Fúria e paixão
De Emma Darcy
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Sobre este e-book
Mitch Tyler deixara para trás o seu passado obscuro e transformara-se num advogado de sucesso. Com a sua força e a sua inteligência, era o único homem que podia proteger Kathryn Ledger, a bonita secretária do seu amigo Ric Donato.
Por muito que fingisse estar a fazer um favor ao seu melhor amigo, na verdade Mitch estava a ficar doido por ela. Mas tinha de ocultar a atracção que sentia, uma vez que Kathryn estava comprometida com outro… Mas, então, percebeu que a atracção era mútua e que tinha de fazer qualquer coisa, antes que se casasse com o homem errado.
Emma Darcy
Initially a French/English teacher, Emma Darcy changed careers to computer programming before the happy demands of marriage and motherhood. Very much a people person, and always interested in relationships, she finds the world of romance fiction a thrilling one and the challenge of creating her own cast of characters very addictive.
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Fúria e paixão - Emma Darcy
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Emma Darcy
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Fúria e paixão, n.º 870 - Março 2016
Título original: The Outback Wedding Takeover
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2005
Reservados todosos direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7916-4
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Se gostou deste livro…
Prólogo
A avioneta dirigia-se para uma pista de terra. Além dos edifícios do rancho de Gundamurra, não havia mais nada, apenas uma paisagem deserta, interminável.
– Oxalá tivesse trazido a minha máquina fotográfica – murmurou Ric Donato.
Mitch Tyler franziu o sobrolho. Aparentemente, o impacto visual daquela paisagem não intimidava Ric. Mas, claro, tinham-no apanhado com um Porsche roubado e, certamente, gostava de emoções fortes.
Ele sempre fora mais feliz com um livro nas mãos. E ali não parecia haver nenhuma biblioteca.
– Estamos no meio do nada – suspirou, entristecido. – Começo a pensar que cometemos um erro.
– Não – disse Johnny Ellis. – Qualquer coisa é melhor do que estar fechado. Aqui, pelo menos, conseguiremos respirar.
– O quê, areia? – gozou Mitch.
A avioneta aterrou, levantando uma nuvem de pó.
– Bem-vindos às planícies australianas – disse o polícia que os escoltava. – Se querem sobreviver, lembrem-se de que não se consegue sair daqui.
Nenhum dos três fez caso. Tinham dezasseis anos e, apesar do que a vida lhes proporcionara, estavam dispostos a sobreviver a todo o custo. Além disso, Johnny tinha razão. Seis meses a trabalhar num rancho tinha que ser melhor do que um ano num reformatório.
Para começar, o juiz reduzira-lhes a sentença para metade e só ia acompanhado de dois rapazes como ele, não de uma horda de delinquentes. Mitch odiava os valentões. Aprendera a cuidar de si mesmo desde muito pequeno, mas não gostaria nada de que o encarcerassem com vários presidiários duros.
Esperava que o proprietário daquele rancho não fosse um ditador que explorava o sistema judicial para conseguir mão-de-obra gratuita. Mitch aceitaria o que fosse justo, mas recusar-se-ia a fazer alguma coisa que não o fosse.
O que dissera o juiz quando os sentenciou? Qualquer coisa sobre proteger os valores morais. Um programa que lhes ensinaria a realidade da vida…
Não lhes ensinariam nada sobre a vida, pensou Mitch. Ele sabia o que era a vida desde que o seu pai abandonara a sua mãe, inválida, deixando-o a ele e à sua irmã a cuidar dela. A parte mais dura tinha recaído sobre Jenny, que tinha então onze anos. Apesar disso, o seu pai nunca tinha sido uma grande ajuda, porque se embebedava todas as noites para afogar as mágoas, em vez de enfrentá-las. Era um covarde. Um covarde nojento.
Mas não tanto como o homem que violara a sua irmã.
Pelo menos, Mitch tivera a satisfação de castigar aquele canalha.
A pobre Jenny estava emocionada porque aquele rapaz a convidara para sair, e ele tratara-a como se fosse um pedaço de carne…
Alegrava-se por ter dado uma surra àquele porco, uma surra que lembraria durante muito tempo. Fizera justiça pelas suas próprias mãos e isso era, certamente, um delito, mas não ia deixá-lo ficar impune. Jenny estava demasiado traumatizada para o denunciar e, de qualquer forma, ele, herdeiro de uma fortuna, provavelmente teria sido ilibado no julgamento, graças à influência da sua família.
Mitch não sentia remorsos pelo que fizera. Nenhuns. Embora lamentasse não poder estar em casa durante seis meses para dar uma ajuda.
A avioneta aproximou-se de um jipe Cherokee, conduzido por um homem muito alto, de ombros largos, com o cabelo grisalho e o rosto sulcado de rugas. Devia ter mais de cinquenta anos, mas a sua aparência era formidável. Alguém a ter em conta, pensou Mitch, embora fosse certamente necessário mais do que força bruta para ganhar o seu respeito.
– Olha o John Wayne! – gozou.
– Mas sem cavalo – comentou Johnny, com um sorriso nos lábios.
Mitch sorriu também.
Johnny Ellis seria uma fonte de gargalhadas naquele sítio. Parecia ser uma pessoa que evitava a violência, embora fosse suficientemente grande e forte para lutar com qualquer um.
Johnny e Ric eram rapazes de rua, sem família. Sem dúvida, tinham aprendido a cuidar de si mesmos. Mitch imaginou que Johnny se especializara em fazer-se amigo de toda a gente. Tinha os olhos cinzentos, um sorriso fácil e uma franja loira que caía sobre a sua testa. Tinham-no apanhado a vender marijuana, embora ele jurasse que era apenas para uns amigos músicos, que teriam comprado em qualquer outro sítio.
Ric Donato era um tipo completamente diferente. Um jovem intenso, com aspecto perigoso. Era um ladrão porque queria demasiadas coisas, de forma obsessiva. Parecia ter uma obsessão pela rapariga para quem roubara o Porsche, como se quisesse ficar à sua altura.
Mitch imaginava que a maioria das raparigas gostaria de Ric, com o seu aspecto italiano: cabelo escuro, olhos castanhos e um rosto que parecia esculpido pelo próprio Miguel Ângelo. Tinha cara de atrevido e um físico poderoso. No entanto, não parecia presunçoso. Pelo contrário, parecia alguém que recebera demasiadas pancadas na vida.
Mitch não era tão bonito como Ric, mas era apresentável. Magro e fibroso, era mais alto do que a maioria dos rapazes da sua idade e os seus olhos azuis, em contraste com o seu cabelo escuro, pareciam impressionar algumas raparigas.
Ele preferia que se sentissem impressionadas pelo seu cérebro, o qual lhe valera a alcunha de «marrão» e de coisas piores no liceu, e nunca entendera por que é que o facto de usar a inteligência o tornava merecedor daqueles insultos. Porém, desde que começara a ter aulas de boxe, já não lhe chamavam «marrão». Talvez não gostassem dele, mas certamente respeitavam-no.
A avioneta parou naquele momento.
– Aqui estão os seus rapazes, senhor Maguire. Das ruas da cidade para o campo. A ver se aprendem, nem que seja à pancada.
O senhor Maguire, que parecia maior de perto, olhou para o polícia com cara de poucos amigos.
– Aqui não fazemos as coisas assim.
Dissera-o sem levantar a voz, mas no seu tom havia uma autoridade impressionante.
– Sou Patrick Maguire. Bem-vindos a Gundamurra. No idioma aborígene, significa «bom dia». Espero que um dia pensem que foi assim que aqui chegaram: num bom dia.
Mitch sentiu-se um pouco mais animado. Parecia dar-lhes as boas-vindas de coração, sem nenhum desejo de castigá-los. Enquanto os tratassem de forma justa, estava disposto a fazer tudo o que tivesse que fazer.
– Como te chamas? – perguntou Patrick Maguire, oferecendo-lhe uma mão que parecia um martelo. – Mitch Tyler – respondeu ele, estendendo a sua com ar de desafio.
– Prazer em conhecer-te, Mitch.
Foi um aperto amistoso, sem intenção de dominar.
Johnny também lhe ofereceu a sua mão.
– Johnny Ellis. Encantado por conhecê-lo, senhor Maguire – disse, com um dos seus encantadores sorrisos.
Nos olhos cinzentos de Maguire viu um brilho brincalhão. Não se deixava enganar, pensou Mitch, impressionado pela sua inteligência, enquanto o via a apertar a mão a Ric, que parecia tão agradavelmente surpreendido como ele.
– Ric Donato.
Vamos? – perguntou Maguire.
– Eu estou preparado – respondeu Ric, com alguma agressividade.
Disposto a dominar o mundo, interpretou Mitch. Ric Donato não era um tipo presunçoso, mas estava algo ressentido com a vida. Mitch perguntou-se então se Patrick Maguire seria capaz de fazer com que ele o esquecesse.
Seria capaz também de procurar o que havia sob a fachada alegre de Johnny?
Os inteligentes olhos cinzentos de Patrick Maguire voltaram-se para ele então e, sem querer, pôs-se na defensiva. Tinha aquele homem do campo alguma coisa para lhe ensinar? Só sobre ovelhas, pensou, brincalhão…
No entanto, seis meses era muito tempo e, quem sabe, talvez acabasse por acreditar que o dia em que chegara a Gundamurra fora um «bom dia».
Capítulo 1
Dezoito anos