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Batalha De Cambrai, 1917
Batalha De Cambrai, 1917
Batalha De Cambrai, 1917
E-book171 páginas1 hora

Batalha De Cambrai, 1917

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Sobre este e-book

Em 1917, Cambrai havia se tornado um dos mais importantes nós do sistema ferroviário e do sistema de comando e controle alemães. Estava protegida atrás das defesas da Linha Hindenburg. A posição defensiva alemã compreendia três linhas de trincheiras duplas (frente e apoio). Não há dúvida que o setor de Flesquieres era o mais forte das forças alemãs que enfrentavam o IV Corpo britânico. A posição defensiva na contraencosta tinha a linha de crista do movimento em que se apoiava formando a “cabeça” de uma reentrância que descia na direção do vale Grand Ravine, que por sua vez era flanqueado pelas vilas de Havrincourt e Ribecourt, dando para entender porque o general Harper, comandante da divisão, desde o início, duvidara da possibilidade desse ataque frontal, sem ou com o apoio de tanques. O estudo integrado do terreno, dos meios e da missão será a base da variável mais importante que, cientificamente, será alterada na simulação. Essa variável é a de comparar métodos diversos (Fuller e Harper) para uma vitória britânica no setor de Flesquieres, que provou ser fundamental para o posterior insucesso na área de operações, ou seja, alterar a composição histórica da 51ª Divisão de Infantaria.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de fev. de 2024
Batalha De Cambrai, 1917

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    Batalha De Cambrai, 1917 - André Geraque Kiffer

    ANDRÉ  GERAQUE  KIFFER

    Batalha  de  Cambrai,

    1917.

    Uma  Simulação  Histórica

    da  51ª  Divisão  de  Infantaria

    Britânica.

    Edição  do  Autor Rio  de  Janeiro

    2011

    ---  Kiffer,  André  Geraque.

    Batalha  de  Cambrai,  1917.  Uma  Simulação  Histórica  da 51ª  Divisão  de  Infantaria  Britânica.  André  Geraque  Kiffer.

    Edição  do  Autor,  Rio  de  Janeiro,  2011. Bibliografia:  204  f.  35  il.  21  cm..

    1.  História  Militar.  2.  Arte  da  Guerra.  3.  Ciência  da Guerra.  4.  Jogos  de  Guerra.  I.  Autor.  II.  Título.

    ISBN  978-85-9138-221-7

    2

    3 AGRADECIMENTOS

    À  Deus  pela  saúde.

    A  minha  querida  esposa  Leila,  pelo  apoio  e

    compreensão.

    4

    O  homem  superior  age  antes  de  falar  e  depois  fala  de  acordo com  suas  ações.

    (Confúcio)

    5 RESUMO

    Iniciei  a  construção  desta  obra  no  ano  de  1995, quando  inspirado  pela  leitura  da  obra-prima  de Arnold  Toynbee,  Um  Estudo  da  História,  e  pelo livro  "  Future  Wars"  ,  de  Trevor  N.  Dupuy,  desenvolvi a  monografia  Uma  Visão  Prospectiva  para  o  início do  século  XXI,  baseada  na  História  Militar  do período  1939-1991,  da  evolução  da  arte  da  guerra no  emprego  de  blindados,  que  apresentada  em 1999  encontra-se  arquivada  na  Escola  de  Comando e  Estado-Maior  do  Exército.  Na  seqüência desenvolvi  o  trabalho  profissional  Um  Estudo  da História  Militar  da  Guerra  da  Coréia,  aprovado  e arquivado  no  Estado-Maior  do  Exército  em  2004,  na qual  iniciei  a  esquematização  do  estudo  da  história militar  apoiado  pela  ferramenta  jogo  de  guerra. Em  2005,  com  a  leitura  do  livro  "  Wargame  Design" editado  pela  Strategy  &  Tactics  Magazine  , consolidei  uma  Matriz  para  Um  Estudo  da História  Militar  e  iniciei  a  análise  das  guerras,

    campanhas  e  batalhas  de  uma  determinada  época

    6

    e/ou  de  uma  civilização  descritas  no  Atlas  of Military  History  ,  edição  2006,  do  Instituto Smithsoniano.  Em  cada  livro  uma  guerra, campanha  ou  batalha  selecionada  é  estudada,  em algum  (ns)  dos  níveis  de  decisão  aplicáveis,  ou seja,  o  Político,  o  Estratégico,  o  Estratégico Operacional,  o  Tático  e  o  Técnico.  Com  base  em um  resumo  do  fato  histórico  procura-se  destacar  o (s)  fato  (s)  decisivo  (s)  causador  (es)  do  resultado negativo  antes  de  jogar  a  simulação,  por  meio  de um  "  wargame  .  Quando  o  autor  entender necessário  ao  entendimento  da  simulação,  serão feitas  referências  às  regras  e  ferramentas  do  jogo de  guerra.  Como  o  autor  estará  jogando  e simulando  pelos  dois  lados,  para  aumentar  a credibilidade  científica  da  simulação,  o  outro  lado da  colina"  terá  suas  ações  criadas  em  um  jogo  de guerra  eletrônico,  editado  de  foma  semelhante  ao cenário  do  tabuleiro,  permitindo,  por  meio  dessa inteligência  artificial,  aplicar-se  a  vontade independente  do  inimigo.  Na  simulação  se

    completam  todas  as  possibilidades  do  propósito  do

    7

    estudo,  quando  o  passado  da  história  é  analisado com  base  na  teoria  do  presente  e  projetado  no futuro  ou  revivido  como  caso  esquemático  do  e se…,  permitindo  extrair  conclusões  e  princípios aplicáveis  a  outras  situações  no  tempo  e  no espaço,  sem  a  ilusão  de  esgotar  todas  as  variantes imagináveis,  ou  seja,  um  jogo  sem  fim,  idealizando sempre  que  quando  jogarmos  o  lado  que historicamente  perdeu  seguiremos  a  máxima ANTES  A  VITÓRIA  QUE  A  DERROTA  e  quando jogarmos  o  lado  do  vencedor  histórico,  A VITÓRIA  SEMPRE,  MAS  COM  O  MENOR  CUSTO POSSÍVEL. Palavras  chave:  História  Militar.  Arte  da  Guerra.

    Ciência  da  Guerra.  Jogos  de  Guerra.

    8 SUMÁRIO

    CAPÍTULO  1  –  A  51ª  DIVISÃO  DE  INFANTARIA

    BRITÂNICA  E  A  BATALHA  DE  CAMBRAI,  1917.....9 CAPÍTULO  2  –  ANÁLISE  TÉCNICA  BRITÂNICA..54 CAPÍTULO  3  –  SIMULAÇÃO  TÉCNICA................72

    REFERÊNCIAS...................................................201

    9 CAPÍTULO  1

    BATALHA  DE  CAMBRAI,  1917

    Apesar  do  comando  ser  de  oficial-general,  o estudo  será  técnico  porque  o  principal  objetivo  é analisar  e  comparar  as  técnicas  empregadas  pelas brigadas  de  infantaria  com  o  apoio  dos  batalhões de  tanques.

    Na  madrugada  de  20  de  novembro  de  1917, mais  de  400  tanques  (carros  de  combate) avançaram  contra  uma  linha  inimiga  com  cerca  de 10  km,  próxima  da  cidade  de  Cambrai,  liderando  o assalto  de  cinco  divisões  de  infantaria  contra  esse setor  da  Linha  Hindenburg.  Por  volta  do  meio  do  dia os  tanques  haviam  rompido  através  das  três  linhas

    de  trincheiras  penetrando  uma  profundidade  de

    10

    mais  de  6  km  –  distância  igual  à  obtida  na  ofensiva de  Passchendaele  ao  atingir  seu  quarto  mês.

    Fig  1:  Área  de  Operações.

    As  duas  divisões  inimigas  que  guarneciam  o setor  foram  destruídas  como  força  de  combate, perdendo  mais  de  100  canhões  e  4.000  prisioneiros –  ao  custo  de  somente  4.000  baixas  britânicas. Este  brilhante  sucesso,  tão  econômico  em  sangue,

    foi  devido  principalmente  à  ação  dos  4.000  homens

    11

    das  guarnições  dos  blindados.  O  princípio  de guerra  da  Economia  de  Força  ficou  amplamente demonstrado.

    A  concentração  estratégica  operacional  do Corpo  de  Tanques  requereu  uma  dupla  jornada ferroviária  por  meio  do  emprego  de  36 composições.  Primeiro,  os  tanques  foram transportados  e  desembarcados  próximos  a  Bray- sur-Somme,  e,  posteriormente,  embarcaram novamente,  sendo  deslocados  para  a  linha  de frente  no  período  entre  15  e  18  de  novembro.  À medida  que  desembarcavam  dos  trens  aguardavam a  noite  para,  com  disciplina  de  luzes, movimentarem-se  nas  direções  das  zonas  de reunião,  localizadas  em  Gouzeaucourt,  Villers- Guislain,  floresta  de  Dessart,  Villers-Plouich  e floresta  de  Havrincourt.  Na  noite  de  19,  por  trilhas previamente  reconhecidas  e  preparadas  eles atingiram  suas  posições  de  ataque.

    Ainda  assim,  o  segredo  do  ataque  foi  posto  em perigo  nas  últimas  24  horas  quando,  numa  incursão

    alemã  contra  as  posições  britânicas  em

    12

    Havrincourt,  na  madrugada  de  18  de  novembro, resultou  na  captura  de  dois  prisioneiros  que informaram  da  presença  de  tanques  na  área  e preparativos  para  um  ataque.  E,  a  19,  um fragmento  de  uma  mensagem  telefônica  britânica foi  captado,  Flandres  Terça-Feira,  sendo considerada  uma  mensagem  pré-estabelecida  e aumentando  as  suspeitas  alemãs.

    Nessa  noite  as  tropas  foram  alertadas  e  o comandante  do  II  Exército  alemão,  general  Marwitz, disponibilizou  as  forças  que  chegavam  da  107ª Divisão  de  infantaria  -  proveniente  da  Frente Oriental  –  para  a  54ª  Divisão  de  Infantaria. Entretanto,  a  surpresa  ainda  estava  garantida, porque  os  alemães  esperariam  a  preparação  de artilharia  de  rotina  antes  de  uma  ofensiva,  e  esta como  se  sabe,  seria  intensa  e  curta,  outra  técnica inovadora  prevista  no  ataque  britânico.  As condições  meteorológicas  também  favoreceram com  a  neblina  matinal  na  área  da  batalha.

    Como  ataque  preliminar  a  infantaria  britânica

    capturou  as  trincheiras  avançadas  alemãs  próximas

    13

    às  matas  ao  sul  de  Havrincourt,  permitindo  a utilização  de  melhores  cobertas  para  o  desembocar do  ataque  principal.

    Fig  2:  Havrincourt,  objetivo  preliminar.

    O  ataque  dos  tanques,  20  de  novembro  de 1917

    O  ataque  iniciou  às  6:20  h  da  manhã.  O  Corpo de  Tanques  desdobrou  todos  os  seus  blindados, sendo  comandado  pelo  general  Hugh  Elles  a  partir do  seu  Mark  IV  chamado  de  Hilda.

    Antes  do  avanço  das  forças  de  manobra,  a artilharia  realizou  uma  intensificação  de  fogos  pré- planejados  sobre  as  trincheiras  da  Linha

    Hindenburg  e  sobre  posições  de  comando,  de

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    reunião  de  reservas  e  de  instalações  logísticas mais  à  retaguarda.  A  seguir,  a  artilharia  lançou  uma cortina  de  fumaça,  que  somada  à  neblina  da manhã,  contribuiu  para  cobrir  os  movimentos iniciais  à  frente.

    Na  direita  do  III  Corpo,  a  12ª  Divisão conquistou  Bonavis  e  a  floresta  de  Lateau, estabelecendo  uma  proteção  de  flanco  de  maneira a  permitir  a  ultrapassagem,  em  segurança,  da cavalaria.

    A  20ª  Divisão  capturou  La  Vacquerie  após  um duro  combate,  prosseguindo  até  Les  Rues  Vertes  e Masnieres,  onde  existia  uma  região  de  passagem contínua  (uma  ponte)  sobre  o  canal  de  Saint Quentin.  Assegurar  essa  ponte  era  fundamental para  o  prosseguimento  da  cavalaria  na  direção  do desbordamento  a  leste  de  Cambrai.  Entretanto,  o peso  do  primeiro  tanque,  Flying  Fox,  destruiu  a ponte,  interrompendo  o  avanço  da  cavalaria.

    Numa  falha  do  sistema  de  comando  e  controle do  Corpo  de  Cavalaria,  não  foi  aproveitada,  num

    prazo  útil,  a  inteligência  de  que  existiam  outras

    15

    regiões  de  passagem,  muito  pouco  defendidas,  em Crevecoeur-sur-Escaut.

    Na  esquerda  do  III  Corpo,  a  6ª  Divisão,  após ter  rompido  a  Linha  Hindenburg,  avançou  e conquistou  Ribecourt,  prosseguindo  até  Marcoing.  A cavalaria  ultrapassou,  conforme  planejado,  mas  foi repelida  em  frente  à  Noyelles. Fig  3:  Sobrepeso  numa  ponte  sobre  o  canal  de

    Saint  Quentin.

    O  IV  Corpo  tinha  à  sua  disposição, inicialmente,  três  divisões  de  infantaria  –  as  36ª,  51ª e  62ª.  A  primeira  divisão  (a  36ª)  protegeria  o  flanco esquerdo  enquanto  as  duas  últimas  seriam

    lideradas  por  tanques  da  1ª  Brigada  no  ataque.  O

    16

    Corpo  contaria  ainda  com  a  1ª  Divisão  de Cavalaria.

    A  missão  do  IV  Corpo  era  romper

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