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Avaliação e ensino de matemática: o programa ler e escrever em foco
Avaliação e ensino de matemática: o programa ler e escrever em foco
Avaliação e ensino de matemática: o programa ler e escrever em foco
E-book176 páginas2 horas

Avaliação e ensino de matemática: o programa ler e escrever em foco

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Sobre este e-book

Avaliação e Ensino de Matemática: o Programa Ler e Escrever em Foco aborda uma importante política educacional do estado de São Paulo, na última década, que propôs modificações principalmente no funcionamento dos anos iniciais do ensino fundamental. Criado para reverter os baixos indicadores de leitura e escrita e as altas taxas de evasão e repetência, o Programa Ler e Escrever foi ampliado para a área de matemática e incorporou o projeto de Educação Matemática nos Anos Iniciais (Emai). O programa envolve, além de mudanças na estrutura curricular do ensino de língua portuguesa e matemática, aspectos relacionados com a formação de professores, a construção de material didático e de apoio, atividades com a família e a preparação para as avaliações externas. O livro analisa a efetivação dessa proposta na área da matemática, as proposições curriculares feitas pelos órgãos oficiais, as estratégias e metodologias utilizadas para o ensino desse campo disciplinar nos anos iniciais, os instrumentos e as formas de avaliação, bem como os sentimentos de aluno e professor diante da avaliação e do ensino de matemática.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2017
ISBN9788547304317
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    Avaliação e ensino de matemática - Lauro Araújo Mota

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Para Pietro Henrique (Peco), Ana Laura (Lalinha) e Heitor,

    com a esperança e o desejo de que a educação seja repleta de sentidos.

    AGRADECIMENTOS

    A Deus;

    A meus pais, Francisco Lauro da Mota e Maria Isabel de Araújo Mota;

    A Henrique Lima, Ana Paula Mota e Pietro Henrique, pela acolhida em Campinas;

    À Prof.ª Dr.ª Maria Auxiliadora Andrade Bueno Megid (Dora) – PUC-Campinas, pelo carinho e zelo na elaboração e escrita desta obra;

    Às professoras Drª Jussara Tortela - PUC-Campinas; e Dione Luckesi – Unicamp, pelas valiosas contribuições e sugestões durante a escrita desta obra.

    A Célia Trevisan, pelo cuidado, em todos os sentidos, a quem devo muito.

    A Tarcísio Mota, Ruth Moraes, Aureluce Oliveira, Geandra Santos, Denise Moraes, Luciana Araújo, Isabela Primo, Maria Lima (Lu), Aparecida Anzie, Edgar, Vanda, pelos momentos de leveza e alegria durante o processo de construção deste trabalho;

    À Prefeitura Municipal de Tauá-CE, nas pessoas de Patrícia Pequeno Costa Gomes de Aguiar e João Álcimo Viana Lima, pela liberação durante dois anos para o desenvolvimento desta pesquisa;

    À professora, à coordenadora pedagógica e aos alunos do 5º ano da E.E E.R.N., meus sinceros agradecimentos pela acolhida e inclusão junto com vocês nessa escola durante a pesquisa;

    À Capes e à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, pelo financiamento da pesquisa.

    APRESENTAÇÃO

    Na década de 1990 a educação brasileira vivia momentos preocupantes com relação a elevados indicadores de evasão e repetência na educação básica, associados a um excludente sistema de ensino, que não assegurava vagas para o acesso à escola, em termos quantitativos, nem educação de qualidade para todas as crianças em idade escolar.

    O sistema de ensino ainda apresentava características marcantes de seletividade e exclusão no acesso à educação básica, problemas que só vêm sendo minimizados a partir de 1996 com a promulgação da LDB nº 9.394/96 – indicando que os elevados índices refletiam como ainda estava restrito o acesso de determinados grupos sociais à escolarização.

    As modificações ocorridas na instituição escolar, no último século, permitiram mais acesso de grupos que historicamente foram excluídos do acesso ao saber escolarizado e dos bens culturais produzidos socialmente, bem como possibilitaram a reorganização de muitas práticas pedagógicas conservadoras e excludentes que não favoreciam as condições de aprendizagem e sucesso de uma parcela considerável de sujeitos que frequentavam a escola.

    Dentre as práticas que mais contribuíram para a exclusão escolar está a avaliação da aprendizagem. Essa prática, que nos moldes tradicionais foi responsável pela seleção, classificação e homogeneização de muitas turmas de alunos em fortes e fracos, também foi responsável pelo envio de grande quantidade de alunos considerados inadaptados ou difíceis para as classes especiais que se proliferaram no Brasil a partir da década de 1970. Uma vez nessas salas, os alunos eram rotulados de rudes, retardados e imbecis, e o rótulo só servia de pretexto para segregá-los mais ainda. Não existia uma avaliação que levasse em consideração as características individuais e sociais dos alunos, o que reforçava a exclusão dentro da própria escola.

    O não aprender sempre era visto como tendo causa individual, orgânica e de responsabilidade do próprio sujeito. Disciplinas consideradas duras e difíceis, relacionadas ao campo das ciências da natureza, como era rotulada a matemática, gerava em parte dos alunos o medo e o receio da não aprendizagem e da punição relacionada ao não aprender. As punições mais comuns eram, e em muitos casos continuam sendo, a recuperação ou reprovação ou ambas. Nos casos mais extremos o aluno se sentia tão implicado com o não aprender, ou por não aprender, que acabava abandonando a escola. Não raro são os casos de pessoas que, ao relatarem sua passagem pela escola, lembram com tristeza ou mesmo insatisfação sua relação com a disciplina de matemática e com os professores que a ministravam.

    Assim, quando se falava em dificuldade de aprendizagem geralmente se relacionava ao domínio da língua, e pouco, ou quase nada, se discutia/discute nas escolas ou nos cursos de formação de professores para os anos iniciais do ensino fundamental sobre o campo específico da matemática. Quais as hipóteses que as crianças constroem sobre os sistemas de numeração e seu funcionamento, sobre a construção dos conceitos matemáticos básicos, aritmética, geometria, espaço e forma etc.

    Com base nas dificuldades de leitura e escrita apresentada pelos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental é que o Programa Ler e Escrever foi pensando e implementado. O ensino de matemática foi inserido também dentro das modificações impostas pelo programa, mas não tinha centralidade no momento inicial. Gradativamente os professores foram questionando o lugar destinado ao ensino de matemática e este foi sendo reformulado e ampliado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com o acréscimo do projeto Emai - Ensino de Matemática nos Anos Iniciais.

    Desse modo, como o foco do Programa Ler e Escrever é a leitura e escrita e as práticas sociais relacionadas a essas habilidades, e tendo em vista o papel que têm os conteúdos matemáticos na vida dos alunos, me propus nesta obra a investigar como uma professora que fazia uso do Programa Ler e Escrever avaliava a aprendizagem matemática dos alunos do 5º ano. A questão investigativa que perpassou a pesquisa se configurou da seguinte maneira: qual a relação entre as práticas empregadas para avaliar as questões matemáticas e as sondagens propostas pelo Programa Ler e Escrever?

    Como base nessas questões apresentadas organizei esta obra, que assim ficou configurada. No primeiro capítulo, Avaliação educacional: aspectos históricos e conceituais, faço uma discussão e problematizo os conceitos de avaliação educacional bem como seus significados e funções na prática escolar. São discutidos aspectos como o ensino e a avaliação da aprendizagem matemática e da avaliação no Programa Ler e Escrever. O segundo capítulo é destinado à arquitetura da pesquisa, onde são descritos e analisados o campo investigativo, a escolha e justificativa de uso dos instrumentos utilizados bem como é exposto o percurso feito pelo pesquisador no campo de investigação. No terceiro capítulo apresento a trajetória da professora do 5º ano no Programa Ler e Escrever, identificando os instrumentos utilizados por ela para o ensino e a avaliação da aprendizagem no campo da matemática e quais os sentidos e significados atribuídos a sua prática.

    Desejo que a leitura deste trabalho possa servir de instrumento de reflexão e discussão para professores, coordenadores pedagógicos, técnicos das diretorias de ensino, planejadores educacionais e outros profissionais interessados nas múltiplas e complexas questões que envolvem os processos educativos abrangendo questões como a gestão dos processos de ensino- aprendizagem, o ensino de matemática, a formação de professores, a avaliação educacional e as políticas públicas que estão sendo planejadas, implementadas e consolidadas nas área da educação com vista à melhoria da qualidade do ensino e a construção de uma escola que promova aprendizagem e desenvolvimento humano.

    Campinas-SP, primavera de 2016

    O autor

    PREFÁCIO

    Inicialmente gostaria de expressar que é um enorme prazer ser convidada para escrever o prefácio do livro do Prof. Lauro Araújo Mota. Acompanhei todo o processo de construção desta obra e sei da dedicação e do cuidado que ele tem com a escrita, dando vozes aos sujeitos participantes da pesquisa à luz das teorias existentes sobre avaliação da aprendizagem matemática, bem como tecendo reflexões que revelam o compromisso e a seriedade com a formação e a prática pedagógica dos professores.

    O livro Avaliação e Ensino de Matemática: o Programa Ler e Escrever em Foco é resultado de uma investigação, realizada pelo autor, abordando temáticas relacionadas aos múltiplos sentidos da avaliação da aprendizagem, o ensino e a avaliação da disciplina de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental e sobre o Programa Ler e Escrever enquanto política pública do Estado de São Paulo.

    As discussões das temáticas proporcionam reflexões sobre a avaliação da aprendizagem que precisa ser entendida como uma prática social intencional que vêm sendo construída historicamente, considerando as concepções de homem, de educação e sociedade que se fazem presentes na educação, assim como a clareza que o professor precisa ter para direcionar sua prática educativa.

    Os achados da investigação evidenciam uma formação de professores frágil que ainda não consegue atender as necessidades no campo específico da matemática, tão necessário para a construção da aprendizagem significativa, ou seja, para que o professor possa conduzir com clareza e solidez o processo de aprendizagem de seus alunos. Os dados demonstram uma problemática bem maior, também refletida nos resultados de outras pesquisas, como a de Barbosa¹, que explicita que as dificuldades dos

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