Arrependimento após a Rejeição

De PopNovel

Como uma mulher-lobisomem Volana, o sangue de Selene poderia conceder a vida eterna.
Seu pai a trancou desde que ela tinha 10 anos. Ele matou a loba dela e tentou dormir com ela.
Sem loba. Nenhum companheiro. Sem esperança.
Ela fugiu em pânico, neste momento Bastien a resgatou e a trouxe de volta para bando dele.
Ele até se ofereceu para fazer de Selene sua companheira contratual.
Quando o contrato de 3 anos expirou, Selene estava grávida.
Ela pensou que ele escolheria ficar com ela por causa disso, mas ele ia rejeitá-la...
Será que Selene voltaria àquela situação miserável de novo?

• Idioma: Português
• Editora: Publishdrive
• Data de lançamento: 17 de mar. de 2023

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Capítulo 1 O pesadelo nunca acaba

Ponto de vista da Selene

Está escuro, e não consigo ver a mão do meu pai, Garrick, mas ouço o tilintar da fivela de seu cinto.

Ele arranca o acessório de couro das calças e o joga fora, batendo a ponta contra a minha barriga nua no processo.

Um grito rouco escapa dos meus lábios. Não…! O que você está fazendo? Você está bêbado! Saia!

Ele crava as garras na carne fina do meu pescoço, e o ruído de um zíper estridente enche o ar enquanto ele desabotoa a calça.

Um surto de pânico me invade quando ele começa a tentar separar as minhas pernas. A tempestade ruge simultaneamente à respiração pesada dele, é a trilha sonora perfeita para a minha agonia.

Lágrimas escorrem dos meus olhos enquanto o chuto e me debato, mas nada é suficiente para me libertar do seu domínio.

Desde a morte da minha mãe, oito anos antes, meu pai insano me mantém prisioneira, envenenando-me com acônito todos os dias.

Continuo esperando a morte, indo para a cama todas as noites com a certeza de que não sobreviverei para ver o sol nascer pela manhã. Minha loba Luna morreu primeiro, ela se foi. E eu perdi a minha única amiga e esperança.

Não como nem bebo desde ontem, mas também não sei por que ainda anseio por isso. Afinal, que sentido tem sobreviver se é para viver sozinha numa cela imunda?

Ao ver o membro duro entre as pernas do meu pai, o terror me domina. Não tem como essa coisa caber dentro de mim, seria pura agonia.

Ele continua abrindo as minhas pernas, não se importando com os meus gritos e chutes, mas então minha raiva supera o medo.

Não me importo com o motivo pelo o qual ele está fazendo isso comigo, simplesmente não vou deixá-lo me possuir. Não vou ficar aqui deitada esperando.

Desesperada, alcanço seu rosto e tento arranhar seus olhos brilhantes, quando, com um empurrão cruel, ele bate a minha cabeça no chão, deixando-me atordoada o suficiente para me soltar temporariamente e apalpar meus seios subdesenvolvidos com as duas mãos.

Suas garras rasgam minha pele, e ele as arrasta do meu peito até o estômago. Tento gritar, mas nenhum som sai. Garrick solta uma gargalhada enlouquecida e enfia os dedos entre as minhas pernas, forçando-os dentro de mim.

Não! Minha voz falha, meu grito mais parece um sussurro. Você não pode fazer isso comigo, eu sou sua filha! Você não se importa com o que a minha mãe pensaria de você?

Garrick congela, e um olhar de surpresa rompe a névoa bêbada de seus pensamentos. Ele pisca, uma vez, duas vezes. Então, zomba balançando a cabeça. Garota estúpida, eu não sou o seu pai.

O quê? As palavras dele me atingem com força e fico chocada.

Ele não chegou a me soltar, mas ficou distraído a ponto de refrear seu ataque. Seu pai era um vira-lata de outro bando. Sua mãe engravidou de um homem casado e teve que fugir em desgraça.

Eu estava em território neutro quando a encontrei rastejando, sem um tostão no bolso em uma sarjeta. Salvei a vida inútil da sua mãe e a trouxe comigo. Casei com ela, adotei a sua bastarda e lhe dei um lar. Ela me devia tudo! Mas o que eu ganhei em troca? Ele pergunta, e vejo saliva voando de suas presas.

Nada. Ela nunca me deixou tocar um dedo nela! Fiz tudo o que podia para provar o meu amor, mas ela nunca me aceitou por ser um Ômega. Ele continua, zombando de mim. Você é igual a ela. Uma Volana – mas ao contrário dela, você é minha. Ele está tão descontrolado que temo vê-lo se transformando completamente. E você não conseguirá me dizer não!

Ele avança na minha direção, cobrindo meu corpo com o dele. A adrenalina dispara em meu sangue e meus dedos se fecham em torno do gargalo da garrafa de uísque ao meu lado.

Vá para o i*ferno! Você é um doente!

Pang! Quebro o jarro pesado na cabeça dele e fecho os olhos para protegê-los dos cacos de vidro sangrentos. Garrick cai sobre mim, e seu peso esmaga o meu peito, jogando o ar para fora dos meus pulmões.

Uso toda a minha força para rolar seu grande corpo para longe e, com muito esforço, consigo. Então saio tropeçando em direção à porta.

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Saio noite adentro, enquanto minha mente procura por algum lugar seguro. Mas não paro para refletir ou me orientar, meu único objetivo é colocar o máximo de distância possível entre mim e Garrick. Corro o mais rápido que posso, cambaleando para a estrada e forçando os carros a frearem para me deixarem passar.

Não passo despercebida, olhares assustados e expressões preocupadas me encaram por todos os lados. Então, como um sonho, vejo um rosto conhecido se aproximando sob a luz da lâmpada.

Sonhei com Bastien Durand muitas vezes nos últimos oito anos, mas agora ele parece muito mais velho do que eu me lembrava. De qualquer forma, suas feições robustas são inconfundíveis, e suas características, alto, largo, com cabelo loiro-escuro e mandíbula esculpida, justificam facilmente por que eu eu sonhava estar apaixonada por ele quando criança. O filho e herdeiro do Alfa caminha em minha direção com uma expressão preocupada no rosto.

Seus olhos prateados brilham na escuridão, e suas palmas estão estendidas em posição de apaziguamento enquanto ele vem em minha direção. De repente, um raio cai com um estalo alto, e a estranha iluminação transforma seu belo rosto em algo verdadeiramente sinistro. Seus homens se espalham ao meu redor e todas as minhas fantasias de menina desaparecem.

Um enorme lobo Alfa se aproxima de mim com o único intuito de me machucar. Sua voz profunda causa arrepios na minha espinha e suas palavras tranquilizadoras caem nos meus ouvidos surdos. Calma, lobinha.

Pouco antes de seus dedos fazerem contato com a minha pele, eu ataco na defensiva. Ele bloqueia o meu primeiro golpe, segurando meus braços com as mãos, parecendo relutante em usar força de verdade. E é justamente essa hesitação que me salva, pois me livro dele aos chutes e socos e saio correndo.

Por um momento abençoado, acho que posso ter uma chance, então ouço sua voz, tão estrondosa quanto qualquer tempestade. Peguem-na. Agora! 

Capítulo 2 Conhecendo Bastien

Ponto de vista da Selene

Corro até não poder mais, chegando à beira de um dos incontáveis parques naturais de Elysium. A floresta se estende diante de mim e, embora eu não consiga imaginar nenhum refúgio ali, pelo menos sei que não haverá ninguém.

Embrenho-me na floresta densa, e o chão áspero corta os meus pés enquanto piso em pedras, galhos caídos e folhagem. Não ouço mais nenhum lobo atrás de mim, mas não paro de correr mesmo assim. Entro mais fundo na floresta, o máximo que posso, até ser impossível me imaginar ainda dentro de uma cidade.

A escuridão é completa, até reconfortante após as luzes e sons avassaladores da cidade. Subo nos galhos de um grande pinheiro, arranhando cada centímetro do meu corpo no processo. Depois me encolho contra o tronco áspero. Sei que preciso fazer planos e decidir os próximos passos, mas estou exausta. Tento manter os olhos abertos, mas é uma batalha perdida, pois logo em seguida sucumbo, e o mundo escurece.

_____

Sempre fui como uma forasteira e, talvez no fundo, meus colegas sentissem que eu não pertencia ao Bando Nova; ser uma loba Volana era a desculpa perfeita para me atormentarem. Minha mãe e eu éramos as únicas da espécie em Elysium, e as crianças não se importavam com linhagens raras, tudo o que sabiam era que eu era diferente.

Quando eu tinha cinco anos, o valentão da escola me perseguiu nos túneis sinuosos da montanha abaixo da cidade, e achei que seria capaz de encontrar o caminho de volta. Contudo, eu não tinha noção do quão complexos podiam ser os caminhos antigos até me encontrar verdadeiramente perdida.

Lembro-me de vaguear pelo labirinto subterrâneo por dois dias até Bastien me encontrar. Na época, ele era apenas um jovem adolescente, mas nunca fora estranho ou inseguro como os outros garotos da sua idade.

Na vida real, não há garantia de que o filho de um Alfa será seu herdeiro, pois outro lobo pode ser maior, mais forte, mais feroz. São essas características primárias que decidem quem ficará no comando, mas nunca houve qualquer dúvida em relação a Bastien. Desde o primeiro dia ficara claro que nenhum lobo da matilha seria capaz de desafiar seu domínio ou inteligência quando crescesse.

Naquela época, ele me levou para um lugar seguro, e aqui está ele novamente, olhando para mim em meu momento mais sombrio com a promessa de salvação. Só que desta vez, não acredito nele.

Ele foi gentil comigo uma vez, mas Garrick também. O homem me encheu de amor por dez anos antes de mostrar sua verdadeira face. Não cometerei o erro de confiar em ninguém tão facilmente de novo.

Você vai descer, lobinha? A voz profunda de Bastien causou um arrepio na minha espinha.

Nego com a cabeça, agarrada ao meu galho. Vá embora. Imploro humildemente, minha voz é quase um sussurro, mas sei que seus ouvidos de lobo podem me ouvir.

Seus lábios, cheios e macios contra um pano de fundo de linhas e ângulos agudos, formam uma linha dura. Não posso fazer isso. Você está ferida.

Procuro alguma explicação que o convença a ir embora. Eu me esfolei subindo aqui, foi só isso.

Pelo brilho nos olhos prateados como aço, ele sabe que estou mentindo. E por que você está aí em cima?

É tão surreal falar com outra pessoa que não seja Luna ou Garrick. Procuro uma resposta lógica. A tempestade me assustou. Como uma deixa, um trovão ressoa acima, e eu estremeço ao me lembrar de Garrick cambaleando em minha direção.

Se você descer, posso levá-la para casa, onde estará segura e aquecida. Bastien insiste.

A imagem da minha cela no porão substitui as memórias do ataque de Garrick. Não, eu não quero ir para casa. Estou bem aqui. 

Posso sentir seus olhos me avaliando, e, me sentindo envergonhada sob o peso deles, escondo meu rosto no tronco da árvore. Assim, ele não pode me ver.

Se está tão bom aí em cima, talvez eu me junte a você. 

Não! Quase grito, enquanto meu coração acelera no peito. Preciso ficar longe dele, tenho que encontrar um esconderijo melhor. Olho a árvore a minha esquerda e vejo seus galhos pesados. 'Será que consigo me mover pelas copas das árvores?'

Nem pense nisso. A autoridade em sua voz me congela no mesmo lugar. Ninguém pode desobedecer uma ordem do Alfa, está no nosso DNA. Choramingo, abraçando a árvore com mais força enquanto novas lágrimas caem.

Não precisa ter medo. O resmungo áspero desmente suas palavras. Me diga o seu nome.

Percebo então que ele não se lembra de ter me salvado nos túneis, e não sei por que isso dói tanto, mas dói. Seu resgate tinha significado tudo para mim. Antes de Garrick me aprisionar, aqueles dias nos túneis tinham sido os mais traumáticos da minha vida – mas não foram nada para ele.

Sua falha em recordar um evento tão importante reforça a minha desconfiança. Eu não sou ninguém.

Estou começando a perder a paciência. Sua voz grave chega até mim. Ou você desce ou eu subo.

Meneio a cabeça novamente, com os olhos ardendo. Não é justo, acabei de me libertar.

Para o meu terror, ele sobe na árvore em segundos. E seus olhos prateados me varrem enquanto me encolho contra o tronco da árvore, virando uma bola.

Um rosnado ressoa do peito de Bastien, e meu pulso dispara. Todos os músculos do meu corpo ficam tensos diante do ataque iminente, então cerro meus olhos, certa de que cheguei ao meu suspiro final.

Suas mãos são enormes e calejadas, mas incrivelmente gentis. Shhh... Sua voz ronrona baixo no meu ouvido. Você está bem. O calor me envolve enquanto Bastien me pega no colo, e, embora eu não possa explicar ou mesmo começar a entender o porquê disso, já me sinto mais calma de alguma forma.

Em um único salto chegamos ao chão. Sei que deveria lutar com ele agora que estamos em bases sólidas, mas não consigo fazer meus membros funcionarem. Minhas pálpebras estão pesadas de novo, e tudo que eu quero é me aconchegar nos músculos macios que me envolvem.

Como se estivesse lendo minha mente, Bastien passa o seu casaco em volta do meu corpo frágil, fazendo um barulho reconfortante que vibra contra a minha bochecha. Durma, lobinha. Você está segura.

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Acordo sobressaltada ao me ver em uma cama desconhecida e levo alguns segundos para voltar a mim, quando gritos de protesto e dor me assolam; cada centímetro do meu corpo dói.

Um dos meus olhos está inchado e fechado, mas o outro pisca rapidamente contra a luz. O quarto - uma grande suíte decorada com cores suaves - está claro demais.

O tecido de seda da minha camisola machuca a minha pele excessivamente sensível, apesar de sua maciez. Há quanto tempo não uso roupas?

Alguém lavou e trançou o meu cabelo, e meus pés e braços estão com bandagens. Vozes abafadas alcançam meus ouvidos, e minha atenção se volta para uma porta fechada a minha esquerda. Os pelos finos da minha nuca se arrepiam, e eu deslizo da cama o mais graciosamente possível.

Atravesso o pequeno espaço e apoio as costas na porta, pressionando o ouvido contra a madeira fria.

Selene Moreau. Não reconheço a voz falando o meu nome. Ela deveria estar morta.

Bem, ela claramente não está. Uma segunda voz responde. Alguém já encontrou o Garrick?

Um rosnado abafa o nome do meu pai adotivo, seguido por um som grave familiar. Aiden está liderando a caçada e tem instruções para nos avisar assim que encontrarem o rastro dele. Ele faz uma longa pausa antes de continuar. Não entendo como não sabíamos.

O Garrick fingiu muito bem. Ninguém jamais suspeitaria que ele fosse capaz de fazer algo assim. A primeira voz que eu tinha ouvido volta a falar.

Foi nossa culpa. O segundo homem afirma. Deveríamos ter feito mais perguntas. Os lobos Volana não são fáceis de matar – duas morrendo ao mesmo tempo deveria ter chamado a nossa atenção.

Não poderíamos saber. O primeiro homem tenta apaziguar a situação.

Não, nós deveríamos saber. Este é provavelmente o Bastien. Afinal, como herdeiro e segundo no comando do bando, ninguém jamais falaria com ele dessa maneira.

Fiquei tão alheia tentando absorver a conversa que tinha acabado de ouvir, que não ouvi os passos de pessoas se aproximando. Só percebi quando escutei a maçaneta girando meio segundo antes de ter a espinha pressionada pela porta e meu corpo arrastado contra a parede.

De repente, Bastien está me encarando, com um olhar divertido no rosto bonito. Bisbilhotando, lobinha?

Capítulo 3 Casar com Bastien

Ponto de vista da Selene

Eu me levanto e me apoio na parede, ignorando a dor lancinante nas pernas. E Bastien estende um braço para bloquear a entrada dos homens que o acompanham, enquanto eu aproveito a oportunidade para passar por ele e entrar na parte principal da suíte.

Então, Gabriel Durand, a própria imagem de Bastien algumas décadas mais velho, dá um passo à frente. Olá Selene.

Sem pensar, eu me esgueiro atrás de Bastien, usando seu grande corpo para me esconder. Não consigo explicar esse comportamento. Afinal, não quero nenhum deles no quarto comigo, e Bastien é quem me trouxe aqui contra a minha vontade em primeiro lugar – ele é a última pessoa que eu deveria procurar para proteção.

Ele estende a mão para trás e passa o braço em volta do meu corpo para me conter antes que eu pense em fugir. Venha aqui. Bastien me coloca de volta na cama macia e se senta ao meu lado, impondo seu grande corpo como uma barreira entre mim e os estranhos. Nós precisamos conversar.

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Ponto de vista de uma terceira pessoa

Bastien observa Selene de perto enquanto o pai dele explica tudo o que aconteceu desde que ela escapou de Garrick. Enquanto isso, ela permanece encolhida entre os travesseiros, mantendo-se o mais longe possível do Alfa. Já Axel, o lobo de Bastien, arranha tentando chegar à superfície, exigindo que Bastien se aproxime dela.

Há um vazio perturbador na expressão de Selene, o que faz o ódio de Bastien pelo homem que a aprisionou aumentar. Ele prometeu ao pai que seus homens trariam Garrick de volta à matilha para ser julgado assim que fosse encontrado, mas, na verdade, ele não tem intenção de deixar o b*stardo voltar para a cidade. Fora da jurisdição do Bando Nova, Bastien pode fazer o que quiser.

Eu gostava muito da sua mãe. Seu pai diz, levando Selene a mirar seus olhos pela primeira vez. Ela ainda não tinha sido capaz de olhar para nenhum deles diretamente, nem mesmo para o Beta de Gabriel, Donovan.

Sim, eu a conhecia. Gabriel continua, com um sorriso triste. Ela me ajudou em um momento de impotência e sinto que preciso fazer o mesmo por você agora. Devo isso a Corrine. Você tem minha palavra de que Garrick será capturado e prestará contas dos seus crimes.

E enquanto isso? A voz dela está mais forte do que estava na floresta. O que você pretende fazer comigo?

Reivindicá-la. Axel sugere, incitando Bastien a marcar a doce criatura na frente dele. No entanto, ele controla o desejo e seus instintos, cerrando os dentes para suportar a dor da negação.

Gabriel pondera. O médico está bastante preocupado porque os seus ferimentos ainda não cicatrizaram. Ele olha para Bastien com relutância. Havia uma quantidade significativa de acônito no seu sistema quando Bastien trouxe você aqui.

Selene apenas pisca. Ele tem me dado isso todos os dias há 8 anos. Sua declaração é recebida com um silêncio de horror, e ela volta os olhos para Bastien. Ele cai em piscinas sem fundo de safiras e violetas, sentindo uma profunda desesperança que não entende até ela finalmente voltar a falar. Minha loba não sobreviveu.

A fúria consome Bastien de uma forma tão repentina e violenta que ele se força a sair do quarto antes de Axel se apossar do seu corpo. Ele se levanta enquanto o lobo ruge em sua cabeça, tremendo com o esforço de contê-lo. Bastien sai furioso sem dizer mais nenhuma palavra, indo direto para a floresta.

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Ponto de vista da Selene

A saída repentina de Bastien me assusta e, por alguma razão inexplicável, sinto meus olhos lacrimejando. Não sei