Batalha De Cambrai, 1917
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Batalha De Cambrai, 1917 - André Geraque Kiffer
ANDRÉ GERAQUE KIFFER
Batalha de Cambrai,
1917.
Uma Simulação Histórica
da 51ª Divisão de Infantaria
Britânica.
Edição do Autor Rio de Janeiro
2011
--- Kiffer, André Geraque.
Batalha de Cambrai, 1917. Uma Simulação Histórica da 51ª Divisão de Infantaria Britânica. André Geraque Kiffer.
Edição do Autor, Rio de Janeiro, 2011. Bibliografia: 204 f. 35 il. 21 cm..
1. História Militar. 2. Arte da Guerra. 3. Ciência da Guerra. 4. Jogos de Guerra. I. Autor. II. Título.
ISBN 978-85-9138-221-7
2
3 AGRADECIMENTOS
À Deus pela saúde.
A minha querida esposa Leila, pelo apoio e
compreensão.
4
O homem superior age antes de falar e depois fala de acordo com suas ações.
(Confúcio)
5 RESUMO
Iniciei a construção desta obra no ano de 1995, quando inspirado pela leitura da obra-prima de Arnold Toynbee, Um Estudo da História
, e pelo livro " Future Wars" , de Trevor N. Dupuy, desenvolvi a monografia Uma Visão Prospectiva para o início do século XXI, baseada na História Militar do período 1939-1991, da evolução da arte da guerra no emprego de blindados
, que apresentada em 1999 encontra-se arquivada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Na seqüência desenvolvi o trabalho profissional Um Estudo da História Militar da Guerra da Coréia
, aprovado e arquivado no Estado-Maior do Exército em 2004, na qual iniciei a esquematização do estudo da história militar apoiado pela ferramenta
jogo de guerra. Em 2005, com a leitura do livro " Wargame Design" editado pela Strategy & Tactics Magazine , consolidei uma Matriz para Um Estudo da História Militar
e iniciei a análise das guerras,
campanhas e batalhas de uma determinada época
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e/ou de uma civilização descritas no Atlas of Military History
, edição 2006, do Instituto Smithsoniano. Em cada livro uma guerra, campanha ou batalha selecionada é estudada, em algum (ns) dos níveis de decisão aplicáveis, ou seja, o Político, o Estratégico, o Estratégico Operacional, o Tático e o Técnico. Com base em um resumo do fato histórico procura-se destacar o (s) fato (s) decisivo (s) causador (es) do resultado negativo antes de jogar a simulação, por meio de um " wargame . Quando o autor entender necessário ao entendimento da simulação, serão feitas referências às regras e ferramentas do jogo de guerra. Como o autor estará jogando e simulando pelos dois lados, para aumentar a credibilidade científica da simulação,
o outro lado da colina" terá suas ações criadas em um jogo de guerra eletrônico, editado de foma semelhante ao cenário do tabuleiro, permitindo, por meio dessa inteligência artificial, aplicar-se a vontade independente do inimigo. Na simulação se
completam todas as possibilidades do propósito do
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estudo, quando o passado da história é analisado com base na teoria do presente e projetado no futuro ou revivido como caso esquemático do e se…
, permitindo extrair conclusões e princípios aplicáveis a outras situações no tempo e no espaço, sem a ilusão de esgotar todas as variantes imagináveis, ou seja, um jogo sem fim, idealizando sempre que quando jogarmos
o lado que historicamente perdeu seguiremos a máxima ANTES A VITÓRIA QUE A DERROTA
e quando jogarmos
o lado do vencedor histórico, A VITÓRIA SEMPRE, MAS COM O MENOR CUSTO POSSÍVEL
. Palavras chave: História Militar. Arte da Guerra.
Ciência da Guerra. Jogos de Guerra.
8 SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – A 51ª DIVISÃO DE INFANTARIA
BRITÂNICA E A BATALHA DE CAMBRAI, 1917.....9 CAPÍTULO 2 – ANÁLISE TÉCNICA BRITÂNICA..54 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO TÉCNICA................72
REFERÊNCIAS...................................................201
9 CAPÍTULO 1
BATALHA DE CAMBRAI, 1917
Apesar do comando ser de oficial-general, o estudo será técnico porque o principal objetivo é analisar e comparar as técnicas empregadas pelas brigadas de infantaria com o apoio dos batalhões de tanques.
Na madrugada de 20 de novembro de 1917, mais de 400 tanques (carros de combate) avançaram contra uma linha inimiga com cerca de 10 km, próxima da cidade de Cambrai, liderando o assalto de cinco divisões de infantaria contra esse setor da Linha Hindenburg. Por volta do meio do dia os tanques haviam rompido através das três linhas
de trincheiras penetrando uma profundidade de
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mais de 6 km – distância igual à obtida na ofensiva de Passchendaele ao atingir seu quarto mês.
Fig 1: Área de Operações.
As duas divisões inimigas que guarneciam o setor foram destruídas como força de combate, perdendo mais de 100 canhões e 4.000 prisioneiros – ao custo de somente 4.000 baixas britânicas. Este brilhante sucesso, tão econômico em sangue,
foi devido principalmente à ação dos 4.000 homens
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das guarnições dos blindados. O princípio de guerra da Economia de Força ficou amplamente demonstrado.
A concentração estratégica operacional do Corpo de Tanques requereu uma dupla jornada ferroviária por meio do emprego de 36 composições. Primeiro, os tanques foram transportados e desembarcados próximos a Bray- sur-Somme, e, posteriormente, embarcaram novamente, sendo deslocados para a linha de frente no período entre 15 e 18 de novembro. À medida que desembarcavam dos trens aguardavam a noite para, com disciplina de luzes, movimentarem-se nas direções das zonas de reunião, localizadas em Gouzeaucourt, Villers- Guislain, floresta de Dessart, Villers-Plouich e floresta de Havrincourt. Na noite de 19, por trilhas previamente reconhecidas e preparadas eles atingiram suas posições de ataque.
Ainda assim, o segredo do ataque foi posto em perigo nas últimas 24 horas quando, numa incursão
alemã contra as posições britânicas em
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Havrincourt, na madrugada de 18 de novembro, resultou na captura de dois prisioneiros que informaram da presença de tanques na área e preparativos para um ataque. E, a 19, um fragmento de uma mensagem telefônica britânica foi captado, Flandres Terça-Feira
, sendo considerada uma mensagem pré-estabelecida e aumentando as suspeitas alemãs.
Nessa noite as tropas foram alertadas e o comandante do II Exército alemão, general Marwitz, disponibilizou as forças que chegavam da 107ª Divisão de infantaria - proveniente da Frente Oriental – para a 54ª Divisão de Infantaria. Entretanto, a surpresa ainda estava garantida, porque os alemães esperariam a preparação de artilharia de rotina antes de uma ofensiva, e esta como se sabe, seria intensa e curta, outra técnica inovadora prevista no ataque britânico. As condições meteorológicas também favoreceram com a neblina matinal na área da batalha.
Como ataque preliminar a infantaria britânica
capturou as trincheiras avançadas alemãs próximas
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às matas ao sul de Havrincourt, permitindo a utilização de melhores cobertas para o desembocar do ataque principal.
Fig 2: Havrincourt, objetivo preliminar.
O ataque dos tanques, 20 de novembro de 1917
O ataque iniciou às 6:20 h da manhã. O Corpo de Tanques desdobrou todos os seus blindados, sendo comandado pelo general Hugh Elles a partir do seu Mark IV chamado de Hilda
.
Antes do avanço das forças de manobra, a artilharia realizou uma intensificação de fogos pré- planejados sobre as trincheiras da Linha
Hindenburg e sobre posições de comando, de
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reunião de reservas e de instalações logísticas mais à retaguarda. A seguir, a artilharia lançou uma cortina de fumaça, que somada à neblina da manhã, contribuiu para cobrir os movimentos iniciais à frente.
Na direita do III Corpo, a 12ª Divisão conquistou Bonavis e a floresta de Lateau, estabelecendo uma proteção de flanco de maneira a permitir a ultrapassagem, em segurança, da cavalaria.
A 20ª Divisão capturou La Vacquerie após um duro combate, prosseguindo até Les Rues Vertes e Masnieres, onde existia uma região de passagem contínua (uma ponte) sobre o canal de Saint Quentin. Assegurar essa ponte era fundamental para o prosseguimento da cavalaria na direção do desbordamento a leste de Cambrai. Entretanto, o peso do primeiro tanque, Flying Fox
, destruiu a ponte, interrompendo o avanço da cavalaria.
Numa falha do sistema de comando e controle do Corpo de Cavalaria, não foi aproveitada, num
prazo útil, a inteligência de que existiam outras
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regiões de passagem, muito pouco defendidas, em Crevecoeur-sur-Escaut.
Na esquerda do III Corpo, a 6ª Divisão, após ter rompido a Linha Hindenburg, avançou e conquistou Ribecourt, prosseguindo até Marcoing. A cavalaria ultrapassou, conforme planejado, mas foi repelida em frente à Noyelles. Fig 3: Sobrepeso numa ponte sobre o canal de
Saint Quentin.
O IV Corpo tinha à sua disposição, inicialmente, três divisões de infantaria – as 36ª, 51ª e 62ª. A primeira divisão (a 36ª) protegeria o flanco esquerdo enquanto as duas últimas seriam
lideradas por tanques da 1ª Brigada no ataque. O
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Corpo contaria ainda com a 1ª Divisão de Cavalaria.
A missão do IV Corpo era romper