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A Formação Docente e a Educação Profissional e Tecnológica: Pesquisas em Foco
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A Formação Docente e a Educação Profissional e Tecnológica: Pesquisas em Foco
E-book267 páginas2 horas

A Formação Docente e a Educação Profissional e Tecnológica: Pesquisas em Foco

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Sobre este e-book

Esta obra é resultado de um trabalho coletivo empreendido no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) por professores, alunos e colaboradores. As contribuições dos autores colocam em evidência à formação docente dentro dos Institutos Federais, a Educação à Distância na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e a Educação de Jovens e Adultos na EPT. A iniciativa de reunir tais estudos nessa obra, agora materializada, surgiu a partir das discussões fomentadas pelo Panecástica – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Homem, o Trabalho e a Educação Profissional e Tecnológica, o qual está sediado no IFG/Câmpus Anápolis. As discussões realizadas no Panecástica trazem à tona diversas questões relacionadas à emancipação intelectual dos sujeitos enquanto princípio educativo e objetivam repensar a EPT sob o prisma da omnilateralidade do homem.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de set. de 2018
ISBN9788546213092
A Formação Docente e a Educação Profissional e Tecnológica: Pesquisas em Foco

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    Pré-visualização do livro

    A Formação Docente e a Educação Profissional e Tecnológica - Karla Rodrigues Mota

    Oeste.

    Apresentação

    A epígrafe escolhida para esse livro resume, em grande medida, nossa motivação para a organização da presente coletânea. Acreditamos em uma proposta de educação que seja um convite à emancipação, transformação e, acima de tudo, libertação. Vemos com bons olhos a possibilidade de, por meio de pesquisas, discutir e repensar nossos papéis, práticas e crenças como docentes. O interesse por organizar uma publicação que contemplasse a formação docente e a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) surgiu a partir das discussões fomentadas pelo Panecástica – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Homem, o Trabalho e a Educação Profissional e Tecnológica, o qual, sediado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Anápolis, vem fomentando profundas reflexões sobre a ontológica relação entre trabalho e educação, instigando seus pesquisadores ao desenvolvimento de um olhar crítico frente à EPT e, principalmente, nos propiciando diversos momentos de aprendizagem. As discussões realizadas no Panecástica trazem à tona diversas questões relacionadas à emancipação intelectual dos sujeitos enquanto princípio educativo e objetivam repensar a EPT sob o prisma da omnilateralidade do homem.

    Nosso objetivo, ao propor esta compilação, foi mostrar em que medida as pesquisas realizadas, tanto do ponto de vista dos docentes quanto dos discentes, contribuem significativamente para o (re)conhecimento e aprofundamento de questões caras aos processos educativos que nos constituem e que são constituídos por nós. Destarte, a presente obra, que é essencialmente goiana, visa contribuir para a área da Educação, mais especificamente a formação inicial e continuada de professores, permitindo munir os leitores de reflexões importantes acerca da formação de professores e da Educação Profissional e Tecnológica. O livro apresenta ponderações a partir de pesquisas realizadas em diferentes contextos educacionais e abrange uma variedade de temáticas.

    O primeiro capítulo, História do ensino da leitura e escrita no Brasil: para além das marchas sintéticas e analíticas, possibilita um olhar sobre as permanências e rupturas no campo da alfabetização. As autoras mostram que uma equivocada leitura republicana sob o processo de alfabetização, considerado ensino da leitura e escrita no Império brasileiro, pode limitar tal período com discussões referentes às marchas analítica ou sintética, desconsiderando os embates que englobaram algo para além dessas querelas: um projeto de língua e de nação brasileira que estava sendo construído. Além disso, são analisadas concepções de alfabetização em um olhar de longa duração.

    O segundo e terceiro capítulos versam sobre questões relacionadas à EPT, mais especificamente. Em O cultivo do conhecimento ético, a formação de professores e sua práxis na Educação Profissional e Tecnológica (EPT), é feita uma breve análise da relação direta entre conhecimento e sociedade e se justifica pela necessidade de compreender até que ponto as modalidades de ensino, de forma especial a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), incorporam os conceitos de organização social. O texto elucida, também, o fato da ética na formação profissional consistirem um investimento formativo no humano, a fim de que este se torne consciente de seu papel como agente transformador da realidade. Além disso, é abordada a relevância do ensinar com ética pela via do comprometimento com o cultivo do pensamento, da observação, do questionamento e da reflexão. Destarte, busca-se refletir sobre as implicações da ética na formação e práxis docente. Ainda tratando de elementos relacionados à EPT, o capítulo intitulado Trabalho docente na Educação Profissional e Tecnológica (EPT): uma perspectiva crítica emancipadora traz reflexões sobre a atuação do trabalho docente desde uma perspectiva crítico emancipadora em Marx e Gramsci. É evidenciada, no texto, a necessidade de se pensar a especificidade do trabalho docente na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) a partir de uma concepção de trabalho e educação que visa a emancipação e autonomia humana. Assim, deve ser privilegiada uma atuação voltada para o desenvolvimento de formas de resistência por meio de uma transformação da EPT no sentido de formar um sujeito omnilateral, na contramão de uma educação cuja finalidade seja a inserção de forma acrítica do sujeito no mercado de trabalho.

    Em seguida, dois capítulos trabalham, mais especificamente, acerca da temática da formação de professores. A prática como componente curricular no curso de licenciatura em Química do IFG – Câmpus Anápolis traz um breve retrospecto da história das licenciaturas nos Institutos Federais e discorre sobre a prática como componente curricular nos documentos oficiais. O texto apresenta, ao final, a forma como é conduzida a Prática como Componente Curricular (PCC) dentro da licenciatura em Química do IFG – Câmpus Anápolis, além de contemplar a concepção dos licenciandos em química sobre tal PCC. O capítulo O perfil dos professores formadores do curso de licenciatura em Química do IFG – Anápolis, por sua vez, aborda a importância dos formadores de professores de Química e suas práticas. A análise desenvolvida nesta pesquisa se embasa em dois eixos teóricos: os trabalhos relativos à formação de professores de Química e os estudos concernentes aos professores formadores dos cursos de licenciatura. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa do tipo estudo de caso realizado no Câmpus Anápolis do IFG, cujos dados foram coletados por meio de questionários e Currículos Lattes, com 20 docentes do curso. Os resultados do estudo apontam que há, neste contexto, um corpo docente altamente qualificado, no que diz respeito à formação e titulação, dedicado às atividades de ensino e pesquisa e bastante experiente profissionalmente. Além disso, os resultados evidenciam que o perfil dos docentes influencia na formação ofertada aos estudantes.

    Ainda na tônica da formação de professores, porém, tratando especialmente da Educação a Distância, temos os textos Perfil profissional dos docentes do curso Técnico em Química a distância do IFG e Docência e ambientes virtuais de aprendizagem: investigando a formação e gestão pedagógica em um curso técnico a distância. O sexto capítulo se alicerça sobre dois eixos teóricos: os trabalhos relativos à Educação a Distância (EaD) e os estudos concernentes à formação de professores. Os dados do estudo foram coletados por meio de Currículos Lattes e analisados de forma quanti-qualitativa e os resultados indicam que pouca atenção tem sido destinada à formação para atuação na EaD e que são necessárias melhorias neste cenário. O sétimo capítulo, por sua vez, apresenta uma pesquisa de natureza qualitativa, realizada a partir de entrevistas com professores de um curso técnico a distância e, também, por meio da análise das interações entre docentes e discentes no ambiente virtual de aprendizagem. Os dados do estudo, que são discutimos a partir das ideias de Charlot (2000), Gauthier (1998) e Tardif (2002), trazem resultados que apontam a formação inicial e continuada dos docentes como fator preponderante de influência na gestão pedagógica das disciplinas e que permitem uma compreensão da forma como estes sujeitos se relacionam com o saber nos níveis epistêmico, pessoal e social.

    Também dedicado à temática da EaD, o oitavo capítulo, Estudo sobre a evasão em um curso técnico subsequente a distância, aborda os percalços da evasão escolar na EaD embasado em dois eixos teóricos: os trabalhos relativos à Educação a Distância (EaD) e estudos concernentes à evasão escolar. O estudo traça o perfil da evasão escolar no curso a partir da análise de dados coletados por meio de relatórios de matrícula e frequência e questionário e seus resultados sugerem que algumas medidas sejam tomadas para minimizar esse problema e promover a permanência e o êxito dos estudantes de EaD, uma vez que a evasão bruta verificada no curso ultrapassa os 48% e que fatores de ordem não pedagógica tendem a ser as maiores causas de evasão.

    Os três últimos capítulos da coletânea, que também versam sobre a formação de professores, são dedicados especialmente à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em A avaliação colaborativa no contexto da EJA: algumas reflexões acerca das competências, é analisada uma experiência de avaliação colaborativa de inglês instrumental no contexto da Educação de Jovens e Adultos. O texto propõe uma discussão sobre como as competências aparecem nos documentos oficiais da EJA, nas interações e discurso dos aprendizes. São examinados, também, alguns elementos pertinentes a essa discussão, tais como o papel do aprendiz e do professor neste contexto, a importância das competências dentro da composição de alguns dos documentos oficias da EJA e o tipo de sociedade na qual estão inseridos os sujeitos desse processo. O décimo capítulo, intitulado Reflexões acerca das apropriações pedagógicas do uso das mídias na Educação de Jovens e Adultos, discute as especificidades do processo de ensino e aprendizagem na EJA, bem como dos sujeitos inseridos nesta modalidade. É também desvelada a utilização das mídias dentro da EJA no município de Anápolis, descortinando o modo como os professores desta modalidade se apropriam das mídias dentro de sua ação pedagógica. O último capítulo, Situações sociolinguisticamente complexas: um olhar sobre a formação de professores na realidade da EJA e da educação de surdos, traz reflexões acerca da formação dos professores de línguas considerando a complexidade do contexto da Educação de Jovens e Adultos e da educação de surdos no âmbito da EPT no IFG. É proposto, a partir de uma perspectiva decolonial, a ressignificação das práticas educacionais. Pautado nas experiências dos autores nesses contextos, o texto discute elementos tais como a formação de professores que atua(rão)m nesses contextos, as especificidades desses ambientes e a situação sociolinguisticamente complexa desses alunos. A base teórica das análises desenvolvidas são Morin (2002), sobre o paradigma da complexidade, e Fernandes e Paludeto (2010), sobre a educação em direitos humanos.

    Na certeza de que tais pesquisas trazem à tona diversas possibilidades de repensar a prática docente, os processos de formação inicial e continuada de professores, bem como os elementos que atravessam a Educação Profissional e Tecnológica, convidamos à leitura desta obra todos os docentes, discentes e amantes da Educação que se dispuserem à aventura da reinvenção e transformação. Que os trabalhos aqui apresentados sirvam de inspiração para a proposição e vivência de uma Educação mais transformadora, que vise a (re)integração da omnilateralidade humana.

    A equipe organizadora.

    1. História do Ensino da Leitura e Escrita no Brasil: Para além das Marchas Sintéticas e Analíticas

    Maria de Fátima Alves da Silva Oliveira

    Dayanna Pereira dos Santos

    Suzana Lopes de Albuquerque

    Análise histórica acerca dos métodos de alfabetização adotados no Brasil

    O estudo sobre a história da alfabetização no Brasil implica reconhecer que desde o período colonial no século XVI foram desenvolvidas práticas educativas de alfabetização com crianças na sociedade brasileira sob a responsabilidade da Companhia de Jesus – a chamada educação jesuítica. Segundo Saviani (2011), o projeto de Manuel de Nóbrega previa o aprendizado de português e escola de ler e escrever (Saviani, 2011, p. 56) pautado na fé cristã, sendo os estudos um dos instrumentos utilizados para a formação plena do homem. Tal ideal motivava a criação de instituições como casas de bê-á-bá (ou confraria de meninos) dando início à educação colonial em seu sentido restrito, via catequização. Assim,

    em boa parte das aldeias da costa, por onde passavam os padres inacianos estabeleciam pequenos seminários. Eram as chamadas casas de bê-á-bá onde ministravam às crianças indígenas o ensino da doutrina e das primeiras letras. As casas de bê-á-bá eram estruturadas em espaços pequenos e nesse mesmo lugar ocorria o ensino da fé e das letras. (Casimiro; Silveira, 2012, p. 218)

    De tal modo, é possível aferir que o objetivo era instruir para converter. A catequese desdobrava-se na prática da instrução das primeiras letras sob uma filosofia essencialista do homem, segundo a qual à educação cumpre moldar a existência particular e real de cada educando à essência universal e ideal que o define enquanto ser humano (Saviani, 2011, p. 58). Seria, pois, nessa essência que compareceriam inscritos os valores que regeriam a ação do homem e que definiriam os fins da Educação.

    Sob tal lógica, as casas de bê-á-bá cumpriram, no século XVI, um duplo papel: foram, em um primeiro tempo, locus privilegiado do processo de conversão dos nativos e, em um segundo tempo, constituíram-se nas matrizes dos primeiros colégios jesuíticos do Brasil Colonial.

    Segundo Madureira (1927), imbuído da tarefa de instruir e converter, Padre Nóbrega elaborou um plano de estudo, inspirado em uma versão isolada do Ratio Atque Institutio Studiorum Societatis Iesu¹, código de normatização do ensino, que circulava desde 1556 nas circunscrições da Companhia de Jesus, embora apenas em 1599 tenha sido publicado. O plano em questão era composto de duas partes: a primeira, voltada para a aprendizagem de português (alfabetização) e da doutrina cristã, e a segunda parte destinada ao ensino profissionalizante ou propedêutico. Ao longo do tempo, sob a orientação de Nóbrega, os jesuítas fundaram escolas e colégios subsidiados pelo governo português em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. Em 1570, eram 05 escolas de grau elementar e três colégios secundários.

    Com efeito, os padres faziam uso de uma pedagogia baseada nos seguintes pressupostos: bilinguismo (sobretudo português e tupi), método de ensino mnemônico, catecismo com dogmas cristãos, desconstrução dos mitos indígenas e atividades lúdicas (música e teatro). O aporte pedagógico do Ratio Studiorum, sob a influência da escolástica medieval de São Tomas de Aquino, visava uma formação humanista via orientação universalista com centralização da metodologia. Expressa, pois o modelo ideal de formação, de educação dos estudantes nos colégios e universidades (Costa, 2004, p. 225), isso sem indicar uma orientação sobre métodos de alfabetização ou ensino das primeiras letras.

    O padre Leonel Franca (1952) advertia que o Ratio Studiorum não deveria ser visto como um tratado de pedagogia, antes como coletânea de regras e prescrições didáticas e, por isso, não formularia ou debateria métodos. Isso porque a finalidade do documento não seria de cunho teórico, centrada na análise de princípios pedagógicos, mas em si mesma eminentemente prática (Franca, 1952, p. 25). Todavia, é fundamental ressaltarmos que um referencial pedagógico, inclusive a noção de método, parte, principalmente, de elementos elaborados culturalmente, logo, temporais e variáveis.

    A cultura produzida no cerne dos processos educativos implica também em modos de transposição didática de conteúdos. Portanto, embora a discussão sobre métodos de alfabetização, em sua extensão teórica, seja inexistente no Ratio Studiorum, devido à escassez de pesquisas sobre o tema em questão, não se pode negar sua existência em outras fontes.

    Logo, conjectura-se que o silenciamento acerca dos métodos de alfabetização no período colonial vincule-se a uma concepção de linguagem-mundo convertida e traduzida via restrição da língua à especificidade da comunicação, não havendo lugar para se pensar o movimento da língua e o jogo de suas estruturas conceituais. Com efeito, Silva (1998), em sua tese de doutoramento, para além das formalizações sobre a origem dos métodos de alfabetização no Brasil, ressalta a necessidade de se investigar tal construção e, com isso,erigir novas formas de compreensão sobre método.

    Sob o prisma dessesilenciamento, observa-se que a reflexão acerca da história dos métodos de alfabetização adotados no Brasil perpassa um estudo acerca desses diferentes tempos históricos, em que tentativas de inserção do povo brasileiro na codificação e decodificação da linguagem escrita perpassaram diferentes interesses.

    A questão do ensino da leitura e escrita, o debate sobre movimento da língua e o jogo de suas estruturas conceituais perpassaram pelas escolas de primeiras letras do Brasil Imperial oitocentista. A questão dos métodos de alfabetização ao longo do Brasil Império perpassou disputas no campo da filologia, na medida em que se disputavam acerca das matrizes na constituição da língua e da nação brasileira.

    Se no Brasil Colônia as casas de bê-á-bá destinavam-se a uma missão civilizatória, religiosa e instrucional, várias tentativas de rupturas com tais estruturas podem ser observadas no Brasil oitocentista. Albuquerque e Boto (2017) analisaram os debates no campo do ensino da língua escrita perpassando oposições entre os defensores do purismo e do vernáculo português e matrizes que buscavam a construção da língua nacional e de seu ensino desvinculado, estritamente, do mundo clássico e lusitano.

    Tais debates transcendiam a questão das querelas dos métodos pedagógicos que ficaram reduzidos historicamente como uma simples opção metodológica na adoção do método analítico ou sintético. Tais perspectivas referentes aos métodos de alfabetização, vistos de um ponto de vista reducionista, serão analisadas no próximo tópico.

    Método de alfabetização: o debate das querelas pedagógicas entre o método sintético e analítico

    O processo de ensino da leitura e escrita destinado às crianças no Império brasileiro estava permeado de embates envolvendo diferentes sujeitos, projetos de instrução, concepções de língua, poder no campo da impressão e circulação de impressos instrucionais, dentre outros. Tais embates foram registrados por Albuquerque e Boto (2017), demonstrando uma análise desse campo de alfabetização no Brasil oitocentista para muito além de uma visão reducionista referente ao método a ser adotado, em sua escolha, por exemplo, da marcha sintética ou analítica.

    Para tanto, a partir de Carvalho (2005), traçaremos uma distinção histórica entre essas diferentes matrizes teóricas relacionadas às metodologias de ensino e aprendizagem da leitura, como o sintético, que parte da soletração e da silabação para o ensino da leitura; o analítico, baseado em parâmetros que tomam como princípio para o ensino da leitura o todo das palavras, sentenças

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