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O Estranho País De Gales
O Estranho País De Gales
O Estranho País De Gales
E-book259 páginas2 horas

O Estranho País De Gales

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Sobre este e-book

Descubra as estranhas lendas e a História do País de Gales. 

Os Galeses navegaram pelo Atlântico no século XII? 

O Rei Arthur era galês?

Estão incluídas histórias de fantasmas - tanto falsos como reais - e a lenda do Rei Arthur. Floclore animal, costumes,  monstros e música também são analisados. Uma das cidades mais estranhas do mundo tem um capítulo dedicado a ela, assim como bruxas, mineiros e druidas. 

O livro foi escrito em um estilo pessoal e alegre, com referências geográficas para ajudar a identificar os lugares. Embora as histórias se destinem a divertir tanto quanto educar, os fatos históricos são precisos.

Espero que você tenha uma visão diferente do país de Gales - e um sorriso no rosto.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jun. de 2020
ISBN9781393368540
O Estranho País De Gales

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    Pré-visualização do livro

    O Estranho País De Gales - Jack Strange

    Agradecimentos

    Eu gostaria de agradecer à equipe do Biblioteca Nacional do País de Gales, várias pessoas que me levaram a lugares fora do caminho em várias partes do País de Gales, um cachorro collie que me manteve entretido na Ponte do Diabo e a sra. Aelwen Pritchard, que apareceu do nada, me divertiu com música, anedotas, conhecimento e história e desapareceu sem me dar seu endereço. Também gostaria de agradecer à minha esposa, a mulher louca que me acompanhou em minhas andanças sem rumo e não reclamou (muito) quando ficamos encharcados ou extremamente enlameados enquanto deslizávamos em torno de lagos estranhos, percorríamos rios e atravessávamos castelos e outras antiguidades.

    Introdução

    Meu nome é Jack Strange. Há alguns anos eu escrevi "Estranhos contos do Mar" que algumas pessoas pareceram gostar e me perguntaram por que eu não escrevi outros. Então eu escrevi "Contos da Escócia" e "Um lugar estranho, a Inglaterra". A. J. Griffith-Jones, um autor de excelentes livros sugeriu que eu continuasse a série com um livro sobre o País de Gales. Isto não foi difícil pois Gales é um país que eu conheço e amo, portanto aqui estão algumas esquisitices do País de Gales.

    É possível, mas pouco provável que existe alguém em algum lugar no mundo que nunca tenha ouvido falar no País de Gales. Para benefício dessa solitária alma perdida, e para quem mais queira saber um pouco mais, eu começarei este pequeno livro com uma introdução breve e muito pessoal ao País de Gales, do ponto de vista de Jack Strange. Aqueles que já conhecem o País de Gales podem pular os próximos poucos parágrafos. 

    O País de Gales é um país muito estranho. Ele rasga as cordas do coração de uma maneira que nenhum outro lugar pode, exceto talvez a Terra Santa. Por que é assim, eu não compreendo; pode ser a combinação de lenda, cenário e história entrelaçados com uma certa atmosfera indefinida que permeia o ar e a chuva e a alma. 

    O País de Gales te prende com sua linguagem única, suas lindas paisagens verdes, sua história antiga e desafiadora e o som do vento através de seus vales e colinas. Sempre parece haver música no País de Gales. Está no discurso do povo, nos nomes tortuosos das cidades e vilarejos, nos coros empolgantes nos jogos de rugby e até nas ondas agitadas da popa costa oeste.

    De todas as nações da união política e monárquica que forma o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, o País de Gales é o mais Britânico, embora teimosamente único e diferente. É o mais Britânico porque é o lar de pessoas conhecidas como Bretões, os descendentes de dos habitantes indígenas destas ilhas. Dirigidos para o oeste, invadindo tribos germânicas de anglos e saxões, invadidos por ferozes nordestinos irlandeses e pagãos, os britânicos resistiram fortemente. A história do país de Gales é rica em histórias de heróis e guerreiros que lutaram contra imensas probabilidades esmagadoras e que muitas vezes venceram.

    As montanhas cambrianas formam a espinha dorsal geográfica do País de Gales; uma corrente acidentada que se estende para o norte e para o sul, criando uma paisagem dramática para contos de fadas e monstros, bruxas e fantasmas. O Sul do País de Gales assombrou Tintern, as movimentadas cidades de Swansea e Cardiff, esporte apaixonado e minas repletas de fantasmas. Há uma costa de tirar o fôlego em Pembrokeshire, com lembranças de sereias e a última invasão da Grã-Bretanha. Ao Norte e de frente para o oeste fica a suave Baia de Cardigan, completa com uma terra desaparecida e então, quando o visitante achar que já viu o melhor, fica cara a cara com Caernarvon e a ilha druida de Anglesey, contra a inacreditavelmente bela Snowdonia. Seguindo a costa leste até a Inglaterra, você abrangeu o País de Gales, mas as visitas e passeios estão longe de serem compreendidos. Para conhecer um lugar, é necessário falar com as pessoas e ouvir o que elas dizem. É preciso mergulhar no passado, não apenas para ler as histórias oficiais que apresentam fatos cuidadosamente considerados, mas para entrar na mente dos habitantes nativos e descobrir o que eles pensavam e no que acreditavam, as tradições e folclore, os medos e lendas que sugerem da alma escondida da terra. Até que estas crenças das populações indígenas sejam reveladas, o visitante, seja de curto ou de longo prazo, será sempre um estranho. 

    É difícil não encontrar lendas, folclore e mitos no País de Gales. As vezes parecem pura fantasia, outras vezes são provavelmente baseadas em algum evento do passado distante que passou para a memória do folclore alterado e distorcido apenas rochas fixando o céu rasgado. Este é o caso de Mynydd Prescelly, o local da pedreira de Stonehenge, e isso por si só é estranho. Como as pessoas das planícies do que hoje é a Inglaterra souberam desse lugar, que habilidades e mão de obra foram usadas para esculpir esses imensos blocos de pedra e quanto esforço foi usado para transportá-las até aqui? 

    O País de Gales pode esconder seus talentos e proteger suas filhas e filhos melhor do que qualquer outra nação que eu conheça. Ele se revela como uma nação de poetas e mineiros, onde o narciso e o alho-poró são importantes e o dragão é seu símbolo. Tudo isso pode ser verdade, porém o País de Gales é muito mais do que isto. É uma terra de beleza suprema que produziu talvez mais gente famosa do que qualquer outra do mesmo tamanho. Ainda assim, o mundo não percebe a herança gaélica de seus filhos e filhas. Lawrence da Arábia, Henry Morgan o bucaneiro, Tommy Cooper o comediante, Roald Dahl o autor, o Rei Henrique V da Inglaterra, Robert Recorde o matemático do século XVI, Geoffrey de Monmouth que escreveu sobre o Rei Arthur, e Aneurin Bevin que inventou o NHS. Estes são alguns dos famosos e não tão famosos que chamaram o País de Gales de lar. Outras pessoas proeminentes têm sangue Gaélico. Você sabia que Daniel Boone é de origem Gaélica? Sua mãe, Sarah Morgan, era uma Galesa Quaker.

    Foi um Gaélico que descobriu a América, séculos antes de Colombo? É possível, dada a história náutica gaélica.  O Rei Arthur era gaélico? O País de Gales abunda com folclore Arturiano, enquanto se diz que Arthur lutou contra monstros e gigantes no Norte do país como se lutar e invadir os Saxões não fosse suficiente. Existe um tesouro de piratas enterrado em alguma ilha na Costa Gaélica? Quem era o cavaleiro fantasma em Tintern? Onde está a Lourdes do País de Gales? Existem muitas perguntas nesse país muito estranho. 

    Como todas as outras nações europeias, as fronteiras do País de Gales se alteraram com o tempo. Em algum tempo, tudo o que é agora o País de Gales e a Inglaterra, além do sul da Escócia, falava o idioma agora chamado GAÉLICO, embora a ideia de um único país não fosse então considerada. Para simplificar uma situação complexa que abrange a religião e a segurança nacional Inglesa, em 1536 assim chamado Ato de União do Rei Henrique VIII fixou a fronteira entre um País de Gales unificado e a Inglaterra. Trechos do que antes eram terras Gaélicas foram incluídos nos condados ingleses, daí a infinidade de nomes de idiomas galeses no sudoeste de Herefordshire. Nomes de aldeias como Llancillo, Llandinabo e Llanrothal, todos agora na Inglaterra, falam da herança Gaélica. Você pode tirar um Gaélico do País de Gales, mas nunca o Gaélico da paisagem. E isso levanta a questão: por que pessoas de fora usam o termo País de Gales e Gaélico?

    O nome correto do País de Gales é Cymru, que é o nome Gaélico, que os Cymry, usam para seu país. O nome Gaélico é de origem germânica, a palavra Anglo-saxônica wealh, que significa estrangeiro. Em outras palavras, quando as tribos germânicas invadiram nos séculos V e VI, eles designaram todos que não eram germânicos como estrangeiros, assim chamando os Cymry de estrangeiros em seu próprio país. Dificilmente se encontrará alo mais estranho do que isto. 

    O País de Gales é uma terra de castelos, geralmente construídos por invasores para tentar controlar um povo que não se submetia facilmente. Os invasores, onda após onda deles, de romanos a saxões, a normandos e príncipes Plantagenetas, deviam, de fato, estar apreensivos com o poder dos galeses de se esconderem em tais fortificações formidáveis. Lembre-se, com guerreiros como Owen Glendower e Llewellyn, o Grande defensor do País de Gales, os invasores foram muito sábios em se esconder atrás de muros de pedra sólida. 

    O idioma Gaélico não é o mais fácil de ler. É antigo, é celta, e sobreviveu a séculos de perseguições. Eu adicionarei um pequeno comentário pra ajudar com a pronúncia. Existem apenas vinte letras em Gaélico, ao contrário das vinte e seis na língua inglesa, com as consoantes j, k, q, v, x e z desconhecidas. Como console, a letra ‘f’ é pronunciada como ‘v’ e o f duplicado ‘ff’ é pronunciado como ‘f’. O ‘d" duplicado – ‘dd’ é o mesmo que ‘th’ e o ‘ll’ é similar ao ‘hl’ – você precisa ouvir o som para conseguir pronuncia-lo corretamente! Nomes de lugares são geralmente topográficos, com ‘llyn’ sendo um lago e ‘bryn’ um monte.

    Abaixo algumas palavras que aparecem na Geografia Gaélica:

    Aber – estuário

    Afon – rio 

    Bach – pequeno

    Bont – ponte

    Bwlch – passagem

    Caer – forte

    Capel – capela

    Cwm – vale

    Fawr – grande

    Gwyn – branco

    Llan – igreja

    Llyn - Lago

    Maen – rocha, pedregulho

    Mynydd – montanha

    Tre – cidade

    Eu fiz o possível para soletrar os nomes em Gaélico corretamente, mas é inevitável que eu tenha errado alguma. Por isso, eu só posso pedir desculpas e esperar ser perdoado. 

    Com chalés de paredes de ardósia para protege-los do clima, a cerveja chamada Brains tem uma história de mineração que se estende por volta de 2000 a.C. e inclui uma infinidade de fantasmas, além de pequenas criaturas úteis, castelos assombrados e monstros do lago; costumes incomuns e símbolos históricos, o País de Gales é realmente um país como nenhum outro, é um país estranho. É o País de Gales. Cymru am byth! País de Gales para sempre!

    Capítulo Um

    OS SÍMBOLOS DO PAÍS DE GALES

    DRAGÕES, NARCISOS E ALHO PORÓ

    Cada nação tem seus símbolos nacionais Os Estados Unidos da América têm a águia americana e o bisonte, o Canadá a folha de bordo e o castor, a Rússia o urso. O País de Gales, sendo antigo e gaélico, tem três, o dragão, o narciso e o alho-poró. Eu poderia contar as três penas do príncipe do País de Gales, mas isso é mais um símbolo real do que nacional. Outros podem discordar e podem estar certos.

    De todos os símbolos gaélicos, o dragão é indiscutivelmente o mais conhecido. Realmente, o País de Gales é o berço do dragão ou o draig em Gaélico. É verdade, muitas outras nações têm dragões em diversas cerimônias e histórias, e dizem que São Jorge matou um dragão perdido no Oriente Médio, mas o País de Gales está tão orgulhoso de seu dragão que o retrata em sua bandeira.

    Não é surpresa que haja muitas lendas sobre o dragão no País de Gales. Por exemplo, tem a história de Vortigern, um rei celta semi-mítico do final do século quarto e início do quinto d.C. De acordo com a lenda, Vortigern estava tentando escapar da viciosa invasão saxônica e decidiu construir um castelo na bela colina de Dinas Emrys no que é hoje Gwynedd no noroeste do País de Gales.

    No entanto, os primeiros trabalhos de construção de Vortigern falharam e ele foi avisado de que forças sobrenaturais o impediam de ter sucesso. A cura para tal interferência, disse um sábio, era sacrificar um jovem. Vortigern procurou um sacrifício adequado e encontrou um rapaz chamado Merlin, que disse ao rei que ele era um pouco tolo tentando construir um castelo em um lago subterrâneo que continha dois dragões adormecidos.

    Naqueles dias longínquos, parecia ser rotina encontrar o estranho dragão no País de Gales, então os trabalhadores de Vortigern cavaram no chão até encontrar as criaturas ofensivas. Um dragão era vermelho e o outro branco e assim que os humanos chegaram, eles começaram a lutar entre si; O dragão vermelho era simbólico para os Britânicos, ou para os Gaélicos, enquanto o dragão branco era os Saxões ou invasores Britânicos. Finalmente, o dragão Vermelho saiu vitorioso e a vitória dele – ou dela – foi vista como uma profecia da vinda do Rei Arthur. É preciso lembrar que o pai do Rei Arthur era ninguém menos que Uther Pendragon e diz a lenda que Arthur lutou sob a bandeira de um dragão.  Nesta confusa mistura de lendas, mitos e invenções, pode até haver um ou dois grãos de verdade. Alguns dizem que desde o tempo de Vortigern, o dragão vermelho é o símbolo do País de Gales.

    Naturalmente, não há nem uma única lenda que explique o nome do Castelo de Vortigern. Uma versão da história afirma que Dinas Emrys homenageia o místico Myrddin Emrys, conhecido como Merlin. Outras pessoas dizem que Dinas Emrys significa o Forte de Emrys, que era o outro nome de Ambrosius Aurelianus, que sucedeu Vortigern no Forte. Lendas e mitos nunca são diretos e geralmente flutuam dentro e for da verdade, fantasias e possibilidades em um nó celta que parece determinado a confundir o leitor. 

    Sem dúvida existiu um forte em Dinas Emrys, sendo Llewelyn o último (1223 – 1282) Príncipe de Gales nativo, a quem se deu o crédito da construção, ao invés de Vortigern. No entanto, as atuais ruínas são um sítio antigo que data talvez dois mil anos, e quando os arqueólogos examinaram o Forte nos anos de 1950, encontraram uma piscina ou lago, embora os dragões estivessem há muito desaparecidos. O que veio primeiro, a piscina ou a lenda? Ou algum habitante esquecido do forte manteve algum animal exótico na piscina em algum momento?

    Naturalmente, existe também uma lenda contando como os dragões apareceram na piscina em primeiro lugar. O Mabinogion, esse livro fantástico que contém tanto do folclore Gaélico, é a fonte. O Mabinogion afirma que quando Lludd era rei, em um tempo tão distante que foi das lendas de ferro de Roma, chegava toda véspera de maio o campo estremecia sob um grito terrível. O som era tão aterrorizante que petrificava todos que o ouviam, causava abortos e matava animais na hora. Llefelys, o rei Galês contou a Lludd que era o som que os dragões faziam quando lutavam. Llefelys afirmava que os dragões Britânico estava gritando porque um dragão invasor o estava derrotando.

    Para confundir ainda mais as coisas, naquele tempo os dragões periodicamente se transformavam em porcos, portanto Lludd esperava até que eles se transformassem e prendia os dois, dragão e porco, em um caldeirão cheio de hidromel. Uma versão alternativa da história afirma que os dragões simplesmente bebiam o hidromel e adormeciam sem mencionar a transformação em porcos. De qualquer forma, uma vez presas as duas bestas, Lludd as enterrava em Dinas Emrys. O lugar onde eles eram mantidos é apontado até hoje com um círculo de pedras que antecederia até mesmo o forte. 

    Uma lenda leva a outra e depois a outra. Encontraremos muitos tesouros em nossas viagens pelo País de Gales, e um tesouro pertencia a Merlin ou Myrddin. Ele escondeu seu tesouro em uma caverna perto de Dinas Emrys e profetizou que quando um determinado indivíduo de cabelos louros e olhos azuis se aproximasse, ele ou ela ouviria um sino, que os levaria à caverna. Naturalmente, a caverna se abrirá magicamente embora não esteja claro o que acontece depois. Presumivelmente, o indivíduo de cabelos de fada, gritará de alegria por encontrar tanto ouro; o equivalente medieval de ganhar na loteria. Também próximo a Dinas Emrys encontra-se Cell y Dewiniaid, um nome que aparentemente significa a gruta dos mágicos. O folclore local afirma que os mágicos que se reuniam aqui ceram os sacerdotes de Vortigern, e eles eram enterrados nos campos da vizinhança. Possivelmente - e este é um trabalho de adivinhação – todos esses acontecimentos mágicos estavam ligados às atividades dos druidas da época que estavam pressentes nessa área e apareciam por todo o País de Gales. Embora carvalhos e Druidas estejam seguramente conectados, a memória folclórica apenas reteve algumas lembranças obscuras e nebulosas dessa religião antiga.

    Mas isso é divagar um pouco dos dragões gaélicos. Deixando os dragões vermelho e branco de Vortigern de lado, ide, o símbolo do dragão é antigo e pode realmente anteceder a lenda. Quando os Romanos ocuparam os dois terços ao sul da Bretanha, eles recrutaram homens para seu exército, e esses soldados parecem ter lutado sob a bandeira de um dragão. Alguns acham que Magnus Maximus, um general Romano espanhol baseado no País de Gales quando o Império Romano se desintegrava, tinha o dragão vermelho como seu símbolo. Outros dizem que quando os Romanos retrocederam, algum britânico usou o logo em sua bandeira, portanto a conexão arturiana. Ou assim diz a lenda – bem como a História Brittonum, então por volta de 828 d.C.

    Em uma base histórica mais concreta, temos Henry Tudor, que se tornou o Rei Henrique VII. Este específico Henry real nasceu no Castelo de Pembroke no País de Gales e foi um dos protagonistas da Guerra das Rosas. Em 1485, quando marchou para a batalha de Bosworth contra Ricardo III, muitos galeses apoiaram Henrique e tiveram o dragão vermelho sobre suas cabeças. Depois que a batalha foi vencida e a coroa assegurada, o Rei Henrique tece o dragão abençoado na Catedral de St Paul em Londres. Em uma atitude tipicamente real, quando em 1603 aconteceu a União das Coroas, somente as cruzes da Escócia e da Inglaterra foram usadas na primeira Bandeira da União. O dragão Vermelho do País de Gales foi deixado de fora no frio. 

    Para complicar ainda mais as coisas, existe um dragão rival para a bandeira Gaélica. Em Gaélico, o dragão Vermelho é s Y Ddraig Goch, enquanto o padrão de Owain Glyndwr era Y Ddraig Aur, o Dragão Dourado. Owain Glyndwr (1349-c1416) era um príncipe gaélico que tentou unir o País de Gales e expulsar os Ingleses. Após uma série de vitórias, ele foi finalmente derrotado.  Detalhes de sua morte são incertos, mas permanece uma figura influente nas mentes gaélicas, Owain Glyndwr levantou a Bandeira do dragão dourado durante a batalha de Tuthill em 1401, e alguns acham que um dragão dourado em um fundo branco era a bandeira original de Uther Pendragon e Arthur, ao invés do dragão vermelho.  A Bandeira gaélica atual mostra a dragão Vermelho de Cadwaladr ap Cadwallon, em fundo verde e branco dos campos Tudor de Henrique VII. Caso você não saiba, Cadwaladr ap Cadwallon foi rei de Gwynedd desde os anos 650 até 682, e lutou contra os invasores Ângulos com um sucesso impressionante. 

    Como já mencionei, o País de Gales é anfitrião das lendas de dragões. Em minhas perambulações pelo país, tanto fisicamente quanto metaforicamente, eu encontrei algumas, e as relaciono abaixo, mas indubitavelmente existe outas mais. 

    Existe uma estranha história sobre o Castelo de Gwys, também conhecido como o Castelo de Wiston em Pembrokeshire, que foi o lar de um dragão com muitos olhos. A lenda dizia que se alguém conseguisse avistar o dragão de muitos olhos antes de ser visto por ele, poderia reivindicar o castelo e as terras. Muitas pessoas tentaram, e

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