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Das intenções à formação docente para a inclusão
Das intenções à formação docente para a inclusão
Das intenções à formação docente para a inclusão
E-book276 páginas2 horas

Das intenções à formação docente para a inclusão

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Sobre este e-book

O livro Das intenções à formação docente para a inclusão: contribuições do Desenho Universal para a aprendizagem pontua a formação de professores e a organização do ensino como papéis relevantes nas políticas educacionais quanto à necessidade de práticas pedagógicas inclusivas. Diante dessa temática, a autora elaborou e aplicou uma ação didática formativa – unidade didática (produto educacional) – voltada à formação de professores para inclusão no que tange ao planejamento de atividades pedagógicas com base nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem. Dessa forma, esta obra apresenta contribuições advindas da aplicação dessa unidade didática em um curso de extensão com 40 licenciandas de um curso de Pedagogia. Somado a isso a autora identifica os pressupostos da organização do ensino para a inclusão, analisa a formação inicial de professores para inclusão na política pública educacional, apresenta os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem a partir da identificação dos subsídios teóricos e práticos sobre a organização do ensino na educação inclusiva, indica e analisa os resultados da aplicação do produto educacional – a unidade didática – como atividade de ensino para a ação formadora. Nesse sentido, oferece, por meio dessa ação didática formativa, uma contribuição ao campo da formação docente para inclusão educacional, a partir da organização das atividades pedagógicas baseadas nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de out. de 2017
ISBN9788547306205
Das intenções à formação docente para a inclusão

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    Das intenções à formação docente para a inclusão - Jacqueline Lidiane de Souza Prais

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Dedico esta obra aos pedagogos, professores e licenciandos que, contra a maré,

    lutam para que a inclusão educacional seja uma prática.

    Àqueles que se dispõem ao fascínio de humanizar e serem humanizados durante

    a encantada missão de ensinar para a humanidade.

    AGRADECIMENTOS

    Sou um pouco de todos que conheci, um pouco dos lugares que fui, um pouco das saudades que deixei e sou muito das coisas que gostei.

    – Antoine de Saint-Exupéry

    A Deus, pelas oportunidades, pelas bênçãos e pela presença constante ao longo de meu percurso pessoal, acadêmico e profissional.

    A meu amigo, companheiro e esposo, Douglas Prais, um agradecimento especial, pelo amor confiado a mim, pela compreensão, pelo apoio e pela torcida desde o ingresso no programa de pós-graduação até a aprovação de publicação desta obra.

    Ao caro Prof. Dr. Vanderley Flor da Rosa, meu orientador no mestrado, que contribuiu durante este caminho de formação colaborativa para inclusão educacional diante das possibilidades de minha pesquisa.

    A meu papai herói, Airton, e a meu irmão, Alisson, que, mesmo sem entenderem os encaminhamentos da pesquisa, estavam sempre ao meu lado torcendo pelo meu sucesso e pelo reconhecimento de minha atuação profissional.

    A minha mãe, Rosangela, que se empenhou em contribuir para que a publicação desta obra se tornasse possível. Sei agora que a vida nos dá sempre novas oportunidades para partilhar a felicidade e a gratidão.

    À família Souza, Prais e Moreira, pela compreensão nos momentos de ausência familiar.

    A meus eternos professores da Escola Municipal Edgard Galafassi, do Colégio Estadual Dulce de Souza Carvalho, do Colégio Estadual Cristo Rei, da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio (Uenp/CP) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Londrina (UTFPR/LD), que fizeram parte de minha formação acadêmica e se tornaram exemplos profissionais para trilhar novos caminhos. Sou grata a cada um de vocês.

    A meus colegas do Grupo de Pesquisa em Educação (Gepeduc) da Uenp/CP e do Observatório de Políticas Públicas Educacionais da UTFPR/CP, pela parceria e pelo incentivo ao espírito investigativo.

    A professores, colegas de trabalho e parceiros do Colegiado de Pedagogia da Uenp – Campus Cornélio Procópio –, pelo incentivo e pelo apoio durante o processo de formação como pedagoga e na trajetória do mestrado.

    À Uenp – Campus Cornélio Procópio –, pelo acolhimento da pesquisa, incentivo e apoio institucional, em especial à diretora do câmpus, Profª Drª Vanderléia da Silva Oliveira, e à coordenadora do curso de Pedagogia, nessa oportunidade a Profª Ma. Roberta Negrão de Araújo.

    À UTFPR – Campus Cornélio Procópio – e ao Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGEN) da UTFPR – Campus Londrina –, pelo apoio institucional e acadêmico à pesquisa para a execução do curso de extensão que desencadeou nesta obra.

    Às professoras doutoras Alessandra Dutra e Jáima Pinheiro de Oliveira, que aceitaram o convite de compor as bancas de qualificação e de defesa. Bem como aos suplentes da banca, professores doutores David da Silva Pereira e Flávio Rodrigo Furlanetto. Agradeço a todos pelas contribuições e pelas considerações que enriqueceram esta pesquisa e tornaram possível a publicação do livro.

    Às acadêmicas do curso de Pedagogia da Uenp – Campus Cornélio Procópio – que se engajaram nesse processo formativo colaborativo e possibilitaram uma riqueza de experiências em cada encontro. Agradeço a cada licencianda, pela participação, pelo comprometimento e pelas preciosas contribuições em nossa pesquisa.

    Aos colegas que vivenciaram esse processo de formação no mestrado. Agradeço pela parceira nos artigos científicos, pela cumplicidade nos momentos de angústia e de insegurança, pelo apoio, pelas risadas, pelas partilhas, pelos encontros recheados de bolos e de muita aprendizagem.

    Aos meus amigos que confiaram em mim desde sempre, que viram uma criança se tornar mulher, uma aluna se tornar professora. Em especial, agradeço o carinho e a atenção das minhas amigas Flaviane, Adriana e Janaína. Muito obrigada! Divido com vocês esta experiência e alegria.

    Quando não souberes para onde ir, olha para trás e sabe pelo menos de onde vens.

    ~ Provérbio africano

    A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo.

    ~ Albert Einstein

    Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

    ~ Fernando Pessoa

    O universalismo que queremos hoje é aquele que tenha como ponto em comum a dignidade humana. A partir daí, surgem muitas diferenças que devem ser respeitadas. Temos o direito de ser iguais quando a diferença não inferioriza e direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.

    ~ Boaventura de Souza Santos

    APRESENTAÇÃO

    Cabe aqui indicar os motivos que me levaram a escolher este tema da inclusão educacional dos alunos público-alvo da Educação Especial, com ênfase na discussão sobre a formação inicial de professores, e o recorte feito no que diz respeito ao planejamento de atividades inclusivas. Esses temas de pesquisa estão articulados ao meu percurso pessoal, profissional e acadêmico.

    Entre os anos de 2005 a 2007 e 2011 a 2013 atuei como estagiária e professora, respectivamente, em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), e, concomitantemente, em 2013, como docente em uma instituição privada de Educação Infantil e em um programa de alfabetização de jovens e adultos. Nessas experiências profissionais me deparei com discussões e angústias em face da inclusão de alunos público-alvo da Educação Especial no ensino regular e à formação dos profissionais da educação nesse contexto.

    Nesse meu percurso e nas relações profissionais fui percebendo diversas inquietações nos ambientes escolares, quais sejam: como promover uma educação inclusiva que assegure a satisfação de aprendizagem dos alunos? Como organizar atividades inclusivas? Tais questões eram levantadas em debates: ora a educação inclusiva é possível, ora impossível e inalcançável, e há, ainda, aqueles que defendem a inclusão educacional, pois entendem que há um discurso exponencial, ao mesmo tempo em que um contexto desestrutural para sua consolidação.

    Paralelamente a minhas experiências profissionais, me inquietei com as discussões advindas da disciplina de Concepção Norteadoras da Educação Especial, no curso de formação de docente no Ensino Médio e de Fundamentos Teóricos e Políticos da Educação Especial, no curso de Licenciatura em Pedagogia. Além disso, no ano de 2010, passei a integrar o Grupo de Pesquisas em Educação (Gepeduc) na linha de formação de professores, em que problematizei o cenário atual e as condições formativas para a prática de ensino para alunos público-alvo da Educação Especial.

    Quando cursei as especializações em Educação Especial Inclusiva e em Políticas Públicas para a Educação, realizei estudos acerca da organização da atividade de ensino na classe especial e da compreensão dos acadêmicos de Pedagogia diante dos conceitos de inclusão total e de inclusão responsável.

    Mobilizada por esses estudos, conheci outras investigações que aprofundaram a compreensão da organização da atividade de ensino para inclusão educacional, em detrimento de atividades isoladas e de caráter repetitivo para os alunos com deficiência.

    Na continuidade de minhas experiências profissionais, no ano de 2014, assumi aulas em uma Instituição de Educação Superior (IES), na Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), pelo Centro de Ciências Humanas e Educação (CCHE), no Colegiado de Pedagogia. Com isso percebi, em especial nas disciplinas de Políticas, educação e diversidade e Organização do trabalho docente de zero a três anos, uma preocupação de futuros docentes com a organização de atividades pedagógicas adequadas às etapas de ensino, ao desenvolvimento e às especificidades dos alunos com deficiência.

    Identifiquei que a formação inicial docente no curso de licenciatura plena em Pedagogia introduzia tais problemáticas e direcionava a reestruturação curricular do Projeto Pedagógico do Curso (PPC). Porém, diante da perspectiva desses alunos, a formação inicial não contemplava todas as necessidades formativas para a inclusão.

    Nesse contexto, a necessidade da formação docente existe para a organização do ensino e para revelar as intenções inclusivas em práticas e em atividades inclusivas, que assegurem tais pressupostos e direitos dos alunos à educação.

    Durante minhas aulas no curso de Pedagogia, fui questionada pelos alunos/futuros professores sobre a necessidade de formação para inclusão, de aprofundamento em conteúdos específicos e de propostas condizentes com a prática pedagógica inclusiva. A partir dessas trocas em sala de aula, surgiram as indagações: como planejar aulas que emergem princípios inclusivos? Como elaborar atividades em que o aluno com deficiência apreenda conceitos? Poderíamos montar um grupo de estudos ou uma oficina para elaborar atividades adequadas para a inclusão?

    Pautadas nessas questões, acreditei ser necessário refletir sobre a formação inicial de professores no curso de Pedagogia, para inclusão, bem como discutir sobre os princípios inclusivos articulados ao planejamento de atividades pedagógicas nesse processo educacional, subsidiado por uma perspectiva que respondesse a esses meus anseios e de meus alunos.

    Para tanto, encontrei um referencial – os Princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) – que me foi útil para responder tais questionamentos e que serviu como base de fundamentação da minha investigação desenvolvida com licenciandos do curso de Pedagogia. Concomitantemente a esses motivos para a pesquisa, ressalto que durante a formação do profissional-pesquisador, no Programa de Mestrado Profissional em Ensino, é exigido que o pesquisador identifique um problema vinculado ao ensino ou à escola, que pode estar relacionado à atuação pedagógica, elabore um produto educacional, para culminar no auxílio à prática docente, aplique e analise os resultados a partir do uso desse instrumento didático-pedagógico (BRASIL, 2009c; PARANÁ, 2015).

    Os Programas de Mestrado Profissional visam a, predominantemente, articular o conhecimento, o domínio de procedimentos metodológicos adequados e pertinentes, de modo que parta dos problemas reais da atuação do profissional-pesquisador e contemple a aplicação norteada para o campo de atuação pedagógica específico do profissional-pesquisador (BRASIL, 2009c).

    Partindo desse contexto e dessas exigências elaborei um projeto para o mestrado que propôs um estudo sobre a formação docente, com ênfase na organização da atividade de ensino para inclusão, por meio de uma intervenção colaborativa com licenciandos do curso de Pedagogia que atuarão na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

    Cabe ressaltar que propus nessa investigação um curso de extensão direcionado àqueles que se encontram durante a formação inicial, pois percebi a importância de formar futuros pedagogos preocupados com a perspectiva de uma educação inclusiva. Defendo, ainda, que a formação docente e a preocupação com a organização do ensino são prioridades no contexto atual de educação brasileira, devido à complexidade de promover a aprendizagem de um maior número de alunos, com ou sem deficiência, em sala de aula.

    Ao partir dessa constatação, de um problema vinculado à minha prática pedagógica na Educação Superior na formação inicial de professores, para a inclusão educacional em um curso de Pedagogia, desenvolvi um produto educacional que representasse o uso e a contribuição desse referencial – os Princípios do DUA – em uma ação didática formativa.

    PREFÁCIO

    Defender a inclusão educacional nos atuais contextos estrutural, político, econômico e social pode se tornar uma tarefa desafiadora. O cenário massificado e de dominação no qual o modo de produção capitalista está consolidado na sociedade brasileira traz reflexos diretos à Educação, reforçando a cultura da exclusão.

    Temos, atualmente, todo um rol de legislação, de documentos e cartas nacionais e internacionais que indicam a inclusão como regra. Entretanto, a despeito de todos os avanços, o que se vislumbra na prática e de forma direta é o afrouxamento das Metas do Plano Nacional de Educação e o descumprimento de Diretrizes Inclusivas, desde a formação de professores até a prática diária escolar, em que ainda existe o debate de bastidores entre a oferta de uma Educação Inclusiva ou de uma Educação Especial.

    Mas, o momento atual reivindica uma sociedade inclusiva em seus diversos aspectos, especialmente se considerarmos que já foram superadas as fases históricas de segregação, da exclusão total, da reabilitação e da integração, pelo menos na versão oficial. Os argumentos dos pontos de vista legal, científico e social levam a um movimento que rejeita a exclusão e garante o direito de todos à educação.

    Nesse contexto, o Desenho Universal para a Aprendizagem – DUA, conceito relativamente novo no Brasil, surge como uma alternativa importante, visando à inclusão educacional. Emprestado e adaptado das áreas de Engenharia e de suas normas técnicas de acessibilidade, o Desenho Universal (Universal Design) prega que os produtos e serviços devem ser, por projeto, acessíveis a todas as pessoas, independentemente de seu tamanho, peso, idade, ou condição de deficiência, seja ela qual for. Nessa adaptação do conceito para seu uso no processo educacional, é necessário considerar que, de fato, existem barreiras que tornam materiais e posturas didáticas inacessíveis a alunos com deficiência, barreiras essas que precisam ser retiradas. Assim, o DUA pode ser entendido como um conjunto de metodologias, estratégias, produtos, práticas, dentre outros, acessíveis e utilizáveis pelo maior número de alunos possível, independentemente de suas capacidades ou deficiências. Ou, simplificando, o uso do DUA visa a tornar os conteúdos e a educação acessíveis aos alunos.

    Mas, como ensinar um maior número de alunos no contexto e na perspectiva de educação inclusiva? Jacqueline identificou de forma profunda e prática uma das facetas do

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