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Licantropia Na História
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E-book79 páginas1 hora

Licantropia Na História

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Sobre este e-book

O lobisomem deixou sua marca na antiguidade clássica, ele pisou fundo nas neves do norte e uivou entre sepulcros orientais. Em A Cidade de Deus, Agostinho de Hipona faz um relato semelhante ao encontrado em Plínio, o Velho. Agostinho explica que “É muito geralmente acreditado que, por certos feitiços de bruxas, os homens podem ser transformados em lobos...”. A metamorfose física também foi mencionada no Capitulatum Episcopi, atribuído ao Concílio de Ancira no século IV, que se tornou o texto doutrinário da Igreja em relação à magia, bruxas e transformações como as dos lobisomens. O Capitulatum Episcopi afirma que “Quem acredita que qualquer coisa pode ser... transformado em outra espécie ou semelhança, exceto pelo próprio Deus... é, sem dúvida, um infiel.” Von Martius, em seu relato sobre os aborígenes brasileiros, narrou que “Um índio pode ocasionalmente ser visto vagando por um tempo, pálido, silencioso e com um olhar fixo e confuso. Por fim, ele se solta repentinamente à noite, corre delirando pela aldeia, uiva, revira os gravetos e corre para a floresta.” O assunto para o qual estamos prestes a chamar a atenção do leitor é um dos quais muito pouco parece ser conhecido pelo mundo em geral, embora por sua natureza extraordinária propomos, portanto, a dar um breve esboço histórico dele, extraindo nossas informações de todas as fontes disponíveis, e oferecendo as observações que podem ocorrer de vez em quando.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de set. de 2020
Licantropia Na História

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    Licantropia Na História - Adeilson Nogueira

    LICANTROPIA

    NA HISTÓRIA

    Adeilson Nogueira

    1

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.

    2

    ÍNDICE

    INTRODUÇÃO......................................................................................04

    RELATOS HISTÓRICOS.........................................................................06

    ELEMENTAIS.......................................................................................24

    LOBISOMEM NO NORTE.....................................................................35

    SERMÃO SOBRE LOBISOMENS............................................................44

    LYCAON...............................................................................................49

    METAMORFOSE..................................................................................57

    O LOBISOMEM BRASILEIRO................................................................68

    3

    INTRODUÇÃO

    O lobisomem deixou sua marca na antiguidade clássica, ele pisou fundo nas neves do norte e uivou entre sepulcros orientais.

    Em A Cidade de Deus, Agostinho de Hipona faz um relato semelhante ao encontrado em Plínio, o Velho. Agostinho explica que É muito geralmente acreditado que, por certos feitiços de bruxas, os homens podem ser transformados em lobos.... A metamorfose física também foi mencionada no Capitulatum Episcopi, atribuído ao Concílio de Ancira no século IV, que se tornou o texto doutrinário da Igreja em relação à magia, bruxas e transformações como as dos lobisomens. O Capitulatum Episcopi afirma que "Quem acredita que qualquer coisa pode ser...

    transformado em outra espécie ou semelhança, exceto pelo próprio Deus... é, sem dúvida, um infiel."

    4

    Von Martius, em seu relato sobre os aborígenes brasileiros, narrou que Um índio pode ocasionalmente ser visto vagando por um tempo, pálido, silencioso e com um olhar fixo e confuso. Por fim, ele se solta repentinamente à noite, corre delirando pela aldeia, uiva, revira os gravetos e corre para a floresta.

    O assunto para o qual estamos prestes a chamar a atenção do leitor é um dos quais muito pouco parece ser conhecido pelo mundo em geral, embora por sua natureza extraordinária propomos, portanto, a dar um breve esboço histórico dele, extraindo nossas informações de todas as fontes disponíveis, e oferecendo as observações que podem ocorrer de vez em quando.

    5

    RELATOS HISTÓRICOS

    O primeiro autor, acreditamos, que dá qualquer relato que possa estar relacionado com a licantropia é o venerável Heródoto. Ele nos informa que os Neurianos costumavam se transformar em lobos em certos períodos do ano. Quais podem ter sido os fatos exatos neste caso, é difícil conjeturar; mas é notável que os Livonianos, que nas eras sucessivas ocuparam o mesmo território que era suposto ter sido anteriormente habitado pelos Neurianos, foram acusados de Licantropia por autores comparativamente recentes.

    6

    Na oitava Écloga de Virgílio encontramos alusão a um certo Mæris, que se dizia ter o poder de transformar-se com prazer em lobo, pelo uso de certas ervas; isto nos leva a observar, que, em alguns casos, a transformação foi representada como voluntária, enquanto em outras foi involuntária; e também que os meios pelos quais se dizia que estava afetando variavam consideravelmente na proporção das ervas usadas, às vezes dos unguentos e outras coisas.

    Dificilmente se poderia esperar que Plínio se abstivesse de notar um assunto tão maravilhoso e, portanto, no vigésimo segundo capítulo do oitavo livro de sua História Natural, encontramos uma alusão ao tema. No entanto, ele se mostra muito cético quanto à veracidade dos relatos que ouviu. Entre outras coisas ele relata a história de um certo atleta, chamado Daemêneto, que

    certa vez, em um certo sacrifício solene que (os Arcadianos celebraram em homenagem a Júpiter Lycæus) provou do interior de uma criança que foi morta para um sacrifício, de acordo com a maneira dos Arcadianos que (até mesmo era para derramar o sangue do homem em seu serviço diurno) e então foi transformado em um lobo.

    Entre nenhum outro povo da antiguidade, a licantropia parece ter sido mais prevalente entre os Arcadianos. Plínio e Pausânias mencionam uma história comumente acreditada sobre uma certa família deles chamada Antæi, de quem estava fadado que um membro deveria sempre usar a forma de um lobo. Alude-se a esta fábula principalmente por causa da curiosa analogia entre ela e uma história contada por Giraldus Cambrensis.

    7

    Este Giraldus era um bispo galês que, no final do século XII, foi para a Irlanda na qualidade de historiador, na corte do rei João.

    Ele informa que, sobre a época de sua visita à Ilha dos Santos, um certo padre, que viajava de uma parte do país para outra na companhia de um menino que servia de guia, encontrou-se sombrio em uma floresta, acendeu uma fogueira debaixo de uma árvore, pretendendo dormir perto dela, quando, para seu horror e espanto, um lobo sombrio, avançando da escuridão circundante e falando com uma voz humana, suplicou-lhe para segui-lo e administrar os últimos ritos de sua religião a outro lobo, que estava deitado próximo nas agonias da morte.

    Sua reverência, tremendo de medo e chocado com a profanidade de tal pedido, objetou, ao que o lobo, para tranquilizá-lo, informou-lhe de que ele e seu companheiro eram na realidade um homem e uma mulher, nativos na religião, e que sua condição atual foi o resultado de uma maldição proferida por um abade, cujos termos impunham aos ossorianos a

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