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O Caminho Da Escuridão
O Caminho Da Escuridão
O Caminho Da Escuridão
E-book208 páginas2 horas

O Caminho Da Escuridão

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Sobre este e-book

Na pequena cidade de Palmeira, os alunos do colégio Alberto Hurtado, aguardam ansiosamente a grande festa tradicional do mês de setembro, neste ano será na casa de uma das garotas mais populares do pequeno município, Lana Machado, a filha do delegado. Ravi Bernardi é um rapaz intenso que nem os seus olhos esverdeados, capaz de seduzir qualquer pessoa ao seu redor, dono de segredos ocultos e uma beleza magnetizante, sua vida desmorona quando um vídeo intimo ao lado da cobiçada Lana Machado vaza na Internet, o fazendo sumir sem deixar nenhum vestígio. Noah Batista é o melhor aluno do colégio Alberto Hurtado e camisa 10 do time de futebol, o adolescente guarda rancor de seus laços familiares, sendo protegido pelo amigo de infância, Dominic Lopez, que oculta do mundo o seu verdadeiro amor. O passado pode esconder muitos mistérios, o futuro pode estar nas mãos de quem você menos espera, você conhece o caminho da escuridão?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de mai. de 2024
O Caminho Da Escuridão

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    O Caminho Da Escuridão - Luiz G. Teixeira

    VOCÊ É UMA VAGABUNDA, LANA MACHADO!

    — A maior escuridão é aquela guardada dentro dos nossos olhos.

    Lana Machado deixou de lado o livro de biologia, havia estudado a semana toda para as provas do terceiro bimestre, a cada dia escolhera uma matéria diferente, visto que não teria tempo o suficiente no sábado e no domingo. Ela estava ansiosa para a festa tradicional de setembro dos alunos do colégio Alberto Hurtado, aquele ano em uma votação feita no grupo de WhatsApp, a sua casa foi a escolhida, para receber os novatos e os veteranos. Lana escutou o barulho inconveniente da buzina do carro do irmão mais velho. Ela observa através da janela do quarto no segundo andar, Emanuel descendo do veículo ao lado de alguns amigos, com diversos paletes de cervejas e caixas de uísques.

    — Garotos!

    Emanuel é repetente no terceiro ano do ensino médio, enquanto a irmã é uma garota extremamente inteligente, excelente em todas as matérias, Emanuel não fazia muita questão de ao menos ir à escola e não ansiava por nada no futuro. Lana amarrou suas madeixas em um coque padrão, divisando a sua imagem no espelho, fazendo uma reflexão a respeito do irmão, na maioria das vezes ela ficava preocupada, muitas noites de bebidas acompanhado de mulheres, o que deixava o seu pai sem dormir. Lana foi criada para ser a garota prodígio, filha do delegado da cidade de Palmeira e enquanto Emanuel, colocava toda a sua dor por perder a matriarca vítima de um câncer terminal, no álcool, cada um superava os seus ferimentos de alguma forma.

    Está muito ocupada? O seu celular vibrou no bolso com uma mensagem no Instagram de Ravi Bernardi, um dos garotos mais bonitos do Hurtado, dono de misteriosos olhos verdes, no entanto, a sua melhor amiga, Carolina, estava completamente apaixonada por Ravi, desde que o viu pela primeira vez na oitava série. Ela amaldiçoou todos os seus sentimentos, mas amaria tocar os lábios daquele rapaz, pelo menos uma vez. Como anda os preparativos para a festa? Ele continuou a perguntar, após ser ignorado na primeira mensagem.

    Está dando um pouco de trabalho, precisamos comprar algumas coisas, mas tudo está indo para o caminho certo. Lana tentava ser o mais fria possível em suas respostas, praticamente todos os dias Ravi a enviava mensagens, estava quase impossível fugir daquele pecado, era assim que se sentia, como uma verdadeira pecadora por trair uma das pessoas mais importantes da sua vida, ás duas se conheciam desde o ensino fundamental, ela acompanhou todo o drama de Carolina e o seu crescimento pessoal.

    Lana caminhou pelo palacete, aquela casa dona das suas maiores memórias, não se imaginava longe daquele ambiente, distante do seu lar e do seu aconchego, principalmente do seu patriarca. Era como se toda sua história estivesse plantada, como as palmeiras que nomeava o pequeno distrito. Ela observa Emanuel arrumando as últimas latinhas de Heineken na geladeira.

    — Manu.

    Os dois irmãos se encararam por alguns instantes, como se compartilhassem o sofrimento em tons de alegria.

    — No dia 1 de outubro faz oito anos que a mamãe foi embora para sempre. Lembro-me perfeitamente quando colocamos o caixão dela embaixo da terra. Hoje parece que um filme cresceu diante da minha vista, quando estava descendo a escadaria, como se tivesse enxergado agora toda a nossa história. Nunca, em nenhum momento, vi minha vida longe deste lugar, longe de todos os meus amigos, mas abandonaria a todos, para ter somente mais um dia, nos braços da minha mamãe. —  Lana disse tentando segurar algumas lágrimas, sendo abraçada pelo irmão, Emanuel mesmo com todos os defeitos, era a pessoa mais protetora do mundo e fazia de tudo para continuar ao lado da irmã.

    — Vamos tentar apagar o nosso passado, por pelo menos um final de semana? Vamos aproveitar que o doutor Hector Machado viajou e vamos dar a melhor festa que os calouros e os veteranos, já viram! —  Ele disse em um tom de animação, antes de continuar: somente dois dias, longe de toda a escuridão que atravessou o nosso caminho, depois disso, tudo voltará ao normal ou tudo se transformará em uma tormenta.

    Lana limpou às lágrimas remanescentes, escondendo sua fraqueza com um sorriso. O tempo passou rapidamente, a sexta logo se transformou em um sábado ensolarado, acompanhado da obscuridade das batidas de um EDM, estava na hora do momento mais falado de todos os alunos do Hurtado, a festa de setembro, os convidados começaram a chegar às oito horas da noite, enquanto Lana ainda finalizava as suas madeixas para colocar um vestido de lantejoulas com decote quadrado, capaz de chamar a atenção de qualquer rapaz que atravessar a sua direção, mas ela queria somente um único caminho, os braços de Ravi.

    O celular de Lana vibrou, ela clicou na nova mensagem no WhatsApp, Ravi tinha acabado de postar no grupo de alunos uma foto segurando uma garrafa de vodca, acompanhado de alguns colegas de classe. Ela finalizou colocando um batom vermelho nos lábios, enquanto as batidas da música ficavam ainda mais grave. Lana desceu todos os degraus, contemplando os seus colegas de escola, talvez aquela seria a sua última festa em Palmeira, estava pensando em fazer faculdade de direito e viajar para São Paulo, para seguir a mesma profissão do patriarca.

    — Podemos conversar em particular? – Lana não teve tempo de responder, apenas escutou aquele sussurro em seus ouvidos, sendo puxada a força para um dos banheiros da sua própria morada, era Ravi, que tratou logo de fechar a porta na chave, dando-lhe um selinho e posteriormente um intenso beijo. Lana passou as mãos na bermuda do garoto, o membro estava duro feito um pedaço de rocha, começando a invadir todo o seu corpo, quebrando todo os seus desejos, preenchendo o seu refúgio, enquanto arranhava as suas costas, havia deixada ser consumida pelos sentimentos humanos, sentindo o sabor do líquido do prazer nos seus lábios avermelhados, enquanto suas pernas tremiam de satisfação.

    Lana tentava se recompor, limpando o suor que escorria do rosto com papel toalha, ajeitando o vestido no corpo, deixando sua respiração diminuir gradualmente. Ravi apenas arrumou a bermuda, tirando da carteira uma pílula branca, colocando embaixo da língua, esboçando um sorriso de satisfação, em seguida deixou o cômodo, sumindo em meio os seus colegas de escola. Ela saiu do banheiro, percorrendo por algumas pessoas, que curtiam a música, outras a olhavam de uma maneira estranha, como se estivesse a julgar por algo errado, como se estivesse sendo sentenciada, por um crime brutal. Ela chegou à parte externa, divisando a sua melhor amiga com um rosto raivoso seguindo em sua direção, jogando um copo de uísque com energético em sua direção.

    — Você é uma vagabunda, Lana Machado! Uma traidora desgraçada! – Carolina disse tremendo, segurando o seu celular, enquanto xingava a amiga: como pode ter coragem de ter transado com o Ravi? Pelo menos a escola toda sabe a quão puta você é, sua cadela de quinta categoria, merece um prêmio de melhor atriz pornô do ano.

    O vídeo de Lana e Ravi, fazendo sexo nos minutos anteriores havia sido disponibilizado no grupo de WhatsApp de todos os alunos do Hurtado, fazendo com que o caminho da festa mudasse repentinamente.

    ECSTASY

    Ravi saiu do banheiro no estágio inicial de adrenalina, os lazeres de neon incomodavam sua retina com todas aquelas cores vibrantes. Ele deixa a residência da família Machado, após escutar as batidas da música eletrônica sendo finalizada com um acorde de piano, para iniciar um funk de Anitta, animando ainda mais os seus colegas, que se entrelaçavam uns aos outros ao som do ritmo carioca, ingerindo doses e mais doses de álcool, como se aquele fosse o último dia de suas existências. A sua visão começava a ficar turva, sentindo o aparelho de celular vibrando diversas vezes, não conseguia enxergar nada ao certo, o ecstasy se misturava com o seu sangue. 

    Os pelos do seu corpo estavam todos arrepiados e os seus olhos se transformaram em um caleidoscópio, apressuradamente, aquelas pessoas não significavam nada, somente um exército de robôs. A música em seus ouvidos mudava como uma playlist estranha, cercada de dubstep. Ravi tentou procurar algum lugar para sentar, enquanto o seu coração pulava pela boca, rasgando sua garganta e tirando todo o seu ar. Ele tentava engolir as dores, seu estômago estava começando a ser aberto feito uma cratera, estava com pouco de fome.

    No auge de toda a ira, entregou-se ao arrependimento. 

    Arrependimentos, Ravi Bernardi chegou há cerca de quatro anos na cidade de Palmeira, se tornando logo em seguida, um dos garotos mais populares do colégio Hurtado, alvo de atenção de muitas garotas por sua beleza e enigmáticos olhos esverdeados. Ravi logo que iniciou à escola na oitava série, se aproximou de duas únicas pessoas, que se tornaram os seus dois melhores amigos, Dominic e Noah. Ravi sabia que Noah era completamente apaixonado por Lana, mas isso não o impediu de transar com a garota, ela era mais uma, na sua extensa lista.

    Ravi é filho único de Maitê Bernardi, ela era uma mulher feliz, até o marido a trair com a secretária da empresa e deixá-la com o mínimo de dinheiro possível, somente uma pensão alimentícia e alguns encargos das despesas da residência. O mundo de Ravi desmoronou diante dos seus olhos em uma manhã ensolarada de verão em Santos, o seu próprio pai havia agendado uma viagem em família, colocando a própria amante em um dos hotéis mais caros da baixada santista, levando Maitê fazer um verdadeiro escândalo e quase ser presa, por dar alguns tapas na vadia e tentando esfaquear Enrico. Nada voltou a ser como era antes, nenhuma relação continua saudável depois de uma doença, com toda a enfermidade, Ravi se tornou um garoto agressivo. 

    A escuridão se formou como uma luz diante do seu campo visionar.

    Ele não sabia exatamente que horas era aquela e muito menos como havia parado naquele lugar, um verdadeiro ponto de interrogação surgia na sua psique. Ravi permaneceu parado, sentindo a água gelada chegando aos seus pés, enquanto contemplava as estrelas iluminando a noite. A sua boca estava com um sabor metálico e sua cabeça estava jogando ondas de dor para o restante da sua constituição física.

    Milhares de perguntas, todas sem respostas:

    Como tinha chegado naquele lugar?

    Que droga havia acontecido?

    Ravi escutou um chamado baixinho que crescia gradualmente, reconheceria a voz de Dominic em qualquer lugar do planeta. Dominic tentava o levantar, mesmo que um pouco sem jeito e Ravi deixa o seu corpo fazer sua parte, não estava no comando.

    — Eu te amo, Dominic.

    — Também te amo cara, você sumiu da festa. É quase meia-noite, como conseguiu chegar aqui deste jeito?

    Dominic não insistiu nas respostas, levando o amigo até a alameda.

    Noah os aguardavam no volante do carro do patriarca, havia pegado para sair com uma garota mais velha que estudava na faculdade em uma cidade vizinha, não tinha ido à festa tradicional de setembro ainda e Dominic, tinha acabado de chegar na casa de Lana, quando viu o evento se transformar em um verdadeiro caos, ficando preocupado com o amigo, foi fácil encontrá-lo, toda vez que Ravi bebia, ele ia até à praia, na tentativa de espairecer.

    — O seu celular está funcionando? —  Indagou Noah.

    — A minha operadora está horrível. — Dominic disse, tentando esconder a sua feição, ele sabia perfeitamente que Noah ficaria chateado com todo o ocorrido. Noah era apaixonado por Lana desde o jardim de infância e Ravi, havia prometido que nunca ficaria com a filha do delegado. Dominic observa pelo espelho retrovisor, o amigo dormindo no banco dos passageiros. – E a festa este ano nem está tão legal assim, Noah. A família Machado é muito chata, nada contra o seu amorzinho, mas as músicas que o cara está tocando, são horríveis, preferia mil vezes as dos outros anos. Como foi a noite com a mina de São Paulo?

    — Ah... — Noah fez uma cara de insatisfação. — Parafraseando Marilia Mendonça, fazer sexo por fazer, todo mundo faz. Mas os meus pensamentos permanecem na Lana, queria ter a oportunidade de dizer tudo o que sinto. Só que tenho um pouco de medo, dela não sentir o mesmo. – Noah conduziu o carro, enquanto esboça um sorriso ao divisar o amigo naquele estado: o que será que o Ravi bebeu esta noite?

    — Não imagino que tenha sido só bebida.

    — Tem horas que só a cachaça não faz efeito.

    — Não consigo entender vocês e muito menos para aonde vão desta forma, sem direção nenhuma. Tudo bem tomar umas, mas vocês exageram na maioria das vezes e sempre se metem com alguma coisa de errado. Não é pedir muito para vocês dois terem mais controle e pegar menos pesado? 

    — Você é tão puritano, desde pequeno, tão chato.

    O veículo parou na rua sem saída, na frente da casa de Maitê Bernardi, que naquele momento estava no hospital fazendo plantão. Os garotos levaram Ravi até o quarto no segundo andar, o deixando na cama, para poder se entregar ao momento de letargia. Uma pequena tempestade se formava naquela noite em Palmeira, o celular de Noah começou a vibrar quando se conectou a rede wireless. Ele avistou a garota dos seus sonhos, transando com um dos seus melhores amigos e os comentários ofensivos dos colegas da escola logo abaixo.

    — Não acredito que este desgraçado fez isso comigo, Dom. Eu devia ter deixado este filho da puta comer areia no oceano! Ele não merece a nossa amizade. Ele sabia que eu gostava da Lana e mesmo assim transou com ela. O Ravi é um monstro, não pensa em ninguém, ninguém...

    — Não fica assim cara, por favor. – Dominic limpou algumas lágrimas remanescentes dos olhos. – Ele deve ter feito isso sem pensar. Não imaginou que tomaria esta proporção, no fundo, o Ravi é um cara bom, só não encontrou o momento certo de ser ele mesmo, mas no fundo...

    Um carro interrompeu o dialogo dos dois amigos, freando bruscamente na frente da casa dos Bernardi. Emanuel saltou do veículo vermelho, empurrando o portão e apontando uma arma para os Dominic e Noah, que correram para se esconder no banheiro da sala de estar. Emanuel saiu rapidamente, subindo os degraus da

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