Um amor verdadeiro
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Sobre este e-book
Marty Owens era uma mulher prática, mas embora contratar aquele homem tão atractivo parecesse uma loucura, ela estava desesperada e Cole Stevens tinha umas mãos fortes e uma voz sedutora que parecia assegurar-lhe que faria o trabalho rápido e bem. Parecia lógico que vivesse em casa dela para assim poder trabalhar dia… e noite. O que não tinha lógica alguma eram as fantasias que ela, habitualmente tão séria, estava a ter com ele; não podia parar de se imaginar abraçada àquele corpo musculoso na cozinha, no quarto, no duche…
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Um amor verdadeiro - Dixie Browning
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2005 Dixie Browning
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Um amor verdadeiro, n.º 729 - Agosto 2015
Título original: Her Man Upstairs
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2007
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7134-2
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Se gostou deste livro…
Capítulo Um
Marty levou dez minutos para tomar banho, lavar a cabeça e tirar o mau cheiro que se entranhara no seu cabelo. Tinha que se vestir e descer ao andar inferior a tempo de conhecer o quarto empreiteiro, caso se dignasse a aparecer.
Que se passava com a ética trabalhadora do país?
Ela sabia o que passara com a sua. Oscilava selvagemmente entre ter de fazer, dispor-se a fazer e não ser capaz. Entre andar a toda a velocidade e ter os motores parados, dependendo da altura do mês.
Pelo menos, não tinha ninguém que dependesse dela. Nem sequer um cão ou um gato. Consolou-se pensando que, além disso, não tinha que pagar a renda da casa, portanto, excepto a factura do telefone, da luz e dos impostos da propriedade, não devia um cêntimo a ninguém.
Por outro lado, mal se podia permitir ir ao cabeleireiro, nem renovar o guarda-roupa, que estava a ficar bastante obsoleto. No entanto, mesmo que o pudesse fazer, não tinha interesse algum em fazê-lo. Aquela falta de interesse era o mais aterrorizador de tudo. Aproximava-se dos quarenta anos e já tinha alguns cabelos brancos e algumas rugas, para não mencionar que as costas lhe causavam desconforto.
Claro que com certeza aquilo tinha que ver com o facto de ter mudado de lugar centenas de livros e umas quantas estantes enormes.
Em resumo, cada vez estava menos nova e não tinha rendimentos. Se as coisas continuavam assim, deprimir-se-ia seriamente.
Olhou para o relógio e pensou que daria ao empreiteiro mais uns dez minutos. Esporadicamente, havia engarrafamentos até em Muddy Landing, cuja população rondava somente uns mil habitantes. Esquecera-se de lhe perguntar onde estava alojado quando ele lhe telefonara na noite anterior para lhe perguntar se necessitava de um empreiteiro. Se vinha à entrevista de trabalho desde Elizabeth City, podia ter apanhado um tractor ou um autocarro escolar à sua frente.
Aquilo era o barulho da porta de um carro a fechar-se?
Esfregou o cabelo com a toalha para terminar de o secar e abriu a gaveta para tirar umas meias. Há muito tempo que perdera o costume de as juntar e fazer uma bola para as guardar, portanto tirou uma comprida e outra curta de cores diferentes. Voltou a guardá-las e desceu a correr as escadas, descalça.
Pelo menos, já não cheirava a poliuretano. Se o truque da canela tinha funcionado, a casa também já não cheiraria mal.
O telefone tocou justamente quando descia o terceiro degrau. Deixou escapar um insulto entre dentes e virou-se para atender, para o caso de ser o empreiteiro, que queria indicações para encontrar a direcção.
– Estou?
– Já chegou?
Encolheu os ombros.
– Oh, Sasha – disse. Se existia um momento inoportuno para que alguém telefonasse ou aparecesse de visita, a sua melhor amiga encontrava-o. – Achava que eras outra pessoa. Olha, não posso falar agora. Importas-te de telefonar mais tarde?
– Estás a falar, não?
– Mas tenho pressa. Não podes esperar?
– Já está aí?
– Quem?
– O empreiteiro, parva! A Faylene disse-me que o Bob Ed lhe disse que te ligaria ontem. Ligou?
Marty respirou profundamente.
– Acabo de ouvir a porta de um carro a fechar-se; portanto talvez seja ele. Ouve, telefono-te mais tarde, está bem?
– Espera, não desligues! Telefona-me assim que ele se for embora, por favor… A Faylene disse-me…
Marty não esperou para saber o que dissera Faylene. O problema de uma terra pequena como Muddy Landing era que, além da pesca, da caça e das fazendas, a maior ocupação da população era a coscuvilhice. Se calhar, metade da terra já sabia o que planeava fazer em casa, quem a ia ajudar a fazê-lo e quanto custaria, mais ou menos.
Desligou o telefone e olhou pela janela do quarto. Viu uma velha camioneta com uma caixa de ferramentas na traseira. Depois, o seu olhar viu uma perna comprida coberta com calças de ganga que saía do interior, seguida por uns ombros cobertos de pele, da largura de uma perna. A julgar por todo aquele cabelo emaranhado e claro pelo sol, aquele homem era um louco do surf, ou passara o Verão no alto de telhado de alguém, a colocar telhas.
Olhava fixamente para o homem, quando ele alçou a vista e a cravou na janela do quarto. Oh, credo…
Enquanto fechava as cortinas, sobressaltada, Marty pensou que talvez não devesse deixar entrar em sua casa homens estranhos, vivendo sozinha. Aquele, por exemplo, tinha aspecto de ser capaz de demolir muros sem necessidade de ferramentas. «É um trabalhador, parva! Que esperavas, uma pluma?»
Tocou à campainha e Marty apressou-se a sair do quarto. Estava novamente nas escadas quando tocou o alarme contra incêndios, atravessando-lhe os tímpanos com um agudo assobio.
– Agora não, caramba!
Desceu a correr o resto das escadas e chegou lá abaixo precisamente quando a porta se abria violentamente.
– Saia, eu trato do fogo! – gritou o homem, enquanto fazia sinais frenéticos para a saída.
Ela contornou o poste da varanda e chocou com ele a caminho da cozinha. Ficou parada, a olhar para o fumo que enchia rapidamente a casa.
– Tente não respirar! Onde está o extintor?
– Junto da máquina de secar! – respondeu Marty.
Correu para a cozinha e deu uma pancada no detector de incêndios do lava-loiça. A tampa saltou, as pilhas caíram e o barulho ensurdecedor parou de repente.
No silêncio, os dois entreolharam-se, atónitos. O estranho do cabelo clareado pelo sol e olhos penetrantes reagiu primeiro e dirigiu-se para a porta da que provinham as nuvens de fumo.
– Afaste-se! – Marty empurrou-o com o ombro e pegou numa forma de alumínio enegrecida pelo fogo. Abriu a porta traseira, deitou a forma para a rua, inspirou duas vezes e voltou rapidamente para a cozinha para apagar o gás.
O estranho não tinha dito nem uma palavra.
Tentando não inalar, ela segurou-se com a mão direita e começou a blasfemar em voz baixa. Deus, podia ter queimado a sua própria casa!
– Vai dizer-me o que se passa? – perguntou o estranho, com as mãos apoiadas nas cintura e olhando para ela com desconfiança.
Ele a pedir-lhe explicações? Não fora Marty que entrara numa casa sem ser convidado e começara a dar ordens aos gritos.
– Desculpe – disse num instante, mais calmo. – Pensava que havia um incêndio de verdade – acrescentou, sacudindo a mão, apontando para o fumo que ascendia pelo tecto da cozinha.
Tentando não respirar profundamente, ela inclinou-se para o lava-louça e pôs os dedos abrasados sob a água fria.
Notou a sua presença atrás dela e tentou não reagir de modo algum. Tinha de ser o encarregado das obras. Não podia ser um bombeiro que passasse casualmente por ali e tivesse cheirado a fumo.
– Bem… talvez deva ir-me – disse. Tinha uma voz grave e rica, embora parecesse tímido.
– Não! Por favor. Isto é, se o senhor for o empreiteiro de quem estava à espera. É o senhor, não é? – perguntou Marty. Virou-se, segurando ainda o pulso para tentar mitigar a dor da queimadura, que se estendia pelo braço até ao cotovelo.
Ele observa-a com a máxima atenção, seguramente, perguntando-se se era arriscado ficar naquela casa.
– A senhora está bem?
Chamara-a senhora. Era politicamente incorrecto, mas doce de qualquer forma. Consciente de que tinha o cabelo molhado e encaracolado, e que estava descalça, tentou adoptar uma atitude fria e eficiente.
– Eh… sim. É que sucedeu tudo de repente. Primeiro tocou o telefone, depois a campainha da porta e depois o alarme contra incêndios.
Ele assentiu lentamente. Depois cheirou o ar, usando um nariz muito lindo. Não muito grande, não muito recto… o suficiente para que o resto dos rasgos não parecessem perfeitos.
– O que é este cheiro?
Marty também cheirou.
– Poliuretano e dissolvente de pintura, eh… misturado