Promoção da Saúde: Atuação Interdisciplinar em Inovação e Políticas Públicas
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Promoção da Saúde - Carlos Ricardo Maneck Malfatti
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES
AGRADECIMENTOS
O efetivo de professores, pesquisadores, equipe executiva e gestora prestam um agradecimento especial ao professor Juarez Matias Soares, diretor da Faculdade Guairacá, pela confiança, visibilidade e oportunidade de promoção desta obra, premiando a todos com este relevante trabalho para diversos setores de toda a comunidade acadêmica e sociedade para disseminação do conhecimento e formação continuada.
APRESENTAÇÃO
A compilação destes diferentes estudos em uma obra certamente representa uma referência para diferentes profissionais que almejam se aventurar neste campo complexo da interdisciplinaridade na promoção da saúde, e que para alguns menos avisados pode parecer fácil, e até mesmo poético enquanto conceito, no entanto tem tamanha complexidade e exige um olhar diferenciado, que vá além da sua zona de conforto de área básica e de pesquisa e que sobretudo estimule a curiosidade aliada à constante busca por resoluções no universo da promoção da saúde, bem como sedento por novas ideias que complementem suas práticas e saberes. Nesse sentido, esta obra promove um diálogo com diferentes áreas da saúde, sem perder sua identidade profissional.
Por fim, venha fazer parte desta história que contempla uma caminhada deste grupo de autores com tantos anos de dedicação para a pesquisa e promoção da saúde, compilando um universo de práticas e saberes que norteiam um trabalho interdisciplinar em prol da saúde. Faço votos sinceros para que a leitura promova novos olhares e ideias para que esse campo de conhecimento permaneça em constante fortalecimento, unindo esforços para melhorar nossas estatísticas e indicadores na saúde, formação de profissionais críticos multiplicadores do conhecimento, com liderança e qualidade tanto nas publicações de impacto como também nas relações humanas.
O autor
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVE Acidente Vascular Encefálico
BDNF Fator neurotrófico derivado do cérebro
CAEDV Centros de Atendimento Especializado na área da Deficiência Visual
DMRI Degeneração Macular Relacionada à Idade
FDA Food and Drug Administration
FES Estimulação Elétrica Funcional
LTD Depressão de longa duração
LTP Potenciação de longa duração
M1 Córtex motor primário
NMDA N -metil- D -aspartato
OMS Organização Mundial da Saúde
PCL Poli (ε caprolactona)
PLA Poli (ácido lático)
PLGA Ácido poli (lático- co-glicólico)
SBA Soro Albumina Bovina
SHA Soro Albumina Humana
tDCS Transcranial direct current stimulation
WHO World Health Organization
Sumário
1 - USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FORMA DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: propondo produto de patente para pacientes cadastrados no Hiperdia/SUS
*Carlos Ricardo Maneck Malfatti
Kelly Cristina Nogueira Soares
Daiane Finger
Marcela Maria Birolim
1.1 INTRODUÇÃO
1.2 GÊNERO BACCHARIS E SEU IMPACTO EM DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS
1.3 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
2 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA EM INDIVÍDUOS PÓS-ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
*Luiz Alfredo Braun Ferreira
Wagner Menna Pereira
Arislander Jonathan Lopes Dumont
2.1. INTRODUÇÃO
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
3 - Conhecimento popular e o desenvolvimento de novos fármacos: levantamento etnofarmacológico no município de Prudentópolis – PR
*Kelly Cristina Nogueira Soares
Daiane Finger
Clarice Kapuscinski
3.1 INTRODUÇÃO
3.2 USO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS/PR
3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
4 - CARACTERÍSTICAS PARA A OBTENÇÃO DE SISTEMAS NANOESTRUTURADOS COMO ESTRATÉGIA ALTERNATIVA AO EMPREGO DE PRODUTOS NATURAIS NOS TRATAMENTOS DE SAÚDE
*Luciana Erzinger Alves de Camargo
Luiz Alfredo Braun Ferreira
Wagner Menna Pereira
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 NANOTECNOLOGIA FARMACÊUTICA
4.2.1 Nanopartículas poliméricas
4.3 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
5 - UTILIZAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) COMO RECURSO NO TRATAMENTO DAS LESÕES
Wagner Menna Pereira
Luiz Alfredo Braun Ferreira
Luciana E. Alves Camargo
5.1 INTRODUÇÃO
5.2 TECIDO CARTILAGINOSO
5.3 TECIDO MUSCULAR
5.4 O PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP)
5.5 IDENTIFICAÇÃO DO PLASMA NO TUBO DE COLETA
5.6 EVIDENCIAS CIENTÍFICAS E ESTUDOS ABORDANDO A UTILIZAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS
5.7 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
6 - AÇÕES PARA O MANEJO DA OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
Fabiana Assmann Poll
Patrícia Molz
Fernanda da Silva Pfeifer
Miria Suzana Burgos
*Silvia Isabel Rech Franke
6.1 INTRODUÇÃO
6.2 EDUCAÇÃO E PRÁTICAS ALIMENTARES
6.3 INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
6.4 RELATO DAS AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ALIMENTAR
6.5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
7 - PROGRAMAS DE ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Priscila Tatiana da Silva
Cláudia Daniela Barbian
Leticia Borfe
Fabiana Assmann Poll
Silvia Isabel Rech Franke
*Miria Suzana Burgos
7.1 INTRODUÇÃO
7.2 IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
7.3 PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO COM EXERCÍCIOS FÍSICOS
7.4 PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO COM EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA ESCOLARES COM SOBREPESO/OBESIDADE: RELATOS E AÇÕES
7.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
8 - A MIELOMENINGOCELE E A ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
Katiuscia de Oliveira Francisco Gabriel
Angélica Yukari Takemoto
Evani Marques Pereira
8.1 INTRODUÇÃO
8.2 A MIELOMENINGOCELE E A CRIANÇA
8.3 A MIELOMENINGOCELE E A FAMÍLIA
8.4 A MIELOMENINGOCELE E A EQUIPE INTERDISCIPLINAR
8.5 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DA MIELOMENINGOCELE
8.6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
9 - TÓPICOS ATUAIS DO CLAREAMENTO DENTAL E DO FUMO NO RISCO DE CÂNCER BUCAL
*Thaynara Faelly Boing
Juliana Larocca de Geus
Magda Kiyoko Yamada Kawakami
9.1 INTRODUÇÃO
9.2 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
10 - ANALGESIA VIA ORAL É INEFICAZ NO TRATAMENTO DA SENSIBILIDADE CAUSADA PELO CLAREAMENTO DENTAL DE CONSULTÓRIO
*Eloisa Andrade de Paula
Alessandra Reis
Fabiana Scarparo Naufel
10.1 INTRODUÇÃO
10.2 TEORIAS DA SENSIBILIDADE DENTAL CAUSADA PELO CLAREAMENTO DENTAL
10.3 MEDICAMENTOS POR VIA ORAL PESQUISADOS PARA TRATAMENTO DA SENSIBILIDADE CAUSADA PELO CLAREMENTO DENTAL DE CONSULTÓRIO
10.4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
11 - OS SENTIMENTOS VIVENCIADOS PELOS IDOSOS DIANTE DO DIAGNÓSTICO DE SOROPOSITIVIDADE PARA O HIV
Angélica Yukari Takemoto
Clemerson Correa Dias
Katiuscia de Oliveira Francisco Gabriel
11.1 INTRODUÇÃO
11.2 MATERIAIS E MÉTODOS
11.3 RESULTADOS
11.4 DISCUSSÃO
11.5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
12 - ESTIMULAÇÃO VISUAL
Lúcia Virginia Mamcasz Viginheski
Sani de Carvalho Rutz da Silva
Elsa Midori Shimazaki
12.1 INTRODUÇÃO
12.2 A VISÃO E A DEFICIÊNCIA VISUAL
12.3 A ESTIMULAÇÃO VISUAL
12.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
13 - O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
* Flavia Angela Servat Martins
Rosiane Guetter Mello
Júlio César Lacerda Martins
Deoclécio Rocco Gruppi
Roberto Zonato Esteves
13.1 INTRODUÇÃO
13.2 O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO AGENTE PROMOTOR DA SAÚDE
13.3 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
14 - ESTRATÉGIAS PARA HIPERTROFIA MUSCULAR: SUPLEMENTAÇÃO COM LEUCINA E ÁCIDO FOSFATÍDICO
Luiz Augusto da Silva
Lucas Eduardo Campos De Oliveira
Vinicius Muller Reis Weber
*Carlos Ricardo Maneck Malfatti
14.1 INTRODUÇÃO
14.2 ASPECTOS IMPORTANTES PARA A HIPERTROFIA MUSCULAR
14.3 SINALIZAÇÃO DE MTOR E INÍCIO DO PROCESSO DE TRADUÇÃO
14.4 LEUCINA E SÍNTESE PROTEICA
14.5 ÁCIDO FOSFATÍDICO E SÍNTESE PROTEICA
14.6 INSULINA, IGF1 E LEUCINA PARA A SINALIZAÇÃO DE MTORC1
14.7 POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DE LEUCINA E ÁCIDO FOSFATÍDICO EM CONJUNTO COM O TREINAMENTO RESISTIDO
14.8 CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS
REFERÊNCIAS
INFORMAÇÕES DOS AUTORES
1
USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FORMA DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: propondo produto de patente para pacientes cadastrados no Hiperdia/SUS
*Carlos Ricardo Maneck Malfatti
Kelly Cristina Nogueira Soares
Daiane Finger
Marcela Maria Birolim
1.1 INTRODUÇÃO
A regulamentação e a comercialização de drogas de origem vegetal são regidas por um conjunto de normas estabelecidas por cada país. No Brasil, o principal órgão fiscalizador desse setor é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar de possuir regras rígidas, elas ainda não são suficientes para impedir a fraude e a má qualidade dos fitoterápicos brasileiros; esses fatores, somados a uma utilização incorreta pela população, propiciam a ineficácia dos produtos comercializados¹.
O uso de plantas medicinais sob várias formas de apresentação é bastante comum. O hábito do consumo dos produtos naturais possui um aspecto importante, pois o conhecimento sobre plantas medicinais é de domínio popular, e nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos contêm um forte componente social e cultural, pois esses vegetais muitas vezes representam o único recurso terapêutico para muitas comunidades².
No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades farmacológicas, propagadas por usuários ou comerciantes. Muitas vezes, essas plantas são, inclusive, empregadas para fins medicinais diferentes daqueles utilizados pelos silvícolas. Comparada com os medicamentos usados nos tratamentos convencionais, a toxicidade de plantas medicinais e fitoterápicos pode parecer trivial, entretanto a toxicidade de plantas medicinais é um problema sério para a saúde pública. Os efeitos adversos dos fitomedicamentos, possíveis adulterações e toxidez, bem como a ação sinérgica (interação com outras drogas) ocorrem frequentemente.³
As plantas medicinais representam atualmente a origem de 25% dos fármacos utilizados, sendo que isso se deve a grande flora mundial e as importantes propriedades terapêuticas conhecidas. No Brasil, várias são as pesquisas realizadas que vem contribuindo significativamente para o desenvolvimento e uso dessas espécies vegetais, pois vem comprovando efeitos terapêuticos, possibilitando a utilização delas para tratamento de patologias⁴.
Conforme estudos científicos realizados com plantas medicinais ao longo dos anos, algumas plantas medicinais já receberam confirmação das ações terapêuticas hipoglicemiantes, sendo as mais citadas: Baccharis trimera (Less), DC (carqueja), Bauhinia forficata Link (pata de vaca), Salvia officinalis L (salvia), Mormodica charantia L. (melão de São Caetano), Phyllantus niruri L. (quebra-pedra) e Myrcia sphaerocarpa DC (insulina vegetal).⁵
Espécies desse gênero são importantes economicamente para o homem, pois ajudam no combate à erosão e podem ser utilizadas como plantas ornamentais, embora também possam se apresentar como pragas de difícil combate em pastagens, podendo intoxicar o gado. Entretanto o destaque maior está na medicina, em que várias espécies são utilizadas popularmente⁶.
Estudos fitoquímicos do gênero Baccharis demonstram presença de substâncias com propriedades antioxidantes tais como compostos fenólicos e flavonóides⁷. No gênero Baccharis destacam-se em uso medicinal algumas espécies dentre elas o Baccharis dracunculifolia, planta discutida principalmente nesse estudo.
Outras plantas do gênero Baccharis são utilizadas popularmente para diferentes fins e algumas espécies já foram descritas como apresentado atividade hipoglicemiante⁸. B. teindalensis é amplamente utilizado na medicina popular no Equador como um remédio anti-inflamatório, analgésico e antimicrobiano. A atividade antidiarreica e antiúlcera de B. teindalensis também já foi descrita por Vidari et al.⁹, sugerindo que esse efeito se deve às propriedades anti-inflamatórias da planta. Outra planta utilizada popularmente para tratar desordens gástricas é B. illinita que tem ação protetora contra lesões gástricas¹⁰ e apresentou efeito anti-inflamatório tópico¹¹. Baccharis trimera, popularmente conhecida como carqueja
, em estudo de Oliveira¹² apresentou atividade hipoglicemia ao se administrar extrato aquoso da planta em animais diabéticos.
No Brasil estão descritas pelo menos 120 espécies de Baccharis, nas quais já foram realizados estudos químicos e algumas já obtiveram estudos com ensaios biológicos¹³.
O gênero é tido como fonte de vários compostos, tais como: sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos e flavonoides¹⁴. Os flavonóides juntamente com os diterpenos são os constituintes mais encontrados no gênero Baccharis¹⁵. Sendo utilizados para vários males como fonte terapêutica. A seguir alguns constituintes químicos do gênero Baccharis (Tabela 1).
TABELA 1 – NOME POPULAR, PARTE USADA, RENDIMENTO (P/P) E PROSPECÇÃO QUÍMICA DOS EXTRATOS DA FAMÍLIA ASTERACEAE
LEGENDA: aPartes usadas: F: folhas; I: inflorescências. bClasses de constituintes químicos: Al - Alcaloides; Tr - Triterpenoides; Es - Esteroides; Sa - Saponinas; Cu - Cumarinas; Fe - Fenóis; Ta - Taninos; Fl - Flavonóides; An - Antraquinonas.
FONTE: Adaptado de Fabri et al. (2011, p. 185).
Recentemente, tem sido discutido que o Artepilin-C (ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) é um dos principais compostos bioativos proveniente do B. dracunculifólia. Há indícios que o relacionam a uma ação antidiabética específica, devido ao aumento na expressão de proteínas transportadoras de glicose (GLUT 1 e 4) e adiponectinas em cultura celular de adipócitos, proveniente de camundongos 3T3-L1 (geneticamente predispostos à resistência à insulina), além de reduzir a ação deletéria de TNF-α¹⁶. Outros compostos como os flavonóides, compostos fenólicos e cumarínicos presentes no B. dracunculifólia, sugerem efeitos antidiabéticos, principalmente a partir de sua atividade antioxidante, sendo também de fundamental importância a caracterização dos metabólitos secundários dessa planta a partir de um estudo cromatográfico.
O estudo de espécies do gênero Baccharis tem mostrado grandes avanços, devido ao seu elevado valor socioeconômico e seu grande uso na medicina caseira para o controle e tratamento de doenças. Utilizadas principalmente na forma de chás com indicações para males do estômago, fígado, anemias, inflamações, diabetes, doenças na próstata, sendo também descritas como remédio para o processo de desintoxicação do organismo.¹⁷
Por fim, apresentações farmacológicas de Baccharis dracunculifolia, bem como um produto disponível no mercado ainda não existem, embora existam outras espécies do mesmo gênero Baccharis com finalidades diversas, nenhuma delas propõe aplicabilidade para pacientes diabéticos, e muito menos sua utilização com um produto alimentício com disponibilidade comercial aplicadas ao SUS, no Sistema de cadastramento e acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia), formando equipes multidisciplinares em saúde para intervenções e acompanhamento desses grupos afim de consolidar parcerias.
1.2 GÊNERO Baccharis E SEU IMPACTO EM DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS
Estudos anteriores com Baccharis dracunculifolia revelam grande valor ao setor de inovação devido à possibilidade de criação de um novo produto com propriedades farmacológicas comprovadas em modelo animal e humano (Quadro 1). Diante dos resultados já publicados, e patente depositada (BR102012020540-8), espera-se futuramente uma inserção no mercado, avaliando: o tipo de extração (Hidroetanólico ou Hidrodestilação), bem como o melhor custo benefício e rendimento para extração do óleo essencial de interesse comercial, identificando também a variação dos metabólitos secundários de Baccharis dracunculifolia a partir de colheitas em diferentes fases de crescimento, fatores ambientais e sazonais, além da influência da floração e atividade antioxidante. Além disso, a partir da escolha do melhor método de extração do óleo essencial e rendimento, e de acordo com a fase de desenvolvimento e estação do ano, realizar uma curva dose-resposta para reavaliar os efeitos biológicos já publicados pelo grupo proponente, mas com menores doses (curva dose-resposta com 50; 200 e 400 mg/kg) em modelo animal de diabetes (Protocolo de aprovação no comitê de ética = 008/2014). Ainda os extratos poderão ser avaliados quanto ao efeito citotóxico pelos testes de viabilidade celular em citômetro de fluxo, e também pela ação hemolítica sobre hemácias, de forma a não deixar dúvidas sobre a segurança desse material, vindo a complementar o teste de toxicidade já realizado e publicado pelo presente grupo de pesquisa proponente¹⁸, que constatou ser necessária uma dose muito alta do extrato bruto (inviável de ser alcançada pela dieta em humanos) para ser considerado tóxico. Ao final poderá ser