Gabinete de Curiosidades
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Sobre este e-book
Poesia é bom de se ler, mas é muito melhor de se ouvir. Quando Max, personagem de outra obra do autor, conversava com dois demônios travestidos de gente, alguns dias após a obra ser lançada sem sucesso numa livraria siberiana, foi esse o conselho que escutou. Mas já era tarde. E tudo virou prosa. Mas há sempre a possibilidade maravilhosa de se procurar a poesia escondida dentro da prosa. E é tão fácil encontrar! Gabinete de curiosidades tem um pouco disso. Por lidar com ossadas antigas, caroços secos de frutas paleolíticas, aves de rapina empalhadas e outros objetos exóticos – como amor, raiva, saudade ou arrependimento –, os sentimentos mais íntimos do autor, a dor que sai de certos poemas é, por vezes, constrangedora.
E qual a razão de tamanho sofrimento? Por que tantas queixas sobre si próprio e o mundo? Seria mentira? Um puro exercício da invenção? E os seus repentes de amor? Haveria tanto espaço neste planeta confuso para alguém ainda se atrever a simplesmente amar? Não obstante, o autor reconhece que é possível ler poemas num vagão de trem e, mesmo com o barulho e o sacolejar, ainda assim, o leitor pode se apaixonar. E ele até reconhece como possível ler-se a prosa de Borges e chorar. Prosa, poesia, poesia, prosa, cheiro de rosa no ar, mergulhar, mar... Gabinete de curiosidades traz poesias doces e, ao mesmo tempo, poemas ácidos, exóticos e mais difíceis de gostar.
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Gabinete de Curiosidades - Gilberto Schwartsmann
I
LUNETAS
E MICROSCÓPIOS
HAMLET
O filho era diretor
E convidou o pai para a estreia de seu Hamlet
,
No teatro mais conhecido da cidade.
Na plateia, uma multidão de jovens agitados!
O príncipe tinha o cabelo arrepiado,
Era irreverente e com um ar pós-contemporâneo.
Trajava uma roupa desengonçada
E as calças de Hamlet vinham acompanhadas
Por um cinto de latão amassado.
O pai – coitado – estranhou que o príncipe Hamlet
Comunicava-se com a plateia com um jeito afetado,
Fazia uso de gestos estranhos, era quase debochado.
E o cenário era incompreensível,
Parecia que algo faltava.
Era – no mínimo – um Hamlet inusitado.
Ao final do Ato I, nos últimos versos da cena 5,
O príncipe Hamlet – que plantava bananeira – exclama:
"Há mais coisas entre o céu e a terra,