Pré-socráticos

De Adeilson Nogueira

Certa vez, Creso – príncipe da Lídia e um dos homens mais poderosos da Grécia antiga – encontrou-se com Sólon, um dos grandes sábios atenienses da época. Após mostrar-lhe todas as riquezas provindas de suas conquistas, perguntou ao sábio quem era o homem mais feliz. Na cabeça soberba de Creso, a resposta era clara: ninguém menos do que ele próprio poderia encarnar a felicidade. Mas Sólon não correspondeu às expectativas do príncipe, e, ao que se sabe, teria respondido: “Possuís certamente riquezas consideráveis e reinais sobre um grande povo, mas não posso responder a vossa pergunta sem saber se terminareis os vossos dias na abundância; pois o homem cumulado de riquezas não é superior àquele que possui o necessário, a menos que a boa sorte o acompanhe e que, gozando de todas essas espécies de bens, termine venturosamente sua existência. Antes de sua morte, evitai julgá-lo; não lhe deis esse nome de “feliz”; considerai-o somente venturoso”.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 28 de abr. de 2018

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PRÉ-

SOCRÁTICOS

Adeilson Nogueira

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO - ...................................................................................04

CAPÍTULO I – TALES, ANAXIMANDRO E ANAXIMENES.........................05

CAPÍTULO II – HERÁCLITO, FILOLAU E PITÁGORAS..............................10

CAPÍTULO III – ANAXIMENES, ANAXÁGORAS E DEMÓCRITO...............17

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INTRODUÇÃO

Certa vez, Creso – príncipe da Lídia e um dos homens mais poderosos da Grécia antiga – encontrou-se com Sólon, um dos grandes sábios atenienses da época. Após mostrar-lhe todas as riquezas provindas de suas conquistas, perguntou ao sábio quem era o homem mais feliz. Na cabeça soberba de Creso, a resposta era clara: ninguém menos do que ele próprio poderia encarnar a felicidade. Mas Sólon não correspondeu às expectativas do príncipe, e, ao que se sabe, teria respondido:

Possuís certamente riquezas consideráveis e reinais sobre um grande povo, mas não posso responder a vossa pergunta sem saber se terminareis os vossos dias na abundância; pois o homem cumulado de riquezas não é superior àquele que possui o necessário, a menos que a boa sorte o acompanhe e que, gozando de todas essas espécies de bens, termine venturosamente sua existência. Antes de sua morte, evitai julgá-lo; não lhe deis esse nome de feliz; considerai-o somente venturoso.

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CAPÍTULO I – TALES, ANAXIMANDRO E

ANAXIMENES

As NOVAS possibilidades proporcionadas pela introdução do ferro e da escrita alfabética foram exploradas com o máximo proveito pelas comunidades que se dedicavam ao comércio marítimo, ou por aquelas que haviam passado diretamente da barbárie para a idade do ferro, e por isso ignoravam, em certo grau, as tradições da civilização da idade do bronze. Os etruscos e fenícios, que irromperam para o Oeste, da Ásia Menor e do Oriente Médio para a Itália e para a África Setentrional, eram navegadores, mas conservaram algumas tradições da idade do bronze — oriundas de sua pátria de origem — tais como a prática do exame do fígado dos animais sacrificados, para fins divinatórios. Os romanos e hebreus ingressaram na civilização durante a idade do ferro, mas foram primitivamente agricultores, e não navegantes, não efetuando contribuições notáveis no campo da Ciência.

Somente os gregos constituíram um povo que surgiu para a civilização da idade do ferro, diretamente da barbárie, e que se dedicou ao comércio marítimo desde os seus primórdios.

Possuíam eles o sentido espacial, peculiar ao viajante, e o senso da Geometria, que faltava nas comunidades agrícolas sedentárias dos tempos pré-helênicos, e em coletividades mais recentes, tais como a civilização da China, que permaneceram segregadas do