Judicialização Da Saúde Pública
()
Sobre este e-book
Relacionado a Judicialização Da Saúde Pública
Ebooks relacionados
Direito à saúde e judicialização: A necessidade de reconstruir consensos ante os avanços científicos e o orçamento público Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Judicialização da Política Pública de Saúde: a percepção do magistrado Capixaba Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Dialética do Direito à Saúde: entre o direito fundamental à saúde e a escassez de recursos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesafios do Direito à Saúde Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria da Perda de Uma Chance em Perspectiva: aplicada à saúde pública e privada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Planos de Saúde sob a Ótica Constitucional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLimites à Judicialização das Políticas Públicas de Saúde Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Previdência Social: efetivo Direito Fundamental Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Direito Fundamental à Saúde: abrangência, eficácia e restringibilidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO direito à saúde no pós-positivismo: uma interlocução entre as premissas teóricas e sua práxis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReprodução humana assistida Nota: 5 de 5 estrelas5/5Teoria Crítica do Direito do Trabalho: reflexões sobre os tempos de trabalho Nota: 5 de 5 estrelas5/5Filhos Desamparados: Uma análise da legislação brasileira acerca da responsabilidade afetiva Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO direito ao esquecimento no Direito do Trabalho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Ação Civil de Improbidade Administrativa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Acesso à Justiça e Pobreza: um recorte através da Defensoria Pública Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDireitos Sociais dos Trabalhadores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasControle de constitucionalidade e a teoria do fato consumado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBiodireito: Tutela jurídica nas dimensões da vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAgência Nacional De Saúde Suplementar: O Estado E A Saúde Privada No Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPara Além dos Direitos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA inteligência artificial na justiça previdenciária: limitações ao uso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasElementos de teoria geral do processo: poder judiciário, jurisdição, ação e processo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ciências Sociais para você
Um Poder Chamado Persuasão: Estratégias, dicas e explicações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual das Microexpressões: Há informações que o rosto não esconde Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Manual do Bom Comunicador: Como obter excelência na arte de se comunicar Nota: 5 de 5 estrelas5/5Psicologia Positiva Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo sobre o amor: novas perspectivas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Detectando Emoções: Descubra os poderes da linguagem corporal Nota: 4 de 5 estrelas4/5Liderança e linguagem corporal: Técnicas para identificar e aperfeiçoar líderes Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Prateleira do Amor: Sobre Mulheres, Homens e Relações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Segredos Sexuais Revelados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFenômenos psicossomáticos: o manejo da transferência Nota: 5 de 5 estrelas5/5Mulheres que escolhem demais Nota: 5 de 5 estrelas5/5A máfia dos mendigos: Como a caridade aumenta a miséria Nota: 2 de 5 estrelas2/5O livro de ouro da mitologia: Histórias de deuses e heróis Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pele negra, máscaras brancas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Quero Ser Empreendedor, E Agora? Nota: 5 de 5 estrelas5/5As seis lições Nota: 0 de 5 estrelas0 notasApometria: Caminhos para Eficácia Simbólica, Espiritualidade e Saúde Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Criação do Patriarcado: História da Opressão das Mulheres pelos Homens Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um Olhar Junguiano Para o Tarô de Marselha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO corpo encantado das ruas Nota: 5 de 5 estrelas5/5A perfumaria ancestral: Aromas naturais no universo feminino Nota: 5 de 5 estrelas5/5Verdades que não querem que você saiba Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Bíblia Fora do Armário Nota: 3 de 5 estrelas3/5O marxismo desmascarado: Da desilusão à destruição Nota: 3 de 5 estrelas3/5Seja homem: a masculinidade desmascarada Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Ocultismo Prático e as Origens do Ritual na Igreja e na Maçonaria Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Avaliações de Judicialização Da Saúde Pública
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Judicialização Da Saúde Pública - Daniel Carlos Neto
PREFÁCIO
A presente obra faz uma exposição contextualizada da judicialização da saúde pública analisando o direito à saúde frente aos princípios do mínimo existencial e da reserva do possível, partindo-se do conceito e da evolução histórica da saúde no mundo, passando pelas formas de normatização no Brasil até se chegar na sua consagração na Constituição Federativa do Brasil de 1988.
Em seguida, expõe-se sobre a eficácia dos direitos sociais, como a importância e sua problemática.
E finalmente chegando à Judicialização da Saúde de forma a ser a última via que o indivíduo se vale para obter a garantia de um atendimento digno e seja resguardado o mínimo existencial estudado.
O presente estudo aborda informações elementares, que todo profissional da Saúde, do Direito e principalmente Gestores, deveriam conhecer, não apenas para um exame crítico da atual situação, mas também para uma análise concreta em busca de estratégias capazes de promover a integração de políticas públicas que visem estabelecer a equidade nas condições de saúde e do acesso na utilização dos serviços, além da garantia de atenção integral e resolutiva.
O autor
INTRODUÇÃO
O objetivo dessa obra é aclarar o tema central da judicialização da saúde pública, analisando do direito à saúde aos chamados direitos sociais, os quais, positivados em nosso ordenamento jurídico constitucional, tem como inspiração a busca da igualdade entre as pessoas.
No Brasil, antes disso, o Estado apenas proporcionava atendimento à saúde precário para a classe proletária com carteira assinada e suas famílias. O restante da população, quando tinha acesso aos serviços de saúde, não o tinha como um direito, mas sim como uma benesse da Igreja Católica, e outros entes religiosos, e como fruto da filantropia dos mais favorecidos e do poder público, através, principalmente, das Santas Casas de Misericórdia. Essa situação se perpetuou até o fim do período militar, quando iniciou uma maior preocupação estatal na prestação de saúde à população brasileira, com as constantes mobilizações sociais através das Conferências Internacionais de Saúde.
A Constituição Federativa do Brasil de 1988 em vários de seus artigos, dentre esses o art. 6ª caput, e 196 usque 200, trazem referências aos direitos e deveres concernentes à saúde. Neles está positivado o direito à saúde como direito fundamental, e está cristalizado formalmente o dever do ente público em provê-la e garantir o seu acesso universal e igualitário. O art.196 da Constituição expõe entendimento, aceito plenamente pela doutrina e pela jurisprudência, de que o Estado é responsável pela proteção à saúde. E não apenas o Estado, mas também a população como um todo, encontra se imbuída da realização, exigência e fiscalização de políticas sociais e econômicas conducentes à preservação da saúde. E mais, que tal direito deve ser universal e igualitário, respeitando a dignidade da pessoa humana.
A problemática aqui se destaca pelo fato de apesar de ser garantida constitucionalmente, a saúde enfrenta um grave problema que se refere à efetividade das prestações positivas pelo Estado, razão pela qual hoje se tem inúmeras ações judiciais pleiteando tal direito.
Reforçando o caráter de provedor-mor do direito à saúde por parte do Estado, o artigo 200, que dispõe sobre a saúde pública, delimita, em rol não exaustivo, as atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), prevendo caber-lhe a participação na formulação de políticas de saúde e da execução de ações de saneamento básico, bem como o controle e fiscalização de procedimentos em produtos de interesse para a saúde. Tais dispositivos definem e asseveram o acesso igualitário à saúde como direito e dever fundamental positivado em nosso ordenamento jurídico, insculpido na lei maior como direito e dever do indivíduo e dever do estado, cabendo ao ente público a prestação de ações e serviços necessários à sua efetivação, sendo, pois, considerado como um direito fundamental da pessoa humana.
Nesta obra, busca-se a análise da judicialização em relação ao direito à saúde de forma a garantir o mínimo existencial em contraposição ao princípio da reserva do possível tão alegado em sede contestações do Estado.
CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SAÚDE
O conceito de saúde sofreu diversas intervenções ao longo dos últimos 100 anos, pois foi conceituada a partir de diversas visões de mundo, numa construção social e histórica, saindo do conceito simples de ausência de doença para um conceito amplo com várias dimensões, tais como biológica, comportamental, social, ambiental, política e econômica.
Hoje, o conceito adotado mundialmente é o da Organização Mundial da Saúde que a define como: "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade." (OMS, 1946)
Porém, a saúde não foi sempre assim tratada no decorrer da sua evolução histórica, pois no estudo aqui realizado, verificou-se que a saúde "vai desde a concepção mágico religiosa, passando pela concepção simplista de ausência de doença, até chegar a mais abrangente concepção adotada pela Organização Mundial da Saúde" (CZERESNIA, 2003).
Portanto, nota-se que a concepção do que é saúde sofreu diversas modificações até se chegar ao atual conceito mais adotado que é o da Organização Mundial da Saúde e busca-se primordialmente a promoção da saúde que se baseia no direito humano fundamental visando permitir aumentar o controle sobre sua saúde e seus determinantes, sendo que a saúde de todos os povos é essencial para conseguir a paz e a segurança.
Tecendo-se um breve comentário acerca da origem do termo saúde, este vem da raiz etimológica salus. No latim, esse termo designava o atributo principal dos inteiros, intactos, íntegros, e no grego salus provém do termo holos, no sentido de totalidade, raiz dos termos holismo, holístico. Ou seja, este termo refere-se ao todo.
Uma vez definido o que é saúde, é de suma importância compreender a sua evolução histórica no mundo, pois como já dito anteriormente, a saúde sofreu intervenções religiosas, sociais e econômicas. E para se entender a abordagem da saúde na atualidade é necessário conhecer a sua história, uma vez