De outro homem
De Kim Lawrence
3/5
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Sobre este e-book
Santiago Morán era forte, orgulhoso e apaixonado, tudo o que não era o canalha com que Lily estivera casada. E foi nos seus braços que descobriu que não era a mulher fria que pensava ser.
Contudo uma descoberta surpreendente fez com que Santiago acreditasse que Lily o traíra, por isso afastou-a… sem saber que era o pai do seu futuro filho. Teria de enfrentar a maternidade sozinha?
Kim Lawrence
Kim Lawrence was encouraged by her husband to write when the unsocial hours of nursing didn’t look attractive! He told her she could do anything she set her mind to, so Kim tried her hand at writing. Always a keen Mills & Boon reader, it seemed natural for her to write a romance novel – now she can’t imagine doing anything else. She is a keen gardener and cook and enjoys running on the beach with her Jack Russell. Kim lives in Wales.
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De outro homem - Kim Lawrence
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2005 Kim Lawrence
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
De outro homem, n.º 2236 - fevereiro 2017
Título original: Santiago’s Love-Child
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2007
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9573-7
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Epílogo
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Capítulo 1
Depois de passar dez minutos a tentar vender uma ideia, quase todos se dariam por vencidos. Mas Dan Taylor não era assim. Alguns diziam que o que lhe faltava em talento era compensado com a sua determinação. E era verdade.
Santiago Morán, que todos consideravam ser um homem com muito talento, ouvia o seu amigo, alguns anos mais novo do que ele, dizer-lhe porque precisava que fosse com ele e duas amigas para a sua casa de campo naquele fim-de-semana.
– Não.
A resposta de Santiago era inequívoca e Dan surpreendeu-se com a sua total falta de cooperação. Estava a portar-se com a mesma indiferença fria que Dan esperara dele há cinco anos quando apareceu nos escritórios londrinos da Morán International para pedir uma oportunidade. A única coisa que podia apresentar a seu favor era um ténue vínculo familiar com os Morán.
Embora esperasse ser expulso do impressionante edifício, conseguir ser recebido pelo presidente foi tão difícil como antecipara. Quando finalmente se encontraram cara a cara, Dan sentiu-se desfalecer. Santiago era muito mais novo do que ele esperava e muito mais duro e implacável.
Ao dar por si à frente dos olhos pretos e penetrantes que o observavam com uma expressão gelada e cínica, Dan deixou de lado a apresentação que tão cuidadosamente preparara nos dias anteriores e disse:
– Escuta, não há nenhuma razão para me dares um trabalho só porque o meu tio-avô se casou com uma prima longínqua da tua mãe. Não tenho estudos. Na verdade, nunca acabei nada do que comecei, mas se me deres a oportunidade não te arrependerás. Tentarei com todas as minhas forças. Tenho algo para demonstrar.
– Tens algo para demonstrar?
A voz profunda do homem assustou Dan.
– Não sou um perdedor.
O homem atrás da secretária levantou-se e observou-o durante um bom bocado em silêncio, com aqueles olhos penetrantes que pareciam descobrir todos os seus segredos.
– Bom, lamento ter-te incomodado… – replicou finalmente, depois do silêncio longo e incómodo.
– Na segunda-feira às oito e meia.
Dan abriu a boca, sem conseguir acreditar.
– O que disseste?
Santiago arqueou uma sobrancelha.
– Se quiseres o trabalho, aparece segunda-feira de manhã às oito e meia.
Dan deixou-se cair na cadeira mais próxima.
– Não te arrependerás – jurou então.
Dan cumprira a sua promessa. Não demorara a demonstrar o seu valor e, talvez mais surpreendentemente, entre os dois homens surgira uma amizade estreita que se manteve quando, há dois anos, Dan deixou a Morán International para criar a sua própria empresa.
Dan adoptou uma expressão magoada ao olhar para Santiago naquele momento.
– Devo dizer que a tua atitude me parece muito insensível.
– Se por insensível queres dizer que não passarei o fim-de-semana a entreter uma mulher gorda, aborrecida e mentalmente desequilibrada, e estou a citar as tuas próprias palavras, para que tu possas cortejar calmamente a tua Rebecca, sim, sou insensível.
– Rachel – corrigiu Dan, – e a sua amiga não é mentalmente desequilibrada. Só sofreu uma depressão nervosa ou algo do género.
– Podes repetir isso de mil maneiras, mas a resposta continua a ser «não», Dan.
– Se conhecesses Rachel não serias tão cruel – insistiu Dan, que não estava disposto a passar outro dia com a sua namorada e a amiga dela.
– É bonita?
– Muito e não olhes assim para mim. Não é um romance passageiro, é a mulher da minha vida. Sei que é – insistiu indignado, ao ver o sorriso cínico que Santiago esboçou ao ouvir a sua admissão romântica. – E tu devias ser mais compreensivo, tendo em conta… – Dan interrompeu-se.
Santiago abandonou a sua intenção de continuar a trabalhar e afastou o cabelo da cara com um ar carregado de paciência.
– Tendo em conta o quê?
– Não vais casar-te?
– Suponho que em algum momento será necessário fazê-lo, sim – comentou, com ironia.
– Sabes a que me refiro – redarguiu o seu amigo e primo. – Não vais casar-te com aquela cantora com quem apareces em todas as revistas?
– Essa cantora tem um representante com muita imaginação. Susie não está apaixonada por mim.
– Bom, é que… – começou Dan, com curiosidade.
– Não te diz respeito – interrompeu Santiago, que não permitia que ninguém se metesse na sua vida privada.
– Está bem, mas continuo a pensar que não és razoável. Só te peço para passares o fim-de-semana numa linda casa rural restaurada por mim – continuou a insistir Dan. – Olha… Olha, esta é Rachel – indicou, tirando do bolso uma fotografia com os cantos amachucados. – Não é linda? E sim, é um pouco mais velha do que eu, mas eu gosto de mulheres maduras – acrescentou à defesa, pondo-lhe a fotografia à frente dos olhos.
Com um suspiro, Santiago tirou a fotografia dos dedos do seu amigo e olhou para a mulher alta e loira que lhe pareceu mais ou menos como todas as mulheres altas e loiras que conhecia.
– Sim, é muito… – interrompeu-se e empalideceu ao ver a pessoa meio escondida pela namorada de Dan.
– Estás bem? – perguntou Dan com preocupação, ao recordar que o pai de Santiago morrera repentinamente com apenas cinquenta e cinco anos de um ataque de coração.
Dan tentou recordar quais eram os cuidados que devia ter com uma pessoa quando sofria um enfarte, mas felizmente Santiago levantou o olhar e olhou para ele. Estava pálido, mas certamente não à beira da morte.
– Estou bem, Dan – respondeu Santiago, que não estava disposto a revelar que conhecia a mulher da fotografia. – Esta mulher é a amiga da tua namorada? – perguntou, com indiferença.
– Sim, é Lily – admitiu o jovem, sem entusiasmo. – Está a viver em casa de Rachel há três semanas. São amigas há muito tempo, mas desde que está com ela, nunca consigo ver Rachel a sós. Lily está sempre presente. E acho que não gosta de homens. Pelo menos, não de mim. Pelos vistos, o marido abandonou-a e ela ficou muito mal.
– O marido dela abandonou-a?
Dan assentiu.
– Não tenho a certeza dos pormenores, mas pelos vistos foi isso que desencadeou a depressão.
– Estão divorciados? – perguntou Santiago.
– Já te disse que não sei os pormenores. Tinha convidado um amigo este fim-de-semana para me livrar dela, mas o tipo está com papeira.
– Que desconsiderado da sua parte – murmurou Santiago com sarcasmo, pensando depressa, algo que fazia muito bem.
– Não direi que o fez de propósito, porém, bolas, Santiago, já ando a preparar este fim-de-semana há meses! – exclamou e, baixando o tom de voz, acrescentou: – Desde que comprei o anel.
– Vais pedi-la em casamento? – perguntou Santiago.
Para ele, ser amiga de Lily não era a melhor recomendação.
– Seis anos não é muita diferença.
– Insignificante – concordou Santiago, divertido ao ver que a diferença de idade era a única coisa que parecia preocupar o seu jovem amigo. – Isto muda as coisas – murmurou, em voz alta.
– Sim?
– Visto que sou um romântico…
– Desde quando?
– Farei companhia a essa… Lily.
Dan estava tão agradecido que Santiago demorou dez minutos a livrar-se dele. Quando finalmente ficou a sós, Santiago pegou na fotografia que pusera furtivamente no bolso e pousou-a sobre a mesa. Com as mãos apoiadas na superfície de madeira, inclinou-se para a frente e cravou os olhos nos traços da mulher que mal se distinguia no fundo da imagem.
O cabelo de Lily parecia escuro, mas Santiago sabia que era de um tom castanho-claro com uma gama de tonalidades fascinante, que iam desde o loiro dourado até ao avermelhado suave.
A cara pequena, bastante mais magra do que ele recordava, os olhos azuis grandes e sensuais e a boca suave e sedutora não davam a impressão de pertencer a uma mulher sem princípios.
Gozara tanto com ele!
Mas como Santiago repetira muitas vezes nos últimos meses, tinha o consolo de saber que se livrara dela e não cometera nenhuma tolice por causa de uma paixão repentina.
Ele não era casado com aquela desalmada sem coração. Era outro homem que desfrutava da suavidade dos seus lábios, outro que dormia com a cabeça apoiada nos seus seios suaves e quentes durante a noite. Era outro homem que ouvia as suas mentiras e acreditava nelas.
«Outro homem, mas não eu».
Então, recordou as palavras de Dan e percebeu que talvez não houvesse ninguém a desfrutar das delícias carnais do corpo voluptuoso da mulher. Recordando a sua sensualidade e a sua desinibição, duvidava que a situação durasse muito tempo.
Olhou para as mãos, apertadas e com os nós dos dedos brancos, e virou a cabeça para aliviar a tensão do pescoço e dos ombros. Esquecera-a. O que o obcecava era o facto ter sido tão ingénuo com ela que, depois disso, deixara de desfrutar plenamente da vida. A única forma de recuperar o equilíbrio era enfrentar o problema. Precisava de alcançar o que os psicólogos chamavam de «superação total do problema» e o que ele chamava de «receber o seu castigo».
Graças