Universidade Contemporânea: Novas Estruturas Educacionais para Ensinar Novas Maneiras de Aprender

De Cesário de Moraes Leonel Ferreira

A todo instante, somos "bombardeados" por informações por meio de estímulos digitais que atingem o cérebro, provocando milhões de novas sinapses que modificam e aumentam as suas estruturas neurais. Certamente, no Terceiro Milênio, as pessoas absorverão uma quantidade de informações jamais vista na História da Humanidade, o que justifica a adoção das "metodologias ativas de aprendizagem" pelas principais universidades do mundo para o sucesso de seus alunos. Mas, afinal, estamos aprendendo mais com isso? O que é aprender? Como é que se aprende? Será a "metodologia" a salvação da pátria? A aprendizagem genética de Piaget nos leva ao construtivismo. A influência do meio social, da fala e da escrita se tornam aliados em potencial na aprendizagem para Vygotsky. Ausebel só admite a aprendizagem significativa se ancorada em "subsunçores" que representam tudo aquilo que já está previamente conceituado no cérebro humano. Gagnet aposta na memória curta e memória longa. O fato é que estamos vivendo um momento crucial em que as novas tecnologias estão substituindo o elemento humano de todo processo produtivo, e não demora muito para que essa "invasão" se estabeleça nas esferas social e cultural. Ora, se num futuro próximo não vai haver mais a necessidade de trabalhadores, pensando na continuidade do ensino formal para qualificação dos "novos" profissionais do mercado, este livro levanta a questão sobre o papel das universidades contemporâneas e aponta propostas de novas estruturas educacionais para ensinar novas maneiras de aprender diante da "parafernália" digital do nosso cotidiano. Pela impossibilidade de prever o futuro e de frear o desenvolvimento da tecnologia, resta-nos dizer: professores e alunos do mundo 4.0, sejam todos bem-vindos!

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 31 de jul. de 2020
• ISBN: 9786555230741

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2019

SUMÁRIO

UNIVERSIDADE CONTEMPORÂNEA 15

NOVAS ESTRUTURAS EDUCACIONAIS PARA ENSINAR NOVAS MANEIRAS DE APRENDER 15

INTRODUÇÃO 15

OBJETIVOS 18

O QUE É APRENDER? 19

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 27

A EDUCAÇÃO 4.0 46

AS CRIANÇAS DIGITAIS 60

CONSIDERAÇÕES FINAIS 65

UMA PROVOCAÇÃO PARA REFLEXÃO DOS LEITORES 70

REFERÊNCIAS 73

ANEXO A 75

UNIVERSIDADE CONTEMPORÂNEA

novas estruturas educacionais para ensinar novas maneiras de aprender

INTRODUÇÃO

Após o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, ocorreram (e ainda ocorrem) significativas mudanças no que diz respeito às metodologias adotadas pelas instituições de ensino no Brasil, focando o ‘aprendizado’ dos seus alunos muito mais do que o ‘ensino’ promovido por seus professores. Essa postura, porém, está diretamente ligada às resoluções mundiais de como deve ser o desenvolvimento do ensino superior neste planeta. Assim, as políticas públicas educacionais adotadas, nas últimas décadas, no Brasil têm duplo sentido, ou seja, atender às resoluções da Unesco e, ao mesmo tempo, aos apelos de uma ordem política de manutenção de poder, de aparelhamento do Estado e de submissão da maioria da nossa população. Então, discutir a adoção das Metodologias Ativas de Aprendizagem¹, ou da Aprendizagem Baseada em Projetos e Problemas², ou qualquer outra metodologia que surja inovadora e ‘salvadora da pátria’, torna-se inócuo se não forem discutidos, antes, dois aspectos fundamentais que afetam o ensino superior. Primeiro, qual é o principal objetivo da universidade contemporânea? Segundo, como é que os jovens do terceiro milênio aprendem de fato?

Acredito que essas duas questões representam via de mão única, uma vez que, dependendo de como é que os jovens aprendem, não haverá mais necessidade de a universidade existir aos moldes de como é hoje concebida. Nesse sentido, a discussão que proponho aqui é a segunda, quer dizer, tentar entender como os jovens do terceiro milênio aprendem de fato. Surgem, portanto, várias questões a serem debatidas, por exemplo: como o ser humano retém os estímulos externos no cérebro? Como se lhe configuram os novos conhecimentos? E de que modo esse aprendizado é significativo? As respostas, certamente, interessam aos profissionais da educação, sejam eles de quaisquer áreas das ciências ou de quaisquer tipos de instituição educacional. Minha intenção, no entanto, não é apontar claras e precisas respostas, mas provocar nos leitores uma atitude de reflexão que possibilite tirar suas próprias