A Três Léguas Da Desilusão
De Caio Araujo
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A Três Léguas Da Desilusão - Caio Araujo
A três léguas da desilusão
Caio Araujo
Matias acordou com a garganta seca no meio da madrugada.
Olhou para a esposa que dormia ao seu lado na cama e esboçou
uma tentativa de retomar o sono. Três minutos depois,
levantou-se e foi ao banheiro. Trancou a porta. Sentou-se no
vaso. Folheou a antepenúltima edição da revista de arquitetura
que Renata mantinha num cesto onde também se encontravam
tampas quebradas de batons, cotonetes usados e um
perfumador de ambiente já quase no fim. Bocejou duas vezes,
acertou a conta com o intestino, limpou-se, lavou as mãos sem
sabonete, deu descarga, lavou as mãos outra vez e se olhou no
espelho. Estava cansado, mas sem sono. O terçol no olho
direito havia diminuído – muito em função do cabo de garfo
aquecido que aplicara no desconforto por trinta segundos logo
depois de bater uma galinhada na noite passada. Jogou água no
rosto. Enxugou-o com a toalha de corpo. Foi à cozinha e abriu
a porta da geladeira. Tomou um gole de iogurte e finalizou o
resto de maça largado na prateleira da porta. Pegou o único
copo do escorredor e despejou nele três dedos de água do filtro.
Engasgou no primeiro gole. Em seguida, conferiu se a calça
jeans pendurada no varal havia secado e tentou se lembrar onde
deixara o celular, embora não tenha cogitado procurá-lo.
Retornou ao quarto. Ligou o abajur. E abriu o décimo terceiro
capítulo de Dom Quixote. Leu uma página e meia e desistiu.
Não conseguia se concentrar. Sua cabeça estava em outro lugar.
Recuou três anos no casamento e se viu de mãos dadas com a
esposa sob uma barraca amarela estampada com naus piratas
fincada na areia da praia central de Marataízes, em frente ao
restaurante Gaivota, onde costumavam ficar até as duas e meia
da tarde, antes do almoço mais tarde que o habitual. Era um dia
comum da segunda quinzena de janeiro. Fazia trinta e quatro
graus. Pela terceira vez veraneavam naquele litoral onde
Renata fora pega de surpresa por um testamento que lhe
transferiu a propriedade de uma casa modesta que havia
pertencido a avó que só a conheceu criança. Renata tomava
água de coco e Matias, a quarta cerveja do fardo que trazia no
isopor. Beliscavam peroá frito, o oitavo melhor da região,
segundo os pescadores, que atribuíam a queda de qualidade à
sequência de safras ruins desde o aumento da exploração de
petróleo no litoral capixaba. Renata nunca se esquecia de avisar
que queria o peixe com poucos espinhos e, embora soubesse
que o pedido fugia um pouco do controle daqueles homens,
acenava com o polegar quando a respondiam: "xá com a gente,
dona". Matias preferia a aleatoriedade. Também queria que o
peixe viesse sem espinhos, mas não abria mão da possibilidade
contrária. Se viesse com, lamentava, mas, ao contrário dela,
não reclamava, pois entendia que as expectativas não
consumadas são o que há de mais normal na gastronomia, e
que se gostamos de ser surpreendidos para o bem, devemos,
por coerência, aceitar algumas surpresas frustrantes. Além do
que, a todo cozinheiro, como a qualquer outro profissional,
deve ser concedido o direito de alterar dias bons, mediados e
ruins no trabalho, contanto que os dois primeiros se
sobressaiam. Ele pensava ainda que na maioria das vezes o
problema não era o prato, mas sim o paladar excessivamente
exigente – fresco – dos clientes. Se houvesse a garantia de que
nenhum peroá contivesse espinhas, ele pediria no lugar uma
porção de fritas ou de frango à passarinho, porque seria
antinatural a inexistência de espinhas em todo o cardume. A
não ser, claro, que esta fosse obra do total acaso, determinado
pela força da natureza ou da intuição do pescador no momento
de selecionar qual peixe fritar. Não só não tinha problema em
confiar o apetite à sorte, como exigia que assim o fosse, afinal,
desta forma respeitava-se à autoridade da natureza e às suas
imposições. Considerava ridícula a tentativa vã do homem em
manipular o resultado das suas ações, minimizando riscos e
potencializando garantias. Certa vez, num simpósio sobre
inteligência artificial para o qual fora enviado a cobrir contra a
sua vontade, confrontou um biólogo inglês que tentava provar
por A mais B que a imortalidade seria viável no futuro. Como
um cético do ineditismo e um defensor agressivo da ideia de
que o futuro não será em nada melhor que o passado, Matias
aguardou pacientemente o palestrante encerrar sua exposição e
responder as quinze perguntas da plateia, nenhuma
desconfortável, para caminhar na sua direção, enfiar-lhe o dedo
na cara e disparar:
– O senhor é um impostor. Sua tese foi concebida para agradar
esta massa de alienados, iludindo-os com este conceito difuso
que é o da geração especial, que é sempre a que virá, nunca a
que já foi. Eles te aplaudem porque sofrem de baixa
autoestima. Porque gostam de ouvir que são capazes de fazer a
diferença na humanidade, de construir um mundo melhor, de
erradicar a miséria, como se esses ideais fossem
supermodernos e que só agora – veja só! – finalmente poderão
ser postos em prática. Em três milhões de anos de vida humana
na terra ninguém jamais pensou nisso antes – ironizou, para
então prosseguir com o dedo em riste –
Não farão diferença alguma e o mundo pode muito bem piorar.
Em primeiro lugar, pare de mimá-los. Em segundo, enfie o
discurso motivacional no cu, seu hipócrita. Se os maiores
gênios foram esquecidos, todos seremos. Não há muito que
fazer contra isso, mas, ainda bem, não estaremos aqui para
lamentar. O que dizer? É mesmo da estupidez humana esta sina
por marcar o tempo. Talvez assim nos sentíssemos menos
medíocres, não é? Daríamos um sentido à vida, olha que
incrível! Engraçado, porque não vejo tantas reverências a
Aristóteles, Copérnico e Darwin. Eles não mereceram?
Quantos ainda se recordam dos fenícios, dos mongóis, dos
persas, dos incas? Eram povos tão primitivos… Como somos
mais avançados! A verdade, professor, é que as pessoas estão
pouco se fodendo para o que os outros fizeram. Seja lá o que
for, só importa o que elas farão. Deixe-me te fazer algumas
perguntas inoportunas: quem venceu o prêmio Nobel de
economia de oito anos atrás? O senhor chorou a morte de
Mandela? Lembra-se dele todos os dias? Pois esses jovens não
se lembrarão do senhor depois de amanhã, de nenhuma das
suas frases, só dos elogios, porque precisam alimentar a
futilidade com falsas esperanças – e o senhor cumpre bem este
papel, como todo velho egocêntrico desesperado em agradar as
novas gerações. É por isso que velhos descolados fazem tanta
questão de se distanciarem dos seus pares, alegando terem
ideias supostamente mais frescas, progressistas, gabam-se por
ter a mente mais aberta, e que, ao contrário deles, não pararam
no tempo. Ocorre que para fazer algo de bom amanhã é preciso
olhar o que de bom foi feito ontem. E esses jovens não sabem.
Acreditam piamente, graças a sua bajulação, que possuem um
dom extraordinário, algo nunca antes visto na história – uma
história que para eles começou há duzentos anos e que será
totalmente diferente a partir de hoje, afinal de contas, ela agora
está nas mãos desta geração iluminada a qual pertencem.
Coitados. O senhor deveria sentir algum remorso, encerrou o
desabafo, com seguranças tentando contê-lo e senhorinhas que
vestiam jalecos de veludo rosa e sapatinhos de camurça lhe
pedindo calma.
Matias beliscou dois pedaços de uma só vez, cuspiu os
espinhos num pires e achou que o peixe estava uma delícia.
Amassou a latinha vazia e pegou outra no cooler. Perguntou a
Renata se ela queria dar um mergulho. Ela respondeu que sim,
só que mais tarde. Renata limpou as lentes dos óculos escuro
com a bainha da canga. Bocejou. Inclinou a cadeira de praia
para trás e exclamou: ai, ai
, para então não falar mais nada,
enquanto Matias elaborava um novo raciocínio, que ela sabia,
viria em tom de provocação, para que aquele diálogo – que
agradava muito mais a ele do que a ela – continuasse. E assim
ele fez.
– A sensação de insegurança, disse em voz alta, é coisa de
maricas que não se expõem à beleza das incertezas porque
escondem seus medos atrás da precaução e porque não
encaram o jogo da vida, onde tudo pode dar certo, como pode
não dar. Digo isso, continuou em tom crítico, a todos os pais
que zelam em excesso pelo bem-estar dos filhos, como se
fossem donos da liberdade deles. São tirânicos. Assim como os
nossos amigos que vivem enjaulados naqueles condomínios
achando que estão protegidos. A obsessão por segurança é o
princípio da covardia. Corajosos enxergam uma chance de
êxito e tomam decisões que, certas ou erradas, foram tomadas,
coisa que os cagões nunca fazem, porque ficam o tempo todo
ponderando, procurando desesperadamente os contras e se
empenhando ao máximo para ofuscar os prós – sentenciou
empolgado, enquanto Renata ouvia calada, sem esboçar
reações, como se tivesse parado de prestar atenção na metade
da fala.
Esta era a filosofia que embasava seus pensamentos em
discussões acaloradas, dentre as quais a que mais gostava e na
qual mais se sentia confortável: o futebol. Defendia com fervor
o lado espontâneo do esporte contra a corrente da imprensa
especializada que clama por intervenções tecnológicas a fim de
coibir os erros de arbitragem. Dizia que a finalidade do jogo é
permitir que o imprevisto desmonte o planejado, porque no
futebol, ao contrário do xadrez, o fundamental não é se
preparar para o que vai acontecer; é estar aberto a todas as
possibilidades e se adaptar a elas, sempre dando margem às
aleatoriedades. Por isso, afirmava com euforia, o azarão vence,
justamente por não saber previamente que decisão tomar diante
do fato novo, mas que, devido a uma enorme capacidade de
improviso, surpreende o favorito.
É mesmo surpreendente a capacidade que Matias tem de
cambiar o tom da conversa. Abandonar a fúria que alimenta
suas palavras só para instigar o interlocutor para dar vazão a
uma fala acadêmica, quase erudita, com a qual ele também
simpatizava, como ficou nítido no seguinte aprofundamento do
raciocínio anterior:
– É claro que isso também pode acontecer em outras
modalidades, mas não com a mesma frequência que acontece
no futebol. Por três motivos elementares. O primeiro é óbvio:
por ser coletivo, o peso da atuação individual – esplêndida ou
execrável – muitas vezes não interfere no resultado. Tanto pode
o craque fazer o diabo e sair derrotado, como pode um cone ser
campeão mundial. Basta que haja compensação desses
extremos por parte dos demais atuantes ou, claro, basta que a
bola desvie no joelho do volante na entrada da área, engane o
goleiro, resvale na trave e entre. Ou saia, por acaso. Basta
ainda que numa tarde infernal o lateral arranque feito um
corisco pela direita, drible três marcadores – algo até então
jamais visto na sua carreira deplorável, nem mesmo nos
treinamentos – e acerte o cruzamento na medida exata para o
artilheiro, que, como de hábito, domina de canhota, ergue a
cabeça, bate cruzado deslocando o arqueiro e corre para o
abraço. Os companheiros vão ao seu encontro comemorar. A
torcida se prepara para soltar o grito. Mas, de repente, se dá
conta de que naquela tarde, excepcionalmente, o chute saiu um
pouco mascado, e numa sucessão de imagens em câmera lenta,
vê a bola sair pela linha de fundo. O camisa nove acabara de
perder o gol mais feito de toda a sua brilhante trajetória de
matador implacável.
Eventos imprevisíveis como esses, no futebol, definitivamente
são comuns. Daí a velha máxima de que o "futebol é uma
caixinha de surpresas", embora muito pouco original,
permanece verdadeira. Por mais que os aspectos táticos tenham
ganhado enorme influência no jogo, vindos da Europa para a
América do Sul, eles continuam não sendo, no futebol, o
grande diferencial. Jogadores, fãs e a própria imprensa
geralmente preferem ressaltar o talento e a técnica como
fatores determinantes para as conquistas. O próprio êxito dos
treinadores é atribuído em boa parte à capacidade deles de
manter o grupo nas mãos
e de "extrair o melhor de cada
atleta", mantras bastante difundidos na imprensa esportiva.
Partilham desta linha de raciocínio quem acredita que a grande
virtude do técnico é saber lidar com os jogadores, motivá-los e
mantê-los concentrados, sabendo dosar cobranças e
recompensas e ainda parecer justo e coerente aos olhos dos
preteridos. Sob esta ótica, crê-se que o sucesso do treinador
deriva mais da relação interpessoal no vestiário do que do
estudo prévio do adversário. A sua maior virtude, portanto,
seria de natureza emotiva, persuasiva, e não estratégica. Não à
toa, muitos atletas desprezam as preleções. Consideram-nas
chatas e inócuas, sobretudo as mais longas. No imaginário
popular, o técnico precisa saber falar a língua dos jogadores –
em geral clara e objetiva –, precisa criar um elo de confiança
com e entre os comandados e fazer com que eles se dediquem,
na vitória e na derrota, temporada pós-temporada, num ciclo
infinito de renovação de metas, porque ninguém no futebol
pode jamais se dar por satisfeito. Vencer cria expectativas de
novas vitórias. Perder alimenta a narrativa da volta por cima
.
Esta visão romântica e paternalista sobre a relação técnico-
jogador, tão conflitante como outra qualquer, ainda mais numa
condição hierárquica, está, sem dúvida, bastante desgastada,
mas ainda surte forte efeito no meio. Afinal, o treinador é, antes
de tudo, um escudo para o fracasso dos atletas. É ele quem
impreterivelmente assume a responsabilidade pelas derrotas e
se auto-exime nas vitórias. Do treinador se espera coragem
para admitir a culpa sem tê-la e humildade para transferir os
méritos próprios. É realmente cômodo desempenhar mal uma
função e ver o chefe assumir a bronca. Este é um dos muitos
mimos a que os jogadores foram mal-acostumados. Talvez a
frase mais pronta para justificar derrotas - "quando se ganha,
ganham todos; quando se perde, perdem todos" – resume a
dificuldade crônica no futebol de se admitir falhas individuais,
presentes em qualquer esporte coletivo. O treinador deve
protegê-lo. Em público, ele não diz que o seu time perdeu,
hipoteticamente, porque o seu volante desperdiçou três pênaltis
e foi expulso no primeiro tempo. Seria um ato execrável da sua
parte, afinal, o jogador nunca deve ser exposto, coitadinho. É
um diamante. Tem que ser preservado a sete chaves, defendido
com unhas e dentes. Nesta situação, o treinador diria que todos
têm responsabilidade e que a dele é ainda maior porque foi
quem escolheu o time. Da mesma maneira em que é obrigado a
equiparar a importância do atacante que marca os cinco gols na
goleada por cinco a zero ao terceiro reserva do goleiro, que
sequer pôde estar no banco por problemas na documentação.
Fazem parte da mesma equipe, então são iguais. Na importa o
que aconteça, são iguais. O treinador não pode verbalizar suas
preferências – elas só podem constar da sua escalação, que
ainda precisa ser justificada. A depender do ego do jogador, ele
ainda precisa se desculpar por que não o escalou. O treinador
não tem o direito de preferir em público um comandado mais
competente ou dedicado que outro. Precisa tratar todos sem
distinção, sob o risco de perder o controle sobre o grupo. Para
ser bem-visto por todos, precisa passar a mão na cabecinha dos
subordinados, dirigir-lhes palavras dóceis na imprensa e
blindá-los a todo custo das críticas. Por isso, trabalham também
como assessores de imprensa. Inocentam-nos do que fazem nos
gramados e assumem sua defesa quando eles se envolvem em
problemas de ordem tributária e até mesmo penal.
O treinador é também o porta-voz do clube. Quando o time vai
mal, é ele quem dá a cara à tapa, às vezes tendo que
administrar situações que fogem a sua alçada, como, por
exemplo, atrasos salariais. Em nome das agremiações, ele
assume todo início do ano que o time disputará todos os
campeonatos para ser campeão. É, contudo, um compromisso
impossível de se cumprir porque nunca um clube vence tudo o
que disputa. Jamais aconteceu em lugar algum e jamais
acontecerá, mas que mesmo assim ele precisa reiterar para
cativar sua torcida. Como todos jogam para vencer, mas só um
no final fica com a taça, logo os demais descumprem o
combinado. Cabe ao treinador, então, renovar a esperança de
que no futuro o clube honrará sua palavra, o que, embora sem
data precisa e já livre da cobrança por não estar mais a frente
da instituição, é provável mesmo que ocorra, pois como
grandes que são, devido ao passado vitorioso – nunca
hegemônico – cedo ou tarde o time reunirá os diversos fatores
para lograr tal objetivo. Pode levar muito tempo, como pode
não ser tão fatídico, mas é isso pelo menos o que se percebe no
futebol brasileiro – um revezamento contínuo de nove a doze
times que nas últimas sete décadas conquistaram algumas
vezes os títulos mais cobiçados do país e do continente, e que
por isso, porém não só, reforçaram sua grandeza.
É certo que alguns times foram muito bem-sucedidos durante
um determinado período, às vezes até longos, mas sempre com
alternância de predomínio. Santos e Palmeiras dominaram a
década de 60; Internacional e Cruzeiro venceram muito nos
anos 70; o Flamengo em 80; São Paulo, Palmeiras e Grêmio na
primeira metade dos anos 90; Vasco e Corinthians na segunda,
e todos eles, desde 2000, voltaram a conquistar títulos
importantes – nacionais e internacionais – alguns mais, outros
menos. Entretanto, só o Santos conseguiu ser soberano por
mais de quatro anos consecutivos. Conquistou cinco
campeonatos paulistas de 1960-65 (a exceção de 1963), foi
pentacampeão brasileiro (1961-65) – feito até hoje jamais
alcançado – e bicampeão da Libertadores e do Mundial de
Clubes (1962-63), então torneios de menor prestígio.
Predomínios extensos são comuns na Argentina, no Uruguai,
na Espanha, na Itália e na Inglaterra, onde não mais que quatro
equipes oligopolizam o futebol. A Alemanha é um caso ainda
mais extremo. O Bayern de Munique reina há décadas, salvo
exceções pontuais, na Bundesliga, o campeonato nacional. No
Brasil, nunca um time venceu tanto num período de cinco anos
como o Santos, e dificilmente o fará, não só porque aquele
elenco santista foi possivelmente o melhor que já existiu, mas
porque a concorrência no país é de fato maior, o que faz do
Brasileirão o torneio nacional mais competitivo e imprevisível
do planeta, ainda que num nível técnico inferior