Um Novo Olhar para a Fabricação de Fantasia de Carnaval

De Camila Vidaurre Soares

As escolas de samba ao longo da sua história transformaram-se em fábricas de carnaval, deixando de ser uma brincadeira entre sambistas de bairro para se tornar um mega espetáculo. Todos os anos cada agremiação carnavalesca faz um novo carnaval, construindo estruturas complexas de carros alegóricos e fantasias em um curto período de tempo. Um novo olhar para a fabricação de fantasia de carnaval faz um recorte no processo produtivo de fantasia de alas, propondo uma remodelação no planejamento e na execução das fantasias da escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio, escola de samba plataforma para a implementação da pesquisa. A estratégia de produção utilizada pela agremiação mirim no carnaval 2016 foi baseada na proposta da autora de implementar ferramentas de gestão apoiadas na Engenharia de Produção, com intuito de aperfeiçoar as práticas de confecção, diminuindo o desperdício de recursos materiais e humanos e aumentando a produtividade dentro do sistema de fabricação de fantasia. O método de pesquisa utilizado foi a Design Science Research, que tem como objetivo trazer soluções satisfatórias aos problemas práticos, por meio do desenvolvimento de artefatos.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 24 de abr. de 2020
• ISBN: 9788547334451

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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

Agradecimentos

Escrever um livro não é uma tarefa fácil, para chegar até a conclusão desta obra, muitos desafios foram colocados na minha frente, todavia, as pessoas maravilhosas ao meu redor foram o combustível que eu precisava para tocar o barco e levar adiante esse sonho.

Tudo começou com a minha vontade de pesquisar mais a fundo as ferramentas da Engenharia de Produção, pois tinha certeza de que me faltava esse conhecimento para continuar fazendo o meu trabalho com excelência.

A partir dessa necessidade surgiu a vontade de fazer mestrado em Engenharia, mas eu não sou engenheira de formação e precisei de apoio para tomar essa decisão e, nesse sentido, faço o meu primeiro agradecimento a Luiz Carlos Prestes Filho, amigo e grande pesquisador da economia da cultura; ele foi a primeira pessoa que falou da necessidade de eu ter um mestrado; seus conselhos foram muito importantes para incentivar a minha tomada de decisão. Em seguida, agradeço ao professor Carlos Frederico Barros, que foi a minha porta de entrada na UFF-Puro, acreditando no meu projeto e no potencial da minha pesquisa.

Ao ingressar no mestrado, em outra cidade, tive que me ausentar da minha casa durante um ano por alguns dias da semana, e a confiança e o amor do meu marido, meu grande companheiro de vida, Akiva Uzi Potasman, foi o meu maior incentivo, que mesmo vindo de outro país para casar comigo, e a menos de um ano que estávamos morando juntos, encorajou-me a seguir com meu sonho e isso não tem preço. Obrigada, meu amor!!

Continuando a lista de agradecimentos, não posso deixar de falar da minha família, que sempre me apoiou e me deu todas as ferramentas; meu pai, Antonio Jayder Soares da Silva, que me apresentou o mundo apaixonante e desafiador do carnaval, deixando-me à vontade para seguir meu caminho e desenvolver o meu trabalho. Minha mãe, Mariléa dos Santos Vidaurre, que, apesar de não fazer parte do carnaval, esforçou-se para entrar no meu mundo e me apoiou com seu amor de mãe, e aos meus irmãos, Alessandra Vidaurre Soares e Yuri Reis Soares, que sempre foram meus fãs e me presenteiam com seu amor incondicional.

Também não posso deixar de agradecer a família Pimpolhos da Grande Rio, meus companheiros de trabalho que, no memento que eu decidi fazer mestrado, seguraram a onda para que eu pudesse ficar tranquila nos meus estudos e realizar a minha pesquisa.

Por último, meus mais sinceros agradecimentos aos meus queridos orientadores, Edwin Mitacc e Dalessandro Vianna, que me ajudaram a superar muitos desafios dentro do curso de Engenharia, principalmente na área de Matemática, que foi bem puxada, e que toparam mergulhar no universo do carnaval e me apoiar nessa empreitada maravilhosa. Falo tanto do meu mestrado, pois esta obra nada mais é do que uma adaptação da minha dissertação para livro!! Muito obrigada a todos por fazerem parte dessa história!!! Axé!!

Prefácio

Texto de Luiz Carlos Prestes Filho

Logo no início do livro Um novo olhar para a fabricação de fantasia de carnaval, Camila Viadurre Soares cita Dresh: Para desenvolver uma pesquisa em áreas de gestão, engenharia, arquitetura e design, muitas vezes é necessário o envolvimento do pesquisador com o contexto estudado. Destacamos as palavras acima porque (1) estamos frente ao estudo na área de Engenharia de Produção; (2) a autora, que tem consistente formação acadêmica, vive o contexto do tema. Faz mais de uma década que ela é presidente do G.R.E.S. Mirim Pimpolhos da Grande Rio e diretora do G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio. Idealizou e participou do Planejamento Estratégico das Escolas de Samba dos Grupos C, D e E, que desfilam na Estrada Intendente Magalhães, no bairro de Madureira; e do Planejamento Estratégico de 16 Escolas de Samba Mirins, que desfilam nas terças-feiras de Carnaval no Sambódromo. Essas atividades teóricas trouxeram resultados práticos para o fortalecimento da festa como um todo.

Não podemos deixar de lembrar aqui a contribuição da autora na implantação e desenvolvimento de projetos voltados para práticas educacionais e pedagógicas junto a escolas da rede pública do município de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro

Essa vivência trouxe para a Engenharia de Produção a análise crítica da atual gestão do Carnaval; dos processos e sistemas existentes nas quadras e barracões. A autora conhece e distingue o que deve ser valorizado e mantido, e, por outro lado, aquelas práticas que foram superadas e devem ser abandonadas.

Quantas vezes ouvimos dizer que os responsáveis pela construção do Sambódromo e da Cidade do Samba não entendiam nada de Carnaval? Duas estruturas que promoveram profundas transformações científico-tecnológicas, mas que nasceram ultrapassadas. Já o trabalho, apresentado neste livro, foi criado por uma profissional que conhece o chão de fábrica do evento.

Por tanto, estas páginas refletem o mais amplo olhar sobre a Engenharia de Carnaval de Escolas de Samba: Camila Viadurre Soares é do samba.

A Engenharia de Produção já existe há mais de um século como concepção da racionalidade econômica aplicada aos sistemas de produção, lembra a autora, que continua, coube a duas personagens paradigmáticas do final do século XIX e início do século XX, a proposta de transformação dos conhecimentos empíricos sobre a produção dos conhecimentos formalmente estabelecidos, trata-se de Frederick Taylor e Henry Ford. Observação feita para alertar que o momento pede que os conhecimentos empíricos do Carnaval sobre produção sejam formalmente estabelecidos. Transformação que já poderia ter sido efetivada na modelagem e construção de carros alegóricos; na engenharia de iluminação e elétrica; na gestão dos barracões; e das quadras das escolas de samba. Dessa maneira, seria possível evitar que se perpetuassem as práticas superadas:

Podemos dizer que os barracões das escolas de samba se equiparam igualmente a fábricas que produzem anualmente centenas de carros alegóricos e milhares de fantasias, com a diferença que pouco ou nada de engenharia existe na preparação de uma escola de samba que continua a ser um reduto de improvisação artística.

Para modificar essa situação, Camila Viadurre Soares traz a racionalidade de produção para o Carnaval. Apesar de o seu estudo/exemplo ser baseado na fabricação de fantasias, o modelo criado pode ser aplicado em todo processo produtivo.

O banco de dados que introduz a Engenharia de Produção no Carnaval deve ser alimentado com as seguintes informações:

Tempo de Produção Existente;

Capacidade de Produção Existente;

Planejamento Orçamentário Existente;

Layout de Produção.

Com o banco de dados citados, é possível, a partir do método Analytic Hierarchy Process (AHP), tomar decisões certeiras e, dessa maneira, medir o desempenho produtivo, já que as informações, a cada passo, podem ser cada vez mais consolidadas. Aqui,