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Capitalismo e Ecologia: Do Declínio do Capital ao Declínio do Mundo
Capitalismo e Ecologia: Do Declínio do Capital ao Declínio do Mundo
Capitalismo e Ecologia: Do Declínio do Capital ao Declínio do Mundo
E-book69 páginas53 minutos

Capitalismo e Ecologia: Do Declínio do Capital ao Declínio do Mundo

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Sobre este e-book

Uma das questões que mais preocupam a humanidade nos últimos decênios é a questão ambiental. A preservação das florestas, a defesa das baleias, a reciclagem de materiais, a camada de ozônio, a poluição, a extinção de espécies animais, o crescimento populacional, a radioatividade, entre diversos outros fenômenos, são questões ambientais. Paul Mattick aponta para uma concepção crítica em relação a algumas abordagens sobre a “crise ecológica”. Refutando aqueles que consideram que a ecologia é o grande problema da humanidade, bem como o catastrofismo ecológico, Mattick aponta para a necessidade de entender que a relação entre o meio ambiente e a humanidade só pode ser compreendido num contexto social específico, o da sociedade capitalista. Da mesma forma, afirma que sem resolver a crise social, é impossível resolver a crise ecológica.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de jul. de 2020
ISBN9786500063028
Capitalismo e Ecologia: Do Declínio do Capital ao Declínio do Mundo
Autor

Nildo Viana

Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás; Doutor em Sociologia pela UnB; Autor de diversos livros, entre os quais: O Capitalismo na era da Acumulação Integral; Quadrinhos e Crítica Social; As Esferas Sociais; Cinema e Mensagem; Manifesto Autogestionário; A Mercantilização das Relações Sociais; A Teoria das Classes Sociais em Karl Marx; Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas; O Modo de Pensar Burguês; Universo Psíquico e Reprodução do Capital.

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    Capitalismo e Ecologia - Nildo Viana

    CAPITALISMO E ECOLOGIA

    SEGUNDO PAUL MATTICK

    Nildo Viana

    A presente obra de Paul Mattick aponta para uma análise crítica da relação entre capitalismo e ecologia a partir de uma discussão com algumas posições em relação ao problema ambiental, tal como colocada no início dos anos 1970. O ponto de partida dessa discussão é provocado, indiretamente, pela publicação do Clube de Roma sobre os limites do crescimento. O relatório do Clube de Roma criou um estardalhaço em torno da questão ambiental e seu catastrofismo gerou um impacto em alguns setores da sociedade. Esse foi o caso de Wolfgang Harich, que, na antiga Alemanha Oriental (que vivia sob o capitalismo estatal e era satelizada pela antiga União Soviética), refletiu sobre a questão ecológica a partir das posições do Clube de Roma. Mattick realiza, na presente obra, uma análise crítica desse ideólogo do capitalismo estatal e, nesse contexto, discute a relação entre capitalismo e ecologia.

    Mattick focaliza sua análise na proposta de Harich, publicada com o título de Comunismo sem Crescimento? Babeuf e o Clube de Roma¹. A sua análise discorre sobre as reflexões e propostas de Harich, adentrando na questão ecológica no contexto do desenvolvimento capitalista e tratando de questões correlatas, como ecologia, dialética, luta de classes, acumulação capitalista, entre outros temas.

    Nesse contexto, Mattick já avança em alguns elementos de crítica da ecologia em suas tendências conservadoras e reformistas, bem como avança em algumas discussões interessantes sobre a questão ecológica em si. No fundo, a crítica de Mattick a Harich é uma introdução geral a uma crítica do ecologismo hegemônico através de uma crítica à concepção de crise ecológica e sua solução por parte desse autor.

    O nosso objetivo é realizar uma apresentação crítica da análise de Mattick, destacando tanto os elementos que são uma contribuição para a discussão da questão ecológica numa perspectiva marxista, quanto os elementos problemáticos de sua análise. Esse último aspecto, não é necessário dizer, não invalida ou desqualifica a sua abordagem do problema ecológico, muito mais avançada do que milhares de páginas escritas por ecologistas de variadas tendências, embora ainda introdutória e voltada para uma reflexão derivada de uma publicação específica.

    Um dos elementos que se destaca na abordagem de Mattick a respeito da questão ecológica é a questão dos seus pressupostos epistêmicos. Sem dúvida, Mattick, como marxista autêntico, parte da perspectiva do proletariado, logo, da crítica revolucionária. Nesse sentido, ele compartilha o campo axiomático da episteme marxista, o que lhe garante a criticidade e a ruptura com o anistorismo da episteme burguesa². A recusa da história efetivada pela episteme burguesa é criticada pelo marxismo e nisso Mattick é coerente na presente obra. Outros elementos da episteme marxista se manifestam nesse pequeno texto de Mattick.

    Porém, Mattick também revela algumas ambiguidades. Esse é o caso no que se refere à algumas afirmações e termos utilizados por ele, que entram em contradição com o campo analítico e o campo linguístico da episteme marxista. Sem dúvida, isso é parcial. Porém, é indício de problemas analíticos e terminológicos. Essa questão se manifesta logo no início do texto. Logo ao iniciar o texto, Mattick afirma que o caráter histórico da natureza decorre da segunda lei da termodinâmica, descoberta há mais de cem anos atrás por Carnot e Clausius (p. 35). Mais adiante ele afirma: a Segunda Lei da Termodinâmica foi descoberta pela físico-química, e não pelo método dialético, e isso é o suficiente para elucidar a ecologia do ponto de vista biológico e social (p. 42).

    Sem dúvida, esse é um problema que poucos perceberiam e cuja importância pode parecer desprezível. A não percepção do problema tem sua origem na distinção, também feita por Mattick, entre marxismo e ciências naturais. Ele diz, acertadamente, que o marxismo não é uma ciência natural (p. 42). Essa constatação, no entanto, pode ser problemática quando se passa dela para a submissão do marxismo às ciências naturais, quando se trata de abordar os fenômenos naturais. Na verdade, as ciências naturais não são neutras e nem estão acima das relações sociais, dos valores, etc., da sociedade burguesa. Um dos elementos fundamentais das ciências naturais é que elas reproduzem a episteme burguesa (e, por conseguinte, seus paradigmas hegemônicos, a cada regime de acumulação, embora não de forma generalizada, pois existem exceções e paradigmas concorrentes)³.

    Isso não quer dizer, obviamente, que nada que foi produzido pelas ciências naturais seja verdadeiro⁴. As ideologias possuem momentos de verdade e as ciências naturais possuem mais momentos de verdade do que a maioria das formas de consciência existentes na

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