Procuro marido
De Emily McKay
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Sobre este e-book
Wendy Leland precisava de um marido rico e bem-sucedido para manter a custódia da sua sobrinha, e precisava-o para já. Porém, quando o seu chefe, rico, afortunado e atraente se ofereceu para se converter em seu marido temporário, ela mostrou-se reticente. Jonathon Bagdon agradava-lhe demasiado e sabia que resistir à tentação resultaria difícil.
Ele só lhe propusera casamento para impedir que Wendy deixasse de ser sua secretária. Mas mais tarde interpretou o papel de recém-casado com tanta paixão que só podia ocorrer uma coisa…
Emily McKay
Emily McKay has been reading Harlequin romance novels since she was eleven years old. She lives in Texas with her geeky husband, her two kids and too many pets. Her debut novel, Baby, Be Mine, was a RITA® Award finalist for Best First Book and Best Short Contemporary. She was also a 2009 RT Book Reviews Career Achievement nominee for Series Romance. To learn more, visit her website at www.EmilyMcKay.com.
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Procuro marido - Emily McKay
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2011 Emily McKaskle. Todos os direitos reservados.
PROCURO MARIDO, N.º 1084 - Agosto 2012
Título original: The Tycoon’s Temporary Baby
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Publicado em portugués em 2012
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.
® ™. Harlequin, logotipo Harlequin e Desejo são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-0601-6
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Capítulo Um
Jonathon Bagdon só queria que a sua secretária voltasse para casa.
Já tinham passado sete dias desde que Wendy Leland partira para assistir ao enterro de um familiar; sete dias de problemas na empresa de Jonathon. Primeiro, desfez-se o acordo com a Olson Inc de que a própria Wendy tratara e, depois, esqueceu-se de um prazo de entrega porque o empregado que a substituía tinha apagado a sua agenda da Internet.
Mas os problemas não acabaram aí. Outro dos empregados enviou o último protótipo do departamento de investigação e desenvolvimento para Pequim, em vez de o enviar para Bangalore; a chefe de recursos humanos tinha ameaçado demitir-se e nada menos que cinco mulheres tinham saído a chorar do escritório de Jonathon. Além do mais, a cafeteira tinha-se estragado e nem sequer podia tomar uma chávena de café.
Definitivamente, aquela não fora a melhor semana da sua vida.
Jonathon Bagdon só queria que a sua secretária voltasse para casa. Sobretudo, porque os seus dois sócios estavam fora da cidade e ele tinha de dar os últimos retoques a uma proposta para um contrato muito importante.
Olhou para a sua chávena e considerou a possibilidade de pedir a Jeanell, a chefe de recursos humanos, que fosse comprar uma cafeteira. No entanto, Jeanell ainda não tinha chegado. Os empregados apareciam a partir das nove e eram sete da manhã.
Naturalmente, podia ir a um bar ou ir ele próprio comprar a cafeteira; mas estava tão envolvido que não tinha tempo para nada. Se Wendy estivesse ali, teria aparecido uma cafeteira nova como por artes mágicas. E, claro, o acordo com a Olson Inc. não teria sofrido o menor percalço.
Quando Wendy estava no escritório, as coisas funcionavam. Jonathon não sabia como o fazia, mas nos cinco anos em que ocupara o lugar de secretária de direção tinha-se tornado tão indispensável para a empresa como para ele próprio. De facto, se tomasse a última semana como exemplo, Wendy já era mais indispensável do que ele: um pensamento do mais deprimente para um homem que tinha criado um império a partir do nada.
Fosse como fosse, tinha a certeza de uma coisa.
Quando Wendy voltasse, faria o possível para que ela jamais voltasse a partir.
Wendy Leland chegou pouco depois das sete à sede da FMJ. O sensor de movimento ativou as luzes quando ela entrou e se inclinou para correr a capota do carrinho de bebé que trazia. Peyton, o bebé, franziu a testa sem chegar a acordar. A menina palrava enquanto Wendy empurrava o carrinho até um canto relativamente escuro, por trás da sua mesa.
Depois, sentou-se no cadeirão, tranquilizou-se um pouco e olhou em volta.
Aquele cadeirão fora durante cinco anos o lugar de onde vigiava os seus domínios. Tinha servido como secretária de direção os três sócios da empresa, Ford Langley, Matt Ballard e Jonathon Bagdon.
Wendy tinha estudado em várias das universidades mais prestigiadas do país e a sua formação era um pouco excessiva para o lugar, apesar de não ter o doutoramento em nenhuma das suas licenciaturas. A sua família continuava a pensar que estava a desaproveitar o seu talento, mas ela gostava do trabalho. Era variado e sempre cheio de desafios. Gostava tanto que não teria deixado a FMJ por nada no mundo.
Por nada, salvo pelo bebé que dormia no carrinho.
Quando saiu de Palo Alto e se dirigiu ao Texas para assistir ao enterro da sua prima Bitsy, não podia imaginar o que a esperava. Desde que a mãe lhe ligara para lhe dizer que Bitsy tinha falecido num acidente de trânsito, a semana transformou-se numa sucessão de sustos.
Wendy não fazia ideia que Bitsy tinha um bebé. Para dizer verdade, nenhuma pessoa da família sabia. Mas tinha e, de repente, ela tinha-se tornado na tutora de um bebé órfão de quatro meses.
As implicações da custódia eram de proporções dramáticas. Se Peyton Morgan tivesse chegado com uma mina de ouro, a sua família não teria brigado mais pela pequena. E se Wendy queria manter a custódia da pequena, não teria mais remédio que fazer o que tinha prometido que jamais faria: pedir a sua demissão da FMJ e voltar para o Texas.
Wendy disse para si própria que era típico de Bitsy. Arranjava problemas até depois de morta.
Ao pensar nisso, soltou uma gargalhada; mas o riso teve o estranho efeito de lhe recordar a dor pela perda da prima.
Fechou os olhos com força e apertou as mãos contra as pálpebras. Estava tão cansada que, se se rendesse à tristeza nesse momento, estaria a chorar durante um mês inteiro.
Depois teria ocasião de chorar. Agora havia coisas mais urgentes.
Ligou o computador. Na noite anterior tinha redigido a sua carta de despedimento e tinha-a enviado a si mesma por correio eletrónico. Claro, poderia tê-la enviado diretamente a Ford, Matt e Jonathon. Inclusive falara com Ford, ao telefone, quando ele lhe ligou para lhe dar os pêsames. Mas preferiu imprimir a carta, assiná-la e entregá-la em mãos a Jonathon.
Devia-o a ele e à JMF. Além do mais, queria aproveitar esses momentos para se despedir da Wendy que tinha sido até então e da vida que tinha tido em Palo Alto.
O computador arrancou e emitiu o zumbido familiar que a serenava sempre. Uns segundos depois, abriu a carta de despedimento e dispôs-se a imprimi-la. O som da impressora ressoou nas paredes do escritório. Era cedo e ainda não tinha chegado ninguém. Ninguém salvo Jonathon, cujo horário era extenuante.
Depois de assinar a carta, deixou-a na mesa e dirigiu-se à porta que separava o seu escritório do escritório do seu chefe.
Antes de abrir, suspirou e apoiou uma mão nela. O contacto da madeira maciça pareceu-lhe tão fiável e robusto que sentiu a necessidade de se apoiar mais. Ia precisar de todas as forças que pudesse reunir.
– A Wendy não tem a culpa de nada – disse Matt Ballard em tom de recriminação.
Matt estava nas Caraíbas, em lua de mel, e tinha dito a Jonathon que pusesse a conferência de manhã cedo porque a esposa, Claire, lhe tinha proibido fazer mais de um telefonema de negócios por dia.
– É a primeira vez em cinco anos que tira uma baixa por motivos pessoais – continuou.
Jonathon lamentou ter-lhe ligado. Tinha razões de peso para falar com o sócio, mas agora parecia que se estava a queixar por queixar.
– Eu não disse que tem a culpa...
– Quando ia ela voltar? – perguntou Matt.
– Supunha-se que voltaria há quatro dias. Disse que estaria fora durante dois ou três dias, no máximo. Mas, após o enterro, ligou para dizer que demoraria um pouco mais.
– Não te preocupes – recomendou-lhe Matt. – Teremos tempo de sobra quando eu e o Ford voltarmos. Lembra-te que o limite para a apresentação dessa proposta não se esgota até dentro de quase um mês.
O «quase um mês» da frase de Matt era precisamente o que preocupava Jonathon. Era tão impreciso e inquietante como o «um pouco mais» de Wendy. Jonathan era um obcecado pela exatidão. Se tivesse de apresentar uma oferta a uma empresa cujos ativos ascendiam a vários milhões, ele dava-se ao trabalho de averiguar quantos milhões eram. E se tivesse quase um mês para apresentar uma proposta, queria saber o que se entendia por «quase».
Como não queria arguir com o seu sócio, cortou a comunicação. O contrato com o Governo estava a deixá-lo louco; especialmente, porque tinha a sensação de ser o único que se preocupava.
Durante os anos anteriores, o departamento de investigação da FMJ tinha desenvolvido um sistema de dispositivos que podia regular e controlar a despesa energética nos edifícios. O sistema da FMJ era o mais eficaz e o mais avançado do ramo. Desde que o instalaram na sede da empresa, tinham poupado trinta por cento em eletricidade. Se fechassem o acordo com o governo, o sistema instalar-se-ia em todos os edifícios federais do país.
Depois, somar-se-ia o setor privado e o sucesso do sistema aumentaria as vendas do resto dos produtos da FMJ. Era lógico que Jonathon estivesse entusiasmado com a perspetiva. Afinal de contas, podiam ganhar muito dinheiro.
Tudo o que tinha feito durante dez anos, todo o seu trabalho, dependia daquele contrato. Seria crucial para o futuro da empresa.
Acabava de fechar o seu computador portátil quando ouviu uma pancadinha na porta. Não podia ser o substituto de Wendy. Era demasiado cedo. Mas Jonathon não se atreveu a albergar a esperança de que Wendy tivesse voltado.
Inclinou o cadeirão para trás e atravessou o escritório que partilhava com Matt e Ford. Quando abriu a porta, Wendy caiu literalmente nos seus braços.
Wendy continuava apoiada na porta quando Jonathon a abriu de repente. Não foi estranho que ela caísse sobre ele. Mas teve uma surpresa ao encontrar-se entre os seus braços, apoiada desta vez no seu duro peito.
Então, apercebeu-se de várias coisas. A primeira, o aroma intenso do gel de banho de Jonathon; a segunda, a incrível largura do seu peito e a terceira, a suave e barbeada silhueta da sua mandíbula, que foi o que viu ao erguer o olhar.
Normalmente, Wendy via-se negra para ignorar a atração por Jonathon Bagdon, um verdadeiro sonho para qualquer mulher. Ele parecia sempre a ponto de franzir a testa, o que aumentava o seu ar pensativo. E o seu sorriso, que exibia poucas vezes, era tão devastador por si só como pelas covinhas que se lhe formavam nas faces.
Não era demasiado alto; media pouco menos de um metro e oitenta, mas a fortaleza do seu corpo compensava o que lhe faltava em altura. Os seus músculos eram mais apropriados para brigas de bar do que para negociações empresariais. Wendy nunca tinha visto o seu peito nu, mas ele costumava tirar o casaco do fato e arregaçar a camisa quando estava a trabalhar, portanto admirava-o com bastante frequência.
Ergueu a cabeça um pouco mais, contemplou os seus olhos de um tom castanho-esverdeado e sentiu algo completamente inesperado. Uma tensão que não tinha sentido antes. Uma ligação. Ou quiçá, algo