Expedição De Entradas E Bandeiras
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Expedição De Entradas E Bandeiras - Ronaldo Sarmento Pinto
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DEDICATÓRIA Ao Senhor dos Exércitos que me presenteou com o Dom de levar as pessoas a viajarem pelas páginas da imaginação e aventura, contemplando tudo o quanto o que é maravilha que ele nos presenteou nesta terra. À minha querida família Josí, Thiago e Julia que me apoiaram desde o primeiro momento e se deliciaram com as Aventuras de Aberto e Lincon no Sertão.
Ronaldo Sarmento Pinto 2
SUMÁRIO
Capítulo I O Alistamento………………………………………………4
Capítulo II O Treinamento ……………………………………………16
Capítulo III O Acampamento…………………………………………28
Capítulo IV O Encontro com os Índios……………………………42
Capítulo V O Encontro com a Onça ………………………………55
Capítulo VI A Entrada da Caverna…………………………………64
Capítulo VII A Descoberta de Ouro e da Esmeralda…………75
Capítulo VIII A Partilha do Ouro……………………………………87
Capítulo IX A tempestade ……………………………………………95
Capítulo X O Retorno Triunfal………………………………………111
3
CAPÍTULO I
E correndo através da fronteira pairava uma sobra abrupta sobre um cristalino céu de brigadeiro. As aves pairavam no céu ao som daquelas correntes de ventos suaves e sublimes. Eu e Lincon estavamos sempre juntos como grandes amigos sempre a ponto de nos aventurarmos em qualquer odisseia que pudesse nos levar para sonhos distantes. O sonho de todo português explorador era de fazer fortuna nas terras tupiniquins, juntar todo o ouro possivel e cruzar o oceano para gastar nas tabernas do velho mundo.
Na cidadezinha de Vento Agreste interior de Sergipe, os exploradores fundaram várias companhias para explorar a região. Nada mais brilhava o olho da coroa portuguesa pelo ouro visto nos colares e cocares dos indios locais que apontavam para o interior do sertão. Agora quem se arriscava a ir lá? Cerrado denso cheio de feras e florestas inabitáveis e indios carrancudos dispostos a tudo para defender suas terras. Nascemos nesta terra inóspita com 4
calor escaldante descendente de exploradores que fundaram nossa cidadezinha nessa imensidão de Sertão. No auge de nossa juventude queríamos era desbravar o horizonte, ganhar dinheiro e casar com a menima mais linda da cidade.
Mas como fazer isso morando numa casa de barro cheia de barbeiros saltando na cama de palha e pouca comida para comer? A companhia das Indias Ocidentais era o lugar certo para nós tentarmos a sorte e conseguir sair daquele lugar sem rumo e sem esperança. Nos reuniamos todas as noites eu e Lincon para conversar sobre essa decisão. Lincon morava com sua mãe e era o mais velho de uma família de 7
filhos todos escadinhas, a sua mãe era uma mulher guerreira do sertão que luta dia e noite para trazer o pão de cada dia, seu pai a abandonou, depois de ela dar a luz a seu sétimo filho, dois dias depois com a desculpa que iria para a cidade grande arranjar um trabalho. Faz 2 anos, depois da ultima vez que Lincon o viu, nunca mais voltou e sequer deu alguma notícia. sua mãe lava roupa para os fazendeiros e comerciantes locais. A vida é dura por aqui no Sertão, falta água, falta comida mas não falta esperança. Perguntei ao Lincon sobre o seu pai numa daquelas oportunidades que ele 5
estava tranquilo e estavamos conversando sobre todos os assuntos:
__ Hei Lincon, você já teve alguma notícia do seu pai ? Ou para onde ele foi ? Olhei para ele e vi aquele olhar distante, triste sem saber responder, ou pelo menos o que pensar sobre o assunto.
_ Não. Respondeu ele, até agora não.
__ Ok amigo então não vamos nos preocurar sobre isso ele deve estar bem e com certeza deve estar procurando o melhor para trazer para sua mãe. Mas o que você acha de nós sermos voluntários para essa entrada que os portugueses querem fazer, para explorar o interior do Sertão? Pode ser a chance que nós precisamos, para conseguir dinheiro e melhorar nossas vidas. Estão recrutando o pessoal local para isso, ouvi dizer que o Capitão do mato que vai, é um sujeito chamado Dom Arcino experiente em entradas e bandeiras por todo o litoral. O que você acha?
___ Hum pode ser a nossa chance, respondeu Lincon, com a mão no queixo, pensativo sobre a questão. Estão divulgando em toda a cidade e prometeram até 10 mil contos de réis por cada quilo de ouro encontrado. Mas, vai ser difícil encontrar gente para essa Entrada, o pessoal daqui não 6
confia muito em português, além do mais, é arriscado e perigoso se findar neste mato seco a dentro, com um calor de matar, a procura não sei do quê, nesse mundão de terras do agreste.
_ Mas é a nossa chance meu amigo! Imagina conseguirmos encontrar ouro e poder dar um futuro melhor para nossas famílias! Temos que ir sim, você não vai me deixar ir sozinho nessa certo? Bora camarada, não tem o que fazer aqui, não tem nada, se ficarmos aqui vamos é morrer de fome. __ Tem razão Alberto. Retrucou Lincon. Não temos mais nada para fazer neste lugar. A entrada que se estabeleceu no Vento Agreste, fazia parte dos planos da Coroa Portuguesa, de explorar sua colonia na época o Brasil Colônia, partindo pelo planalto central até o interior do nordeste brasileiro, logo após rumores de Veios de ouro e prata, no interior das florestas de mata virgem no coração do Brasil. Dom Arcino, o capitão do mato já estava na cidade há 3 dias e se estabeleceu na prefeitura, veio com uma tropa de muitos homens trazendo muitos cavalos de carga armas e facões disposto a satisfazer o desejo da Coroa Portuguesa por ouro. Acreditava que pelos seus estudos o ouro estava lá, bastava alguém com coragem, para ir buscar e se tornar um homem bem 7
sucedido. A cidade estava num rebuliço, as moças nas janelas todas ouriçadas com toda aquela gente, os velhos sentados nas calçadas e as fofoqueiras de janela já davam o seu plantão dia e noite,um burburinho de tudo aquilo que estava acontecendo. A companhia precisava de gente, Dom Arcino o capitão do mato prometia mundos e fundos para o homem maduro ou jovem se alistar na entrada, o que deixava qualquer miserável no sertão do agreste de água na boca.
Não precisa saber manusear uma arma ou facão, o novato aprende com a gente no mato, basta ter vontade diz o capitão. Lá ele tinha uma carga de farinha e carne seca para 12 dias no mato e 6 barris de água e um de cachaça de alambique para abastecer a tropa. No dia seguinte um capataz colocou uma mesinha com uma cadeira em frente a prefeitura para receber quem tinha o interesse de ingressar na campanhia, as sete da manhã a fila já dobrava o quarteirão de gente de todo o tipo. Até uma senhora de seus sessentas anos queria ir junto fazer parte da entrada, dizia ela: Prefiro morrer no mato tentando, do que de sede e fome neste sertão desavisado! Desculpe senhora! Nos não aceitamos mulheres