O homem que amo
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Sobre este e-book
Trent Sinclair não era o tipo de homem que perdoasse facilmente. E nunca tinha perdoado a Bryn Matthews as suas mentiras. O executivo virara-lhe as costas, embora sem conseguir esquecê-la, quando ela garantira que fora o irmão dele a engravidá-la.
Mas agora que o seu irmão tinha morrido, Bryn regressara com um filho que, evidentemente, era um Sinclair. E Trent sentiu-se incapaz de ignorar a atracção que sempre existira entre os dois.
Janice Maynard
USA TODAY bestselling author Janice Maynard loved books and writing even as a child. Now, creating sexy, character-driven romances is her day job! She has written more than 75 books and novellas which have sold, collectively, almost three million copies. Janice lives in the shadow of the Great Smoky Mountains with her husband, Charles. They love hiking, traveling, and spending time with family. Connect with Janice at www.JaniceMaynard.com and on all socials.
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O homem que amo - Janice Maynard
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2010 Janice Maynard
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
O homem que amo, n.º 1035 - setembro 2017
Título original: The Secret Child & The Cowboy CEO
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-313-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
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Capítulo Um
Meia dúzia de anos. Com apenas um olhar, aqueles fabulosos olhos faziam-no comportar-se como um adolescente.
Trent sentiu o seu coração bater fortemente. «Santo Deus, Bryn».
Recuperou a compostura e clareou a garganta, fingindo ignorar a mulher ao lado da cama do seu pai.
A presença dela fê-lo suar. Desejo, aversão e ira colaram-se ao seu estômago, impossibilitando-o de se comportar com naturalidade. Sobretudo, por não saber se a sua ira era dirigida contra si mesmo ou não.
O seu pai, Mac, observou-os com ávida curiosidade. Depois, dirigiu ao seu filho um perspicaz e calculista olhar.
– Não vais dizer nada a Bryn?
Trent atirou para um lado a toalha com a qual estivera a secar o cabelo ao entrar no quarto. Cruzou os braços à altura do peito, descruzou-os e meteu as mãos nos bolsos de trás das calças. Voltou-se para a silenciosa mulher que o esperava com uma expressão impassível.
– Olá, Bryn. Há quanto tempo…
A insolência do seu tom fê-la pestanejar, mas viu-a recuperar rapidamente. Os seus olhos eram frescos e claros como as manhãs de Wyoming.
– Trent – ela inclinou a cabeça com um movimento tenso.
Pela primeira vez em semanas, Trent notou expectativa no rosto do seu pai que, embora pálido e débil, disse com uma voz forte:
– A Bryn veio para fazer-me companhia durante um mês. Ela não me irá incomodar como aquelas outras chatas. Não suporto que uma desconhecida ponha as mãos em mim… – a voz apagou-se-lhe, arrastando as últimas palavras.
Trent, preocupado, franziu o sobrolho.
– Pensava que tinhas dito que já não precisavas de uma enfermeira. E o médico concordava contigo.
Mac resmungou.
– E assim é. Um homem não pode convidar uma velha amiga sem que o interroguem? Que eu saiba, esta herdade ainda é minha.
Trent disfarçou um ténue e despreocupado sorriso. O seu pai era normalmente mal-humorado, mas ultimamente transformara-se num Átila. Três enfermeiras tinham-se demitido e Mac despedira outras duas. Fisicamente, o patriarca Sinclair estava a recuperar, mas ainda se encontrava mentalmente frágil.
Foi reconfortante para Trent ver o seu pai tão irascível como de costume, apesar dos indícios de cansaço no seu rosto. O ataque cardíaco que sofrera dois meses antes, por causa da morte do seu filho mais novo devido a uma overdose de heroína, custara à família quase duas vidas.
Bryn Matthews disse:
– Fiquei muito contente por o Mac ter ligado a pedir-me que viesse. Tive saudades de todos.
As costas de Trent ficaram tensas. Havia ironia nas suas amáveis palavras?
Forçou-se a olhar para ela. Quando ela tinha dezoito anos, a sua beleza tocara-lhe profundamente. Mas, naquela altura, ele era um jovem ambicioso de vinte e três anos sem tempo para pensar em casamento.
Bryn amadurecera, transformando-se numa mulher adorável. A sua pele parecia de marfim banhado pelo sol. Uma brilhante cabeleira negra enfeitava os delicados traços do seu rosto enquanto uns olhos quase violeta observavam-no cautelosamente. Não parecia surpreendida por vê-lo, mas ele estava-o. O coração batia-lhe com força e temia que ela o notasse no seu olhar.
Trazia roupa muito formal: um fato escuro e uma blusa branca por baixo. Tinha uma cintura estreita, e umas ancas generosas e redondas. O corte do casaco disfarçava-lhe o peito, mas a imaginação dele não poupou nos detalhes.
Mas a amargura invadiu-o. Bryn ia causar problemas. Sabia-o. E naquele momento só conseguia pensar no quanto desejava dormir com ela.
Cerrou os dentes e, baixando a voz, disse:
– Sai para o corredor um momento, quero falar contigo.
Bryn seguiu-o e, no corredor, voltou-se para ele. Estavam muito perto um do outro e pôde cheirar aquele aroma floral que lhe era tão familiar. Um aroma delicado, como ela. A cabeça de Bryn mal lhe chegava ao queixo.
Trent ignorou a excitação sexual que lhe corria pelas veias.
– Que raios estás a fazer aqui?
– Sabes muito bem – respondeu ela com uma expressão de surpresa. – O teu pai pediu-me que viesse.
– Se o fez foi porque tu lhe meteste essa ideia na cabeça. O meu irmão Jesse acaba de morrer e aqui estás tu, a ver o que podes ganhar com isso.
– És um imbecil – disse-lhe ela.
– Isso não interessa – respondeu ele, sentindo ódio por si mesmo. Bryn era uma mentirosa. E tentara responsabilizar Jesse pelos pecados de outro homem. Mas isso não o impedia de desejá-la.
Pando uma expressão firme, acrescentou:
– Nem te deste ao trabalho de ir ao funeral, pois não?
Os lábios dela tremeram por instantes.
– Quando me comunicaram a morte do Jesse já era demasiado tarde.
– Muito conveniente – Trent sorriu com ironia, usando a ira para evitar tocar-lhe.
A dor que viu no olhar dela fê-lo sentir-se como se estivesse a pontapear um cachorro. No passado, ele e Bryn tinham sido bons amigos. E depois… podia ter acontecido algo mais entre eles. Algo que talvez terminasse num relacionamento físico se ele não tivesse deitado tudo a perder.
Bryn, inocente e nem ainda com dezoito anos. Ele, assustado com o quanto a desejava. Ela pedira-lhe que fosse o seu acompanhante para o baile de finalistas e ele, com maus modos, recusara. Algumas semanas mais tarde, Bryn e Jesse começaram a sair juntos.
Saíra Bryn com Jesse para vingar-se dele?
Trent não se chateara com Jesse. Jesse e Bryn eram da mesma idade e tinham muito em comum.
O rosto de Bryn estava pálido. A sua linguagem corporal indicava que preferiria estar em qualquer lugar que naquele corredor com ele.
Bom, azar.
– Se pensas que vou deixar que te aproveites de um velho doente estás enganada – disse ele.
Bryn levantou o queixo e afastou-se um passo.
– Não me interessa o que pensas de mim, Trent. Vim para ajudar Mac, nada mais. E outra coisa, estou enganada ao pensar que em breve vais voltar para Denver?
Trent inclinou a cabeça. Que motivo a fizera realmente regressar a Wyoming?
– Estás com azar, Bryn, vou ficar aqui durante bastante tempo. Vou tomar conta da herdade até o meu pai recuperar. Por isso vais ter que me aturar, querida.
O rosto dela corou e o seu ar de sofisticação dissipou-se. E pela primeira vez naquele dia, Trent viu nela a sombra da rapariga de dezoito anos. O seu nervosismo fê-lo desejar tranquilizá-la quando o que realmente devia fazer era acompanhá-la à porta e expulsá-la dali.
Mas o seu bom senso estava em guerra com a sua libido. Queria apertar-lhe a boca com a sua, despir-lhe aquele casaco e acariciar aquelas curvas.
O passado incitou-o. Recordou uma das últimas vezes que Bryn e ele tinham estado juntos antes de tudo ficar arruinado. Ele apanhara um avião para assistir à festa de aniversário do seu pai. Bryn correra para o ver, toda ela pernas e delgada energia. E deslumbrada com ele.
Ele sabia disso. Portanto, naquele longo dia tratara-a com a mesma camaradagem de sempre. E tentara ignorar a atracção que sentia por ela.
Eram muito diferentes.
Pelo menos, fora isso que ele dissera a si mesmo.
Agora, no silêncio do corredor, encontrou-se preso entre o passado e o presente. Tocou-lhe no rosto. Era suave e quente. Tinha os olhos da cor da flor seca da lavanda, como os ramos de flores secas que a sua mãe, outrora, pendurava nos armários.
– Bryn – sentiu os músculos da sua garganta tensos.
O olhar dela era cauteloso, os seus pensamentos um mistério. Já não via adoração na sua expressão. Não se fiou na aparente e momentânea doçura dela. Talvez tencionasse aproveitar-se dele. Mas cedo descobriria que não o poderia fazer. Ele faria o que fosse necessário para proteger o seu pai, embora isso significasse dormir com o inimigo para descobrir os seus segredos.
Sem pensar nem raciocinar, beijou-a. Acariciou-lhe os seios. Pensou que ela lhe respondia, mas não tinha a certeza. Quando as afiadas punhaladas da erecção o deixaram sem respiração, afastou-se dela e respirou fundo.
Trent passou uma mão pelo cabelo.
– Não – não lhe ocorria nenhuma explicação. Falara para ela ou para si mesmo?
O rosto de Bryn estava pálido, à excepção de dois círculos encarnados nas suas faces. Passou uma trémula mão pelos lábios e afastou-se dele.
Com olhos turvos, deu meia volta e afastou-se com passo hesitante.
Trent ficou a observá-la com um nó no estômago enquanto ela se afastava. Se fora ali para tentar convencê-los de que