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Cão da Lua: Volume III
Cão da Lua: Volume III
Cão da Lua: Volume III
E-book94 páginas1 hora

Cão da Lua: Volume III

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Sobre este e-book

Este libro é referente a uma trilogia de relatos, efectuados ao redor da Península Ibérica, cujo simbólico e familiar protagonista, denominado, "Cão da Lua", vai deambulando em constante busca de tão fascinantes paisagens ibéricas. Este volume III, narra a deslumbrante visita à Alhambra de Granada, às antigas minas de ouro das Médulas, situadas em El Bierzo, Comunidade Autónoma de Castilla y León e também o Caminho de Santiago, no seu percurso pela Comunidade Foral de Navarra e ainda por uma viagem vitivinícola, que parte de Lisboa, passando posteriormente por Mérida- Comunidade Autónoma de Extremadura, até chegar finalmente à Denominação de Origem de Vinhos de Valdepeñas- Comunidade Autónoma de Castilla-La Mancha.
IdiomaPortuguês
EditoraObrapropia
Data de lançamento27 de jan. de 2017
ISBN9788415453178
Cão da Lua: Volume III

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    Cão da Lua - José Manuel Da Rocha Cavadas

    VALDEPEÑAS

    REVERSO REFUNDIDO CINESTÉSICO VERDEJANTE...

    ALHAMBRA DE GRANADA

    Andaluzia-Espanha

    E tão [impetuosamente], já chegava uma incandescente aurora. Ia acontecendo num cálido e alargado dia do mês de Agosto. Começando por fim a bulir, [paulatinamente] o tangível fragor de uma nova e buliciosa jornada, que já ia dando seus primeiros latidos de vida, [exactamente], quando os ingrávidos e tão resplandecentes raios de Sol, através de rutilante explosão de tão clara luz, transcorría com tão gratificante e deslumbrante varrido panorámico. A viva luz ia estalando por em cima do imcomparável e fortificado traçado urbano, aonde já se começava a emoldurar tão [subtilmente], todas as sinuosas ruas desta tão singular e surpreendente urbe andaluza, disposta ao pé da ondulada colina da Alcáçova, junto ao mar Mediterrâneo, cujos lemas e títulos que lhe haviam sido outorgados, narravam tão [sucintamente], que a cidade de Málaga foi sempre "a primeira no perigo da liberdade, a mui nobre, mui leal, mui hospitalária, mui benéfica e sempre denodada cidade de Málaga". Muito antes desta cidade, haver sido [históricamente], conquistada pelas tropas invasoras do islão, tinha sido uma cidade confederada de Roma e após a queda do Império Romano, passou a mãos visigodas e [posteriormente] às bizantinas, integrando-se [sucessivamente] sob o domínio cordobês, como capital do reino taifa dos Hammudíes, sendo anexionada mais tarde pelos Almorávides. A antiga cidade de Málaga, havia alcançado o seu maior esplendor durante o reinado dos nazaríes, chegando ao ponto de vir a ser considerada como a segunda cidade mais importante deste reino mulçumano, devido à enorme importância do seu porto marítimo, resguardado por uma sólida muralha, transcorrendo paralela ao mar Mediterrâneo. A antiga alcáçova de Málaga, se havia trasmutado num magnífico exemplo de fortaleza da época taifa dos Hammudíes, que esteve formada por um duplo recinto defensivo, cercada por cinquenta torres de planta irregular e pequeno tamanho, cujos acessos ao recinto fortificado, se efectuavam mediante cinco portas, aonde houve também outra sólida porta que comunicava a alcáçova com o tão altivo castelo de Gibralfaro, por meio de um passadiço protegido por tão altas muralhas. O topónimo deste altivo castelo, talvez derivasse do termo semítico guebel e também do grego pharos, pois era alusivo à existência de um antigo farol, situado na sua altiva cimeira, mas a verdadeira função militar desta fortaleza, havia consistido, [fundamentalmente], na defesa militar da própria alcáçova, situada numa cota mais baixa, pelo qual era muito mais vulnerável aos ataques exteriores, onde se levantou uma muro de contenção, que uniu as duas fortalezas num mesmo sistema defensivo e que, ao chegar ao monte Gibralfaro, se transformava então numa barbacana. Naquele solarengo dia de ferragosto, todas as ruas da cidade Málaga, se encontravam ainda impregnadas de uma preciosa fragância a jasmim, resplandecente, fructífera e deslumbrante herança, que foi legada pelos nazaríes, pois era tão habitual encontrar alguns homens vestidos de tradicionais trajes levando uma penca na mão, em que levavam cravados deleitáveis molhos de esbeltas bisnagas, que representavam [artísticamente], umas vistosas peças artesanais de enorme beleza, [formosamente] compostas por um punhado de jasmins, feitos e decorados a mão, de um em um. A cidade de Málaga, era perante tudo uma urbe andaluza, que ressumava em todo o seu monumental traçado histórico-artístico, a preciosidade cativadora de uns sedutores e atraentes recantos, onde se realçava tão [ostentosamente] o magnífico Castelo de Gibralfaro, alçado lá em cima da colina, como pétrea fortificação, repleta de tanta história, coroando o etéreo Monte Gilbralfaro, ao redor do qual os próprios Fenícios tinham fundado a antiga cidade de Malaka, o metafórico lugar em que se retorcia o metal, exercendo também como atraente e inolvidável miradouro, que proporcionava uma magnífica perspectiva, a vista de pássaro, sobre a ampla baía da cidade de Málaga. A alcáçova de Málaga, que na sua mais verdadeira essência, tinha sido uma fortificação histórica- palaciega da época taifa, esteve aderida ao próprio castelo, através dum passeio resguardado por duas muralhas ziguezagueantes e, dentro dela, ainda se conservavam certos restos palaciegos da época Hammudí. A antiga cidade de Málaga, foi também enaltecida pelos restos do seu imponente teatro romano, que teve as suas próprias origens durante o século I a.C. durante a época de dominio do emperador Augusto, no momento em que todos estes vastos territórios formaram parte da Hispania Ulterior. Encontrando-se regidos pela Lex Flavia Malacitana, cuja função lúdica esteve ligada à propaganda política e religiosa do próprio emperador romano, e que estava formado de forma escalonada, pela "Cavea", que servia de assento para todos os espectadores romanos, e ainda pela "Orchesta", que era um espaço semi-circular, situado entre as bancadas e o próprio cenário, lugar aonde se sentavam todas as personagens ilustres daquela frenética época, e ainda pelo "Proscaenium", que se encontrava situado [exactamente] por detrás da própria Orchesta.

    Dominada por um refulgente jogo de luzes, era como se a cidade de Málaga já estivesse toda ela [retro]iluminada, dando acesso, num ápice, a tão formosos e insólitos enquadres, que iam produzindo uma enorme quantidade de tão apacíveis composições para o infinito, nuns refinados tons azulados mui puros ou nublados, havendo certos claros-escuros contrapostos. O tão luminiscente Sol, já se ia alçando tão [majestuosamente], impregnando [intensamente] de luminosidade e penumbra, a todas estas magníficas "imagens latentes", das agraciadíssimas "estampas visuais, de todo este vasto laberinto orográfico, recheado de inefáveis perspectivas, tão [gostosamente] encerradas sobre os sistemas telúricos béticos, aparecendo como por encanto sobre a impressionante serra de Ronda, que dividía a bacia do rio Guadalquivir, oalegórico grande rio", a costa mediterrânica e a surpreendedora depressão de Antequera.

    E já ia navegando ele, naquela tão legendária ocasião, enfilando-se [vertiginosamente] entre o mar e o céu, por outras veredas marítimas, sempre imerso numa constante actividade, exigida pela consumação duma impecável navegação, deste [cativadoramente] formoso veleiro chamado "Aurora", que estava [icónicamente], realçado, [ostentosamente], com tão imaculado e esbranquiçado velame, que [cândidamente] era mecido por um vento tão suave… "voando vou, voando venho e pelo caminho me devirto! traduzido num fragmento do inovador disco de Camarón de la Isla, chamado "La Leyenda del Tiempo", cuja música flamenga invadía tão [subtilmente], com uma álgida força todos os recovecos corpóreos deste impredecível e esbranquiçado veleiro "Aurora", que após ter feito uma rigorosa manobra e o seu posterior atraque, já se ia escutando ao seu redor, de forma [intermitente], alguns dos lindos cânticos da "Málaga Cantaora".

    E vivia ele, sob um flagrante relativismo e vazio moral, que se palpava nos alvores do século XXI, [alegóricamente] se considerava como excêntrico "Cão da Lua", como empedernido "estrangeiro e sintomático cidadão do mundo", tendo os seus olhos tão cheios de mundo, aonde no fatigoso processo de pensar ou escrever sobre a sua própria pessoa, ele próprio se ia transformando noutro indivíduo, perdendo assim toda

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