24 anos, radicada em Madrid desde os 11 anos.

    Ambos, membros de famílias tradicionais, que apesar da origem nem tão abastadas, eram bem formados e com um futuro brilhante pela frente. Assim, eles se casaram em meio a muita comemoração, reunindo as duas famílias e vários amigos, em uma linda festa, que contou com mais de 150 participantes.

    Eles se amavam e estavam felizes, pois, juntos, começavam a escrever suas histórias de amor e conquistas. No dia seguinte ao casamento, naquela primavera de 1978, Javier e Sophie viajaram para uma semana de núpcias em Florença, Itália, presente do padrinho de casamento do Javier.

    Fizeram o trecho Madrid até Milão de avião, seguindo depois de trem até a instigante Florença, cidade capaz de despertar grande interesse, provocar sentimentos, sensações e desejos inexplicáveis.

    Cada curva perdida nos trilhos da estrada de ferro da Toscana reserva um deleite único àqueles amantes, encantados em si e com a viagem, ora por uma igrejinha milenar esquecida, ora pela luz da tarde pincelando os campos de girassóis, plantações de oliveiras e vinhedos.

    Em um dado trecho da viagem, Javier confidenciou a Sophie: Sinto que estou a caminho do céu, e, agora, passamos pelo paraíso. Ela apenas concordou com ele.

    E, quando este cenário encantado já parecia ser o suficiente, eis que surge Firenze, Florença, a cidade responsável — junto a Roma e Veneza — pelo status de Terra dos sonhos da Itália.

    Florença se desenvolveu às margens do rio Amo, sobre o qual ainda preservam exuberantes, centenárias e até milenares pontes, que liga a cidade de mais de 2 mil anos, e que teve seu auge no Renascimento. Esse momento histórico e cultural contribuiu não apenas para o surgimento dos casarões com suas cúpulas ornamentadas, mas também para que ali se reunisse, ao longo dos séculos seguintes, uma grossa fatia da melhor arte já produzida em território italiano.

    Javier, que era apreciador das artes, já havia pesquisado sobre a cidade e suas riquezas históricas e arquitetônicas. Carinhosamente, colocou a mão sobre o ombro de Sophie e comentou:

    — Estima-se que aproximadamente 40% do acervo artístico do país estejam nos museus e nas ruas de Florença, e duas das galerias mais concorridas do mundo, Uffizi e Accademia, estão aqui, e lá encontraremos as melhores travessuras de Michelangelo, Botticelli e outros gênios.

    Sophie dá-lhe um beijo no rosto e indaga:

    — Onde aprendeu tudo isso seu sabichão? –E riu…

    Respondeu Javier:

    — Assim que soube que viríamos para cá, pesquisei em livros, revistas e jornais, para poder desfrutar ao máximo da riqueza cultural e histórica daqui.

    Encantada com aquele homem gentil e inteligente com quem recém se casara, Sophie curtia tudo aquilo, mas o que mais queria é chegar ao hotel e se jogar nos braços do seu amado e, com ele, fazer amor demoradamente.

    Chegaram ao hotel, acomodaram as bagagens e, como era o desejo de Sophie, tomaram um demorado banho juntos.

    Entre carícias e declarações de amor, o destino seguinte, a cama, enorme, tamanho king, em estilo rococó, que acolheu e testemunhou o momento do mais intenso amor entre o jovem casal.

    Ali, entre sussurros e gemidos ofegantes, permaneceram até perderem a noção do tempo. Quando se deram conta, já passava das 18 horas.

    Javier beija docemente sua amada esposa e lhe diz:

    — Se vista com a elegância que lhe é peculiar, pois vamos ao Caffé Concerto Paszkowski. É um lugar centenário, lindo e refinado, e sei que vai gostar. Segundo li numa revista de turismo da região da Toscana, este Caffé foi aberto em 1846 como Caffé Centrale. Em 1904, passou à família polonesa Paszkowski, que o transformou em cervejaria. O café Paszkowski é, atualmente, um dos lugares mais elegantes e clássicos de Florença, conhecido mundialmente pelas suas noites musicais. Não podemos deixar de visitá-lo, não é? – finalizou Javier.

    Depois de algumas carícias mais, Sophie deixou Javier ainda na cama e dirigiu-se ao banheiro, onde tomou um reconfortante banho. Depois, sem pressa, secou os cabelos e, com um ritual que pertence somente às mulheres, foi se preparando com uma base no rosto, um pó para selar a pele, um lápis para contorno dos olhos. E naquele emaranhado de lápis para os olhos, máscaras para cílios, batons… Ufa! Acabou? Não! Ainda falta a meia-calça, um sutiã que realce os seios, uma saia justa para delinear a cintura, uma blusa branca, de mangas compridas, dois botões abertos dando destaque aos lindos seios, um lenço no pescoço para, com sutileza, cobrir sem esconder seus predicados.

    Um sapato preto de salto médio Scarpin compunha um harmonioso conjunto. Humm… Ainda falta o toque final. Uma gota suavemente colocada atrás de cada orelha, do perfume predileto de Javier, que também caprichou no figurino social italiano, com calça, camisa e sapatos de Milão.

    Quando a noite emoldurou Florença, felizes e apaixonados, Javier e Sophie se dirigiram ao Paszkowski e, como era de se prever, aquele lugar requintado e cuidadosamente decorado fascinou o casal, não só pela beleza, mas também por oferecer uma grande variedade de vinhos, massas, petiscos, doces, cafés e mais que você possa imaginar. Tudo isso acompanhado de música da melhor qualidade.

    Enfeitiçados por Florença, ao saírem do Paszkowski, ainda caminharam de mãos dadas pelo centro histórico, curtindo toda sua magnífica arquitetura e clima romântico que ali reina.

    Nos dois dias que se seguiram, Javier e Sophie passeavam entre museus, galerias de artes e cafés, desnudando a milenar Florença, consubstanciando o amor que os unia, na cidade dos sonhos e do romantismo, entre ruas, pontes e becos milenares, envolvidos por um clima que os remetia a um passado glorioso e envolvente.

    As cores, as formas e os sons dos sinos que vez por outra se insinuavam das torres das igrejas, num repicar indecifrável, como se chamando para o encontro com o santo e o sagrado, tal como os sinos do Campanário Del Giotto, o resplandecente Battistero (batistério) que, com a Catedral que dá o nome à praça, formam o trio de maravilhas arquitetônicas da Piazza Del Duomo (praça da catedral).

    Na manhã do quarto dia, foram acordados às 7 horas, aos sons da sinfonia dos sete sinos, dando-lhes a impressão de que todos os sinos da velha Florença misturavam seus tinidos, numa sinfonia digna do gênio da ópera, o austríaco Amadeus Mozart, que compôs As bodas de Fígaro, a sua primeira ópera, com a ajuda do amigo e poeta italiano Lorenzo da Ponte.

    Em Florença, os sinos são um espetáculo à parte, que vale a pena ser registrado. Javier e Sophie, que haviam se levantado ao ouvirem os sinos, trataram logo de se banhar e vestir para mais um dia na cidade dos sonhos e das artes renascentistas.

    Desceram até a sala de café e se debruçaram no desafio de degustar toda aquela variedade de pães. Portugueses, franceses, italianos e outras delícias como: tiramisù, croissants e brioches, tudo acompanhado por uma saborosa variedade de queijos itálicos.

    Depois da aventura gastronômica matinal, Sophie decidiu que passaria a manhã no hotel.

    Por volta das 9 horas, pegou um livro que trazia em sua bagagem, dirigiu-se ao jardim do hotel e sob um centenário Gazebo, com sua torre dourada, acomodou-se confortavelmente em uma chaise longue, espreguiçadeira em estilo victoriano, e ali passou a manhã viajando nas asas da emoção do amor que vivia com Javier e do romance que lia, identificava-se e viajava com a história da guerreira síria, Amaris.

    Já passava do meio-dia quando Javier foi ao seu encontro, buscá-la para o almoço. Ali, naquele cantinho cheio de romantismo, beijaram-se e, abraçados, caminharam rumo ao restaurante estrategicamente escolhido por Javier, perto do hotel.

    Lá chegando, foram gentilmente recebidos por um dos garçons com um sorridente bom dia!

    — Os senhores poderiam me acompanhar? Tenho uma excelente mesa para o casal! – disse-lhes o solícito garçom, que puxou a cadeira para Sophie.

    — Muito obrigado! – agradeceu o casal.

    Uma carta de vinhos e o cardápio foram entregues a ambos.

    — Alguma sugestão do chef? – perguntou Javier.

    — Sim – respondeu o garçom. – Entrada: um ceviche de salmão, com castanhas-de-caju do Brasil, avocado, croutons, flores silvestres… O prato principal, lagostim grelhado com manteiga trufada, coberto por um suave creme de queijos de cabra do mediterrâneo, ladeado por shiitakes e dois enormes camarões salteados, acompanhado de fettuccine de palmito pupunha e carpaccio de zucchini. Tudo harmonizado com um autêntico vinho toscano bianco Vernaccia di San Gimignano – arrematou o garçom.

    Javier olhou para Sophie indagando sua decisão, que acenou com aprovação à sugestão da casa, levando então à confirmação do pedido.

    Passou apenas cinco minutos e lá estava de volta o garçom, trazendo o vinho e uma garrafa de água mineral Perrier, genuinamente francesa.

    Após Javier degustar e aprovar o vinho, o casal foi servido de forma refinada e atenciosa.

    Minutos depois, chegou à mesa a entrada, o ceviche e uma baguette com crosta de parmesão e gergelim, já fatiada transversalmente em pedaços quase milimetricamente iguais.

    O casal brindou por aquele momento e por todos os outros igualmente felizes que haveriam de acompanhá-los no futuro.

    Enquanto degustavam o vinho, Javier perguntou a Sophie:

    — Você está feliz?

    — Sim… Muito feliz! E quanto a você… Também está?

    — Também estou e espero que nossa alegria e felicidade não passe nunca – respondeu Javier.

    Eles se entreolharam por alguns segundos, e segurando a mão dela, exclamou Javier:

    — Depois de amanhã, retornaremos para Madrid, e aí começará para valer nossa caminhada juntos.

    —Sinto-me fortalecida ao seu lado e pronta para enfrentar os desafios do dia a dia e da profissão – disse Sophie. – Estou pronta para cuidar de você, te dar filhos e conquistarmos o mundo – arrematou ela, insinuante e cheia de desejos, com um sorriso quase malicioso a estampar a face. – Esta tarde, gostaria de passar toda no hotel, só amando você.

    — Sou todo seu! – retrucou Javier, com um sorriso e seu jeito travesso.

    Neste momento chega o garçom trazendo o prato principal: lindo! Com um aroma de frutos do mar capaz de atiçar o apetite. E estava tudo delicioso!

    Em meio a um clima de romantismo e desejos quase incontidos, tomaram o vinho, almoçaram e, em seguida, foram caminhando tranquilamente até o hotel.

    Depois de descansarem por três longas horas, Sophie começou a se insinuar para o seu jovem marido, que, cheio de desejos, pegou-a nos braços, carregando-a da janela até a cama onde a colocou e foi beijando cada centímetro daquele corpo que, como uma mariposa, já exalava o cheiro da fêmea, capaz de causar grande excitação no seu homem. Aquela tarde e noite foram de dedicação ao amor, tendo eles saído do quarto somente para um lanche rápido por volta das 20 horas, voltando e se aninhando por toda a noite.

    Na manhã seguinte, acordaram cedo, tomaram café e se dirigiram até a Avis Rent a Car, locadora de veículos que operava na Europa desde 1958. Sem pressa, com um carro alugado, foram fazer a rota do vinho na Toscana.

    Assim partiram de Florença em direção a Siena. O caminho era a estrada chamada de Via Chiantigana. E naquele caminho não faltaram surpresas como os ciprestes, oliveiras e vinhedos que surgiam a cada curva. Vinícolas saltavam aos olhos por todos os lados com os vinhos mais espetaculares da região.

    Quando se deram conta, o dia já estava terminando. Foi uma viagem ao mundo da vitivinicultura e à vasta e deliciosa gastronomia da bela Itália. Javier e Sophie puderam degustar os mais fantásticos vinhos da Toscana e saborear as mais diversas iguarias da cozinha Italiana.

    Encantados com tudo que encontraram naquela região, só regressaram a Florença, no final do dia, chegando ao hotel já ao anoitecer.

    Agora precisavam descansar, pois, no dia seguinte, partiriam de volta a Madrid, onde seus compromissos profissionais e uma nova vida os esperavam.

    Chegou o dia do retorno à realidade. Hora de acordar do sonho da lua de mel e se preparar para o início de uma nova vida para ambos. Agora, unidos no casamento e no amor, nada mais seria como antes. Dores e tristezas, alegrias e conquistas, marcariam as vidas do jovem casal a cada minuto, a cada hora, a cada dia.

    Eles seriam desafiados e o amor seria colocado à prova a todo instante. Sexta-feira, 19 horas, o avião que trazia Javier e Sophie pousa em Madrid. Com eles, as lembranças de uma semana de sonhos vividos na velha Itália.

    Tempo de rever familiares e descansar no final de semana, pois, na segunda-feira, Javier já tinha uma reunião agendada com o diretor da empresa onde trabalhava, logo cedo, as 8h30min.

    Sophie, que estagiava num jornal de grande circulação, teria muito trabalho para buscar espaços e se consolidar como jornalista.

    No final de semana, antes do almoço de sábado, foram para a casa dos pais da Sophie, que os aguardavam, e lá ficaram até ao anoitecer, contando da viagem e confraternizando entre um bom vinho e um forte Arak, acompanhados de uma farta mesa, com kibe cru, labaneh, babaganushe, kebabs, kafta, homus, charutos, malabie e muito mais: tudo com os contornos de animadas conversas.

    No domingo, logo cedo, foram para a casa dos pais do Javier. Lá, permaneceriam por todo o dia, tomando um bom vinho português, saboreando bolinhos de bacalhau e outros petiscos até a chegada de uma divina bacalhoada preparada pelo pai do Javier, um craque na feitura dessa iguaria.

    A festa acabou! Chegou a segunda-feira. Felizes e bem-dispostos, Javier e Sophie seguiram cedo para seus trabalhos, que ficavam em regiões diferentes da cidade.

    Javier ocupava o cargo de supervisor de operações comerciais e exercia a função com muita desenvoltura.

    Chegou à empresa, conversou com os colegas, contou sobre a viagem, tomou vários cafezinhos e, pontualmente, às 8h30min, estava na sala de reuniões para o compromisso com seu diretor.

    — Bom dia, Javier! Você me parece muito bem! Lua de mel é revigorante para um jovem casal – disse, expressando um sorriso maroto, seu diretor.

    — Estou muito bem, sim. Obrigado, Dr. Baruche! A viagem foi muito agradável e estou pronto para os desafios que o mercado nos apresenta – disse o comedido Javier.

    Começou a reunião com toda a equipe de supervisores e gerentes, mas Javier notou a ausência do gerente de operações, seu superior imediato.

    Em suas primeiras palavras, Dr. Baruche comunicou a todos sobre a ausência do gerente de operações que não fazia mais parte da organização e que havia saído da empresa por motivos pessoais.

    A reunião transcorreu com normalidade por toda a manhã, com análises de desempenho da organização e de cada equipe individualmente.

    Os negócios da empresa caminhavam bem e a equipe do Javier apresentava considerável destaque em relação às outras equipes.

    Terminada a reunião, todos seguiram para o almoço e, na parte da tarde, dariam sequência aos trabalhos já programados para aquele dia.

    Javier, ao retornar do almoço, ficaria na empresa para programar os trabalhos da semana. Já passava das 15 horas, quando a secretária da diretoria ligou para o Javier, convocando-o para uma reunião que aconteceria dentro de meia hora, na sala da diretoria.

    Javier se apressou com sua programação e se apresentou para o compromisso no horário determinado. Foi comunicado sua presença ao diretor, que ordenou sua entrada.

    — Sente-se, Javier, vamos trocar umas ideias.

    — Ok… Obrigado, Dr. Baruche.

    — Quer um café ou água? – indagou o diretor.

    — Não, obrigado! Tomei antes de vir para cá.

    — Bom Javier… Você já está em nossa organização há mais de cinco anos, desde quando ainda era pós-graduando.

    — Sim… É verdade!

    — Você tem feito um bom trabalho conosco desde então. Neste momento, precisamos de um gerente de operações e acreditamos que poderá executar bem esta função, apesar da sua pouca idade. Gostaria de ouvir de você, se está pronto para este novo desafio aqui?

    Após respirar fundo, disse Javier:

    — Dr. Baruche, venho me preparando para as oportunidades que esta empresa possa me permitir ao longo destes anos. Se ainda me falta algo para esta importante função, não tenha dúvida, eu buscarei obstinadamente, para que possa executar com eficácia a missão.

    — Acreditamos na sua capacidade, portanto assim será! Esta semana você fará a transição com o seu substituto, assumindo a gerência na semana que vem. Parabéns! Você é o novo gerente.

    — Muito obrigado pela oportunidade! Vou continuar dedicado e obstinado, na busca da eficiência e dos melhores resultados, sempre!

    Javier não se cabia de tanta alegria e não via a hora de chegar em casa para comunicar Sophie a sua promoção. Porém, naquele dia, ela se atrasou por mais de duas horas, o que pareceu uma eternidade para Javier.

    Assim que Sophie chegou, ele a beijou e esperou com ansiedade que ela se recompusesse do dia intenso que tivera. Então lhe pegou pela cintura e disse:

    — Tenho uma surpresa para te contar! – demonstrando uma carinha de contentamento.

    — Só aceito se for surpresa boa, pois meu dia hoje foi muito desgastante – brincou Sophie.

    — Não é boa não!

    — Como assim? – surpresa, perguntou ela.

    — É ótima! – afirmou ele com um largo sorriso. E arrematou: – Seu marido, este bonitão aqui, é o novo gerente de operações da empresa.

    — Novo gerente de operações? Foi promovido? Uaauuuuuu! — exclamou ela, pulando no seu pescoço com as pernas lhe prendendo na cintura, quase levando os dois ao chão.

    E o encheu de beijos.

    — Então o meu marido bonitão agora também é o gerente?

    — Isso mesmo!

    Naquela noite, falou-se muito da promoção do Javier que, naturalmente, foi brindado pela Sophie, com um voluptuoso show de sensualidade e um voraz apetite sexual a ele dedicado, em comemoração à sua conquista.

    Foi… Podemos dizer… Um presente pela promoção que recebera.

    Naturalmente, desnecessário dizer, que Javier adorou tudo isso.

    No dia seguinte, felizes, mas, quase desfigurados pela noite intensa que tiveram, saíram juntos de casa, cada um seguindo sua direção rumo ao trabalho.

    Ambos eram, a cada dia, mais exigidos e desafiados em suas funções. O mercado corporativo se tornava naquele período altamente competitivo, com muitos jovens e profissionais já experientes buscando oportunidades que lhes propiciasse o desenvolvimento de suas carreiras.

    Javier e Sophie eram significativamente qualificados para suas funções, pois, além da formação e conhecimentos específicos, também eram fluentes em espanhol, francês e inglês.

    Javier era pós-graduado em Química e, por influência dos pais, também falava português. Já Sophie, o árabe.

    O curso de mestrado da Sophie começaria no próximo semestre, já no mês seguinte.

    Tudo transcorria muito bem para aquele jovem casal, que vivia momentos de grande contentamento, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, Javier começava a desfrutar de alguns privilégios que a empresa lhe proporcionava, tais como um confortável veículo, despesas totalmente pagas, uma série de benefícios salariais, bônus anual para viagens de férias, entre outros.

    Assim que recebeu o veículo da empresa, Javier deixou o seu com Sophie, proporcionando a ela conforto e autonomia para cumprir seus compromissos de trabalho e frequentar, na universidade, o curso de pós-graduação que começaria nos próximos dias. Semanas e meses vão se passando na vida do jovem casal, que busca conquistar um posicionamento ainda mais relevante em suas organizações.

    Javier, que é um jovem audaz, assertivo e perspicaz, vai se saindo muito bem na nova função, o que tem lhe conferido elogios da diretoria.

    Uma data importante se aproximava, inquietando Sophie, que aguardava com ansiedade pela relevância e para colocar à prova a atenção do Javier.

    No dia seguinte, que seria uma sexta-feira de primavera de 1979, eles completariam um ano de casados. A dúvida dela é se seu jovem e ocupado marido se lembraria da data, se haveria comemoração e coisas desse tipo.

    Chegou a sexta-feira pela manhã, sem nenhuma mudança na conduta e rotina do Javier, que saiu cedo para mais um dia de intensas reuniões e tratativas comerciais desgastantes. Aquele dia parecia não ter fim para a irrequieta Sophie, que já havia comprado uma belíssima gravata italiana e um par de abotoaduras para presentear o seu amado, naquele primeiro aniversário de casamento.

    Naquela noite, não haveria compromisso na universidade. Assim, a jovem e ansiosa esposa foi direto para casa, chegando lá bem antes do seu marido, o que lhe permitiu tempo para tomar um bom banho e ficar de sobreaviso para algo que pudesse pintar, como uma saída para comemorar ou algo semelhante.

    Por volta das 19h50min toca o telefone.

    — Alô… Alô… –Sophie atende.

    — Oi querida! Está tudo bem?

    — Sim, tudo normal!

    — Que bom que já está em casa!

    — Estou com um problemão com o carro. Ele simplesmente parou e nada funciona nele. Você poderia me buscar aqui? Pois já chamei o socorro mecânico e ele chegará em pouco tempo. Talvez tenha que ir para a oficina. Anota aí o endereço onde estou parado.

    — Já está anotado, em meia hora chegarei.

    Sophie remoeu aquele acontecimento, pois esperava uma noite de comemoração e não de problemas com o carro.

    Frustrada e um pouco chateada, resolveu se arrumar lindamente para socorrê-lo.

    Fez uma leve maquiagem, colocou uma roupa que a deixava atraente, um salto e todos os eteceteras que julgou convenientes para dar o troco no esquecido marido.

    Quando chegou ao endereço descrito, lá estava Javier, encostado no carro que se encontrava estacionado, sem o paletó e com a gravata afrouxada, como se realmente tivesse problema com o carro.

    Ele a pediu que estacionasse o carro, pois deveriam aguardar o socorro ainda por chegar. Ela estacionou e desceu deliciosamente linda do carro, recebendo uma manifestação do socorrido:

    — Você está deslumbrante! Parece até arrumada para uma festa!

    Ela respondeu apenas com um malicioso sorriso de quem sabe que está arrasando.

    Mas aquele endereço em que estavam não era coincidência.

    A 100 metros deles, estava um dos mais fantásticos restaurantes de Madrid. Javier, fingindo não se lembrar de nada, diz para ela:

    — Vou deixar um aviso aqui no para-brisa do automóvel para o socorrista e vamos comer algo, pois estou faminto.

    Ela concordou com a sugestão dele, sem perceber nada diferente naquilo.

    Javier então ajustou a gravata, recolocou o paletó, deu o braço à sua amada e caminhou para o badaladíssimo restaurante. Sophie então lhe perguntou:

    — Nós vamos entrar aqui?

    — Sim! É o que tem mais perto! – respondeu ele, com toda naturalidade.

    Entraram e logo foram recebidos pelo garçom, que os cumprimentou e perguntou:

    — Mesa para dois?

    — Sim… Por favor –respondeu Javier.

    — Podem me acompanhar, por gentileza.

    O garçom os encaminhou para uma mesa, discretamente posicionada, com um lindo buquê de rosas vermelhas sobre ela, trazendo um cartão com uma declaração de amor.

    Surpresa, Sophie caiu em si de que havia sido enganada pelo seu amor, que não se esquecera da data.

    Assim que se acomodaram, trocaram discretas carícias e logo o garçom retornou trazendo um champanhe francês. Enquanto brindavam com suas taças borbulhando o frescor e leveza da bebida, uma linda jovem, vestida com um elegante uniforme de uma loja de joias, dirigiu-se à mesa do casal e indagou?

    — Sophie Loew?

    — Sim, sou eu!

    A jovem estendeu-lhe a mão e disse:

    — É para a senhora! Encomenda do Sr. Javier. – E a entregou o que parecia ser uma pequena caixa em um muito bem elaborado embrulho para presentes. Ela o pegou, olhou para seu amado, que então a pediu que abrisse.

    Quando terminou de abrir a pequena caixa, viu um maravilhoso anel de diamantes a reluzir de dentro dela e ali mesmo se apossou do dedo de Sophie.

    Ela não se conteve, e duas lágrimas lhe correram mansamente a face enquanto dava um beijo carinhoso em seu marido.

    — Obrigado, meu amor… Cheguei a pensar que havia se esquecido deste dia.

    — Não poderia fazer isso, você não me sai do pensamento – respondeu-lhe seu amado.

    Ali jantaram e comemoraram o primeiro ano de casados, numa noite que prometia ser marcante na vida dos dois.

    De lá saíram, já beirando às 23 horas, tendo cada um que dirigir seu carro.

    Ao chegarem à casa, ela tratou de se refazer tomando outro banho. Ao sair do chuveiro, foi até a Javier e cochichou em seu ouvido:

    — Vá tomar seu banho e se preparar porque hoje você vai ter muito trabalho ainda.

    Este olhou para ela e, com um sorriso meio moleque, mexeu as sobrancelhas para cima e para baixo num gesto de quem queria.

    Tomou um banho revigorante e, quando saiu do chuveiro para o quarto, ainda nu, secando os cabelos, parou por um momento como se algo lhe tivesse causado espanto. Depois, ainda segurando a toalha, caminhou até a beirada da cama, parando meio anestesiado.

    Sophie estava completamente nua sobre aquele lençol branco e, em seu corpo, apenas uma sofisticada gravata italiana que levava no pescoço e um lindo anel de diamantes ornamentando o dedo de sua mão direita. Aquela visão parecia irreal.

    Com seus 1,73 m de altura, num corpo esculpido em detalhes em seus 68 quilos, cabelos lisos pretos que passava os ombros, adornando um belo rosto, com olhos castanhos amendoados que refletiam enorme vivacidade. Aqueles seios firmes, empinados, que pareciam apontar o céu. Sua barriguinha perfeita harmonizava com tudo mais que aquele corpo possuía. E, por fim, aquelas coxas bem torneadas completavam a imagem à frente do Javier.

    Com um malicioso sorriso no rosto, Sophie faz um sinal com o dedo indicador, chamando-o e diz:

    — Venha aqui receber o seu presente e comemorar seu primeiro aniversário de casamento. Javier não vacilou e se enveredou por aquele lençol alvo, que destacava os cabelos negros da sua amada e a florida gravata de seda italiana.

    Dormiram extenuados, acordando no outro dia entrelaçados em si e envoltos na gravata que ainda os acompanhava na cama. Javier se levantou primeiro, barbeou-se e foi até a cozinha preparar o café para ambos, o que resultou em uma mesa bonita, com sucos, queijos portugueses, café e leite. Mas a melhor delícia foi comprada em uma loja pertinho de onde moravam e chegou ainda quentinha: churros em roda, uma tradição espanhola, comum no café da manhã madrileno.

    O sábado amanheceu bonito. Enquanto tomavam café, saboreando os deliciosos churros em roda, salpicado com gotas de chocolate meio-amargo, conversavam como realmente era inspirador começar um final de semana assim. Eles estariam em casa, recebendo familiares para comemorar o primeiro aniversário de casamento e alguns amigos para um bate-papo.

    Sophie estava na cozinha, preparando iguarias para o almoço, quando o interfone tocou.

    Quem atendeu foi o Javier, abrindo a porta do edifício para que pudessem subir. Em seguida, dirigiu-se à porta do apartamento para receber os familiares da Sophie.

    A primeira a aparecer foi Darlene, de 16 anos, a caçula da família, que passou pelo Javier como um projétil, dando-lhe apenas um oi, entrando pela casa procurando por sua irmã e quase aos berros, dizendo:

    — Sophie… Sophie… Você vai ser titia!

    Quando ouviu isso de sua irmã caçula, ela quase desmaiou, perdendo o chão a seus pés e se esforçando para segurar os pratos que levava às mãos.

    — O que está me dizendo? Você está grávida?

    — Eu não, sua tonta… – disse aos risos. – Deus me livre! É a Lauren.

    — Ufa! Que susto você me deu, sua moleca!

    Quando Sophie olhou para o corredor que dava

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