Qualidade Educacional e Inovação Tecnológica

De Rosivaldo dos Santos Borges

O ensino brasileiro em todos os níveis é fortemente influenciado por correntes ideológicas e por atender aos interesses de diferentes corporações, sindicatos e associações. Sem um debate honesto, debruçado sobre os resultados alcançados em exames nacionais e internacionais, não será possível avaliar se estamos no caminho certo, aperfeiçoando o que já foi realizado ou traçando novos rumos que apontem para novas estratégias e modelos de ensino. O conhecimento evoluiu muito nos últimos 30 anos, no entanto, em muitos aspectos ainda estamos nos séculos XVIII, XIX e XX. Neste livro, pretendemos avaliar os resultados e condutas frente ao modelo atual, propondo novas estratégias. A obra também pretende mostrar que com os investimentos realizados nos últimos anos, a questão de que só é possível melhorar a educação com mais investimentos cai por terra. Esta edição também denuncia quem são alguns dos beneficiados com este atual modelo de gestão educacional, em que a massa populacional pobre, com uma educação de baixa qualidade, mantida no subemprego e na informalidade, não tem como dizer se está bom ou ruim, e nesta condição pode fazer muito pouco para o crescimento econômico e social do país. O livro chama a atenção para o fato de que cada povo tem o governo que merece e que cada governo só pode governar com o povo que tem — sem qualificação, sem mão de obra especializada, sem crescimento econômico, subjugado e dependente de outros países.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 19 de ago. de 2022
• ISBN: 9786525021621

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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

Aos meus antepassados, por terem feito sua parte com a esperança de que recebêssemos seu legado de sacrifício com gratidão.

AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento especial as três gerações de minha família que me precederam, bisavós, avós e pais, por terem vivido e morrido acreditando que as coisas podem ser diferentes no futuro.

A minha mãe, Marivalda dos Santos Borges, e irmãos, Elane, Ronaldo, Marinete, Vancley e Benedito, em especial, pelo esforço e apoio para estudar em outra cidade, por todos os sacrifícios e privações.

A minha esposa, Edileusa dos Santos Borges, e nossos filhos, Amanda, Bruna, Caio e Denise, por serem uma inspiração e fonte de apoio atualmente. A Ana Caroline, Kléber Diego e Janderson Junior, por permitirem que a vida siga seu curso em busca da felicidade em todas as gerações.

Aos amigos do movimento Juntos pela UFPA, pelo aprendizado que muito contribuíram para que eu encontrasse coragem para relatar essas experiências e aos colegas do Docentes pela liberdade, pela coragem de lutar por um país melhor, com direitos iguais e liberdade para lutar por uma educação de qualidade.

Agradecimento especial aos amigos que compartilham de alguns pontos e opiniões que foram expressos, mas que preferem manter o anonimato.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

(Albert Einstein)

PREFÁCIO

O livro do professor Rosivaldo dos Santos Borges é uma lufada de ar fresco no atual panorama das propostas educativas brasileiras. Não que seja um tradicional livro sobre métodos e técnicas educativas e pedagógicas visando melhorias no ensino ou nas aprendizagens. Bem pelo contrário, é uma reflexão sem pretensões acadêmicas de um professor universitário sobre o ensino, a pesquisa e a extensão no Brasil dos dias de hoje. É uma reflexão que não apenas aponta as feridas, mas coloca o dedo nelas e, para os mais atentos, ao colocá-las em evidências as faz sangrar.

No entanto, não ter pretensões acadêmicas não implica que este livro não encerre algumas verdades inconvenientes sobre a Educação no nosso país ou sobre o tanto que está ruim o ensino superior brasileiro, com especial incidência nas instituições federais de ensino superior.

Sobre a Educação, o professor Rosivaldo chama a nossa atenção para algo que é básico: O fato é que nossa educação é tão ruim que é preciso obrigar os pais a matricularem e mandarem seus filhos. Se fosse boa para o povo, seria um privilégio, não uma obrigação. E é necessário dizer mais sobre a Educação obrigatória? Pública, gratuita e de qualidade?

O professor Rosivaldo constrói a sua reflexão com base em pequenas citações e algumas histórias, sendo as mais impactantes as da sua trajetória e da sua família, a de Percy Lavon Julian, a da águia criada entre galinhas e a da galinha que após lhe tirarem as amarras não tornou a viver a sua vida em liberdade.

As histórias escolhidas pelo professor Rosivaldo inserem-se na tradição de G. K. Chesterton, pois nos apresentam situações ou contextos adversos aparentemente desconexos da realidade brasileira, exceto o seu próprio trajeto e da sua família, mas em que os personagens em alguns casos se deixam submergir por esses mesmos contextos ou encontram o seu próprio caminho e prosperam.

Alguns desses personagens assemelham-se a legiões dos atuais estudantes universitários, uma geração com deficiência de vitaminas A (avaliação), B (biblioteca), E (estudo) e C (comprometimento), como nos alerta o autor. Já Percy Lavon Julian poderá servir de modelo a quem, independentemente de suas próprias circunstâncias, tendo limões, faz limonada!

Ao longo do texto, o professor Rosivaldo nos avisa que no ensino superior brasileiro a carroça está à frente dos bois. Mas não só a carroça está à frente dos bois, como os bois estão presos a cangas que lhes tolhem a liberdade: a liberdade de professores e estudantes darem o melhor de si mesmos, com a evidência dos primeiros ensinarem e os segundos estudarem e aprenderem; de os professores darem o melhor de si mesmos sem se ocuparem de doutrinações ou de os estudantes darem o melhor de si mesmos, mesmo antes de estarem reunidas as condições perfeitas para realizarem o seu estudo ou desenvolverem as suas aprendizagens.

Talvez seja a falta de liberdade de pensar de forma independente que faz com que o impacto da produção científica de nossas universidades esteja tão ruim. Por exemplo, na área de pesquisa em Educação, os estudos brasileiros estão entre os últimos lugares do mundo em impacto científico (determinado em citações