Avaliando a pré-escola: Uma trajetória de formação de professoras
De Anna Bondioli e Egle Becchi
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Sobre este e-book
Com revisão técnica do próprio professor Luiz Carlos de Freitas e da professora Ana Lúcia Goulart de Faria, este livro vem ocupar um espaço pouco trabalhado pelos pesquisadores brasileiros tanto da educação infantil como da avaliação. Além do mais, o livro traz uma abordagem inédita na medida em que mostra uma trajetória de formação de professoras da pré-escola de rede pública de um dos países mais comprometidos com a criança portadora de história, sujeito de direitos e produtora de cultura.
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Avaliando a pré-escola - Anna Bondioli
Dois instrumentos – a SOVASI* e a grade escolar de atividades diárias – ilustrados em sua elaboração e aplicação por parte dos pesquisadores e dos professores; os resultados, as negociações entre aqueles que avaliaram. Um texto de pedagogia da avaliação e da autoavaliação que nas escolas de Pistoia mostrou a sua eficácia.
__________________
*S OVASI é uma sigla que significa scala per l’osservazione e la valutazione della scuola dell’infanzia
, ou seja, escala para observação e avaliação de pré-escolas
(N. da T.).
UM PERCURSO DE FORMAÇÃO EM PISTOIA
AVALIAR PARA CRESCER EM CONSCIÊNCIA
Monica Ferrari¹
No ano letivo de 1992-1993, foi realizada, nas pré-escolas da Prefeitura de Pistoia, uma experiência de pesquisa-formação que tinha como objetivo fundamental a análise de algumas microssituações (a turma, a própria escola), com base em instrumentos que permitem ações de avaliação educativa.
De acordo com esse projeto, diferentes observadores – formadores, educadores, coordenadores – deveriam aproximar-se da realidade cotidiana de professores e crianças para dar início a um mecanismo de avaliação que visava ao crescimento da consciência dos grupos de professores em relação às práticas do próprio fazer educativo.
No percurso de formação – que se definiu e se delineou aos poucos com base em exigências que emergiram e em reflexões realizadas em conjunto – pretendeu-se explorar métodos de análise de avaliação de contextos educativos pré-escolares e metodologias de microanálise de situações de formação, desencadeando processos de educational evaluation.
Durante os primeiros anos de trabalho em comum, concentramo-nos na observação do dia a dia educativo segundo uma grade que permite identificar alguns elementos de situações que segmentam o cotidiano em uma pré-escola (INSEGNAMENTI PEDAGOGICI DEL DIPARTIMENTO DI FILOSOFIA DELL’ UNIVERSITÀ DI PAVIA, 1993) e, em seguida, aproximamos a esse instrumento uma rating scale que aborda o tema da avaliação de qualidade de ambientes microssistêmicos, a SOVASI (HARMS, CLIFFORD, 1994).
1. O RETORNO DOS DADOS COMO MOMENTO DE CRESCIMENTO COMUM
O uso dessas metodologias de pesquisa, enquadradas na vasta literatura relativa às que poderiam ser definidas como guias
para observar o cotidiano escolar, relacionadas ao complexo tema de juízos de valores e das ações de avaliação de contexto, possui alguns aspectos irrenunciáveis sobre os quais é necessário insistir previamente.
Trata-se, sem dúvida, de pressupostos deontológicos ligados a padrões de metaevaluations, isto é, a ações de avaliação de segundo nível em relação aos tempos, aos métodos, aos procedimentos colocados em prática, que postulam a necessidade de que os avaliadores – externos ou internos – se atenham a princípios de retidão e de confiabilidade (AAVV, 1981), mas trata-se também de elementos, por assim dizer, axiológicos intrinsecamente ligados à prática de avaliar. As ações de avaliação que têm a ver com contextos naturais
implicam a análise de uma realidade – nesse caso microssistêmica, ou seja, a turma de pré-escola – com base em instrumentos cientificamente confiáveis, mas não neutros
, que levam, portanto, o observador a formular juízos de valores que podem colocar em discussão a situação inicial (BEEBY, 1977; BECCHI, BONDIOLI, 1994; FERRARI, 1994; WOLF, 1987). Nesse processo, estão envolvidos não apenas os avaliadores, mas também, e principalmente, aqueles que são, de alguma maneira, avaliados
e cujas práticas educativas são objeto da observação em questão.
Em outras palavras, esse trabalho tem, em relação a outras metodologias de pesquisa, um maior impacto sobre a realidade inicial e convoca, no que diz respeito à discussão dos resultados e dos instrumentos utilizados, aqueles que são, de algum modo, objeto
da observação.
Nesse itinerário, o momento do retorno dos dados e da discussão sobre o que foi observado pelos pesquisadores-avaliadores (externos ou internos) é fundamental, visto que quem foi objeto
de análise é chamado para ser participante ativo de um processo de reflexão sobre as próprias práticas e, sobretudo, sobre os métodos de análise, sobre os procedimentos e sobre os dados
que adquirem significado apenas dentro de um processo de negociação que deve validar, em primeiro lugar, os instrumentos de observação.
Retornar um conjunto de dados observados dentro de um percurso de análise do cotidiano significa, pois, dar início a um processo de conscientização do grupo de professores convidados para refletir em um metanível
sobre o próprio fazer escola
, sobre os modos das relações educativas, sobre o contexto e sobre as suas oportunidades, sobre o que se faz realmente e sobre o que se poderia fazer, sobre um modelo
de escola para a infância que, frequentemente, emerge de modo exaustivo quando se procura declarar a um outro o sentido da praxe de cada