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Regimes de Acumulação e Épocas Literárias
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Regimes de Acumulação e Épocas Literárias
E-book79 páginas41 minutos

Regimes de Acumulação e Épocas Literárias

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Sobre este e-book

A obra “Regimes de Acumulação e Épocas Literárias” aborda a história da literatura, mais especificamente o que ficou conhecido como “períodos literários”, a partir do desenvolvimento histórico do capitalismo. As épocas literárias não emergem aleatoriamente, pois elas estão intimamente ligadas ao processo histórico e social. O autor mostra que a história do capitalismo é marcada por sucessivos regimes de acumulação e como estes promovem paradigmas hegemônicos que geram uma convergência cultural com as épocas literárias e cânones literários hegemônicos. Para concretizar esse processo analítico, o autor aponta para a contribuição do marxismo e da sociologia da literatura a partir de uma análise crítica das contribuições de Lucien Goldmann e Georg Lukács e, após isto, desenvolve os conceitos de regimes de acumulação, épocas literárias e cânones literários hegemônicos, bem como conceitos correlatos. Desta forma, o autor analisa a sucessão de regimes de acumulação e evolução das épocas literárias, apontando a relação dos principais cânones literários e o paradigma hegemônico em cada um dos regimes de acumulação. Nesse contexto, o autor desenvolve uma discussão sobre diversas manifestações literárias, tais como o naturalismo, o romantismo, o realismo, entre outras.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9786500060119
Regimes de Acumulação e Épocas Literárias
Autor

Nildo Viana

Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás; Doutor em Sociologia pela UnB; Autor de diversos livros, entre os quais: O Capitalismo na era da Acumulação Integral; Quadrinhos e Crítica Social; As Esferas Sociais; Cinema e Mensagem; Manifesto Autogestionário; A Mercantilização das Relações Sociais; A Teoria das Classes Sociais em Karl Marx; Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas; O Modo de Pensar Burguês; Universo Psíquico e Reprodução do Capital.

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    Regimes de Acumulação e Épocas Literárias - Nildo Viana

    INTRODUÇÃO

    A sociologia da literatura já acumulou um conjunto de contribuições analíticas sobre o fenômeno literário e iniciou esse processo no século 19 e que vem recebendo novas contribuições até a atualidade. Dentre as diversas tendências que emergem na análise social da literatura, a abordagem marxista é uma das que mais se destaca.

    Desde os escritos de Marx e Engels (1986) sobre literatura, passando por diversos outros autores, até chegarmos a pensadores contemporâneos como Terry Eagleton (1997), temos um conjunto de abordagens marxistas ou influenciadas pelo marxismo que são contribuições para se pensar o fenômeno literário. É possível acrescentar, nesse caso, as contribuições oriundas das discussões sobre arte em geral (e não apenas sobre literatura) realizadas por autores representantes ou influenciados pelo marxismo.

    Essas contribuições, que formam um amplo conjunto, são interessantes para uma análise social da literatura. No entanto, o nosso objetivo aqui não é rediscutir a sociologia da literatura e nem a análise marxista da literatura¹. O nosso objetivo é analisar um elemento mais específico, embora totalizante, que é a relação entre regimes de acumulação e literatura, ou, mais precisamente, analisar as épocas literárias e o seu processo de constituição social.

    Vamos fazer algumas breves considerações sobre as abordagens de Lukács e Goldmann para apontar as diferenças analíticas, para posteriormente abordarmos o nosso tema mais especificamente, que é a relação entre regimes de acumulação e épocas literárias, tanto no plano mais teórico quando no plano histórico, mostrando que a história da literatura só pode ser compreendida adequadamente no interior da história do capitalismo, marcada pela sucessão de regimes de acumulação.

    Assim, após a análise das reflexões sobre literatura de Lukács e Goldmann, efetivaremos uma breve análise da relação entre capitalismo e épocas literárias, a partir de uma discussão conceitual sobre essa última expressão. A periodização da história da literatura padece de um processo comum em quase todas as áreas do saber científico, que é o descritivismo. O nosso objetivo é ir além da descrição do que alguns denominam períodos literários e por isso a reflexão teórica se torna fundamental.

    A discussão sobre regimes de acumulação e épocas literárias desemboca, por sua vez, na questão dos paradigmas hegemônicos e nos cânones literários hegemônicos, que são correspondentes. É nesse contexto que podemos compreender e periodizar a história da literatura.

    LITERATURA, GOLDMANN E LUKÁCS

    A análise social da literatura é antiga e sociologia da literatura aponta para diversas abordagens desse fenômeno e que muitas vezes são distintas e ou até antagônicas. Mesmo no interior da produção analítica influenciada pelo marxismo há um conjunto de abordagens que são perpassadas por essa mesma temática. Porém, não é nosso objetivo discutir as análises sociológicas ou sociais da literatura.

    O que nos propomos nas próximas páginas é destacar, brevemente, a diferença entre nossa abordagem e duas outras bastante conhecidas e que podem ser consideradas próximas ou semelhantes, especialmente no plano do campo lexical. Trata-se da concepção de literatura de Lukács (1978) e Goldmann (GOLDMANN, 1979; GOLDMANN, 1973; GOLDMANN, 1990). Por isso vamos realizar algumas brevíssimas considerações críticas em relação a estas duas abordagens para esclarecer que nosso ponto de partida é outro.

    Lucien Goldmann analisa a questão da literatura a partir da ideia de visão de mundo. A obra literária seria expressão de uma visão de mundo de uma classe social². É por isso que ele descarta a ideia da biografia para a explicação da obra literária³, tal como alguns autores defendem.

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