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Yeshua
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E-book347 páginas4 horas

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Sobre este e-book

Em Yeshua: Eu sou quando nós somos , exploramos os ensinamentos de Jesus à luz do paradigma das consciências fractais. Inspirado pelo Eneagrama e pela sabedoria de Richard Rohr, este livro mergulha na jornada espiritual guiada pela máxima do Ubuntu: Eu sou, quando nós somos . Descubra o chamado de Jesus para a expressão plena do amor e o significado profundo de sermos consciências fractais do Uno nesta incrível jornada da vida física.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de dez. de 2023
Yeshua

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    Yeshua - Edomberto Freitas Alves Rodrigues

    Yeshua

    Eu sou quando nós somos

    Edomberto Freitas Alves Rodrigues

    Clube de Autores (Independente)

    O autor

    Edomberto Freitas Alves Rodrigues. Formado em História pela UFMG e Filosofia pela PUC-MG. Professor de história em BH e Betim. Pesquisador de espiritualidade e filosofia. Escreveu a coleção Religare e outros livros espiritualistas. Agora ele traz seu novo livro, no qual trabalha a vida de Jesus em sua correlação com o Eneagrama, principalmente as ideias e virtudes divinas. Continuamos defendendo o Uno de Plotino, a unidade que a tudo abrange. Essa unidade mostra que a distância entre nós e Jesus é de ordem a evolução da consciência, mas em essência, temos a mesma origem e a mesma unidade, com ele e com a Unidade priordial.

    Capa: Edomberto Freitas

    Imagem de fundo: https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-em-jesus-olhando-para-o-mundo_72619401.htm#query=Jesus&position=3&from_view=search&track=sph>Freepik

    Abertura dos capítulos:

    Imagem de https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-no-retrato-de-jesus_72619356.htm#query=Jesus%20olhando%20com%20chuva&position=4&from_view=search&track=ais&uuid=b7735c64-7da7-4ea0-a968-559ab5a9882e>Freepik

    Sumário

    Jesus e o Eneagrama

    Tipo Um:  pedagogia, tolerância  e paciência

    Tipo Dois:  Assistência, misericórdia,  solidariedade

    Tipo Três: Ambição, ativismo, visão

    Tipo Quatro: criatividade, sensibilidade, naturalidade

    Tipo Cinco: distância, sobriedade,  sabedoria

    Tipo Seis: fidelidade, obediência,  confiança

    Tipo Sete: festividade, alegria de viver, sofrimento

    Tipo Oito: confrontação, clareza,  plenos poderes

    Tipo Nove: serenidade, pacifismo, amor

    A oração do pai nosso

    As ideias divinas

    As virtudes divinas

    Referências bibliográficas

    Bem-vindos a 'Yeshua: Eu sou quando nós somos', uma exploração fascinante dos ensinamentos de Jesus à luz das profundezas do Eneagrama e da orientação inspiradora do Ubuntu. Este título, cuidadosamente escolhido, encapsula a essência da nossa jornada interior, revelando os matizes da consciência divina através das experiências e ensinamentos de Yeshua, o Cristo.

    Inspirados pelo renomado autor e mestre espiritual, Richard Rohr, que nos guiou por 'Eneagrama: as nove faces da alma', adentramos o intricado universo das nove personalidades e suas conexões com a mensagem de Jesus. Rohr, em seu capítulo singular sobre Jesus e o Eneagrama, semeou as sementes que agora cultivaremos neste livro, desvendando os enigmas que permeiam a mente do Mestre através das lentes do Eneagrama.

    A máxima do Ubuntu, Eu sou, quando nós somos, serve como farol de iluminação em nossa jornada. Observamos como Jesus personificou essa filosofia africana, tecendo os fios de sua mensagem com a compreensão intrínseca da interconexão. Cada passagem, cada milagre, cada parábola nos convida a reconhecer que nossa jornada individual está entrelaçada com a jornada coletiva da humanidade.

    Ao embarcarmos neste livro, convido vocês a explorar as camadas mais profundas dos ensinamentos de Yeshua, desvendando os mistérios que se escondem nas entrelinhas dos Evangelhos. Que este mergulho nas águas da consciência divina inspire uma transformação interior, conectando-nos à verdade universal que pulsa em cada batida do coração.

    À medida que nos aventuramos nas profundezas dos ensinamentos de Yeshua, somos chamados a contemplar o paradigma único que guia nossa existência: o das consciências fractais emanadas do Uno. Descemos dos reinos espirituais para vivenciar a complexidade e a beleza da vida física, onde cada experiência e desafio molda nossa jornada de evolução.

    Jesus emerge como o Mestre que, com compaixão e sabedoria divina, nos conduz de volta à rota do cumprimento de nossa missão. Sua mensagem ressoa como um farol, apontando para o telos da criação: o amor. Em cada palavra e gesto, Yeshua nos recorda que o propósito essencial da vida é expressar e vivenciar o amor em sua plenitude.

    Assim, 'Yeshua: Eu sou quando nós somos' não é apenas uma exploração intelectual, mas uma jornada espiritual que nos chama a relembrar nossa conexão intrínseca com o Uno. Ao abraçarmos os ensinamentos do Mestre, nos alinhamos com a essência do amor, transcendendo as limitações da individualidade para abraçar a unidade que permeia toda a criação.

    Assim, 'Yeshua: Eu sou quando nós somos' se torna um convite à busca, à reflexão e ao despertar espiritual. Que cada página seja uma trilha iluminada, guiando-nos para uma compreensão mais profunda de nós mesmos, de Yeshua e da interconexão sagrada que nos envolve.

    Que esta compreensão do paradigma das consciências fractais e o chamado de Jesus para a realização do telos da criação ressoem em nossos corações, inspirando-nos a viver de acordo com o princípio divino que nos une: o amor.

    Abertura capítulo 1.jpg

    Jesus e o Eneagrama

    Ele é a imagem do Deus invisível, primogênito de toda criatura; porque nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de tudo e tudo subsiste nele ... Aprouve a Deus fazer habitar nele a plenitude e por ele reconciliar tudo

    C1 1,15-17.19

    A interconexão entre as tradições sufistas e cristãs revela uma convergência intrigante na percepção divina, onde os sufistas chamam o Eneagrama de a face de Deus e os cristãos reconhecem em Jesus Cristo a encarnação dessa divindade. Segundo Rohr, os sufistas enxergam nas nove energias presentes nos tipos de personalidade do Eneagrama as propriedades de Deus, considerando cada tipo como um reflexo distinto da luz divina. Essa abordagem implica uma compreensão holística de Deus, que se manifesta em diversas energias e características.

    Por outro lado, na tradição cristã, Jesus Cristo é proclamado como a imagem visível do Deus invisível. A passagem citada de Colossenses 1:15-17 destaca a posição central de Cristo como criador e sustentador de todas as coisas. Os cristãos, portanto, reconhecem em Jesus a expressão suprema da divindade, alinhando-se de maneira notável com a visão sufista do Eneagrama como representação das propriedades divinas.

    A citação de Colossenses também enfatiza a reconciliação universal por meio de Cristo, indicando que tudo foi criado por ele e para ele e que ele é responsável por reconciliar todas as coisas. Essa perspectiva sugere que Cristo é o epicentro da existência, onde a plenitude de Deus habita. Essa compreensão ressoa com a visão sufista do Eneagrama como uma representação das propriedades divinas que se manifestam em várias formas.

    Adicionalmente, o trecho de Hebreus 4:15, Porque não temos um Sumo Sacerdote incapaz de compadecer-se de nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado, destaca a dualidade de Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Essa dualidade é crucial na tradição cristã, enfatizando que, embora Cristo seja divino, ele também experimentou as condições humanas, enfrentando ameaças, tentações e abismos. Essa dualidade ressoa com a compreensão sufista de Deus manifestando-se em diversas energias e características.

    Dessa forma, a convergência entre as tradições sufistas e cristãs proporciona uma visão abrangente da compreensão divina, refletida tanto no Eneagrama como nas narrativas cristãs sobre a encarnação de Deus em Jesus Cristo. Essa interseção revela uma harmonia fascinante nas abordagens espirituais, onde diferentes tradições encontram paralelos na busca por compreender e manifestar a divindade.

    Hohr afirma que os sufistas designaram Jesus como tipo DOIS redimido e o cristianismo como a religião de tipo DOIS, mas, para ele, a proposta vai além, afirmando que Jesus Cristo encarnou a verdadeira humanidade de tal forma que qualquer fixação a um tipo de personalidade se torna impossível. Esta perspectiva destaca que, nos relatos dos evangelhos, Jesus enfrentou diversas tentações e, em várias situações, demonstrou possuir os nove frutos do Eneagrama. Ele é apresentado como a figura perfeita de alguém que não se prendeu a um tipo específico, mas que respondeu livremente ao convite de Deus.

    A consideração central é que, se a encarnação de Jesus tivesse sido diferente, certos tipos não poderiam encontrar orientação por meio dele em suas situações específicas. A ideia é que a universalidade da experiência humana, representada por Jesus, permite que cada tipo do Eneagrama encontre suporte e direcionamento em sua jornada espiritual.

    Ao explorar como os nove tipos do Eneagrama podem se apoiar em Jesus Cristo, a proposta sugere a meditação de textos bíblicos para espelhar-se na pessoa de Jesus. Essa reflexão, combinada com a oração, é vista como uma maneira de reconhecer as próprias tentações e descortinar os dons que residem dentro de cada indivíduo.

    Portanto, a visão de Jesus como uma presença universal que transcende as categorias do Eneagrama, ao mesmo tempo em que oferece orientação e inspiração para cada tipo, ressoa a crença de que ele encarnou a plenitude da verdadeira humanidade.

    Em nossos livros temos trabalhado com um novo paradigma chamado de consciência fractal, apoiado nas ideias de Plotino e Hegel. Nesse paradigma dizemos que o Uno, ou Deus, saiu da sua unidade para criar um mundo de incrível diversidade porque nele havia a contradição entre o ser e o nada..

    A abordagem da consciência fractal, baseada nas ideias de Plotino e Hegel, introduz um paradigma intrigante que explora a natureza dinâmica e criativa do Uno, ou Deus. Segundo esse paradigma, Deus, sendo um infinito potencial de tudo, enfrentou a contradição entre ser e nada. Enquanto detinha um potencial infinito, na prática, equivalia a um nada de ato. Essa contradição foi a força motriz para o Uno se envolver no processo criativo.

    Para superar essa contradição, o Uno, ou Deus, adotou a estratégia de fractalização. Ele se dividiu em inúmeros fractais de consciência, cada um representando uma expressão única e específica desse potencial infinito. Esses fractais desceram para o mundo material, onde enfrentariam desafios decorrentes das necessidades e carências do ambiente. A descida desses fractais é vista como um movimento em direção à efetivação de parte dos infinitos potenciais do Uno.

    A analogia com os fractais sugere uma abordagem em que cada parte reflete a totalidade de forma única. Cada fractal de consciência carrega consigo a essência completa do Uno, mas expressa essa totalidade de maneira única, enfrentando desafios específicos no mundo material. Esse processo de descida e enfrentamento desafia cada fractal a realizar uma parte do potencial divino na concretude do mundo físico.

    A síntese das ideias de Plotino e Hegel, incorporada ao paradigma da consciência fractal, oferece uma perspectiva intrigante sobre a relação entre Deus, a diversidade do mundo material e a busca pela efetivação dos potenciais divinos. Esse paradigma convida à reflexão sobre a interconexão entre a unidade e a diversidade, o potencial e a atualização, proporcionando uma visão única da relação dinâmica entre o divino e o manifestado.

    Essa ideia alinha-se com a perspectiva da consciência fractal, na qual cada indivíduo no plano físico é, essencialmente, uma expressão única do Uno, experimentando os desafios do plano denso de maneiras diversas. A noção de que todas as consciências são, em essência, o Uno experimentando infinitas perspectivas, reflete a ideia central de que a unidade subjaz a toda a diversidade.

    A concepção de uma unidade fundamental conectando todas as consciências no plano físico sugere que a alteridade, a experiência de Eu e Tu, foi intencionalmente planejada. A encarnação no plano denso foi concebida de maneira que cada unidade fractal esquecesse temporariamente a sua unidade essencial. Isso permite que cada indivíduo perceba a si mesmo como uma individualidade distinta, muitas vezes em oposição aparente a outras individualidades.

    Esse esquecimento da unidade essencial pode ser visto como uma condição necessária para a experiência da alteridade, da diversidade e do crescimento individual. A ilusão da separação pode proporcionar contextos desafiadores que incentivam o aprendizado, a evolução e a busca pela reconexão com a unidade subjacente. A experiência de se ver como uma entidade separada pode, portanto, ser vista como parte intrínseca do processo de evolução espiritual.

    Essa abordagem sugere que, ao longo da jornada individual, as consciências podem, eventualmente, despertar para a lembrança de sua unidade essencial, transcendendo a ilusão da separação. Isso pode ser visto como um caminho de autodescoberta e compreensão mais profunda da natureza da realidade e da interconexão de todas as coisas.

    A efetivação dos potenciais do Uno, especialmente no contexto do amor, oferece uma visão intrigante da dinâmica entre a unidade e a dualidade. No estado de unidade, o amor existe apenas como um potencial latente, uma possibilidade ilimitada. No entanto, quando o Uno implementa a dualidade do Eu e do Tu, emerge a oportunidade para interações, atração e a manifestação tangível do amor entre as consciências fractais.

    A dualidade proporciona o cenário para a experiência única da alteridade e da individualidade, características fundamentais para a efetivação do potencial do amor. As consciências fractais, ao vivenciarem a separação aparente entre o Eu e o Tu, têm a capacidade de experimentar as complexidades e as nuances do amor. Esse processo é essencial para que o amor, antes um potencial abstrato, se torne uma força ativa e transformadora.

    A interação entre as consciências fractais, marcada pela individualidade e pela oposição aparente, é fundamental para a efetivação do amor. Ao experimentarem a alteridade, as consciências têm a oportunidade de superar a ilusão da separação, transcendendo as barreiras que inicialmente as impediam de perceber a unidade subjacente.

    O amor, assim manifestado, torna-se uma expressão rica e diversificada da potência do Uno. As consciências fractais, ao vivenciarem a dualidade e a aparente oposição, tornam-se efetivadoras do amor, desempenhando um papel fundamental na concretização desse potencial divino.

    Portanto, a implementação da dualidade é essencial para a efetivação dos potenciais do Uno, especialmente no que diz respeito ao amor. É através da experiência da alteridade e da individualidade que as consciências fractais podem verdadeiramente realizar e expressar o amor em todas as suas formas, contribuindo para a riqueza e diversidade do universo manifestado. Essa dinâmica revela a sabedoria intrínseca por trás da dualidade como um meio para a efetivação plena dos potenciais divinos.

    A ideia de que Deus criou por amor é amplamente difundida, representando uma expressão da generosidade divina na tradição teológica. No entanto, no paradigma da consciência fractal, propomos uma perspectiva que vai além, argumentando que Deus criou não apenas por amor, mas para dar vida efetiva ao amor. Essa visão sugere que a criação é uma expressão ativa do amor divino, movendo-o da escuridão da potencialidade para a luz do ato e da efetividade.

    No cerne desse argumento está a compreensão de que, antes da criação, o amor existia como um potencial infinito no seio do Uno, uma possibilidade latente e intocada. Contudo, o ato criativo de Deus não se limitou a revelar o amor, mas sim a infundir vida efetiva nele. A criação é vista como o veículo pelo qual o amor é retirado da obscuridade da potencialidade e trazido para a luz da existência concreta.

    Essa visão ressalta a dinâmica entre a potencialidade e a efetividade no universo. Deus, ao criar, não apenas manifestou o amor, mas concedeu-lhe uma existência ativa, permitindo que floresça em inúmeras formas e expressões. A criação, nesse contexto, é a transformação do amor de uma possibilidade abstrata para uma realidade palpável, onde cada criatura é imbuida desse amor divino.

    A criação, portanto, é um ato de dar vida ao amor, tirando-o da escuridão da potencialidade e revelando sua luz intrínseca. É um convite para que as consciências fractais participem desse amor efetivo, interagindo com ele e refletindo sua plenitude. A diversidade da criação torna-se então uma rica tapeçaria de experiências, onde o amor é experimentado e expresso de maneiras infinitamente variadas.

    Assim, no paradigma da consciência fractal, argumentamos que a criação não é apenas uma expressão do amor divino, mas um meio pelo qual Deus dá vida efetiva ao amor, movendo-o da escuridão da potencialidade para a luz do ato e da efetividade. Essa perspectiva enriquece a compreensão da relação entre Deus, a criação e o amor, destacando a dinâmica única entre a potencialidade divina e sua realização no mundo manifestado.

    Na teia intricada da existência, a importância da vida material se revela como um palco de carências, necessidades e precariedades. É nesse cenário, onde a finitude tece sua trama delicada, que emergem as nuances mais profundas e belas do amor.

    A vida, repleta de carências, não é uma falha no desenho divino, mas sim um portal para a manifestação de um amor que transcende as fronteiras do entendimento. São nas lacunas da existência, nos espaços onde algo falta, que o amor encontra sua expressão mais poética: o sacrifício.

    O sacrifício, nesse contexto, não é um ato de resignação, mas um testemunho sublime da capacidade humana de transcender as limitações da própria existência. Nas carências, descobrimos a beleza do doar, do abrir mão daquilo que nos falta para contemplar e cuidar daqueles que também enfrentam o vazio. O amor doador, com sua essência altruísta, floresce no solo fértil das precariedades humanas.

    Imaginem um mundo onde nada nos falta, onde a plenitude reina soberana. Nesse ambiente utópico, o sacrifício perderia seu significado, pois não haveria falta a ser suprida, nem vazios a serem preenchidos. Seria um cenário de abundância sem a profundidade do doar, onde a semente do amor doador jamais germinaria.

    É nas carências, com suas sombras e desafios, que o amor se transforma em uma chama radiante. O sacrifício é a canção melodiosa que ecoa nos corações que aprenderam a dançar na corda tênue entre a necessidade e a generosidade. É a expressão de um amor que nasce da compreensão de que, ao compartilhar o pouco que temos, descobrimos a verdadeira riqueza da experiência humana.

    Portanto, a vida material, com suas carências e precariedades, é a tela na qual o amor pinta suas obras mais significativas. O sacrifício é a tinta que dá cor a essa obra, transformando as limitações em possibilidades, e as carências em oportunidades de amor doador. Em meio às necessidades, encontramos a verdadeira plenitude do ser.

    Na tessitura efêmera da vida física, onde a matéria dança com a transitoriedade, o amor se revela com uma expressão única: o mérito do sacrifício. É nesse palco de carências, onde as sombras da finitude se entrelaçam com os raios efêmeros da existência, que o amor ganha um brilho singular.

    No universo sutil dos planos mais elevados, onde a plenitude e a abundância tecem seus véus etéreos, o mérito do sacrifício perde sua razão de ser. Nas esferas onde nada falta, onde a totalidade é a canção que embala os seres, o sacrifício se dissolve na melodia ininterrupta da plenitude.

    É na imperfeição da vida física, marcada pelas carências e limitações, que o amor descobre o terreno fértil para florescer como sacrifício. O mérito desse amor reside na capacidade de transcender as próprias necessidades, de abrir mão do que é escasso para preencher os vazios alheios. Nesse ato de dar além das próprias fronteiras, o amor revela sua grandeza poética.

    Imaginem um éden onde a saciedade é eterna, onde não existe a sensação de falta. Nesse reino de plenitude, o mérito do sacrifício seria uma nota perdida em um concerto de excessos. O brilho sutil do sacrifício, com sua capacidade de iluminar as sombras da necessidade, só encontra seu lugar de destaque na sinfonia da vida física.

    Assim, é na fragilidade e nas limitações da experiência terrena que o amor conquista seus galões de nobreza. O sacrifício é a expressão sublime do amor que ousa desafiar a escassez, plantando sementes de generosidade em terrenos áridos. Nas carências, o amor descobre seu próprio esplendor, e o mérito do sacrifício se torna a jóia preciosa que adorna a coroa do coração humano.

    Então, na vida física, o amor se veste com as vestes do sacrifício, um mérito que ressoa nos corredores da eternidade, onde a abundância não requer a poesia do dar além de si mesmo. O sacrifício é a poesia do amor na linguagem única da existência terrena.

    Evolução

    Na complexa coreografia da existência, quando o fractal da consciência inicia sua jornada pelo plano denso, é frequentemente envolto pelas sombras do egoísmo antes de sentir a luz do altruísmo. O ego, como uma névoa sutil, muitas vezes obscurece as trilhas do coração, enquanto o altruísmo, a expressão mais pura do amor, aguarda pacientemente sua vez de florescer. O sacrifício, essa obra de arte na tapeçaria da evolução, leva tempo para se desenhar nos corações fractais.

    A evolução, nesse contexto, não é apenas uma jornada temporal, mas uma jornada do espírito. É um processo de desabrochar, onde as pétalas da consciência se expandem gradualmente, revelando a beleza intrínseca da compaixão e do serviço desinteressado. O sacrifício, como uma pincelada lenta, vai delineando as linhas da evolução nos corações fractais, transformando o egoísmo em altruísmo, o individualismo em interconexão.

    Estamos aqui, nesse palco terreno, para evoluir. A evolução, nesse contexto, é um mergulho nas águas profundas do amor. O amor, a expressão máxima dessa evolução, não se apresenta apenas como um sentimento, mas como uma prática contínua de transcendência do eu em direção ao todo. É a capacidade de amar para além dos limites do próprio ego, estendendo-se para abraçar a vastidão da humanidade.

    A jornada de evolução não é uma escalada abrupta, mas uma caminhada lenta e constante. O amor, como a bússola que guia os passos da evolução, revela-se como o catalisador que transforma o ego em um instrumento de serviço e compaixão. É na prática diária do sacrifício, na disposição de abrir mão do próprio conforto para beneficiar o outro, que o desenho da evolução ganha clareza.

    A metamorfose do egoísmo para o altruísmo não é apenas uma transformação individual, mas um presente para o coletivo. À medida que cada fractal da consciência evolui, ele contribui para a elevação coletiva da humanidade. A evolução, assim, torna-se um ato de amor não apenas consigo mesmo, mas com o mundo.

    Portanto, a jornada da evolução é um convite para que cada fractal, ainda envolto nas sombras do egoísmo, permita que o amor desenhe suas linhas delicadas nos corações. O sacrifício, como a trilha iluminada da evolução, é a expressão sublime de um amor que amadurece com o tempo, transformando o caminho da busca individual em uma dança coletiva em direção à plenitude evolutiva.

    Na senda do paradigma fractal, a concepção tradicional de evolução como um caminho em direção ao amor e ao conhecimento merece uma nova reflexão. No coração dessa reavaliação está a compreensão de que o fractal da consciência, ou o espírito, não busca adquirir conhecimento externo, pois ele já detém, em sua essência, a totalidade do conhecimento. Ele é, de fato, o espelho do todo, refletindo a intricada teia do Universo que se desenha através dele.

    Nessa perspectiva, a busca pelo conhecimento externo torna-se desnecessária, pois o fractal já abriga em si mesmo a compreensão intrínseca de todas as coisas. Ele é o eco divino que carrega consigo a ressonância de cada acontecimento, cada segredo do cosmos. O conhecimento, portanto, não é um destino a ser alcançado, mas uma realidade inata que pulsa no cerne de cada fractal.

    Então, se não é o conhecimento que busca aprimorar-se, qual é o propósito dessa jornada fractal? O que falta aos fractais, e, por extensão, ao Uno por correspondência fractal, é a vivência do amor na alteridade do Eu e do Tu. Aqui reside o verdadeiro chamado à evolução, uma dança cósmica em que cada fractal explora a vastidão do amor através das experiências na dualidade.

    A plenitude do conhecimento divino já está inscrita nas linhas do fractal, mas a jornada é uma busca pelo aprofundamento da experiência do amor. É um convite para que o fractal explore as nuances do amor na teia interconectada do Eu e do Tu. A alteridade, o reconhecimento do outro como parte inseparável de si mesmo, é a arena na qual o amor se manifesta plenamente.

    A evolução, portanto, não é uma escalada em direção a um conhecimento externo, mas um mergulho nas águas profundas do amor. É uma exploração das infinitas formas pelas quais o amor pode se expressar, uma jornada que transcende o conhecimento intelectual para abraçar a riqueza emocional da existência. O fractal, ao vivenciar o amor na dualidade, não está se movendo em direção ao conhecimento, mas sim expandindo-se na compreensão e expressão do amor divino que já habita em seu âmago.

    Assim, na perspectiva fractal, a verdadeira evolução é uma dança de amor, uma jornada que revela a beleza e a plenitude do Uno através das experiências na dualidade do Eu e do Tu. É a jornada da redescoberta do amor, não como uma meta a ser alcançada, mas como a

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