A Escola Não É Para Todos: Alunos
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A Escola Não É Para Todos - Mauricio Melo
I -
Desenvolvimento: criança, adolescente e adulto
Para compreendermos o desenvolvimento do ser humano, precisamos considerar as suas caraterísticas herdadas, que dão à vida de cada um de nós um ponto de partida especial.
Precisamos entender como a hereditariedade e o ambiente em que o indivíduo está acabam interagindo. É crucial saber, dentre os processos de desenvolvimento, quais são, principalmente, maturacionais e quais não são — para um bebê, por exemplo, o contexto em que ele se insere, normalmente, é a sua família que, por vezes, está sujeita a influências mais amplas e está em constante transformação, tanto na vizinhança, quanto na comunidade e na sociedade.
Então, começamos com a primeira célula que se inicia dividindo, divide-se de novo e novamente, de uma maneira muito bem organizada e orquestrada. A criança que nasce desse processo é um indivíduo singular, especial, porém o desenvolvimento do ser humano é, ainda assim, um processo regular, que segue um padrão determinado pelo nosso histórico evolutivo: nasce um bebê que respira, chora, grita e começa a ser influenciado pelo mundo ao seu redor, mas que também influencia.
Eis que os bebês se desenvolvem e tornam-se crianças, adolescentes e adultos. Somente quando o coração para de bater e os neurônios param de disparar, infelizmente, nossa história chega ao fim.
Para darmos início, é indispensável a compreensão do desenvolvimento do ser humano. Tudo se inicia na primeira infância, quando nosso primeiro contato será com os nossos tutores¹. É quando aprendemos a sorrir, a gargalhar, a ficar bravos e, até mesmo, a como ganhar nossos pais com algumas atitudes. Esse primeiro contato com os nossos tutores é de extrema importância, pois determinará diversas atitudes sobre como agiremos diante da realidade da vida e como aprenderemos com as lições que a vida nos pregará.
Quem modela o comportamento infantil, no entanto, são os próprios tutores. O desenvolvimento da criança e do adolescente é um processo único e tem como finalidade a sua inserção na sociedade em que vive. Alguns bebês são mais ativos, outros menos. Também podemos perceber que certos bebês têm o hábito de se alimentar e de dormir nos mesmos horários todos os dias, enquanto outra parcela tem dificuldade em se adaptar a um cronograma dos pais. Podemos notar que toda criança é diferente, e esse é o primeiro passo que temos que compreender para, aí sim, entrar no quesito do Fundamental I e II, pois os adultos, por vezes, acabam se esquecendo de que toda criança é diferente.
Para adquirirmos uma visão melhor a respeito, temos que falar sobre quando a mãe descobre que está grávida, pois o processo da gestação interferirá no desenvolvimento da criança. Segundo Papalia e Martorell (2022, p. 76), a ingestão de álcool no período pré-natal, infelizmente, é a causa mais trivial de deficiência intelectual e também a principal causa evitável de defeitos do nascimento nos Estados Unidos da América. Imprescindível, portanto, falar sobre diversos cuidados que a mãe precisa ter na gestação, uma vez que suas condutas poderão interferir no desenvolvimento da criança.
Algumas necessidades básicas precisam ser satisfeitas, ao mesmo tempo em que certas tarefas precisam ser dominadas para que ocorra um desenvolvimento saudável e normal. Os bebês são unicamente dependentes dos adultos para comer, vestir-se e obter abrigo, além do contato humano e da afeição. Eles formam vínculos com os pais e cuidadores, que se apegam a eles igualmente, Com o aprimoramento da fala e da autolocomoção, os bebês acabam se tornando mais autoconfiantes; no entanto, agora, precisam afirmar sua autonomia, muito embora eles ainda precisem da ajuda de seus tutores para que sejam estabelecidos limites aos seus comportamentos.
A segunda infância² compreende a fase dos 3 aos 6 anos, etapa em que as crianças passam a ter mais autocontrole e maior interesse por outras. Já durante a terceira infância — 6 aos 11 anos — o controle sobre o comportamento, aos poucos, passa a se deslocar dos tutores para os filhos, e os colegas se tornam cada vez mais importantes.
Na adolescência, os jovens estão imersos num período em que existe a busca pela identidade, seja pessoal, sexual ou ocupacional. À medida que os adolescentes amadurecem fisicamente, passam a ter que lidar com as suas necessidades e com as suas emoções conflitantes, enquanto se preparam para, algum dia, deixar o ninho dos seus tutores.
Muitas mudanças, típicas da primeira e da segunda infâncias, como a capacidade de andar e de falar, estão interligadas à maturação do seu corpo e do seu cérebro. Ao passo em que as crianças iniciam o desenvolvimento e tornam-se adolescentes, e depois adultos, perceberemos que as diferenças individuais em suas características inatas e na experiência de vida passam a desempenhar um papel mais importante, porém todo desenvolvimento percorre processos e, quando falamos deles, estamos falando de etapas nas quais, em algumas ocasiões, precisamos da ajuda não só dos nossos tutores que nos protegem, mas de outras instâncias, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Vejamos mais a seguir.
O ECA, instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, é um marco na regulamentação de práticas voltadas ao público infantojuvenil no Brasil e estabelece que a criança se caracteriza pela faixa etária até os 12 anos de idade, enquanto o adolescente se enquadra entre 12 e 18. Dessa maneira, declara que, para esse público, assegura-se como dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público garantir, com absoluta prioridade, o acesso, dentre outros, à educação (BRASIL, 2019).
Para Jean Piaget³ (BOCK et al, 2018), são quatro os estágios do desenvolvimento cognitivo:
a) sensório-motor (0 a 2 anos): na fase sensório-motor, o desenvolvimento se dá pelos mecanismos de reflexos primários e pelas sensações. A criança descobre e interage com o mundo pelo tato e pelo paladar;
b) pré-operatório (2 a 6 anos): durante a etapa pré-operatória, a criança começa a elaborar compreensões simbólicas, relacionando símbolos a seus significados e significantes;
c) operatório-concreto (7 a 11 anos): no estágio operatório-concreto, o pensamento lógico começa a ser formulado, em suporte, pela representação concreta, de modo a compreender o estabelecimento de regras;
d) operatório-formal (12 anos em diante): no decurso da fase operatório-formal, serão modelados o raciocínio abstrato, dedutivo e hipotético (BERGER, 2017).
Dessa maneira, a Teoria Construtivista de Piaget revela que o ser humano herda estruturas biológicas que delineiam, por exemplo, nossa capacidade de adaptação, de modo que, logo na infância, exercemos essa capacidade por intermédio de habilidades como a curiosidade intelectual e a criatividade (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Todavia, sob a perspectiva interacionista, o psicólogo Lev Vygotski (TRAILLE et al., 2019) propõe o desenvolvimento infantil pelo enfoque histórico-cultural, dividindo-o em três aspectos:
a) o primeiro é o instrumental, em que ocorrem as funções psicológicas complexas. Assim, além de responder ao estímulo ambiental, o sujeito também o altera;
b) o segundo é o aspecto cultural, pelo qual a sociedade impele conhecimento e desenvolvimento. Aqui se destacam os elementos da linguagem e do pensamento;
c) o terceiro aspecto, o histórico, nada mais é que a relação da humanidade e seu legado para a construção subjetiva do sujeito. Nesse ponto, há uma conexão com o aspecto cultural.
Conforme os escritos de Traille, Oliveira e Dantas (TRAILLE et al., 2019), para o psicólogo Henri Wallon, o ser humano perpassa basicamente por cinco estágios de