Mineração e desenvolvimento constitucionalmente adequado: análises com enfoque em políticas públicas e diagnósticos dos impactos da mineração para o (não)desenvolvimento local em Goiás
()
Sobre este e-book
Relacionado a Mineração e desenvolvimento constitucionalmente adequado
Ebooks relacionados
Geopolítica e memória: Uma discussão do processo de desenvolvimento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO novo modelo brasileiro de regulação do saneamento básico: Lei Federal nº 14.026/2020 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDa Terra que Assegura a Vida aos Alimentos Sem Agrotóxicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGestão de Risco Alimentar: Uma Política Tributária Indutora da Agroecologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCircuitos Espaciais de Produção da Tilapicultura Paranaense: Contextos Regionais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNormas tributárias indutoras de proteção ambiental e ESG: uma proposta de reforma tributária sustentável Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Antropoceno e a (in)justiça ambiental: os efeitos do mercúrio causados pelo garimpo nos guardiões da floresta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasParticipação indígena na formatação de políticas e projetos de REDD+ e o princípio da informação ambiental Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Fato do Príncipe nas relações de trabalho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Epopeia do Saneamento: da revolução sanitária às tecnologias do futuro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasResponsabilidade Civil por Dano Ambiental: Descarte Incorreto de Lâmpadas Fluorescentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireitos Humanos e Desenvolvimento: O Caso de Belo Monte Nota: 5 de 5 estrelas5/5Água Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAspectos Fiscais da Sustentabilidade no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBem Jurídico Ambiental: tutela penal e aplicação do princípio da insignificância nos crimes ambientais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVozes Submersas: políticas públicas, desenvolvimento e resistência lá na Morada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTemática Ambiental, Educação Ambiental e Ensino: dos Limites da Lógica Formal à Necessidade da Dialética Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPlanejamento e políticas públicas no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCooperação e desenvolvimento humano: A agenda emergente para o novo milênio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrimes Ambientais: uma discussão sobre a responsabilidade penal da pessoa jurídica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntervenções na Cidade: Relatos de Experiência de Pesquisa-Extensão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGestão Ambiental: Uma Visão Multidisciplinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDo conhecido ao desconhecido - ensaios para a aprendizagem :: coletânea de artigos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConflitos socioambientais: uma abordagem interdisciplinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesenvolvimento Socioeconômico e Sustentabilidade do Cerrado Brasileiro: na Transposição do Século XX para o XXI Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDa economia à ecossocioeconomia: compreender para transformar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInternacionalização do direito, combate à corrupção e o Supremo Tribunal Federal do Brasil (1988/2008) Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Direito para você
Simplifica Direito: O Direito sem as partes chatas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCOMUNICAÇÃO JURÍDICA: Linguagem, Argumentação e Gênero Discursivo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Falsificação de Documentos em Processos Eletrônicos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Introdução ao Estudo do Direito Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual de Prática Jurídica Civil: para graduação e exame da OAB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito constitucional Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contratos de prestação de serviços e mitigação de riscos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bizu Do Direito Administrativo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito Tributário Objetivo e Descomplicado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCurso Básico De Sociologia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOAB Segunda Fase: Prática Penal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual dos contratos empresariais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar em concursos CESPE: informática: 195 questões comentadas de informática Nota: 3 de 5 estrelas3/5Dicionário de Hermenêutica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como passar OAB 2ª fase: Prática civil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Registro de imóveis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireito Previdenciário em Resumo, 2 Ed. Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lawfare: uma introdução Nota: 5 de 5 estrelas5/5Caminho Da Aprovação Técnico Do Inss Em 90 Dias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInvestigação Criminal: Ensaios sobre a arte de investigar crimes Nota: 5 de 5 estrelas5/5Português Para Concurso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual de direito administrativo: Concursos públicos e Exame da OAB Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicanálise e Mitologia Grega: Ensaios Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como passar em concursos CESPE: direito constitucional: 339 questões de direito constitucional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstatuto da criança e do adolescente Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual de Direito Previdenciário de acordo com a Reforma da Previdência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInventários E Partilhas, Arrolamentos E Testamentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo passar em concursos CESPE: redação: 17 questões de redação Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Avaliações de Mineração e desenvolvimento constitucionalmente adequado
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Mineração e desenvolvimento constitucionalmente adequado - Alice Santos Veloso Neves
1. INTRODUÇÃO
Trata-se de trabalho de dissertação de mestrado profissional de Direito e Políticas Públicas da UFG sobre a relação entre a atividade minerária e o Desenvolvimento Local e insere-se dentro do projeto institucional da linha de pesquisa nº 1.1, a qual dedica-se a avaliação, controle e adequação constitucional de políticas públicas nas linguagens jurídica e sociopolítica: experiências de efetividade.
Realiza-se um diagnóstico crítico da atividade mineradora nos municípios goianos, levantando-se diferentes indicadores sociais ligados a municípios goianos mineradores, que posteriormente são refinados, conforme criteriosa metodologia, para possibilitar a verificação do desempenho dos principais municípios mineradores de Goiás, quanto ao desenvolvimento includente, constitucionalmente adequado.
Essa abordagem com amplo levantamento de dados foi sustentada teoricamente em uma interpretação de dados a partir do constitucionalismo contemporâneo de perspectiva crítica.
O diagnóstico realizado possui o intuito de possibilitar os primeiros passos para a construção e desenho de uma Política Pública ou até mesmo melhoria e avaliação da Política Pública já existente, seguindo os passos de: 1) definição do problema; 2) reunião de evidências científicas; 3) construção de alternativas (BARDACH, 2011).
O principal problema enfrentado foi o desafio da construção de uma técnica de mensuração de impacto da mineração sobre o desenvolvimento local, de modo a superar um constante debate retórico entre os discursos laudatórios à mineração e aqueles discursos céticos antimineração.
Parte-se do pressuposto de que a mineração traz com o custo/ônus ambiental e social e, portanto, seus benefícios econômicos precisam se reverter também na melhoria do grau de desenvolvimento social e sustentável das localidades mais diretamente impactadas (pensando os municípios como a unidade fenomênica do universo amostral desta pesquisa).
A partir do referencial teórico do constitucionalismo contemporâneo, em autores como Neves e Streck, analisa-se as formas retóricas que tratam da exploração mineral, e as narrativas (institucionais e não-institucionais) simbólicas que envolvem a tentativa de retratar um desenvolvimento sustentável no setor, bem como verifica-se o sentido constitucionalmente adequado de desenvolvimento e a interpretação a ser dada aos indicadores sociais em sentido coerente com tal perspectiva.
Realizou-se a partir daí, o diagnóstico com amplo levantamento de dados de diferentes indicadores e índices socioeconômicos, referentes aos municípios do Estado de Goiás, com interlocução com a exploração de recursos minerais, e o cruzamento de tais indicadores na busca pelo mapeamento do real desempenho de tais municípios, para além dos discursos, permitindo uma crítica, baseada em evidência científica, dos resultados sociais da atividade mineral no Brasil.
As análises e diagnósticos críticos realizados ao longo do trabalho se propõem a fomentar a utilização dos indicadores no direito, como no caso em concreto, para verificar se os municípios goianos impactados pela mineração possuem índices melhores do que os não impactados e, assim, propor uma política que fomente e otimize a responsividade da Administração Pública frente a seus propósitos constitucionais.
Com todo o levantamento de dados realizado desenvolveu-se análises estatísticas descritivas e crítica dos dados e índices coletados, entendendo-se a metodologia de cada indicador e como ela pode ter influência na apresentação e evolução dos dados, ao longo do tempo.
A pesquisa se propôs a realizar comparações em pareamento de diversos índices e indicadores de medição do desenvolvimento local e em todos os municípios mineradores analisados não se encontram elementos traduzidos nos diversos índices de verificação de desenvolvimento que tornassem esses municípios destaque sobre os municípios não mineradores.
Esta constatação frusta a visão positiva atrelada à atividade minerária e remete a um olhar mais acurado da Administração Pública sobre os valores e usos efetivos da CFEM, que possibilite um desenvolvimento municipal mais includente.
Para atender aos objetivos propostos, o trabalho foi estruturado em 5 capítulos. O Capítulo 1 trata da Introdução, que delimita o problema de pesquisa, aponta as justificativas e os objetivos do trabalho e abarca, ainda, as técnicas adotadas. O Capítulo 2 apresenta o referencial teórico adotado, que aborda as diferentes argumentações sobre a exploração mineral, o constitucionalismo contemporâneo crítico, além de discorrer sobre a CFEM e seu potencial como indutor de desenvolvimento local. O Capítulo 3 expõe o diagnóstico propriamente dito, discorre sobre os indicadores e dados utilizados, apresenta o diagnóstico e discute os resultados encontrados. O Capítulo 4 cuida das análises propositivas, indicando instrumentos para a promoção do desenvolvimento local e sugerindo o desenho de uma política pública de desenvolvimento local dos municípios goianos. Por fim, o Capítulo 5 apresenta as Conclusões da pesquisa.
2. MINERAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO CONSTITUCIONALMENTE ADEQUADO
2.1 DIFERENTES ARGUMENTAÇÕES SOBRE EXPLORAÇÃO MINERAL
A observância da força da argumentação como instrumento de poder e definição de ações interessa a este trabalho, que possui o intuito de fugir das análises puramente retóricas relativas à exploração mineral, sejam aquelas em que a mineração é encarada de modo otimista, como muito benéfica às populações locais, sejam aquelas em que a mineração é vista como altamente prejudicial ao bem-estar e qualidade de vida local, mas que não traz uma fundamentação em evidência empírica consistente.
Percebe-se a necessidade de ter cautela com a linguagem, pois esta tende a reforçar o poder social, tornando supérfluas as ideias, à medida que cresce o poder. Inicialmente é fundamental a percepção desse fenômeno e a exposição em particular, para o problema indicado nesta pesquisa.
A linguagem exprime contradição, de que uma coisa pode ser ela mesma ou pode ser outra, diferente dela. Assim é apresentado o Conceito de Esclarecimento, pela Escola de Frankfurt, constituindo-se na possibilidade de desencantamento do mundo pelo livramento dos homens do medo, da superstição, dos mitos, da imaginação, pela substituição pelo saber. Sendo uma radicalização da angústia mítica, pura imanência do positivismo (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p.37-38).
A Escola de Frankfurt, ao escrever sobre a Dialética do Esclarecimento se atreve a conceituar esclarecimento
e o apresenta com o objetivo de livrar os homens do medo, possibilitando uma posição superior. Preceitua que o saber permite a superioridade do homem, como um poder, sem barreiras, que não pode ser comprada, em que o entendimento, vence a natureza, que se torna desencantada. Mostra que a superstição, os mitos e a imaginação são substituídos pelo saber. Expõe que os adeptos da tradição são despreparados, sendo a técnica, o método, a essência do saber, o capital (ADORNO; HOKHEIMER, 1985).
Explicam que a dominação gera alienação, coisificação do espírito, enfeitiçamento
da relação dos homens consigo mesmo. Passando-se do animismo, que havia dotado a coisa de uma alma, para a coisificação das almas pelo industrialismo. Momento em que a razão é utilizada como instrumento universal para a fabricação de todos os demais instrumentos, mas há um processo de reificação, de perda da autonomia, sendo o homem tratado como coisa ou mercadoria, no processo de autoconservação automatizada, da reprodução do conhecimento. E nesse contexto apresenta que a essência do esclarecimento é alternativa que torna inevitável a dominação
, o que o torna totalitário como qualquer outro sistema (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p.31-40).
Já para Marx, a linguagem é a consciência real, prática. Onde há relação, há uma linguagem; logo, a consciência é um produto social. A divisão do trabalho espelha essa relação entre produção e linguagem, operando uma distinção entre trabalho material e intelectual, tornando a consciência uma percepção materialmente construída, em que a divisão do trabalho na família e a separação da sociedade em famílias isoladas implica, na repartição do trabalho e de seus produtos, na distribuição desigual de quantidade e qualidade, como propriedade (MARX, 1980, p.55-57)
Do estudo da literatura relacionada a exploração mineral, foram identificadas duas principais abordagens advindas da análise sobre os resultados sociais da exploração de minérios. De um lado, a perspectiva que pode ser denominada de maldição dos recursos naturais
, nomenclatura inicialmente utilizada por Auty (1993, p. 243); e, de outro lado, a mentalidade que considera, a priori, a mineração como benção
ou dádiva da realidade econômico social brasileira, verdadeira sorte teriam os municípios agraciados com tal oportunidade (ENRIQUEZ, 2007, p. 05).
Evidencia-se a necessidade de aprofundamento dessas duas argumentações na literatura para possibilitar um melhor diagnóstico, a partir de confrontação com evidências científicas.
Nesse sentido, identifica-se que a atividade extrativa mineral de larga escala e sua relação considerada como maldição ou dádiva para o processo de desenvolvimento sustentável dos municípios de base mineira no Brasil são tratadas de forma pioneira por Enríquez (2007).
A exploração da atividade mineral é exposta como indutora de pontos positivos, como o próprio desenvolvimento da atividade e produção de bens minerais, a geração de renda, emprego e tributos, o conhecimento geológico para usos variados, influências culturais externas e infraestrutura básica. Por outro lado, esclarece que também pode trazer pontos negativos como a degradação e poluição na cadeia produtiva, influências culturais externas, desvalorização dos terrenos, redução dos recursos minerais, enclave e especialização econômica (ENRIQUEZ, 2007).
A perspectiva da maldição dos recursos naturais
fundamenta-se pela afirmação de que o desenvolvimento da extração mineral promove fracos e baixos elos na cadeia produtiva, e também pouco benefício para a coletividade constituindo um enclave na economia, induzindo a exportação da maior parte da produção em sua forma bruta ou com baixo valor agregado (SILVA, 2017, p.10).
Além do desincentivo para o desenvolvimento do mercado interno e de outros setores da economia, a alta mecanização e especialização possibilita a baixa empregabilidade de mão-de-obra. Essa leitura (diagnóstico-base; macroanálise) também considera que a inadequada gestão pública das receitas provenientes da extração mineral permite sua dispersão em ações não indutoras de desenvolvimento (SILVA, 2017, p.11).
Por outro lado, há macroanálises em que a mineração é tratada como benção
, dádiva, como uma vantagem competitiva para a indução da economia ao desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza no Brasil (PEGG, 2006, p. 380). Para essa perspectiva discursiva, os benefícios auferidos pela exploração mineral são sempre altos; e o grande desafio seria a distribuição de maneira relativamente equitativa entre as pessoas afetadas e aqueles que se beneficiam da mineração.
Como acima mencionado, essa visão é amparada por três afirmativas: a de que a mineração (a) encoraja o crescimento de indústrias agregadas, por promover elos produtivos em outros setores da economia; (b) atrai inovações e tecnologias, promovendo um ambiente de compartilhamento de conhecimento e oportunidade de negócios; e (c) traz considerável número de receitas públicas, sendo necessário melhorar a gestão governamental para transformá-las em ativos sustentáveis, por meio de políticas orientadoras no desenvolvimento socioeconômico sustentável (SILVA, 2017, p. 30).
Nesse sentido, o Relatório do Banco Mundial também aponta que a mineração encoraja o crescimento de fábricas a jusante, permitindo o crescimento de valor agregado e oportunizando o desenvolvimento de outros setores da economia, que necessitam de serviços de energia elétrica e transporte, que são também aprimorados, por exemplo. Descrevem que a exploração de recursos necessita, e por isso proporciona, melhoria em infraestrutura; setor industrial e mineral a jusante; ampliação de conhecimento diversificado, dentre outros (SILVA, 2017, p. 29 e WORLD BANK, 2002).
Assim, fica evidenciado que é necessário testar essas duas macroanálises, e seus principais argumentos, a partir de uma confrontação com evidências científicas, nossa segunda etapa deste trabalho, para a identificação de quais são os resultados socioeconômicos advindos da exploração dos recursos minerais.
Parte significativa da literatura especializada na avaliação da mineração constrói diagnósticos aprioristicamente comprometidos com uma visão negativa ou positiva da mineração.
Ao produzir essas evidências científicas quanto à atividade minerária no Estado de Goiás, e a partir delas realizar uma análise crítica de seus impactos, será possível analisar em que medida a atividade minerária gera suficiente ou insuficiente