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Antigos Crentes
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Sobre este e-book

No século XVII, na Rússia, era preciso prestar muita atenção ao fazer o sinal-da-cruz. Quem errasse corria o risco de acabar na fogueira. O período entre 1598 e 1613 é conhecido na história russa como o Tempo das Dificuldades . No breve espaço de 15 anos, sucederam-se levantes populares, invasões, guerras civis, escassez. A própria Igreja Ortodoxa Russa viu-se ameaçada pelo proselitismo dos missionários católicos e luteranos. As dificuldades chegaram ao fim com uma revolta popular que libertou Moscou dos estrangeiros e com a ascensão da dinastia Romanov ao trono. Em 1619, Filaret, pai do czar Mikhail Fedorovich, que cuidou da reorganização administrativa da Igreja, foi nomeado patriarca da Igreja de Moscou (ou seja, líder da Igreja Russa). Essa centralização familiar do poder político e espiritual não foi casual. Na verdade, a própria concepção da religião e da sociedade russas previa um Estado e uma Igreja unidos em simbiose. O Estado moscovita — ou seja, seu soberano, o czar — era inconcebível fora da moldura eclesiástica, sem a companhia da hierarquia da Igreja e, em mais alto grau, de seu patriarca. Os anos que se sucederam aos difíceis também testemunharam o nascimento de um novo movimento religioso, o dos Amigos de Deus , liderado pelo pope (termo russo que significa sacerdote) Ivan Nerovov. Outro expoente de relevo do movimento foi o arcebispo Awakum, autor de uma famosa autobiografia. Os Amigos eram um grupo de padres que pregavam em russo, mesmo fora das igrejas; lutavam pela moralização do clero e da vida pública; opunham-se aos costumes importados do exterior (como raspar a barba), e às diversões pagãs .
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de fev. de 2022
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    Antigos Crentes - Adeilson Nogueira

    ANTIGOS CRENTES

    Adeilson Nogueira

    1

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.

    2

    ÍNDICE

    INTRODUÇÃO......................................................................................04

    A IGREJA ORIENTAL.............................................................................10

    ORIGEM..............................................................................................13

    DOUTRINA..........................................................................................24

    3

    INTRODUÇÃO

    No século XVII, na Rússia, era preciso prestar muita atenção ao fazer o sinal-da-cruz. Quem errasse corria o risco de acabar na fogueira.

    O período entre 1598 e 1613 é conhecido na história russa como o Tempo das Dificuldades. No breve espaço de 15 anos, sucederam-se levantes populares, invasões, guerras civis, escassez. A própria Igreja Ortodoxa Russa viu-se ameaçada pelo proselitismo dos missionários católicos e luteranos.

    As dificuldades chegaram ao fim com uma revolta popular que libertou Moscou dos estrangeiros e com a ascensão da dinastia Romanov ao trono. Em 1619, Filaret, pai do czar Mikhail Fedorovich, que cuidou da reorganização administrativa da Igreja, foi nomeado patriarca da Igreja de Moscou (ou seja, líder da Igreja Russa). Essa centralização familiar do poder político e espiritual não foi casual. Na verdade, a própria concepção da religião e da sociedade russas previa um Estado e uma Igreja unidos em simbiose.

    O Estado moscovita — ou seja, seu soberano, o czar — era inconcebível fora da moldura eclesiástica, sem a companhia da hierarquia da Igreja e, em mais alto grau, de seu patriarca.

    4

    Os anos que se sucederam aos difíceis também testemunharam o nascimento de um novo movimento religioso, o dos Amigos de Deus, liderado pelo pope (termo russo que significa sacerdote) Ivan Nerovov. Outro expoente de relevo do movimento foi o arcebispo Awakum, autor de uma famosa autobiografia. Os

    Amigos eram um grupo de padres que pregavam em russo, mesmo fora das igrejas; lutavam pela moralização do clero e da vida pública; opunham-se aos costumes importados do exterior (como raspar a barba), e às diversões pagãs.

    A confraternidade queria impor um cristianismo de uma austeridade monástica que [...] banisse qualquer alegria e qualquer distração. Em vez de adaptar o serviço divino dos súditos monges às necessidades dos leigos, impunha a militares, camponeses, a toda uma população, ritos de quatro ou cinco horas na igreja.

    Os popes da confraternidade dos Amigos tiveram muitos desentendimentos com as autoridades locais fortemente contrárias à sua obra de moralização. O próprio Awakum fala, em sua autobiografia, que um poderoso atirou contra ele por

    exasperação pela demora excessiva da liturgia. O povo mais humilde também se desesperava com o rigor e mais

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