Composição Corporal em Idosos
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Composição Corporal em Idosos - Eliane Cunha Gonçalves
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA
Dedico este livro a Deus, minha família e a todos que fizeram parte da minha trajetória de vida.
AGRADECIMENTOS
Desejo agradecer inicialmente a Deus e toda sua hierarquia e a algumas pessoas, entre os muitos que me ajudaram nessa trajetória – em especial aos meus pais e heróis, meus filhos, meus irmãos e sobrinhos, sempre presentes em minha vida.
Ao Paulo, pela ajuda incessante na busca de amostras. Pessoas do meu convívio pessoal e profissional que me ajudaram com paciência, compreensão e apoio.
A todos os professores que fizeram parte da minha trajetória de doutorado e de vida, especialmente ao Prof. PhD José Fernandes Filho, pelo apoio e crença no meu trabalho.
A todos que me ajudaram na amostra – sem eles, este trabalho não seria realizado.
Ao Cedoes, que me cedeu o local para a pesquisa e colaboração em sua realização.
Aos meus colegas e alunos, ao longo de dezoito anos de jornada, pela vontade de ajudar sempre.
Aos meus colegas do doutorado e do mestrado.
A todos que fizeram parte da minha eterna formação, dos meus primeiros passos, na escola, na faculdade, mestrado, doutorado, e até os dias de hoje, meus sinceros agradecimentos.
PREFÁCIO
Para Capra, a saúde é uma experiência subjetiva e envolve uma multidimensionalidade interdependente.
Pois bem, nessa perspectiva é possível considerar que as trilhas que levam à compreensão acerca do envelhecimento são, a princípio, dicotomizadas no que tange à saúde e à cidadania, e é nesse contexto que recebo a honrosa missão de prefaciar a obra Composição Corporal em Idosos da doutora Eliane Cunha Gonçalves.
Com efeito, nessa empreitada, permiti-me transitar pela reflexão filosófica cujo destino, de forma irremediável, tem como cidadela o momento da derradeira chegada ao cume da vida, época em que nada mais deveríamos esperar senão a morte física. Sim, desde as remotas organizações sociais na proto-história da humanidade, o envelhecimento foi tratado de forma polarizada. Nesse curso, se por um lado o ancião era considerado uma espécie de depositário da ordem moral
e, nesse sentido, era lhe facultado todo o poder normativo, por outro turno, numa espécie de subversão axiológica, o seu desaparecimento constituía um mister no sentido de assegurar os ritos de passagem para o estabelecimento dos governantes tribais pelos seus descendentes. Assim, nesse cenário, a imagem do velho
sempre esteve associada à degenerescência, à invalidez, já que o utilitarismo estabelecido como status quo nas primeiras organizações sociais esteve, invariavelmente, fundamentado numa dimensão metafísica de cunho progmatico em que o parâmetro fidedigno dos valores variava entre a vitalidade e a validade como espécie de dogma.
Sem embargo, envelhecer sempre constituiu uma espécie de risco ao desaparecimento; à invisibilidade social; ao niilismo.
Destarte, essa assimetria despótica, cuja concepção estética culminou por atribuir um valor absoluto aos ideários de beleza forjados em modismos efêmeros que negaram o conhecimento cujo empirismo é o epicentro da episteme, cedeu espaço ao saber científico estabelecendo novos conceitos e paradigmas. Todavia, ainda que o dogmatismo estético-utilitarista tenha, durante milênios, condenado o ancião à condição de marginalidade, a experiência vivida
, incontestavelmente, veio sedimentar a base empírica da ciência contemporânea. Nesse diapasão, é Edgar Morin, no seu clássico Os Sete Saberes para a Educação do Futuro, quem nos fornece as pistas para compreender que o ser humano apenas vive da racionalidade e da técnica; desgasta-se, dá-se, dedica-se às danças, aos transes, aos mitos, magias, ritos. Acredita nas virtudes do sacrifício; viveu muitas vezes para preparar a sua outra vida para além da morte. Por todo lado, uma atividade técnica, prática intelectual, testemunha da inteligência empírico-racional. Ao mesmo tempo, por todo lado, as festas, cerimônias, cultos com as suas possessões, exaltações, esbanjamentos, consumações, dão testemunho ao homo ludens, poeticus, consumans, imaginarius, demens... têm raízes que mergulham nas profundezas antropológicas, referem-se ao ser humano na sua própria natureza.
Talvez a contestação do paradigma da degenerescência
encontre contestação nos próprios produtos das ciências ligados à estética e à saúde, como nos casos específicos da medicina plástica da cosmetologia e, sobretudo, das atividades físicas e desportivas. Sim, é indubitável que os patamares da qualidade de vida possibilitam aos indivíduos acima dos 65 anos a permanência nos estados de capacidade, autonomia e prazer.
Por essa trilha, Boaventura de Souza Santos, em seu Um Discurso sobre as Ciências, assevera que a ciência moderna consagrou o homem enquanto sujeito epistêmico, mas expulsou-o tal como a Deus, enquanto sujeito empírico. Um conhecimento objetivo, factual e rigoroso não tolerava a interferência dos valores humanos ou religiosos. Talvez, quem sabe, a chamada terceira idade
não esteja preparada para o frenesi
do universo hiperveloz do mundo virtual. Nessa trilha, Lipovetsky e Charles, na obra Os Tempos Hipermodernos, possibilitaram-nos compreender que a cultura do imediato foi objeto de incontáveis críticas que nem sempre escaparam às facilidades apocalípticas. No universo da pressa, a velocidade substitui o vínculo humano, a eficácia da qualidade da vida, a febre dos prazeres vagabundos.
Em Simone Bouvair, no seu clássico A Velhice, é possível assimilar a visão crítica da sociedade contemporânea quando enuncia que, por mais que se idealizasse o velho como depositário da sabedoria e a velhice como apogeu da vida humana, todos sabemos que a condição das pessoas idosas é hoje escandalosa, e esse fenômeno ocorre com a cumplicidade de considerável parte da população ativa
(BEAUVOIR, 1990).
Contudo, nesse contexto de contradições, é preciso trazer a lembrança de que, na eterna busca pela