Leva-me ao mar
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Sobre este e-book
Leva-me ao mar, qual uma longa e dolorosa viagem do poeta até ao início do mundo, ao seu nascimento, ao tão desejado reencontro com a mãe, dentro do seu útero (La mère et la mer), onde se buscam as forças para as outras viagens (Faz-te à estrada): aquela que encetou há 2000 anos (2000 anos, ainda e ainda e ainda; Mãe), aquela que nos guia até à pátria tão almejada (As andorinhas; Pátria), aquela que nos leva a revisitar a nossa cidade natal (Um país longínquo), a que nos conduz ao exílio (Em terra de imigrantes), algures e em toda a parte (O lar do estrangeiro), mas também aquela nos transporta nos trilhos infindáveis da saudade eterna deixada pelo desaparecimento de entes queridos (Pai). Sem, porém, esquecer a contínua viagem que o poeta empreende, movido pela ânsia de sobrevivência, quer através da glória quer do reconhecimento (O café literário; Ser uma minoria étnica; Autocrítica).
Mois Benarroch
"MOIS BENARROCH es el mejor escritor sefardí mediterráneo de Israel." Haaretz, Prof. Habiba Pdaya.
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Leva-me ao mar - Mois Benarroch
LEVA-ME AO MAR
POEMAS
MOIS BENARROCH
Leva-me ao mar
Livro um
Sinos
Um pássaro que lê
Na transição das estações
quando o vento delicado sopra
um pássaro senta-se e lê
toda a Torá
um pássaro senta-se e lê
todas as palavras dos profetas
um pássaro senta-se e lê
as crónicas do mundo
um pássaro senta-se e lê
e louva o criador do mundo
e as pessoas passam e olham
e dizem olá lindo pássaro
lindo pássaro que lê
todos os seus corações.
Um sonho judeu
Sonhei que uma bomba atómica caíra Tel Aviv
e seguira-se um grande alvoroço e muitos
mortos
e então as pessoas descobriram que os judeus
são imunes à radioatividade
por causa da circuncisão
e porque é feita no oitavo dia
e não meses ou anos mais tarde
e então todos perceberam que Abraão
foi um génio
e um grande especialista em física nuclear.
Sinos
Sinos entoando na minha cabeça como a neve a cair
Sinos entoando na minha cabeça e ninguém os
conseguia calar
E eu perguntei a mim mesmo quando os sinos se calarão
e eu perguntei à minha esposa amada esposa amada esposa quando se calarão os sinos
por favor cala-os e a neve cai em Jerusalém
e em minha casa só a chuva cai
e vejo a minha esposa passeando em Paris deitando-se com um estrangeiro
logo se arrepende mas nada me confessa
E eu dirigi-me à mulher belga nascida
em Inglaterra e vivendo em Jerusalém
que era alta e linda e disse-lhe: quero
casar contigo
vais purificar-me e eu aprenderei a Torá e
os sinos, os sinos,
e depois fui ter com o Rabino de cabelo ruivo e disse-lhe tudo é vaidade
literatura é a vaidade das vaidades medicina é vaidade
e vaidade é toda a minha vida
e agora choro diante de ti eu quero sofrer
o mundo da Torá
sentir dor chorar e sofrer e morrer por favor deixa-me morrer na tenda de Torá
e ele expulsou-me bruscamente de sob o seu manto
e do seu yeshivá atirando-me para a rua e
todo este tempo eles distribuem o espólio todo o tempo
dois mil siclos para mim
e novamente algumas horas mais tarde redistribuem
o espólio e o dinheiro flui incessantemente, cada gota
é de ouro e os sinos na minha cabeça e mais espólio
é redistribuído e eu chamo a minha mulher e pergunto-lhe porque não se calam os sinos
a noite cai e a minha mulher não responde
traz-me água pura da primavera de Siloé
e a água é tão pura
vejo refletido o anjo Gabriel e digo-lhe que
a minha morte é preferível a minha morte é preferível à vida neste mundo eu sei que é preciso redimir-se
mas se me fosse permitido
escolher desistiria de toda a reparação agora e em cada momento
desistiria da beleza dos meus filhos e partiria
mas eu sabia que era um jogo e que
continuarei e
viverei e suportarei a viagem durante muito anos para testemunhar diante das pessoas
e depois veio uma mulher com uma camisa branca transparente e disse, claro,
e eu perguntei claro o quê, e ela respondeu
claro que tu não
ganhas os prémios e eles não te vão publicar, tu
és demasiado puro,
veem logo que por nenhuma riqueza acumulada
que por nenhuma glória do mundo
tu mentirás veem que não conseguirão
comprar-te ainda que te cubram de ouro
e tu irradias como uma luz resplandecente sobre eles
na escuridão
e quando se apercebem disso em vão
gritam que têm medo e todo o tempo
os sinos ecoando na minha cabeça e eles continuam a distribuir
o espólio e
eu como sempre recebo mais do que os outros
milhares de siclos,
compro e vendo e recebo mais do que os outros
e
então todas as lâmpadas definham como árvores cansadas
e eu tento aproveitar todas elas tento impedir que
atinjam o solo
porque nele existe um grande perigo e eu vou
de lâmpada em lâmpada
sem êxito e as lâmpadas caem e a chuva cai
de novo dentro da casa
e estraga
os registos e os sinos entoando na minha cabeça quatro
pensamentos de uma só vez
e eu não consigo controlar os meus pensamentos qual uma epidemia e eles voltam a distribuir
e de novo os sinos entoando na minha cabeça e então
a voz disse
a noite trará sono e choro e
a manhã trará alegria
a noite trará sono e choro e
a manhã trará alegria
e a mão quente