Seu Álvaro E O Grande Hotel Poços-caldense
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Seu Álvaro E O Grande Hotel Poços-caldense - Welington Silva Alves
01 - William e Jeferson: jovens e suas labutas
02 - William e o Mototáxi
03 - Laila chora pelo namorado que foi estudar em Muzambinho
04 - Seu Álvaro: suas perdas e o AVC
05 - William é contratado por seu Álvaro
06 - William e sua peça de teatro
07 - Jeferson e sua paixão à primeira vista
08 - Montagem da Discoteca Grande Hotel
09 - O beijo ao som de So Beautiful
10 - Começo do namoro
11 - Lembranças do primeiro amor de seu Álvaro
12 - Dois anjos da guarda: Jefinho e Jorge
13 - Ida ao Teatro da Urca
14 - Ideia de Seu Álvaro
15 - Mais um entretenimento para o hotel e para a cidade
16 - Mayara passa a morar no hotel
17 - O noivado
18 - A traição
19 - O planejamento do casamento
20 - A italianada visita a cidade
21 - Os Germezzo
22 - Seu Álvaro contrata o Motoqueiro Cowboy
23 - Sim ou não
24 - Enfarte
25 - Testamento
26 - Solteirices
27 - Pandemia da Covid-19
1
William e Jeferson: jovens e suas labutas
Poços de Caldas, maio de 2018, William estava à procura de um emprego e andava com sua motocicleta alucinadamente a distribuir currículos. Já havia ido a diversas indústrias, comércios, escritórios, mas nada de conseguir uma vaga. Solteiro e com vinte e dois anos, sem filhos, com muitas contas para pagar – como internet, celular e tevê a cabo, ainda ajudava seus pais com as despesas de casa. Recém-formado na cidade de Campinas, em artes cênicas pela Universidade Campineira e, com o registro profissional de ator — o famoso DRT —, sonhava em trabalhar na televisão como artista de novelas ou de filmes. Algumas vezes, ele já havia ido a São Paulo, Rio de Janeiro, mas nada. Não fora chamado nem para um teste ou nem para atuar como figurante. Por isso, retornou a Poços, onde Já participou de pequenas apresentações, bem como nas cidades vizinhas de Varginha, Pouso Alegre e Itajubá — com as peças de Ganhei na Loteria
e o Defunto Ressuscitou
—, comédias escritas pelo escritor famoso, natural da cidade, Cassiano de Mendonça. Um homem de um metro e oitenta de altura, de seus sessenta anos e que se dedicava a escrever livros e peças teatrais, sendo reconhecido até fora do Brasil.
Começar a trabalhar com teatro no Brasil sempre foi um desafio, já que muitos dos atores do ramo que não passaram pela televisão — no caso das telenovelas e que não possuem fama, bem como as peças não são de renome, acabavam por ter suas salas com poucos espectadores, que muitas das vezes, a arrecadação não dá para pagar dignamente todos os atores e os gastos com a realização da peça, juntamente, com a criação do seu cenário, seu transporte, o figurino e, claro, o aluguel do espaço, enfim, fazendo que atuassem por amor.
Já em Poços de Caldas, que é uma cidade turística, há uma tradição de carinho com as artes, seus artistas locais que se esmeram para dar o melhor de si em seus trabalhos que são apresentados em praças públicas — como cantores — e, claro, os da arte cênica, que também vivem de suas atividades e se apresentam todos os meses para a população, e os turistas que visitam a cidade. Alguns, de renome na cidade e até do sul de Minas — recebem patrocínios de algumas empresas que é abatido no imposto de renda, de acordo com os incentivos culturais do país, bem como os incentivos do município. Mas, como a maioria dos artistas não podiam viver só da arte, muitos trabalhavam em diversas áreas que iam desde auxiliar de produção de uma fábrica, mototáxi, atendente de farmácia, balconista de loja ou cabeleireiro.
Todos, procuravam decorar texto nos intervalos das refeições ou a caminho da escola ou da faculdade para apresentarem a peça no final de semana.
Ás vezes o cansaço tomava conta e William dizia que depois que passava na loja de conveniência e tomava um energético, tudo fluía rapidamente e, até a memória ficava mais acelerada.
Trabalhar e estudar à noite se tornou uma batalha para muitos, principalmente para quem faz faculdade particular e, muitas das vezes, tem que fazer economia ao máximo, pois precisava além da mensalidade, comprar livros — como é o caso de Jeferson Silva, que era recém formado em técnico de enfermagem — especializado em atenção geriátrica, mas preferiu fazer faculdade de fisioterapia noturno e, para bancar a faculdade, trabalhava de cuidador de idoso durante o dia. Ele estava no quarto e penúltimo ano e, já aplicava seus conhecimentos em seu Álvaro Germezzo, 70 anos, que teve AVC há dois anos atrás, aproveitando para que constasse como estágio da faculdade — sob a supervisão do fisioterapeuta de seu Álvaro —, Aquiles, da clínica de fisioterapia Espaço Feliz
e, além disso, promovia também o que mais gostava que era a atividade de aeróbica, como hidroginástica — que aprendera em um curso rápido na própria faculdade onde cursava —, pelo qual divertia os hóspedes todas as semanas no hotel, com música e exercícios na piscina. Seu Álvaro também curtia muito.
— Meu filho, que Deus o abençoe, você vai ser o melhor fisioterapeuta do Brasil, pois é um garoto dedicado, sempre chega no horário, atencioso, paciente com a gente, não se estressa fácil — já que há muitos por aí —, que são maus profissionais.
— Seu Álvaro, eu amo o que faço e por isso, dou o melhor de mim, sempre com foco no trabalho que é de muita responsabilidade, pois é um trabalho que é de cuidar de vidas —, de pessoas.
— Sem dúvida garoto, você é como se fosse um filho ou um neto para mim, já que sou um homem sem filhos, e solteiro. A única família que possuo são vocês que trabalham comigo nesse hotel.
Seu Álvaro era o homem mais rico da cidade. Era dono de um grande hotel chamado Grande Hotel Poços-Caldense, fundado em 1970 pelos seus falecidos pais Giovana e Pietro — com dez andares, trezentos quartos, piscinas cobertas e descobertas. Uma piscina interna é térmica. E, não para por aí: sala de jogos, pista de dança, bar e um grande salão para bailes, do lado de um grande restaurante.
Chegavam sempre todas as semanas, caravanas e mais caravanas de turistas a se hospedarem. Muitos hóspedes tornaram – se assíduos de anos, pois criaram uma amizade ímpar com seu Álvaro, que gostava de uma boa conversa após as refeições e, principalmente no momento em que estão no piano bar bebericando.
Seu Álvaro que era diabético e hipertenso — preferia sempre acompanhá–los com um bom suco de laranja, ou uma limonada suíça.
Sempre bem receptivo, bem-humorado, evitava falar em temas políticos, religião ou mesmo futebol. Mas, sempre tem um que bebe além dos limites e quer falar algo polêmico.
Foi o caso do hóspede Mariguella, carioca da Barra da Tijuca, que dizia já um pouco embriagado:
— Eu sou flamenguista e, tenho certeza que meu time vai vencer o brasileirão desse ano.
— Eu não torço para time nenhum, mas esse ano, acredito que o Flamengo será vitorioso. — respondeu seu Álvaro.
Quando seu Álvaro notou que o carioca estava passando dos limites, pediu a Jeferson que estava sentado ao lado quieto, guiasse ele na cadeira de rodas até o quarto, pois já era mais de oito horas da noite, e não queria ficar mais ali, pois Mariguella começou a falar em política.
Seu Álvaro nunca foi de maltratar ninguém e sempre tratou