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Gentrificação, Turismo e Conflitos: análise comparada entre o Bonfim (Porto, Portugal) e Koukaki (Atenas, Grécia)
Gentrificação, Turismo e Conflitos: análise comparada entre o Bonfim (Porto, Portugal) e Koukaki (Atenas, Grécia)
Gentrificação, Turismo e Conflitos: análise comparada entre o Bonfim (Porto, Portugal) e Koukaki (Atenas, Grécia)
E-book147 páginas1 hora

Gentrificação, Turismo e Conflitos: análise comparada entre o Bonfim (Porto, Portugal) e Koukaki (Atenas, Grécia)

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Sobre este e-book

Esta obra apresenta um estudo comparativo sobre duas cidades europeias (Porto e Atenas) e dois bairros, um de cada cidade, com características predominantemente turísticas. Nesse sentido, tendo em conta as diferentes estratégias de valorização das cidades comandadas pelo capital e as consequências muitas vezes opressoras dessas ações, o turismo tem sido uma ferramenta fundamental para o aprofundamento das contradições urbanas. Considerando as diversas partes interessadas no ambiente urbano, esta obra tem como perspectiva analítica uma visão de totalidade, fornecida por um sujeito estranho aos lugares, a partir dos diferentes modeladores do espaço urbano que aparecem nos relatos descritos ao longo do texto, além de destacar as diferentes ações dominantes em busca da acumulação a partir do turismo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jul. de 2023
ISBN9786525279954
Gentrificação, Turismo e Conflitos: análise comparada entre o Bonfim (Porto, Portugal) e Koukaki (Atenas, Grécia)

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    Pré-visualização do livro

    Gentrificação, Turismo e Conflitos - Bruno da Silva Balthazar

    capaExpedienteRostoCréditos

    AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais, Luiza Helena e Samuel Balthazar, e ao meu irmão, Hugo Balthazar, os grandes amores da minha vida. Sem vocês jamais chegaria até aqui!! Muito obrigado!!!

    Agradeço ao meu orientador, professor doutor João Sarmento, pela parceria, pela excelente orientação, pelas boas reflexões e pelas ideias que trocamos, além da amizade e da ajuda que me deu durante toda a minha jornada em Portugal. O seu apoio foi fundamental para a realização deste trabalho. Reforço o agradecimento ao professor por ceder algumas fotos realizadas no trabalho de campo. Muito obrigado!!

    Agradeço aos meus mestres ao longo da vida e da Geografia da UFF Campos, por terem me ensinado tanto. Vocês serão sempre fontes de minha inspiração!!!

    Agradeço à Universidade do Minho, ao Departamento de Geografia da universidade, aos meus professores ao longo do mestrado e a todos os funcionários, por todo o suporte fornecido ao longo dessa trajetória.

    Agradeço à Harokopio University, aos meus colegas de mestrado, aos professores do Departamento de Geografia da universidade, em especial aos professores George Mavrommatis e Pavlos Marinos-Delladetsimas, pela ajuda com a pesquisa em Atenas e por todo o suporte que me forneceram na Grécia.

    Agradeço ao Programa Erasmus+ pela bolsa que recebi, a qual foi fundamental para a realização da pesquisa em Atenas.

    Agradeço aos meus colegas Eugénio Calei e Filipe Augusto pelo companheirismo incrível durante os dois anos do mestrado. Reforço o agradecimento ao Eugénio pela ajuda na confecção dos mapas. Vos levarei para sempre comigo!

    Agradeço aos meus amigos no Brasil, em especial Mattheus Reis (quase 20 anos de amizade), Luis Alberto Júnior (da RV para a vida) e José Eduardo (quase 20 anos de amizade) pelo companheirismo. Mesmo eu distante, estivemos sempre perto. Obrigado pela parceria de sempre!!!

    Agradeço aos amigos que me receberam em Portugal, Clarissa e Guilherme. Obrigado pelo suporte a esse rapaz que chegou perdido em terras lusas; vocês foram incríveis comigo todo o tempo. Muitíssimo obrigado! Vocês foram fundamentais para que eu chegasse até aqui!!

    Agradeço aos amigos que fiz em Portugal, em especial Bruno, Suzana e Otávio. Vos levarei sempre comigo!!!

    LISTA DE SIGLAS

    DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

    Declaro ter atuado com integridade na elaboração da presente investigação académica e confirmo que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração. Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1 — A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

    1.1 AS CIDADES E AS RELAÇÕES CAPITALISTAS

    1.2 A ATIVIDADE TURÍSTICA E A CIDADE

    CAPÍTULO 2 — JUSTIFICAÇÃO, OBJETIVOS E METODOLOGIA

    2.1 JUSTIFICAÇÃO

    2.2 OBJETIVOS

    2.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

    2.3 METODOLOGIA

    CAPÍTULO 3 — REFLEXÕES HISTÓRICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA URBANA DO PORTO

    3.1 O ESPAÇO URBANO PORTUENSE AO LONGO DA HISTÓRIA

    3.2 A FREGUESIA DO BONFIM INSERIDA NA CIDADE DO PORTO: BREVE PERCURSO HISTÓRICO

    CAPÍTULO 4 — REFLEXÕES SOBRE A GEOGRAFIA HISTÓRICA URBANA DE ATENAS

    4.1 O DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO URBANO ATENIENSE

    4.2 O BAIRRO DE KOUKAKI EM ATENAS: BREVE PERCURSO HISTÓRICO

    CAPÍTULO 5 – RESULTADOS EMPÍRICOS DAS ENTREVISTAS E DA DISCUSSÃO

    5.1 PERCEPÇÕES DE CAMPO E ANÁLISE

    5.2 AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS PERCEBIDAS NOS ÚLTIMOS ANOS E A GENTRIFICAÇÃO NO BONFIM E EM KOUKAKI

    5.3 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS ALOJAMENTOS LOCAIS E DOS AIRBNBS NO BONFIM E EM KOUKAKI

    5.4 AS AUTARQUIAS COMO AGENTES DA GENTRIFICAÇÃO

    5.5 A PRESENÇA OU A AUSÊNCIA DE CONFLITOS A PARTIR DA GENTRIFICAÇÃO

    CONCLUSÕES

    REFERÊNCIAS

    ANEXOS

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    INTRODUÇÃO

    As transformações das cidades capitalistas, principalmente a partir do começo dos anos 1990, têm relação direta com a globalização, a qual se consolida com o neoliberalismo como política econômica dominante no mundo ocidental. O modelo neoliberal tem como principais premissas a livre regulação do mercado e a competitividade com base na livre circulação de bens, capital e serviços na economia mundial, além da redução dos investimentos públicos e da regulação estatal no âmbito econômico (SMITH, 2002, 2006; HARVEY, 2014).

    Smith (2002) enfatiza que os grandes centros urbanos passaram a ser elemento fundamental da economia global, em que as cidades ocupam diferentes posições em termos de hierarquia urbana, a qual tem relação direta com a importância que os centros e as periferias possuem para a economia mundial. As cidades contemporâneas têm sido alvo dessa política econômica norteada por agentes dominantes a partir de uma lógica vertical que se espacializa e produz efeitos em termos de acessibilidade às cidades, de mobilidade urbana, de movimentos migratórios, no turismo e em outros fatores da vida urbana que são mercantilizados.

    Nesse sentido, as grandes, médias e pequenas cidades do mundo contemporâneo se transformaram em mercadoria, em que bens comuns e direitos são permanentemente aspectos condicionados pela lógica do mercado (HARVEY, 2014). Dentre os bens comuns, a questão da habitação se destaca como um fator constantemente alvo de contestações devido aos interesses e aos conflitos sociais protagonizados por diferentes agentes modeladores do espaço urbano (MENDES, 2017; SILVA, 2021). Alguns fatores aparecem como elementos importantes da espacialização do modelo neoliberal na cidade, dentre os quais se destacam: as Parcerias Público-Privadas, a desregulação do planeamento por parte da esfera pública, a especulação imobiliária, a ausência do controle no preço dos arrendamentos e os equipamentos culturais sendo utilizados como instrumentos fundamentais para o investimento no marketing urbano e na promoção da imagem das grandes cidades do mundo, o que, dependendo dos atributos que os lugares possuam ou criem, contribui para o fomento da atividade turística, como destacado por Tsavdaroglou (2016).

    Tendo em vista a dimensão alcançada pelo turismo urbano, principalmente a partir do século XXI, a questão dos conflitos produzidos na cidade em função da apropriação do ambiente urbano pelo capital para a atividade turística se constitui um fator que dialoga com as diferentes estratégias que os agentes possuem em relação à cidade e com as resistências que são parte do cotidiano urbano. Nesse sentido, os conflitos são compreendidos aqui como um ente revelador das contradições existentes no espaço urbano (VAINER, 2011). E essas contradições interagem e são parte do movimento da história das cidades, nas quais são estabelecidas como forma de construção social que contribui para o desenvolvimento de unidades territoriais coesas, em que grupos subalternos são subjugados às vontades dos agentes dominantes (HAESBAERT; LIMONAD, 1999).

    O turismo é parte dos movimentos que produzem o espaço urbano na era contemporânea, sendo componente fundamental de transformações profundas das cidades na era da globalização. A atividade turística utiliza diferentes atributos sociais, culturais e naturais que fazem parte das diferentes estratégias que os destinos empregam para potencializar a imagem das cidades, a qual é, consequentemente, um aspecto que ajuda na atração de visitantes.

    O setor turístico é uma das forças econômicas que produz o espaço urbano com mais intensidade no século XXI, em função do crescimento do turismo urbano ligado principalmente a fatores como cultura e lazer (NOVY; COLOMB, 2016; RODRIGUES, 1999). O sistema de produção capitalista no modelo econômico neoliberal vigente utiliza o turismo como um meio de promoção dos lugares, dialogando diretamente com a mercantilização de construções sociais, como, por exemplo, o patrimônio (RODRIGUEZ-CHÁVEZ; SÓLIS-ROSALES, 2016).

    A mudança do tipo de turismo realizado a partir da era da globalização é pontuada por um parâmetro comparativo estabelecido por Tulik (1994). A autora enfatiza que, antes da globalização, a atividade turística era basicamente restrita ao âmbito doméstico. Por outro lado, com o advento da globalização e a promoção do meio técnico-científico-informacional (SANTOS, 2006), o turismo se consolidou como um movimento de diversas alternativas, transnacional e comandado por grandes corporações (TULIK, 1994). Nesse sentido, o impacto da atividade turística se revela um fator diretamente intervencionista em outras atividades econômicas, tais como comércios e serviços de restauração. Esses últimos (ALMEIDA et al., 2020) enfatizam um processo de gourmetização que se acentuou em função do aumento do fluxo turístico

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