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A Comuna de Paris (Com notas)
A Comuna de Paris (Com notas)
A Comuna de Paris (Com notas)
E-book74 páginas56 minutos

A Comuna de Paris (Com notas)

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Sobre este e-book

Karl Marx foi o primeiro grande analista da experiência histórica da Comuna de Paris, a primeira tentativa de revolução proletária da história. A Comuna de Paris foi analisada por diversos autores, sob os mais variados pontos de vista, tais como historiadores, militantes, sociólogos, cientistas políticos. A análise de Marx se destaca não só por ter sido feito na época do próprio acontecimento, mas pelo vínculo com sua teoria da revolução proletária e sua concepção de comunismo. A presente obra é uma tradução cuidadosa do texto de Marx e acompanhada por textos complementares que comentam e debatem a concepção de Marx sobre a Comuna, escritos por Nildo Viana e CRL James.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9786500060638
A Comuna de Paris (Com notas)
Autor

Nildo Viana

Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás; Doutor em Sociologia pela UnB; Autor de diversos livros, entre os quais: O Capitalismo na era da Acumulação Integral; Quadrinhos e Crítica Social; As Esferas Sociais; Cinema e Mensagem; Manifesto Autogestionário; A Mercantilização das Relações Sociais; A Teoria das Classes Sociais em Karl Marx; Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas; O Modo de Pensar Burguês; Universo Psíquico e Reprodução do Capital.

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    A Comuna de Paris (Com notas) - Nildo Viana

    NOTA INTRODUTÓRIA

    Carlos Henrique Marques

    A Comuna de Paris foi um dos mais importantes acontecimentos históricos da história da sociedade moderna. Ao lado da Revolução Francesa, da Revolução Russa, do Maio de 1968 na França e das demais tentativas de revolução ou grandes momentos históricos que criaram grande comoção na população de diversos países, a Comuna entra para a história como a primeira tentativa de revolução proletária. Ela foi a confirmação inicial da teoria de Karl Marx. Este dedicou um breve texto para analisar tal experiência. Depois dele, diversos marxistas buscaram analisar essa experiência. Então a importância do presente livro está confirmada.

    Apresentamos ao leitor não apenas uma obra sobre um acontecimento histórico fundamental sob a perspectiva de um dos maiores pensadores da humanidade, como, também, uma tradução cuidadosa e que busca resgatar o que o autor realmente quis dizer, e alguns anexos que enriquecem a presente obra. Trata-se do texto de Nildo Viana sobre a análise de Marx dedicada à Comuna, o texto de CRL James e um comentário a este do mesmo comentarista do texto de Marx.  Neste contexto, temos um material interessante sobre a Comuna de Paris, que traz não só este acontecimento fundamental como a abordagem fundamental sobre ela de Marx e comentários sobre ambos e, ainda, textos complementares.

    Assim, o leitor tem em mãos um material importante para poder analisar o fenômeno da Comuna de Paris e entender a concepção marxista desse fenômeno histórico. Além disso, a presente obra é importante por resgatar o pensamento de Karl Marx sobre a Comuna de Paris, amplamente deformada por vários intérpretes, a começar por Lênin, autor de O Estado e a Revolução, obra em que efetiva tal processo deformador¹.

    A análise de Marx sobre a Comuna foi, na maioria dos casos, mediada pela interpretação leninista, o que prejudica qualquer compreensão mais profunda dos elementos fundamentais que Marx aponta sobre esse acontecimento histórico, a forma finalmente encontrada de emancipação proletária. Nesse sentido, o texto de Nildo Viana resgata os elementos essenciais da análise de Marx e mostra sua essência autogestionária². E o texto de Marx, com uma tradução mais fidedigna, demonstra exatamente isso. O texto de CRL James e o comentário de Nildo Viana complementa esse processo ao criticar os aspectos equivocados e leninistas de sua interpretação.

    A indicação é a leitura dessa obra e o complemento com outras obras que enriquecem esse resgate, tanto da experiência histórica revolucionária da Comuna de Paris quanto da interpretação revolucionária de Karl Marx. Trata-se de uma leitura fundamental e pontapé inicial para qualquer aprofundamento sobre a Comuna e suas interpretações.

    MARX E O AUTOGOVERNO DOS PRODUTORES

    Nildo Viana³*

    A Comuna de Paris foi um acontecimento histórico que marcou gerações, militantes, pensadores. Dentre o espectro dos grandes pensadores revolucionários, quase todos dedicaram pelo menos um texto, mesmo que breve, à Comuna, tal como Marx, Bakunin, Kropotkin, Korsch, CRL James, Debord, entre diversos outros. Isso se deve tanto à importância histórica da Comuna como ao papel que desempenha nas lutas de classes contemporâneas. Para Marx, a Comuna reveste uma importância histórica, social e política inigualável na história da humanidade, tal como mostraremos a seguir. Por isso ele dedicará um texto de análise e homenagem à Comuna. Porém, a análise que Marx faz da Comuna permaneceu e ainda permanece incompreendida por grande parte daqueles que se dizem marxistas, bem como por outros intérpretes. Isso mostra a importância de resgatar a análise de Marx e retomar esta análise no contexto da totalidade de sua obra.

    Marx inicia sua discussão sobre a Comuna indagando o que é a Comuna? Depois cita o Manifesto do Comitê Central que afirma que em meio à traição da classe dominante, os proletários tomaram em suas mãos a direção dos negócios públicos, tomando o poder (MARX, 1986). Marx contesta: mas a classe operária não pode limitar-se simplesmente a se apossar da máquina do Estado como se apresenta e servir-se dela para seus próprios fins (MARX, 1986, p. 69). Segundo Marx:

    O poder estatal centralizado, com seus órgãos onipotentes – o exército permanente, a polícia, a burocracia, o clero e a magistratura –, órgãos criados segundo um plano de divisão sistemática e hierárquica do trabalho – procede dos tempos da monarquia absoluta e serviu à nascente sociedade burguesa como uma arma poderosa em suas lutas contra o feudalismo. Entretanto, seu desenvolvimento foi entravado por todo o tipo de entulhos medievais: direitos senhoriais, privilégios locais, monopólios e corporativos, códigos provinciais. A escova gigantesca da Revolução Francesa do século XVIII varreu todas essas relíquias dos tempos passados, limpando assim, ao mesmo tempo, o solo da sociedade dos últimos obstáculos que se erguiam ante a superestrutura do estado moderno, erigido sobre o Primeiro Império, que por sua vez

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