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Os Incêndios florestais em Portugal
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Os Incêndios florestais em Portugal
E-book112 páginas1 hora

Os Incêndios florestais em Portugal

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Sobre este e-book

Que fazer quando tudo arde? Ou quase. Portugal apresenta, por ano, extensas áreas ardidas e uma das mais elevadas taxas de ignições a nível mundial, num contexto de acréscimo tendencial do número e da dimensão e capacidade destruidora dos “grandes incêndios”. Sabia que, entre 1961 e 2019, morreram, vítimas dos incêndios florestais, pelo menos, 257 pessoas (65 bombeiros, sete especialistas estrangeiros, 25 militares, quatro funcionários florestais e 156 outros cidadãos)? No actual cenário de mudanças climáticas e num país sem grande cultura de auto-protecção, onde, ao contrário da sabedoria popular, se continua a remediar em vez de prevenir, este livro visa contribuir para a divulgação do conhecimento na área dos incêndios florestais. É um alerta muito claro para um flagelo que, sem clara mudança de paradigma, apenas poderá piorar.

Vídeo de apresentação do título:
youtu.be/L9UFl4niGXk
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de jan. de 2021
ISBN9789899004849
Os Incêndios florestais em Portugal
Autor

António Bento-Gonçalves

António Bento Gonçalves é Professor do Departamento de Geografia (UMinho) e Investigador do CECS (Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade), sendo atualmente Diretor da Licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território (UMinho) e Presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos (APG). A sua atividade científica centra-se nos incêndios florestais, riscos naturais e processos erosivos.

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    Os Incêndios florestais em Portugal - António Bento-Gonçalves

    Lista de abreviaturas

    AFN — Autoridade Florestal Nacional

    AGIF — Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais

    ANEPC — Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

    ANPC — Autoridade Nacional de Proteção Civil

    APIF — Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais

    BIFF — Brigadas de Investigação de Fogos Florestais

    CEFF Municipais — Comissões Municipais Especializadas em Fogos Florestais

    CNEFF — Comissão Nacional Especializada de Fogos Florestais

    CEE — Comunidade Económica Europeia

    CNPCE — Conselho Nacional de Planeamento Civil de Emergência

    CNF — Conselho Nacional de Reflorestação

    DGRF — Direção-Geral dos Recursos Florestais

    FFP — Fundo Florestal Permanente

    GEIS — Grupo Especial de Intervenção e Socorro

    GNR — Guarda Nacional Republicana

    GPI — Grupo de Primeira Intervenção

    GTF — Gabinetes Técnicos Florestais

    ICN — Instituto de Conservação da Natureza

    ICNB — Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade

    ICNF — Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas

    IFADAP — Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas

    PPF — Plano de Povoamento Florestal

    PREMAC — Plano de Redução e Melhoria da Administração Central

    PDM — Plano Diretor Municipal

    PNDFCI — Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios

    PNGIFR — Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais

    PROF — Planos Regionais de Ordenamento Florestal

    PSP — Polícia de Segurança Pública

    PRACE — Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado

    SGIFR — Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais

    SNB — Serviço Nacional de Bombeiros

    SNBPC — Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil

    SNPC — Serviço Nacional de Protecção Civil

    Preâmbulo

    Os incêndios são uma componente fundamental no sistema terrestre e são parte integrante de alguns ecossistemas, constituindo um fator essencial para o seu funcionamento.

    Atualmente, nalguns climas, os incêndios florestais são um fenómeno natural, mas a grande parte é causada pela atividade humana e apenas uma muito pequena percentagem tem origem natural, sendo relativamente reduzido o número dos que correspondem a grandes/megaincêndios florestais, responsáveis pela maioria dos prejuízos e das vítimas mortais.

    Com efeito, trata-se de um problema global e recorrente, e o seu estudo é difícil e complexo, atendendo ao elevado número de variáveis naturais e antrópicas que para ele contribuem, direta e indiretamente.

    Se a ação humana, quer por negligência quer de forma intencional, é fulcral para o deflagrar de incêndios, o desordenamento do território e a falta de gestão das áreas florestais, a par das dinâmicas demográficas, do clima, do relevo e da eficácia do combate e da primeira intervenção, são algumas das variáveis fundamentais na explicação da intensidade e da dimensão que alguns incêndios atingem.

    Nos últimos anos, ocorreram em diversas partes do mundo incêndios de proporções/consequências significativas. Estes eventos, muito complexos no que se refere a tamanho, intensidade, resistência ao controlo e severidade, começaram a ser chamados de megaincêndios ou incêndios extremos em várias partes do mundo. Efetivamente, estes incêndios são muitas vezes extraordinários, pela dimensão que adquirem, mas sobretudo pela importância dos seus impactes.

    Também os incêndios que ocorrem em territórios onde as áreas urbanas estão em contacto e interagem com as áreas florestais, ou seja, as interfaces urbano-florestais, são cada vez mais frequentes, intensos e destruidores.

    Nas últimas décadas, em vários países, com destaque para a Austrália, o Canadá ou os Estados Unidos da América, mas também em alguns países do sul da Europa Mediterrânea, os incêndios florestais, em áreas de interface urbano-florestais, têm afetado grandes superfícies, sendo responsáveis pela perda de vidas humanas e causando grandes prejuízos, com graves consequências ecológicas, sociais e económicas, pondo, definitivamente, a questão dos incêndios florestais nas interfaces urbano-florestais na vanguarda das preocupações públicas, políticas e científicas.

    O nosso país reúne as condições para se poder afirmar que possui um «piroambiente» (Pyne, 2006), dado que junta às caraterísticas mediterrâneas, que conjugam a época quente com a época seca, a feição atlântica, que lhe permite uma elevada produtividade vegetal. No entanto, fica principalmente a dever-se à desestruturação do mundo rural, ao desordenamento do território, à falta de gestão florestal, num contexto onde existe um predomínio das monoculturas de eucalipto e de pinheiro-bravo (a norte do Tejo), e a uma profunda falta de educação florestal, razão pela qual Portugal apresenta anualmente extensas áreas ardidas e uma das mais elevadas taxas de ignições a nível mundial, num contexto de tendência positiva para o acréscimo, tanto do número e da dimensão dos «grandes incêndios» como, especialmente, da sua capacidade

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