A herdeira
De Anna Depalo
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Sobre este e-book
O espectacular director geral da empresa desejava a filha do chefe. Griffin Slater fizera amor com Eva Tremont inúmeras vezes... na sua imaginação. Agora, porém, fazia tenções de casar com ela e tinha uma arma secreta com a que pensava convencê-la.
A proposta de Griffin era completamente descabida... e muito tentadora. O homem de quem há tanto tempo tentava manter-se afastada prometia-lhe tornar realidade o seu sonho de ser mãe. Mas casar com ele talvez fosse um preço demasiado alto a pagar...
Anna Depalo
USA Today best-selling author Anna DePalo is a Harvard graduate and former intellectual property attorney. Her books have won the RT Reviewers' Choice Award, the Golden Leaf, the Book Buyer's Best and the NECRWA Readers' Choice, and have been published in over a twenty countries. She lives with her husband, son and daughter in New York. Readers are invited to follow her at www.annadepalo.com, www.facebook.com/AnnaDePaloBooks, and www.twitter.com/Anna_DePalo.
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A herdeira - Anna Depalo
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Anna DePalo
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
A herdeira, n.º 844 - Setembro 2016
Título original: Ceo’s Marriage Seduction
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2008
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-8591-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Epílogo
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Capítulo Um
– Vou casar com ele.
«Com o homem errado».
«Não. Com o homem certo», corrigiu-se Eva, irritada por ter adoptado a atitude negativa do seu pai por um segundo que fosse.
Era verdade que não tinha uma sensação instintiva de «perfeição» ou de «destino», mas disse para si que devia parar de ser tão ilógica.
Ao longo da sua carreira como organizadora de festas, muitas vezes intuíra que as coisas estavam mal e depois tinha corrido tudo às mil maravilhas. Também tinha visto como eventos que deviam ter corrido na perfeição transformarem-se em terríveis desastres.
Decidiu para si que não podia predizer o futuro, mesmo a ver o olhar incrédulo e desgostoso que o seu pai lhe dirigia.
Marcus Tremont levantou-se e deu uma palmada na enorme secretária de carvalho que tinha à sua frente.
– Raios, Eva! Estás doida? O Cárter Newell é uma serpente caça-herdeiras. Não hás-de receber nem um cêntimo meu!
Ela apertou os lábios, mas recusou-se a mostrar quanto lhe doíam as palavras do seu pai. Tinha voltado cedo do trabalho, as segundas-feiras eram dias calmos, para se reunir com o seu pai na biblioteca forrada em madeira na mansão familiar da exclusiva zona de Mill Valley. Tinha-se preparado para a batalha.
– Por sorte – respondeu, – não precisamos nem um cêntimo seu. A Eventos de Design está a ir muito bem.
A sua reputação como organizadora de festas na Bay Área tinha aumentado muito nos últimos anos. Recebia pedidos constantes de muitas das anfitriãs da alta sociedade de São Francisco, assim como de reconhecidas instituições filantrópicas.
– Nunca vou perceber o que vês no Cárter Newell – o pai passou a mão pelo cabelo grisalho.
Tinham falado sobre aquele assunto várias vezes, sempre com o mesmo resultado. No entanto, como o compromisso já era uma realidade, ela tinha esperança de que nesse dia fosse diferente.
Ao contrário do seu pai e das pessoas como ele, Cárter não considerava o trabalho como a sua «amante». Pelo contrário, tornava-a a ela a sua prioridade.
– O Cárter ama-me – disse de rompante.
– Ou ama a tua conta à ordem – o pai franziu o sobrolho.
Ela cerrou os dentes. O seu pai sempre mostrara inquietude, perspicácia até, quando lhe apresentava os seus namorados. Imaginava que porque era filha única e a sua herdeira. Com Cárter essa inquietação inicial nunca tinha desaparecido. Mas era preciso ter em conta que nunca tinha estado tão perto do altar com nenhum dos namorados anteriores…
– O Cárter tem trabalho? – continuou o pai. – Refresca-me a memória, Evangeline. O que é que ele faz?
O pai dela sabia muito bem como Cárter ganhava a vida, mas Eva dedidiu seguir-lhe o jogo.
– O Cárter é assessor financeiro freelancer.
Da primeira vez que mencionara a profissão de Cárter, meses antes, pensou que contaria com a aprovação do seu pai. Marcus Tremont respeitava a ideia de tirar partido de um dólar.
No entanto, a reacção do seu pai fora morna. E quando ela começou a insinuar que estava a planear casar com Carter, o pouco calor que havia começara a descer em picado.
– Tolices – afirmou o seu pai, fazendo eco do cepticismo que manifestara em ocasiões anteriores. – Isso é um título decorativo que oculta a sua verdadeira profissão de sedutor de herdeiras.
– O Carter vem de uma família endinheirada! – apesar de não ser essa a sua intenção, estava a repetir argumentos que nunca tinham levado a nada.
Sentiu que se avizinhava uma dor de cabeça.
– Procedia de uma família endinheirada – contra-atacou o seu pai. – Ele gaba-se de lidar com o dinheiro dos outros porque não tem nenhum dele próprio.
– O pai é impossível! – aquele comentário irritou-a de vez. – Só porque os Newell já não são tão ricos como eram, acha que o Carter é um caça-fortunas!
Enquanto dizia aquilo, lamentou a sua tendência a parecer uma adolescente rebelde sempre que discutia com o seu pai.
– Acredita, Eva. Não há ninguém mais tenaz do que uma pessoa que tenta manter a sua situação económica na vida para evitar cair no abismo.
Ambos tinham levantado a voz e Eva decidiu parar de tentar que o anúncio do seu casamento se transformasse num momento feliz.
– Onde está o anel? – perguntou o seu pai bruscamente.. olhando para a sua mão. – Não estou a ver nenhum.
– Ainda não o tenho,
A expressão do pai deixou muito clara a sua opinião: «Estás a ver? Precisas de mais provas?»
– Ah, não, nada disso! – interveio ela, antes que pudesse dizer o que pensava. – Vamos escolhê-lo juntos.
– Com o quê? – inquiriu o pai, – com um empréstimo bancário?
Ela imaginava que o compromisso não seria oficial até não ter o anel, mas recusava-se a que a discussão com o seu pai fosse por uma coisa meramente simbólica.
Bateram à porta e ambos viraram-se.
– Entre – ladrou o seu pai.
A porta abriu-se e entrou Griffin Slater. Eva revirou os olhos.
Griffin Slater, o braço direito do pai.
Aos olhos do seu pai, se alguém tinha as credenciais perfeitas para marido, esse era Griffin.
Griffin Slater não lhe agradava nada. Era assim desde que o conhecia, há uma década, quando começara a trabalhar para a Tremont Holding Imobiliária.
No início quase nem era consciente da sua existência, era mais um recém-licenciado da universidade de Standford que estava a aprender as bases do negócio imobiliário com pretensões de ascender.
No entanto, com trinta e cinco anos, era mais chefe do que empregado, especialmente porque a avançada idade do seu pai o obrigava a ir soltando as rédeas do império familiar.
Mas Griffin era um recordatório permanente das suas carências como única herdeira do seu pai. Não demonstrara qualquer interesse pela empresa familiar e iniciara os seus próprios negócios assim que acabara os estudos na universidade de Berkley.
Eva era bem consciente de que muita gente considerava o seu campo de trabalho uma frivolidade, um mero entretenimento de debutante. E não tinha dúvidas de que Griffin Slater partilhava dessa opinião.
Mas ao menos ela tivera a coragem de criar a sua própria empresa, em vez de usurpar a dos outros.
Nesse momento, ao olhar para o rosto de Griffin Slater notou que a sua expressão não revelava nada. Era mestre na arte de fazer caras indecifráveis, pelo menos quando não estava a meter-se com ela.
Media mais de um metro e oitenta e tinha traços duros e marcados, mais de boxeur do que de um modelo masculino. No entanto exercia um potente efeito nas mulheres. Ela confirmara-o em inúmeros acontecimentos sociais ao longo dos anos.
Imaginava que tinha qualquer coisa a ver com os seus penetrantes olhos escuros. Ou talvez com o cabelo negro brilhante que insistia em encaracolar apesar de o levar muito curtinho. E também devia colaborar um corpo que era pura virilidade. Até ela o tinha admirado involuntariamente mais do que uma vez, antes de controlar o desvario da sua mente.
– Chegas mesmo a tempo para o espectáculo, Griffin – disse-lhe.
Ele levantou as sobrancelhas com ligeiro interesse e fechou a porta atrás de si.
Eva odiou que o seu pai parecesse aliviado ao ver Griffin, senhor Resolvetudo, como ela o chamava. Griffin ia ser testemunha de mais uma épica batalha familiar dos Tremont. Parecia ter um instinto especial para aparecer sempre nos momento críticos.
– Qual espectáculo? Admito que estou curioso – disse Griffin com aquele tom sereno e divertido que nunca deixava de irritá-la.
– A minha filha decidiu casar com o homem mais desprezível que conheço – o pai deu uma palmada na mesa.
– Pai! – exclamou ela, irada.
Griffin olhou para ela e notou que a tensão aumentava.
– Quem é o felizardo?
«Como se não imaginasse», pensou Eva. Griffin tinha visto Carter já algumas vezes. Uma na reunião social informal em casa dos seus pais, e outra num encontro fortuito na inauguração de uma galeria de arte.
Em ambas ocasiões, Griffin estava sozinho, mas isso não enganara Eva. Vira várias mulheres entrar na sua vida. E especialmente sair dela. Porque Griffin não parecia muito inclinado a dar os seus favores a uma mulher concreta durante demasiado tempo.
Levantou o queixo e os seus olhos encontraram-se com os de Griffin. Apesar do que o pai tinha dito, não tinha qualquer razão para ficar à defesa. Estava perfeitamente confortável com a sua decisão.
– Carter Newell – respondeu com ênfase.
– Então, estamos de parabéns – disse Griffin, entrando na sala.
Ela percebeu que não estava a dar-lhe os parabéns, apenas a dizer que isso seria o que a cortesia ditava, se ele