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Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está
Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está
Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está
E-book511 páginas6 horas

Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está

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Sobre este e-book

Meu objetivo com este livro é entendermos o que realmente é ser espiritual e o como podemos desenvolver a nossa espiritualidade. vamos analisar a essência da espiritualidade por meio de diferentes pontos. Assim, poderemos compreender o assunto com mais amplitude e clareza. Qual a importância da espiritualidade? Muitos de nós possuem o desejo de compreender coisas que não podem ser explicadas e a espiritualidade aponta o caminho para a descoberta dos mistérios da vida. VAMOS REFLETIR QUE A espiritualidade é uma forma de buscar a tranquilidade. Praticá-la traz um senso de perspectiva, significado e propósito para nossas vidas. Iremos refletir sobre a diferença entre religião e espiritualidade, pois é muito comum a associação da espiritualidade com a religião, no entanto é muito importante saber que elas não estão, necessariamente, ligadas. Isso porque as práticas e os rituais religiosos podem ser meios para atingir a espiritualidade, e não o objetivo final. Religião, por definição, é um conjunto pessoal ou sistema institucionalizado de atitudes, crenças e práticas religiosas; o serviço e adoração a Deus ou ao sobrenatural. Refletiremos sobre outras maneiras de desenvolver sua espiritualidade: a meditação é uma forma de eliminar pensamentos estressantes e perturbadores, para que você possa estar presente, mais calmo e consciente de seu ambiente. Veremos que a associação entre espiritualidade e saúde está documentada em inúmeras pesquisas científicas, pois a espiritualidade contribui para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há momentos no ambiente do trabalho E NO LAR em que realmente acreditamos que tudo vai dar errado, que não somos competentes o bastante, que outras pessoas querem nos prejudicar, que seremos despedidos, que a concorrência vai nos superar, que os clientes não vão gostar das nossas ideias, e por aí vai. A espiritualidade, por ser essencialmente um exercício de fé, nos ajuda a amenizar essa ansiedade e a confiar na vida, no universo, em Deus e, sobretudo, em nós mesmos. Procuramos utilizar como metodologia a espiritualidade Inaciana, contemplativa na ação, segundo o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola PARA REALIZAR A EXPERIÊNCIA DE ENCONTRO PESSOAL COM JESUS, NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-A-DIA O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é coordenador Arquidiocesano da Liturgia da Arquidiocese de Aparecida e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de ago. de 2023
Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está

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    Criar Espiritualidade No Ambiente Que Você Está - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO

    1

    ESPIRITUALIDADE

    É

    UMA

    NECESSIDADE 12

    CAPÍTULO 2 SEPARAÇÃO ENTRE ESPIRITUALIDADE

    E RELIGIÃO 25

    CAPÍTULO 3 COMO APLICAR A ESPIRITUALIDADE

    NO TRABALHO 32

    CAPÍTULO 4 ESPIRITUALIDADE NO AMBIENTE

    FAMILIAR 45

    CAPÍTULO

    5

    CRIAR

    ESPIRITUALIDADE

    NO

    AMBIENTE ECOLÓGICO DA CASA COMUM 54

    CAPÍTULO 6 A VIVÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE EM

    QUALQUER AMBIENTE 73

    CAPÍTULO 7 VIVER A MÍSTICA E MISTAGOGIA COM

    JESUS NO EXERCÍCIO ESPIRITUAL DO DIA-A-DIA 81

    CAPÍTULO 8 CONSIDERAR O PRINCÍPIO E

    FUNDAMENTO DA VIDA PARA VIVER A MÍSTICA E A MISTAGOGIA 114

    CAPÍTULO

    9

    DISCERNIR

    AS

    MOÇÕES

    DE

    CONSOLAÇÃO,

    DESOLAÇÃO

    E

    O

    PECADO

    PRESENTE NO MUNDO 131

    CAPÍTULO 10 A MÍSTICA E A MISTAGOGIA NA CONTEMPLAÇÃO DOS MISTÉRIOS DE CRISTO 173

    CAPÍTULO 11 CONFIRMANDO A OPÇÃO DE VIDA NOVA

    NA

    CONTEMPLAÇÃO

    MÍSTICA

    E

    MISTAGÓGICA DA PAIXÃO DE CRISTO 237

    CAPÍTULO 12 IDENTIFICANDO-SE COM A VIDA NOVA QUE A CONTEMPLAÇÃO MÍSTICA DA

    RESSURREIÇÃO NOS TRÁS 267

    EPÍLOGO 283

    BIBLIOGRAFIA 299

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 301

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também aos Padres: Adroaldo, orientador do CEI, que me orientou nos exercícios espirituais, e me ajudou a construir toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. À

    Márcia, minha acompanhante nos exercícios, pelas suas inspiradas orientações, à Irmã Fátima que orientou nosso grupo de oração e discernimento e me orientou na busca de conhecer a minha personalidade através das tipologias e em especial o eneagrama.

    Irmã Zenaide, psicóloga que acompanhou o nosso grupo de partilha e melhoria da personalidade. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, enfim vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    Se queres chegar ao conhecimento de Deus, trata de antes te conheceres a ti mesmo. (Abade Evágrio Pôntico).

    Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no (Jo 24, 31).

    3

    INTRODUÇÃO

    Sim, que eu vos conheça Senhor e me conheça cada vez mais para que eu possa me tornar uma pessoa melhor e possa te servir como Tu queres!

    Quero iniciar este livro sobre criar espiritualidade no ambiente que você está, e como subtítulo: viver e buscar uma espiritualidade mística e contemplativa nos exercícios inacianos, pensando sobre o que é espiritualidade? Certamente, cada pessoa tem sua própria ideia desse conceito. Em um contexto geral, a espiritualidade pode ser definida como a busca humana por um significado para a vida por meio de conexões intangíveis.

    Espiritualidade tem a ver com propósito e sentido. É um grande ato de conexão entre o ser humano e o divino. É a busca por um reencontro com a sua essência, conectando-se com algo maior que si próprio. Nesse livro vamos analisar a essência da espiritualidade por meio de diferentes pontos. Assim, poderemos compreender o assunto com mais amplitude e clareza. Qual a importância da espiritualidade? Muitos de nós possuem o desejo de compreender coisas que não podem ser explicadas e a espiritualidade aponta o caminho para a descoberta dos mistérios da vida. A espiritualidade é uma forma de buscar a tranquilidade. Praticá-la traz um senso de perspectiva, significado e propósito para nossas vidas. Geralmente ela encoraja o otimismo e a busca por uma existência mais alegre.

    Ela também ajuda na identificação dos nossos próprios valores e na apreciação dos valores do outro. Pessoas espirituais são mais altruístas, compassivas e perdoadoras porque acreditam que estamos conectados uns aos outros por um poder maior do que todos nós, e que essa conexão é baseada no amor e na compaixão.

    Iremos refletir sobre a diferença entre religião e espiritualidade, pois é muito comum a associação da espiritualidade com a religião, no entanto é muito importante saber que elas não estão, necessariamente, ligadas. Isso porque as práticas e os rituais religiosos podem ser meios para atingir a espiritualidade, e não o objetivo final. Religião, por definição, é um conjunto pessoal ou sistema institucionalizado de atitudes, crenças e práticas religiosas; o serviço e adoração a Deus ou ao sobrenatural. Já a espiritualidade, por outro lado, conota uma experiência de conexão 4

    com algo maior do que você; viver a vida cotidiana de maneira reverente e sagrada. Espiritualidade é o aspecto da humanidade que se refere à maneira como os indivíduos buscam e expressam significado e propósito e a maneira como eles vivenciam sua conexão com o momento, para si mesmo, para os outros, para a natureza e para o significativo ou sagrado. Em outras palavras, o que vale na espiritualidade é o propósito ou intenção por trás da ação, às vezes ela está pautada relacionamentos, prática de alguma atividade, contato com a natureza e até mesmo na arte. Veremos que não existe uma fórmula ou manual que desperte sua espiritualidade. Essa é uma questão de prática e concentração no seu propósito e pode funcionar de formas distintas para cada pessoa. Ficar quieto e aprender a acalmar sua mente é uma das coisas mais simples e poderosas que você pode fazer para se sentir em contato com sua verdadeira natureza.

    Refletiremos sobre outras maneiras de desenvolver sua espiritualidade: a meditação é uma forma de eliminar pensamentos estressantes e perturbadores, para que você possa estar presente, mais calmo e consciente de seu ambiente. Estar na natureza o máximo que puder, pois a conexão com a natureza é um ato de reencontro com nossa essência, além de promover menores índices de estresse, depressão e ansiedade. Desfrute do ar fresco da vegetação, da brisa do mar, do pôr do sol, do som dos pássaros, esses são ótimos antídotos para a alma. Manter-se presente onde e no que estás fazendo: O mindfulness, ou atenção plena, além de nos manter ciente de onde estamos e do que estamos fazendo, promove benefícios no tratamento de muitas condições psicológicas, ajudando a lidar com emoções negativas e com a dor física. Ser grato e entender quais valores são importantes para sua vida. A gratidão amplifica as coisas e o lembra de que você é abençoado pelo que já tem. Ofereça nosso tempo para alguém que necessita, isto é, fazer a diferença na vida de outra pessoa aumenta seu senso de propósito e significado na terra, além de fornecer uma boa dose de perspectiva quando seu objetivo lhe parece pequeno.

    Por fim, a espiritualidade é uma tendência universal e tem um efeito extremamente positivo na felicidade, saúde e 5

    relacionamentos de quem a busca. No fundo, nós somos um espírito que anseia por conhecer a plenitude.

    Veremos que a espiritualidade pode ser forte em pessoas de diferentes religiões, bem como em pessoas com crenças pessoais que não se encaixam em uma religião formal. No sentido oposto, uma pessoa pode ter uma religiosidade forte (frequentando cultos regularmente), mas ter uma espiritualidade pouco desenvolvida (por não vivenciar estes aspectos em seu interior).

    Também a associação entre espiritualidade e saúde está documentada em inúmeras pesquisas científicas. Os primeiros trabalhos nessa área começaram a ser feitos nos anos 1980 e vêm evoluindo em todo o mundo. Há evidências de que pessoas com espiritualidade bem desenvolvida tendem a adoecer menos, a ter hábitos de vida mais saudáveis e, quando adoecem, desenvolvem menos depressão e se recuperam mais rapidamente. Para muitas pessoas, a espiritualidade é uma fonte de conforto, bem-estar, segurança, significado, ideal e força. Quando um indivíduo se sente incapaz de encontrar um significado para os eventos da vida, como a doença, ele sofre pelo sentimento de vazio e desespero. Porém, a espiritualidade oferece um referencial positivo para o enfrentamento da doença, e ajuda a suportar melhor os sentimentos de culpa, raiva e ansiedade. Muitos pacientes usam suas crenças para lidar com suas doenças. A cura pode ser influenciada pelo reforço positivista do paciente, e este efeito pode ser tão importante quanto os efeitos do tratamento clínico.

    A espiritualidade proporciona crescimento nos vários campos do relacionamento: no campo intrapessoal (consigo próprio), gera esperança, altruísmo e idealismo, além de dar propósito para a vida e para o sofrimento; no campo interpessoal (com os outros) gera tolerância, unidade e o senso de pertencer a um grupo; no campo transpessoal (com um poder supremo), desperta o amor incondicional, adoração e crença de não estar só.

    Tais atitudes podem mobilizar energias e iniciativas positivas, com potencial para melhorar a qualidade de vida da pessoa. Pessoas espiritualistas tendem a ser fisicamente mais saudáveis, têm estilos de vida mais benéficos e requerem menos assistência médica.

    Observou-se uma relação entre envolvimento espiritualista e vários 6

    aspectos da saúde mental, com mais sucesso para adaptação ao estresse. Em muitos estudos, a espiritualidade bem desenvolvida foi considerada um fator protetor para evitar sofrimento psicológico, suicídio, comportamento delinquente e abuso de drogas e álcool. É sabido que indivíduos com envolvimento espiritualista tendem a enfrentar situações adversas com mais sucesso, e que isto está associado à remissão mais rápida da depressão. Em pacientes internados deprimidos, foi constatado que aqueles com uma forte espiritualidade permaneceram menos tempo no hospital. A espiritualidade colabora para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há um melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor) e, consequentemente, melhor estratégia para lidar com problemas e redução do estresse. Isto gera equilíbrio das funções orgânicas controladas pelo sistema nervoso, como a produção de hormônios e a imunidade. Veremos que outras possíveis explicações de como a religião pode afetar a saúde incluem: respeito ao corpo, pregado por muitas religiões (gerando melhor nutrição e hábitos de vida); melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor); otimização de vias psiconeuroimunológicas, psiconeuroendócrinas e psicofisiológicas; melhor estratégia do lidar e redução do estresse. As doenças relacionadas com o estresse, especialmente as cardiovasculares (hipertensão arterial, infarto do miocárdio, derrame, entre outras), parecem ser as que mais se beneficiam dos efeitos de uma espiritualidade bem desenvolvida.

    Entre os numerosos estudos sobre o tema, citamos duas pesquisas brasileiras em pacientes com câncer: em mulheres com câncer de mama submetidas à mastectomia, a religiosidade atuou como fator de proteção contra depressão no pós-operatório. Nos pacientes com câncer, a prática da prece correlacionou-se significantemente com a escala de saúde geral e de funcionalidade; os autores recomendam que esta prática não seja desencorajada.

    Veremos que a associação entre espiritualidade e saúde está documentada em inúmeras pesquisas científicas, pois a espiritualidade contribui para a melhora da saúde graças a vários fatores. Muitos pacientes usam suas crenças para lidar com suas 7

    doenças e este reforço positivista pode influenciar na cura do paciente. Atualmente, grandes hospitais gerais no Brasil e no exterior têm oferecido esta abordagem, com resultados satisfatórios.

    O lar é um local onde as pessoas vivem em paz e harmonia.

    Pode ser uma caverna, um chalé, uma barraca, um palácio ou uma cabana. O tamanho ou beleza da construção não fazem dela um lar. São as pessoas felizes que o fazem. As mulheres têm a grande responsabilidade de contribuir para que haja bons sentimentos no lar, pois exercem uma forte influência na atmosfera de nossa casa por meio do exemplo. Podemos fazer a nós mesmos estas perguntas: Somos pacientes e felizes? Corrigimos os erros de nossos familiares com amor e não com raiva? Mostramos reverência para com as coisas sagradas? Temos fé em Jesus Cristo?

    Participamos dos problemas alheios? Oramos individualmente e em família? Escutamos cuidadosamente uns aos outros? Ao fazermos essas coisas, criamos um sentimento que inspirará e ajudará nossa família. Veremos como Fazer de Nossa Casa um Lar, pois cada uma de nós deve criar no lar um sentimento que sirva de inspiração para a família. Queremos que nossos familiares vivam os princípios do evangelho e que façam bom uso de seu tempo e talentos. Devemos oferecer oportunidades de estudo, recreação e passatempos no lar, para que nossa família queira ficar em casa e não esteja tão propensa a procurar atividades em outro lugar.

    Há momentos no ambiente do trabalho em que realmente acreditamos que tudo vai dar errado, que não somos competentes o bastante, que outras pessoas querem nos prejudicar, que seremos despedidos, que a concorrência vai nos superar, que os clientes não vão gostar das nossas ideias, e por aí vai. A espiritualidade, por ser essencialmente um exercício de fé, nos ajuda a amenizar essa ansiedade e a confiar na vida, no universo, em Deus e, sobretudo, em nós mesmos. Se há um mundo espiritual que permitiu que nascêssemos neste planeta com os dons que temos, isso significa que temos o que é preciso para seremos bem-sucedidos por aqui.

    Além da paciência e do otimismo, essa confiança nos inspira coragem. Com o desenvolvimento dessa característica, aprendemos a superar as nossas dificuldades, a assumir maiores 8

    desafios e, consequentemente, a obter resultados cada vez mais expressivos. Algumas pessoas parecem já nascer sabendo perfeitamente como conduzir as suas vidas profissionais. Talentos, desejos e dons se manifestam em alguns indivíduos desde a infância. Em contrapartida, há pessoas que passam pela vida sem ter certeza daquilo que sabem e que sentem prazer em fazer. A espiritualidade pode favorecer a descoberta dessa vocação. A oração, a leitura, a meditação e a sede de conhecimento são mecanismos espirituais que permitem que saibamos com mais profundidade quem de fato somos. A vida espiritual intensifica a nossa vontade de fazer o bem, e a vocação é o chamado que nos mostra o meio pelo qual esse bem pode ser feito. O professor que educa, o médico que salva vidas, o jornalista que informa, o varredor de rua que mantém a limpeza urbana (higienizando e prevenindo doenças) — toda profissão promove algum benefício à sociedade. A espiritualidade nos ajuda a encontrar a nossa vocação e a exercê-la da melhor maneira possível, visando sempre ao bem comum.

    Este nosso estudo irá explorar a questão da atenção à espiritualidade no ambiente de trabalho como proposta de prevenção de distúrbios mentais vivenciados na jornada de trabalho. Vamos propor modelos que orientam um tratamento estratégico para as causas de afastamento do trabalho decorrente de ansiedade, estresse e depressão. A causa em questão diz respeito ao não atendimento das necessidades dos trabalhadores, em especial sobre as demandas de ordem mais elevadas, as quais são discutidas na literatura como espiritualidade no trabalho. Na abordagem dessa situação, sobre o potencial de prevenção da espiritualidade sobre as desordens mentais a partir da validação da importância dos fatores espirituais para a força de trabalho. Em outras palavras, as desordens que eram geradas pela falta de atenção às necessidades espirituais, agora podem ser prevenidas pela sua atenção, uma vez que estas foram identificadas e classificadas. Assim, de posse destas reflexões, os leitores podem se beneficiar de uma revisão da literatura sintetizadora sobre a espiritualidade no trabalho, em quanto que, os profissionais se beneficiam de um instrumento de apoio à adequação do trabalho 9

    ao homem que lê os fatores espiritais através do seu potencial de gerar satisfação no trabalho.

    Outra vantagem que a espiritualidade oferece à vida profissional de cada pessoa é a dedicação. Quando uma pessoa entende que o seu trabalho é um meio espiritual de colocar os seus dons em benefício das outras pessoas, promovendo o bem, ela não vai trabalhar apenas motivada pelo salário. Ela compreenderá que o exercício da sua vocação é uma missão nobre. Essa consciência permite que o indivíduo não faça apenas o possível, mas que verdadeiramente dê o melhor de si. Assim, o professor, por exemplo, não vai apenas dar a aula, sem se importar se os estudantes de fato estão aprendendo o conteúdo. Ele vai utilizar a criatividade para manter a aula atrativa, tirar as dúvidas dos alunos, dar maior atenção àqueles que apresentam dificuldades e, acima de tudo, mostrar como aquele conhecimento pode fazer a diferença na vida dos seus pupilos. Portanto, os benefícios da espiritualidade no trabalho não se comprovam apenas na relação do indivíduo com os seus clientes, mas também no relacionamento dele com os seus próprios colegas de trabalho. Com valores e princípios verdadeiramente éticos e humanos, o trabalhador entende que o seu colega é uma pessoa obtendo o seu sustento, assim como ele.

    Isso substitui aquela competição negativa por uma cooperação benéfica a todos os envolvidos. Ajudar o colega em dificuldades, aconselhar os profissionais mais jovens, respeitar os trabalhadores mais experientes, dar o melhor de si em cada tarefa, sempre manter o respeito e a generosidade em cada conversa, estudar, compartilhar conhecimentos e propor ideias que melhorem o dia a dia da empresa são hábitos que contagiam. Assim, uma pessoa espiritualizada que coloca os seus princípios em prática, todos os dias, certamente influenciará os colegas a também serem melhores, pelo poder do exemplo.

    Caros leitores/as como aprendi no cursilho e confirmei em minha vida: o tripé Oração, Estudo e Ação Apostólica. Buscando usar a máxima de Santo Inácio de Loyola: "em tudo amar e servir para a maior glória de Deus". Novo convertido ou não, todo cristão verdadeiro precisa crescer no conhecimento de Jesus Cristo, a fim de desenvolver as características do verdadeiro cristianismo. É

    10

    urgente que aprendamos mais da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo hoje em dia, pois infelizmente muitos falsos cristãos tem surgido, enquanto isso muitos outros não estão amadurecendo na vida cristã, e por isso não dando frutos com esmero no reino de Deus. É quase impossível ser um cristão ideal.

    Mas um cristão melhor! Esse deve ser o objetivo de todo aquele que crê em Cristo. Mas como se faz isso? Trabalhando em si mesmo, melhorando sua comunidade inteira e colocando ênfase na sua fé, você pode ser o tipo de cristão que inspira todo mundo ao seu redor. Convido vocês a rezarem este livro, pois teremos oração, contemplação e meditação, e especialmente de cura interior. Mas, na verdade os verdadeiros cristãos não precisam ser cobrados a obedecer as Escrituras Sagradas, pois por amor ao Senhor Jesus estes leem, estudam de boa vontade e com alegria obedecem. Veremos que cada espiritualidade, ou carisma tem a sua maneira de rezar, uns contemplativamente, outros na leitura orante, mas todos na busca de se encontrar com Deus Criador, Seu filho Salvador e do Espírito Santo orientador e que nos dá ardor para sempre e cada vez mais buscar fazer a vontade de Deus!

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, pérola preciosa, nosso Mestre e Senhor. E assim sermos bons cristãos e discípulos missionários de Jesus Cristo!

    No próximo capítulo iremos abordar algumas ideias sobre A teologia cristã que reitera, que de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados.

    11

    CAPÍTULO

    1

    ESPIRITUALIDADE

    É

    UMA

    NECESSIDADE

    A palavra espiritualidade é a composição da palavra espírito com os sufixos ―al e ―idade. Espírito tem origem no latim e significa ―sopro, que denota a ar expirado, mas semanticamente traz a ideia de vida. Já o sufixo ―al, de modo geral, remete a fenômo, enquanto que, o sufixo ―idade comumente expressa habilidade. A seguinte definição poderia ser esboçada com base na interpretação etimológica e gramatical: Espiritualidade é a habilidade de perceber o fenômeno da vida. Na busca e reflexão sobre a espiritualidade outros elementos podem ser considerados e definições mais específicas podem ser traçadas. Dentre elas a visão mais aceita estabelece a relação entre os seguintes elementos: vida, significado, divindade. Assim, a espiritualidade se manifesta através da propensão humana de buscar um significado para a vida por meio de uma conexão com algo maior que si próprio. É

    interessante ressaltar, assim como veremos no capítulo sobre Separação entre Espiritualidade e Religião, a vivência espiritual pode ou não estar vinculada a práticas religiosas. No entanto, a visão sobre espiritualidade para as principais religiões do mundo corrobora a relação dos três elementos citados acima (vida, significado e divino). Para as confissões religiosas mais expressivas, a espiritualidade reflete um modo de viver alinhado a aspirações elevadas, isto é, necessidades humanas construídas com parâmetros divinos.

    As discussões sobre espiritualidade apresentaram-se na história ocidental, predominantemente, dentro dos limites da religião. No meio científico o interesse pelo tema foi preterido devido, principalmente, à perspectiva epistemológica empírica que se atenta somente ao que pode ser mensuravelmente observado e experimentado. Assim, a evolução deste tema no meio científico teve seu crescimento atrasado, porém a espiritualidade já apresenta relevância e amplitude em diversos campos de estudos como: medicina; psicologia; ciências sociais; artes & humanidades; enfermagem; gestão de negócios e outros. Ao escutarmos a palavra espiritualidade, uma enxurrada de coisas nos vêm à mente, por efeito de influências externas que condicionam a maneira como 12

    pensamos. Porém, estudando mais a fundo a espiritualidade cristã, somos confrontados com a percepção de que tudo o que entendemos como espiritual, na verdade não é. Particularmente, quando penso em alguém espiritual, imagino um monge, ou até mesmo uma entidade isolada, que não tem contato com a maldade ou o pecado. E você? O que vem a sua mente?

    Nosso objetivo com este livro é entendermos o que realmente é ser espiritual e o como podemos desenvolver a nossa espiritualidade e criar uma espiritualidade no ambiente em que estivermos convivendo. Veremos que ser espiritual é ser humano.

    A teologia cristã reitera que, de fato, ser espiritual é ser cada vez mais humano. Isso porque, desde a fundação do mundo, fomos arquitetados por Deus para servir um propósito, e quanto mais espirituais nós somos, mais perto chegamos da finalidade para a qual fomos criados. Desde o Éden, Satanás opera de modo a confundir o homem, fazendo com que pense que é mais ou menos do que foi criado para ser. Todavia, só poderemos viver uma vida plena ao entender nossa identidade em Deus, nada menos e nada além de seres que existem para glorificá-lo. Mas o que significa ser espiritual? Creio que essa pergunta pode gerar um debate bem grande, mas vamos respondê-la de uma maneira bem simples: ser espiritual é se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo. Ele é o nosso exemplo de ser humano, e a nossa meta a alcançar.

    Acreditamos também que ser espiritual não se restringe a uma proclamação pública da fé, ou a esgotar todo conhecimento que há para ser estudado. Vamos demonstrar que a principal forma de transmissão da espiritualidade se dá mediante nossas ações e nosso amor. Assim, uma pessoa espiritual permite que sua vida seja conduzida pelo Espírito Santo. O ponto de partida da espiritualidade cristã, assim como a conversão é o início da vida para o cristão, é nela também que começa a se tornar espiritual.

    Por consequência, o novo nascimento nos permite reconhecer quem somos, e a entender quem precisamos nos tornar (não por nossa própria força, mas pela graça de Deus). Quando olhamos para dentro de nós, em um processo de interioridade, percebemos que somos pecadores e precisamos de um Salvador. Veremos que o primeiro passo para se tornar alguém completo, é reconhecer a 13

    nossa natureza caída. A Bíblia deixa bem claro o quão pecadores nós somos. Várias passagens nos mostram que não somos nada sem a graça e a misericórdia de Deus, como por exemplo: Rm 3:10-23 10 Como está escrito:

    "Não há um justo, nem um sequer.11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.

    12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.13 A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura.

    15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.16 Em seus caminhos há destruição e miséria;17 E não conheceram o caminho da paz.18

    Não há temor de Deus diante de seus olhos.

    19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

    20 Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

    21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.23

    Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Outros textos nos orientam para isto que vocês podem meditar: Rm 7:14-1; 1 João 1:8-10; Isaías 64:6. Graças a Deus por ter enviado a Jesus, porque a partir dEle podemos nos tornar mais espirituais, visto que não nos encontramos mais debaixo do poder do pecado. A santidade é um processo, caminhando um pouco mais, chegamos no processo de santidade. Não é chamado de processo à toa, pois deve ser desenvolvido pelo resto de nossas vidas. Se ser santo é um mandamento direto do Senhor, a santidade é algo que devemos buscar diariamente.

    Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo, e os separei dentre os povos para serem meus. (Lv 20:26) Diferentemente do que muitos possam pensar, ser santo não é se isolar de tudo e todos, sem ter contato com ninguém para se manter puro. Jesus quando ora por nós em João 17 diz: "Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do 14

    mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo." (Jo 17: 15) Essa passagem pode resumir o significado de santidade. Não é fugir de tudo e se isolar. Não é se fechar em uma bolha gospel/evangelho. Na verdade é se encontrar em Cristo, ter sua identidade fixa em Deus e ir em direção ao mundo levando a boa notícia de que fomos salvos. Gosto do exemplo de Daniel para definir isso: ele morava na grande Babilônia, mas se diferenciava dos demais, desde sua dieta até a sua religião. Desse modo, sua história nos traz a confirmação e a esperança de que é possível viver em meio ao mundo, sem deixar de ser luz. Sem deixar de ser espiritual. As pessoas ao redor dele enxergavam o Deus de Israel em tudo que ele fazia.

    No decurso da história da igreja cristã é possível observar que, em diversos momentos, houve distorções, equívocos e limitações na compreensão e prática da espiritualidade. Uns transformaram a devoção cristã numa experiência meramente contemplativa, enquanto outros fizeram dela uma prática especulativa, com obsessão por questões teológicas e doutrinárias.

    A prática de uma espiritualidade equilibrada e saudável, segundo o exemplo de Jesus, continua a ser um desafio a todos nós.

    Especialmente nestes dias, em que os extremos tanto atraem as pessoas, necessário se faz buscar o equilíbrio na experiência religiosa, mediante a prática de uma espiritualidade verdadeiramente bíblica e saudável. A Bíblia não favorece a ideia de uma espiritualidade verticalista e individualista, que leva em consideração apenas a busca da comunhão pessoal com Deus ou o cumprimento de preceitos e normas. A espiritualidade cristã inclui nossos relacionamentos com o próximo. Segundo o ensino de Jesus, a verdadeira religião se resume no amor: amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. A qualidade dos nossos relacionamentos com o próximo e com o mundo constitui-se num importante critério para se avaliar a veracidade e intensidade de nossa espiritualidade. Quando o indivíduo assume posturas egoístas e individualistas, a espiritualidade é empobrecida e até anulada. A indiferença para com o próximo e suas necessidades é incompatível com a verdadeira espiritualidade. A 15

    atitude de Caim em relação a seu irmão Abel comprovou a falsidade da espiritualidade que ele tentava evidenciar quando ofertava ao Senhor.

    A espiritualidade cristã inclui nossos relacionamentos com o próximo; e depende do grau de envolvimento e compromisso que temos para com ele. Em sua primeira Carta, o apóstolo João recomenda: aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão (I Jo 4.21). Outro aspecto a ser ressaltado é que a espiritualidade cristã abrange a totalidade de nossa vida neste mundo.

    Comumente, a ideia que se tem de espiritualidade é que ela está relacionada tão somente à vida religiosa do indivíduo, limitando-se a práticas devocionais, no contexto do templo ou do silêncio do quarto. Porém, a abrangência da espiritualidade cristã vai muito além. Para o cristão, nenhuma área da vida está isenta de obrigação para com Deus:

    E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus... (Cl 3.17).

    A espiritualidade cristã tem a ver com o todo da vida. Está relacionada às questões sociais e éticas que envolvem a humanidade. Nessa perspectiva, pode-se dizer que, na experiência do cristão, os anseios pelas delícias do céu não ofuscam os sonhos de um mundo melhor; a celebração pela conquista da salvação não abafa os gemidos dos que não têm esperança; e a visão da glória de Deus não impede um olhar misericordioso para as mazelas deste mundo. Portanto, a espiritualidade cristã se desenvolve no contexto deste mundo; e deve se manifestar em cada experiência nossa: seja na igreja, em casa, no trabalho, no lazer, nas festas, na escola, na participação política, na expressão da cultura, enfim, tanto nos compromissos religiosos quanto no exercício da cidadania. A vida secular do cristão não pode ser menos espiritual do que a sua vida religiosa.

    É importante ressaltar também que a espiritualidade cristã busca a transformação da realidade. A eficácia da nossa comunhão com Deus é comprovada nas consequências que ela produz. Não há como

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