Minha Família não Existe, Por Quê?: Discussões sobre o Estatuto da Família no Congresso Nacional pelo Olhar da Mídia
()
Sobre este e-book
Relacionado a Minha Família não Existe, Por Quê?
Ebooks relacionados
O Labirinto das Ilusões: Consolidação e Crise da Social-Democracia Tardia Brasileira Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPartidos Políticos e STF: Decifrando a Simbiose Institucional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMultiverso Discursivo e Textualidades Problemáticas: O Acontecimento Jornalístico sobre a Campanha Casais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGênero e Sexualidade na Cultura Universitária: Descortinando as Licenciaturas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstudos Críticos da Linguagem Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIdentidade, Psicologia e Gênero Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLíngua, Literatura E Ensino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNesta Escola não há Lugar para Bichinhas: Diversidade Sexual e Homofobia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Interdição do Futuro no Mundo em Pedaços: Educação e Sociedade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação e Audiovisualidades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA produção de bonecas negras por artesãs tocantinenses: costurar igualdade e construir vínculos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMedo e Suas Vias de Consumo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fascismo e Ideologia: Diálogos Identitários e de Gênero, Democráticos e Socioambientais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFinanciamento da Educação e Pacto Federativo: Qual o Papel do FNDE? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFrancis Schaeffer e o Salto com LSD Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLgbtfobia na Educação e a Atuação da Gestão Escolar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFamília e Telenovela: Um Retrato 3x4 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEpistemologia e Educação de Jovens e Adultos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAutonomia, Inclusão e Emancipação: Vidas em Construção para Além dos Limites Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Cabra: As Metáforas Animais e Seus Situamentos Socioculturais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu-universitário: formas de subjetividade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrianças com Síndrome de Down e suas Famílias: direito à educação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDiscursos na Cultura do Direito: Uma Análise Interdisciplinar da História não Contada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolítica: Da Pólis à Predição do Estado Moderno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma Porta Aberta: Representações Sociais de Tecnologia Assistiva Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação Especial no Paraná: A Coexistência do Atendimento Público e Privado nos Anos de 1970 E 1980 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Discurso Religioso e as Sexualidades Mal Ditas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Trajetória do INEP no Contexto das Políticas Públicas Brasileiras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação das Relações Étnico-Raciais: Caminhos para a Descolonização do Currículo Escolar Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Métodos e Materiais de Ensino para você
Raciocínio lógico e matemática para concursos: Manual completo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aprender Inglês - Textos Paralelos - Histórias Simples (Inglês - Português) Blíngüe Nota: 4 de 5 estrelas4/5Técnicas de Invasão: Aprenda as técnicas usadas por hackers em invasões reais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pedagogia do oprimido Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sexo Sem Limites - O Prazer Da Arte Sexual Nota: 4 de 5 estrelas4/54000 Palavras Mais Usadas Em Inglês Com Tradução E Pronúncia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mulheres Que Correm Com Os Lobos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJogos e Brincadeiras para o Desenvolvimento Infantil Nota: 3 de 5 estrelas3/5Massagem Erótica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Piaget, Vigotski, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como Escrever Bem: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ludicidade: jogos e brincadeiras de matemática para a educação infantil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sou péssimo em inglês: Tudo que você precisa saber para alavancar de vez o seu aprendizado Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Bíblia e a Gestão de Pessoas: Trabalhando Mentes e Corações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ensine a criança a pensar: e pratique ações positivas com ela! Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jogos e brincadeiras na educação infantil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Temperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cérebro Turbinado Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pense Como Um Gênio: Os Sete Passos Para Encontrar Soluções Brilhantes Para Problemas Comuns Nota: 4 de 5 estrelas4/5A arte de convencer: Tenha uma comunicação eficaz e crie mais oportunidades na vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5Aprender Francês - Textos Paralelos (Português - Francês) Histórias Simples Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual Da Psicopedagogia Nota: 5 de 5 estrelas5/5BLOQUEIOS & VÍCIOS EMOCIONAIS: COMO VENCÊ-LOS? Nota: 5 de 5 estrelas5/5Curso Básico De Violão Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de Minha Família não Existe, Por Quê?
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Minha Família não Existe, Por Quê? - Fernanda Pinheiro de Souza e Silva
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me abençoar nesta empreitada.
Ao meu professor e orientador, Karl Heinz Efken, que apostou em mim e apoiou-me em todos os momentos.
Aos professores da Universidade Católica de Pernambuco, especialmente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem, Nadia Azevedo, Roberta Caiado, Moab Acioli, Isabela do Rêgo Barros, Benedito Bezerra, doutores e mestres valiosos que me mostraram em suas aulas e caminhadas o valor do conhecimento.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela concessão da minha bolsa de estudo integral para realização do mestrado da Unicap em um momento tão especial da minha vida, que estava me tornando mãe.
À minha mãe, Wilma Leonardo Pinheiro De Souza e Silva, que é luz na minha vida.
Ao meu filho Gabriel, que me dá coragem sempre.
Ao meu pai, Fernando Gomes de Souza e Silva, in memoriam, que foi o orgulho da minha vida.
Aos funcionários da pós-graduação da Unicap, especialmente Daniele, Nélia e Sérgio, que me fizeram ter acesso
à academia, e à Eliene, que literalmente não me deixou desistir.
Apresentação
O livro tem como ponto de partida a investigação da esfera¹ midiática, esfera em que o poder manifesta-se de forma persuasiva. O poder hegemônico das instituições da mídia reverbera de forma direta nos textos que produzem, cabendo ao leitor saber reconhecer essas ideologias veladas nas entrelinhas. Como essas instituições constroem linguística, discursiva e ideologicamente suas versões dos fatos? Refletir sobre as ideologias que permeiam as instituições midiáticas é possível a partir de uma investigação linguístico-discursiva, cujas marcas constroem discursos diferenciados e demonstram a opacidade da língua, ou, em outras palavras, o potencial ideológico dela para a produção, reprodução e mudança dos discursos. Entendendo-se por ideologia o conjunto de representações de aspectos do mundo que contribui para o estabelecimento, manutenção e mudança de relações sociais de poder, dominação e exploração (FAIRCLOUGH, 2001).
Buscarei, dessa forma, desvelar algumas orientações ideológicas que norteiam revistas e portais acerca da questão da aprovação do novo conceito de família no Congresso Nacional. O Estatuto foi elaborado pelo deputado evangélico pernambucano Anderson Ferreira² com o propósito de manter a definição antiga do conceito de família, defendendo que essa instituição é e deverá ser caracterizada pela união entre homem e mulher por meio de casamento ou união estável, ou o núcleo formado por um dos pais mais os filhos, excluindo outras famílias, como as estendidas formadas pelo acréscimo de algum parente à família tradicional ou nuclear. Contrapondo a essa definição tradicional, há um grupo de parlamentares que defende uma concepção plural de família, as famílias ampliadas, recompostas (frutos de vários casamentos), monoparentais, adotivas e homoparentais.
Além disso, o tema também foi escolhido pela possibilidade de poder conectá-lo à Análise Crítica do Discurso (ACD), que é uma abordagem teórico-metodológica para o estudo da linguagem nas sociedades contemporâneas e que possui bases científicas para questionamentos críticos da vida social, em termos de justiça social e poder (FAIRCLOUGH, 2003 apud RESENDE; RAMALHO, 2006). A minha hipótese é que, a depender da qualidade do acesso à informação, as pessoas posicionam-se de forma distinta. As análises objetivam também identificar e compreender as estratégias linguísticas e discursivas em função de questões políticas e ideológicas das instituições jornalísticas.
Os textos a serem analisados foram divididos em um corpus restrito e outro ampliado. O ampliado fornece uma visão amplamente ideológica dos textos, por exemplo, a Revista GospelMais sempre coloca-se a favor da concepção de família tradicional. Já o restrito, é quando a análise dessa investigação incide, no qual utilizarei a lente da ACD, pelas categorias escolhidas, para desvelar o modo como são construídos os posicionamentos. São 21 textos completos de nove instituições midiáticas, inclusive com imagens, os quais são apresentados sob a forma de artigos de opinião, reportagens, notícias e entrevistas. A escolha dessa pluralidade de gêneros ocorreu devido à possibilidade de me aproximar do discurso jornalístico de forma mais ampla na medida em que, em gêneros diferentes, o posicionamento da instituição midiática pode ser mais claramente apreendido. Essa multiplicidade de instituições acontece devido à oportunidade de poder mais facilmente comparar os posicionamentos entre os veículos de comunicação. O assunto é único – e versa sobre a implementação do estatuto da família. Importante dizer que essas revistas e portais foram selecionados por apresentarem entre si posicionamentos partidários matizados. Relevante dizer que todos os textos dessas fontes foram retirados de suas versões digitais. A época da veiculação desse material foi durante o ano de 2015, quando o assunto sobre a implementação do Estatuto estava em evidência. E até agora, 2020, ainda não foi aprovado esse Estatuto.
LISTA DE ABREVIATURAS
Sumário
Capítulo 1
O DISCURSO RELIGIOSO VERSUS O DISCURSO DE GÊNERO NO CONGRESSO NACIONAL PELO OLHAR MIDIÁTICO 13
1.1 Bancada evangélica 15
1.2 Bancada de gênero LGBTQ+ 19
CAPÍTULO 2
DISCURSO MIDIÁTICO E IDENTIDADE NA
MODERNIDADE TARDIA 21
2.1 A Modernidade Tardia ou Reflexiva de Anthony Giddens 24
CAPÍTULO 3
UMA CHAVE PARA DESVELAR DISCURSOS: A ANÁLISE CRÍTICA
DO DISCURSO 27
3.1 Modelo Tridimensional do discurso 29
3.2 Significados do discurso e categorias de análise 30
3.3 Prática Social 36
3.4 Alguns conceitos aplicados na pesquisa 38
3.4.1 Concepção de Discurso e Poder: Gramsci 38
3.4.2 Concepção de Poder Midiático 40
3.4.3 Concepção de Ideologia 43
CAPÍTULO 4
UMA ABORDAGEM MULTIMODAL DA ANÁLISE CRÍTICA
DO DISCURSO 45
CAPÍTULO 5
CAMINHOS DA PESQUISA 51
CAPÍTULO 6
ANÁLISE DOS GÊNEROS JORNALÍSTICOS SOBRE O
ESTATUTO DA FAMÍLIA 55
6.1.Discurso da Câmara e do Senado 55
6.2 Discurso Evangélico 58
6.3 Discurso da Ideologia de Gêneros 62
6.4 Discurso da Editora Abril 69
6.5 Discurso da Editora Três 75
6.6 Discurso da Editora Globo 82
6.7 Discurso da Editora Confiança 92
CONSIDERAÇÕES FINAIS 97
REFERÊNCIAS 101
ÍNDICE REMISSIVO 107
Capítulo 1
O DISCURSO RELIGIOSO VERSUS O DISCURSO DE GÊNERO NO CONGRESSO NACIONAL PELO OLHAR MIDIÁTICO
O Estatuto da Família é um Projeto de Lei (PL 6.583-13) de autoria do então deputado federal Anderson Ferreira, do PR-PE, Partido da República, que tramita, por enquanto, na Câmara dos Deputados e tenta definir o conceito de família no Brasil. O Estatuto estabelece regras jurídicas para esclarecer que tipo de grupo pode ser chamado de família. Seria relevante um projeto como esse, porque, a priori, deveria ser inclusivo. Quando se remete à família na atualidade, sabe-se, claramente, que a família tradicional não é hoje mais unanimidade, e há, sim, circulando pela sociedade, novos padrões familiares que precisam de amparo, tal qual a família tradicional de certa maneira tem. Esse PL, inicialmente, veio corroborar com a Constituição de 1988, artigo 226, que define a família como formada pela união